Legislação Institucional (Passo Estratégico) Flashcards
(115 cards)
1) FGV – Analista (PGM Niterói) / 2023
Ana, juíza de Direito, que há mais de uma década era titular da Vara Única de sua Comarca, proferiu diversas decisões que desagradaram as aristocracias locais do pequeno Município Alfa,
situado no interior do país. Insatisfeitos com aquilo que rotulavam de “abuso de autoridade”, membros dessa aristocracia consultaram um advogado a respeito da possibilidade de Ana ser
compulsoriamente removida da referida Comarca.
O advogado respondeu, corretamente, que Ana:
a) não pode ser removida contra a sua vontade em hipótese alguma, considerando a garantia da inamovibilidade;
b) somente pode ser removida caso seja condenada em sentença transitada em julgado, pela prática de crime ou ato de improbidade administrativa;
c) pode ser removida, por interesse público, pelo voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada a ampla defesa;
d) pode ser removida, por necessidade social, por decisão do presidente do respectivo tribunal, após representação do corregedor-geral, assegurada a ampla defesa;
e) somente pode ser removida por decisão do Conselho Nacional de Justiça, caso seja comprovada a prática de infração penal ou a inobservância da produtividade exigida.
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
Alternativa A - INCORRETA: A inamovibilidade é uma garantia constitucional conferida aos magistrados (art. 95, II, da Constituição Federal), protegendo-os contra transferências arbitrárias.
Contudo, essa garantia não é absoluta. Excepcionalmente, a remoção pode ocorrer no interesse público, desde que assegurada a ampla defesa. Assim, a remoção compulsória é possível em situações excepcionais.
Alternativa B - INCORRETA: A remoção compulsória no interesse público não depende de condenação judicial, seja por crime ou ato de improbidade administrativa. A Constituição prevê
que a remoção pode ser decidida pelo tribunal ou pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), quando houver interesse público devidamente fundamentado, observados o contraditório e a
ampla defesa.
Alternativa C - CORRETA: Esta alternativa está de acordo com o disposto no art. 95, II, da Constituição Federal, que prevê a inamovibilidade como regra, mas permite exceções, como a
remoção por interesse público, desde que fundamentada e aprovada pela maioria absoluta do respectivo tribunal ou do CNJ, garantindo o contraditório e a ampla defesa. Portanto, esta é a
alternativa correta.
Alternativa D - INCORRETA: A Constituição não prevê “necessidade social” como fundamento para remoção compulsória de magistrados. Além disso, a remoção não pode ser decidida
unilateralmente pelo presidente do tribunal, ainda que haja representação do corregedor-geral.
A remoção depende de decisão colegiada por maioria absoluta do tribunal ou do CNJ.
Alternativa E - INCORRETA: A remoção compulsória por interesse público não exige, necessariamente, a comprovação de infração penal ou inobservância de produtividade. Além disso, o tribunal de origem também tem competência para decidir a remoção, desde que atendidos os requisitos legais. Logo, esta alternativa restringe indevidamente as hipóteses de remoção e os órgãos competentes.
Gabarito: C
2) FGV – Técnico de Procuradoria (PGM Niterói) / 2023
Maria e Ana, estudantes de direito, questionaram o seu professor a respeito da possibilidade de uma pessoa que não tenha ingressado na carreira da magistratura, após regular aprovação em concurso público de provas e títulos, vir a ocupar um lugar no Tribunal de Justiça de determinado Estado.
O professor respondeu, corretamente, que a situação alvitrada por Maria e Ana:
a) não é possível, já que somente os juízes de Direito, após regular promoção, podem ascender ao Tribunal de Justiça;
b) é possível, pois 25% das vagas do Tribunal de Justiça devem ser escolhidas, por este colegiado, entre membros do Ministério Público e advogados;
c) não é possível, salvo se o Tribunal de Justiça solicitar ao Poder Executivo a nomeação de advogado de notório saber jurídico e reputação ilibada;
d) é possível, pois 20% das vagas do Tribunal de Justiça são reservadas a membros do Ministério Público e a advogados que preencham os requisitos exigidos;
e) é possível, pois os integrantes do Tribunal de Justiça são livremente escolhidos pelo Poder Executivo entre juízes de Direito, membros do Ministério Público e advogados.
Lembra do Quinto Constitucional?
O Quinto Constitucional é uma regra que reserva um quinto das vagas (20%) nos tribunais para advogados e membros do Ministério Público com mais de dez anos de carreira, que não tenham sido juízes de carreira.
Alternativa A - INCORRETA: Esta alternativa desconsidera o Quinto Constitucional, que prevê que 1/5 (20%) das vagas nos Tribunais de Justiça devem ser preenchidas por advogados e membros do Ministério Público, desde que preencham os requisitos constitucionais. Logo, não é correto afirmar que apenas juízes de Direito podem compor os Tribunais de Justiça.
Alternativa B - INCORRETA: O percentual está errado. A Constituição Federal prevê que 1/5 (ou seja, 20%, e não 25%) das vagas nos Tribunais de Justiça são destinadas a membros do
Ministério Público e advogados, que atendam aos requisitos constitucionais, conforme o art. 94 da CF.
Alternativa C - INCORRETA: Embora os advogados que ocupam vagas pelo Quinto Constitucional precisem comprovar notório saber jurídico e reputação ilibada, a nomeação não depende de um “pedido” do Tribunal de Justiça ao Poder Executivo. O processo é regulado pelo art. 94 da CF, e a lista sêxtupla elaborada pelas entidades representativas (OAB ou MP) é
submetida ao Tribunal de Justiça, que a reduz a uma lista tríplice, encaminhada ao Poder Executivo para a nomeação.
Alternativa D - CORRETA: Esta alternativa está em conformidade com o art. 94 da Constituição Federal, que institui o Quinto Constitucional. Esse dispositivo prevê que 1/5 (20%) das vagas em
Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais são destinadas a advogados e membros do Ministério Público, que devem possuir mais de 10 anos de exercício profissional e notório saber
jurídico e reputação ilibada. Assim, esta alternativa é correta.
Alternativa E - INCORRETA: O Poder Executivo não possui liberdade absoluta para escolher os integrantes do Tribunal de Justiça. A escolha de membros do Ministério Público e advogados
segue um procedimento específico, regulado pelo art. 94 da CF, com a formação de listas sêxtuplas e tríplices antes da nomeação. Além disso, a maioria das vagas nos Tribunais de Justiça é destinada a juízes de Direito, promovidos por antiguidade ou merecimento.
Gabarito: D
3) FGV – Juiz Leigo (TJ-BA) / 2023
João, até então advogado, torna-se desembargador do Tribunal de Justiça do Estado Alfa, após a observância de todas as formalidades constitucionais e legais inerentes ao mecanismo do
quinto constitucional (1/5 dos lugares dos Tribunais será composto por membros oriundos do Ministério Público e de advogados).
Nesse cenário, é correto afirmar que João fará jus à:
a) vitaliciedade, automaticamente, a partir da investidura no cargo;
b) estabilidade, automaticamente, a partir da investidura no cargo;
c) vitaliciedade, após o estágio de vitaliciamento de dois anos;
d) estabilidade, após o estágio probatório de três anos;
e) vitaliciedade, após o estágio probatório de três anos.
A questão parece fácil, mas tem uma pegadinha:
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
Observe que o prazo de 2 anos para adquirir a vitaliciedade vale apenas para juízes de primeiro grau, ou seja, àqueles aprovados em concurso público.
No caso em tela, João é advogado, e virou desembargador através do rito do quinto constitucional, ou seja, foi direto para instância de segundo grau.
Para desembargadores ingressantes por tal rito, a vitaliciedade vale a partir da investidura, sem precisar aguardar o prazo de 2 anos.
Alternativa A - CORRETA: De acordo com a Constituição Federal, os magistrados oriundos do quinto constitucional (advogados e membros do Ministério Público) adquirem a vitaliciedade
automaticamente a partir da investidura no cargo, pois ingressam diretamente no Tribunal de Justiça como desembargadores. Não há necessidade de cumprir o estágio de vitaliciamento de dois anos, que é exigido apenas para juízes de carreira (art. 95, I, da CF).
Alternativa B - INCORRETA: Magistrados não possuem a garantia de estabilidade, mas sim de vitaliciedade. A estabilidade é aplicada a servidores públicos regidos pelo regime estatutário e
não se aplica aos membros do Poder Judiciário.
Alternativa C - INCORRETA: O estágio de vitaliciamento de dois anos é exigido apenas para juízes de primeiro grau que ingressam na magistratura por meio de concurso público de provas e
títulos. Para desembargadores que ingressam pelo quinto constitucional, a vitaliciedade é adquirida imediatamente após a investidura.
Alternativa D - INCORRETA: Assim como na alternativa “b”, a estabilidade não se aplica a magistrados. Além disso, não existe “estágio probatório” para desembargadores ou juízes. Magistrados possuem a garantia de vitaliciedade, adquirida de acordo com as regras constitucionais.
Alternativa E - INCORRETA: Não há previsão de “estágio probatório” de três anos para magistrados. A vitaliciedade para desembargadores oriundos do quinto constitucional é
imediata, a partir da investidura.
Gabarito: A
4) FGV – Agente Penitenciário (SEAP BA) / 2024
João, após encontrar com Matheus, amigo de infância, tomou conhecimento de que ele teria se tornado membro de uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, e que está incumbida de promover privativamente a ação penal pública, na forma da lei, além de defender a ordem jurídica, o regime democrático e os interesses sociais e individuais
indisponíveis.
Nesse cenário, considerando as disposições da Constituição Federal, é correto afirmar que Matheus é um membro
a) da Defensoria Pública.
b) do Ministério Público.
c) da Advocacia Pública.
d) do Poder Judiciário.
e) da Advocacia.
Alternativa A - INCORRETA: A Defensoria Pública é uma instituição essencial à função jurisdicional do Estado (art. 134 da CF), mas sua atuação principal é a assistência jurídica integral e gratuita aos necessitados. Não possui atribuições relacionadas à promoção de ação penal pública ou defesa da ordem jurídica e do regime democrático, como descrito na questão.
Alternativa B - CORRETA: O Ministério Público é a instituição descrita na questão. De acordo com o art. 127 da Constituição Federal, ele é permanente e essencial à função jurisdicional do
Estado, com as atribuições de defender a ordem jurídica, o regime democrático e os interesses sociais e individuais indisponíveis, além de promover privativamente a ação penal pública (art.
129, I da CF). A descrição se encaixa perfeitamente no Ministério Público.
Alternativa C - INCORRETA: A Advocacia Pública (art. 131 da CF) é essencial à função jurisdicional do Estado, mas sua atuação está voltada para a representação judicial e consultoria jurídica do Poder Público, sendo exercida pela Advocacia-Geral da União (AGU) e pelas Procuradorias dos Estados, do DF e dos Municípios. Não possui as características descritas na questão.
Alternativa D - INCORRETA: O Poder Judiciário é o responsável por julgar, atuando como órgão do Estado, mas não promove a ação penal pública nem desempenha as funções descritas, como
a defesa do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Essas funções são próprias do Ministério Público.
Alternativa E - INCORRETA: A advocacia (art. 133 da CF) é essencial à administração da justiça, mas não possui atribuições como a promoção de ação penal pública ou defesa do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Essas são funções do Ministério Público.
Gabarito: B
5) FGV – Analista Judiciário (TRF 1) / 2024
Quando do estudo das questões atinentes aos agentes públicos na Constituição da República de 1988, chamaram a atenção de Ofélia as disposições concernentes às garantias da estabilidade e
da vitaliciedade dos agentes públicos, de modo que ela decidiu aprofundar os seus conhecimentos acerca do tema, inclusive com relação à orientação do Supremo Tribunal Federal.
Nesse contexto, Ofélia veio a concluir corretamente que:
a) a vitaliciedade será necessariamente adquirida após a aprovação em concurso público, após dois anos de efetivo exercício;
b) é possível estender a garantia da vitaliciedade aos ocupantes dos cargos efetivos, integrantes dos quadros de carreira da Administração Pública, mediante previsão em norma local;
c) os agentes vitalícios somente poderão ser demitidos por sentença judicial transitada em julgado, razão pela qual a penalidade de demissão não é a eles aplicável em sede de processo administrativo disciplinar;
d) a avaliação de desempenho não é condição necessária para a aquisição da garantia da estabilidade, bastando, portanto, o transcurso do prazo de três anos de efetivo exercício;
e) dentre os agentes públicos aos quais pode ser assegurada a garantia da vitaliciedade estão integrantes da Advocacia Pública, notadamente os procuradores de estado e do Distrito Federal.
Alternativa A - INCORRETA: A vitaliciedade não é adquirida em todos os casos após aprovação em concurso público e dois anos de efetivo exercício. Por exemplo, magistrados de segundo
grau que ingressam pelo quinto constitucional adquirem vitaliciedade de forma imediata, sem necessidade de dois anos de exercício. A regra dos dois anos aplica-se a juízes de primeiro grau
e membros do Ministério Público.
Alternativa B - INCORRETA: A vitaliciedade é uma garantia exclusiva de determinadas categorias previstas na Constituição Federal, como magistrados, membros do Ministério Público e militares.
Não há possibilidade de que norma local estenda a vitaliciedade para outros cargos.
Alternativa C - CORRETA: O art. 95, I, da CF deixa claro que, nos casos de magistrados vitalícios, a perda do cargo só pode ocorrer mediante sentença judicial transitada em julgado. Isso significa que não podem ser demitidos diretamente em processo administrativo disciplinar (PAD). Para esses agentes, o PAD pode apurar irregularidades, mas não resultar na demissão
propriamente dita. Assim, a demissão administrativa não é aplicável a magistrados vitalícios, confirmando que o cargo somente pode ser perdido por decisão judicial definitiva.
Alternativa D - INCORRETA: A estabilidade no serviço público (art. 41 da CF) exige mais do que o prazo de três anos de efetivo exercício. O servidor deve passar por uma avaliação especial de
desempenho, como condição para aquisição da estabilidade. O mero decurso de tempo não é suficiente.
Alternativa E - INCORRETA: A vitaliciedade não é assegurada aos integrantes da Advocacia Pública, como procuradores de estado e do Distrito Federal. Eles gozam de garantias relacionadas à estabilidade no cargo, mas não possuem a prerrogativa da vitaliciedade, que é restrita a categorias específicas, como magistrados, membros do Ministério Público e militares.
Gabarito: C
2) FGV – Analista Tributário da Receita Federal (RFB) / 2023
Ana, servidora de certo Ministério Público, recebeu três expedientes com a incumbência de realizar uma verificação preliminar em relação àqueles em que a Instituição, por imposição constitucional, deveria atuar. O expediente 1 versava sobre a necessidade de se proibir o despejo de resíduos sólidos, por uma indústria, em um rio. O expediente 2 versava sobre o
desvio de recursos públicos em determinado órgão federal, o que exigia a punição dos responsáveis na esfera cível, pois a responsabilização penal e o ressarcimento do dano já foram
promovidos. Por fim, o expediente 3 dizia respeito à emissão de sons, em nível superior ao permitido, em determinada residência situada na área urbana de certo Município, o que vinha
causando grande incômodo ao único morador confrontante, de modo que deveriam ser adotadas medidas cabíveis para a cessação dessa emissão.
Em relação às atribuições constitucionais do Ministério Público, Ana concluiu corretamente que a Instituição deveria atuar
a) nos três expedientes, considerando a natureza dos bens jurídicos a serem tutelados, atuando como substituto processual dos respectivos titulares.
b) apenas nos expedientes 1 e 2, sendo possível que o particular, preenchidos os requisitos constitucionais exigidos, também ajuíze uma ação para perquirir o objetivo do expediente 1.
c) apenas os expedientes 1 e 3, considerando a natureza difusa dos bens jurídicos tutelados, o que caracteriza uma situação de atribuição do Ministério Público, não sendo possível que o
particular busque a sua tutela em juízo.
d) apenas o expediente referido em 1, considerando a natureza coletiva do respectivo bem jurídico, sendo possível que o particular, preenchidos os requisitos constitucionais exigidos,
também ajuíze uma ação com o mesmo objetivo.
e) apenas o expediente referido em 2, considerando a natureza difusa do bem jurídico tutelado, podendo a atuação se estender ao expediente 1 caso seja demonstrado que há relevância social,
afetando o abastecimento de água da cidade lindeira ou comprometendo a fauna aquática.
Alternativa A - INCORRETA: O Ministério Público não tem atribuição para atuar em todos os expedientes mencionados. O expediente 3, que trata de um conflito individual entre vizinhos
(som alto), não se enquadra nas hipóteses de atuação do Ministério Público, pois não envolve interesses difusos, coletivos ou individuais indisponíveis. O MP atua como substituto processual apenas quando esses interesses estão presentes.
Alternativa B - CORRETA: O Ministério Público tem atribuição para atuar no expediente 1, que trata de uma questão ambiental relacionada ao despejo de resíduos sólidos no rio, um bem
jurídico de natureza difusa protegido pela Constituição Federal (art. 129, III). O expediente 2 também demanda atuação do MP, pois envolve o desvio de recursos públicos, caracterizando
um interesse público e social relevante. No expediente 1, é possível que um particular, preenchendo os requisitos legais, também ajuíze uma ação, como uma ação popular.
Alternativa C - INCORRETA: Embora o expediente 1 trate de um bem jurídico difuso (meio ambiente), o expediente 3 envolve um conflito particular entre vizinhos, não caracterizando um
interesse coletivo ou difuso que justificaria a atuação do Ministério Público. Assim, o MP não deve atuar no expediente 3.
Alternativa D - INCORRETA: O Ministério Público deve atuar no expediente 1, em razão da natureza coletiva do bem jurídico (meio ambiente). Contudo, a exclusão do expediente 2 é
incorreta, pois o desvio de recursos públicos também é um tema de interesse coletivo e social que justifica a atuação do Ministério Público.
Alternativa E - INCORRETA: O desvio de recursos públicos mencionado no expediente 2 é um tema que envolve interesse público e exige atuação do Ministério Público. Porém, condicionar a atuação no expediente 1 à demonstração de relevância social ou outros impactos é incorreto, pois a proteção ambiental, por si só, já é uma atribuição constitucional do Ministério Público,
independentemente de sua repercussão específica.
Gabarito: B
3) FGV – Analista (PGM Niterói) / 2023
Após regular investigação, a Polícia Civil do Estado Alfa colheu indícios de autoria, que foi atribuída a João, e prova da materialidade de determinado crime cuja persecução penal
somente se iniciava mediante ação penal pública.
Nesse caso, considerando a sistemática constitucional, é correto afirmar que:
a) o ajuizamento da ação é de iniciativa privativa do Ministério Público, qualquer que seja a pena cominada;
b) em se tratando de infração penal cuja pena cominada seja inferior a cinco anos de reclusão, a ação penal é iniciada pelo juiz de Direito;
c) em se tratando de infração penal cuja pena cominada seja inferior a dez anos de reclusão, a ação penal é iniciada pela autoridade policial;
d) o procurador-geral de Justiça do Estado Alfa, caso acolha os termos da investigação, ajuizará a ação penal, indicando o membro da instituição que praticará os demais atos;
e) o processo penal em desfavor de João se inicia com o recebimento da investigação pelo Poder Judiciário, cabendo ao Ministério Público conduzir a acusação a partir de então.
Alternativa A - CORRETA: Nos termos do art. 129, I, da Constituição Federal, é função institucional do Ministério Público promover, privativamente, a ação penal pública. Assim, o ajuizamento da ação penal pública é de iniciativa exclusiva do Ministério Público,
independentemente da pena cominada ao crime.
Alternativa B - INCORRETA: Não existe previsão constitucional ou legal para que a ação penal seja iniciada pelo juiz de Direito, qualquer que seja a pena cominada à infração penal. O juiz atua
como figura imparcial no processo penal, e sua função não inclui a instauração de ações penais.
Alternativa C - INCORRETA: A autoridade policial tem a atribuição de conduzir investigações (inquérito policial) para reunir indícios de autoria e materialidade, mas não possui legitimidade
para iniciar ações penais. A iniciativa da ação penal pública é exclusiva do Ministério Público, independentemente da pena cominada.
Alternativa D - INCORRETA: O procurador-geral de Justiça não é responsável por ajuizar diretamente as ações penais em casos ordinários. Sua atuação se limita a hipóteses específicas
previstas em lei, como ações de competência originária em tribunais superiores. Nas demais situações, o membro do Ministério Público com atribuição na comarca ou vara específica é quem deve ajuizar a ação penal.
Alternativa E - INCORRETA: O processo penal não se inicia automaticamente com o recebimento da investigação pelo Poder Judiciário. Após a conclusão do inquérito policial, cabe
ao Ministério Público oferecer denúncia, e o processo penal somente se inicia com o recebimento da denúncia pelo juiz competente.
Gabarito: A
4) FGV – Técnico Judiciário (TJ-RR) / 2024
Assinale o ente a seguir que não compõe o Ministério Público da União.
a) Ministério Público Federal.
b) Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
c) Ministério Público Militar.
d) Ministério Público Eleitoral.
e) Ministério Público do Trabalho.
Alternativa A - INCORRETA: O Ministério Público Federal (MPF) é um dos que compõem o Ministério Público da União, conforme o art. 128, I, “a”, da Constituição Federal.
Alternativa B - INCORRETA: O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) também integra o Ministério Público da União, conforme o art. 128, I, “c”. Ele atua em questões
envolvendo o Distrito Federal e os Territórios.
Alternativa C - INCORRETA: O Ministério Público Militar (MPM) compõe o Ministério Público da União, conforme o art. 128, I, “b”. Ele possui atribuições relacionadas à Justiça Militar.
Alternativa D - CORRETA: O Ministério Público Eleitoral (MPE) não é uma instituição autônoma, mas uma função exercida por membros do Ministério Público Federal ou Estadual, conforme o
caso, no âmbito da Justiça Eleitoral. Por isso, ele não é um ente separado que compõe o Ministério Público da União, apenas uma função desempenhada por seus membros.
Alternativa E - INCORRETA: O Ministério Público do Trabalho (MPT) compõe o Ministério Público da União, conforme o art. 128, I, “d”, da Constituição Federal. Ele atua em questões trabalhistas, protegendo os direitos coletivos e individuais dos trabalhadores
Gabarito: D
5) FGV – Analista Judiciário (TJ-SC) / 2024
O sistema constitucional consagra certas garantias aos agentes públicos, dentre elas aquela segundo a qual os ocupantes dos respectivos cargos, após dois anos de exercício, apenas
poderão perder o cargo em decorrência de sentença judicial transitada em julgado.
Nesse contexto, a correta equivalência entre a mencionada garantia e o cargo correlato, à luz da Lei Maior, é:
a) vitaliciedade, consagrada para os Promotores de Justiça;
b) estabilidade, consagrada para os Magistrados;
c) vitaliciedade, consagrada para os analistas judiciários dos Tribunais de Justiça;
d) estabilidade, consagrada para os Procuradores dos estados e municípios;
e) vitaliciedade, consagrada para os defensores públicos.
Alternativa A - CORRETA: A vitaliciedade é uma garantia constitucional conferida aos Promotores de Justiça e demais membros do Ministério Público, conforme o art. 128, § 5º, I,
“a”, da Constituição Federal. Ela é adquirida após dois anos de exercício no cargo e impede que o promotor perca o cargo, salvo por sentença judicial transitada em julgado.
Alternativa B - INCORRETA: A estabilidade é uma garantia conferida aos servidores públicos em geral, após três anos de efetivo exercício, conforme o art. 41 da Constituição Federal. No caso dos Magistrados, a garantia que lhes é atribuída é a vitaliciedade, prevista no art. 95, I, e não a estabilidade.
Alternativa C - INCORRETA: Os analistas judiciários dos Tribunais de Justiça são servidores públicos e possuem a garantia da estabilidade, e não da vitaliciedade. A estabilidade é adquirida
após três anos de efetivo exercício, conforme o art. 41 da Constituição Federal.
Alternativa D - INCORRETA: Os Procuradores dos Estados e Municípios, assim como outros servidores públicos efetivos, possuem a garantia da estabilidade após três anos de efetivo
exercício, conforme o art. 41 da Constituição Federal. A vitaliciedade não se aplica a eles.
Alternativa E - INCORRETA: Os Defensores Públicos não possuem a garantia da vitaliciedade, mas sim estabilidade, nos termos do art. 134 da Constituição Federal e conforme as regras gerais aplicáveis aos servidores públicos efetivos (art. 41 da CF).
Gabarito: A
- (Legislação Institucional / Passo Estratégico / 2025)
Um juiz federal emite uma decisão que viola explicitamente o princípio da separação de poderes, interferindo diretamente na função legislativa. Qual seria a resposta constitucionalmente apropriada para corrigir essa ação?
a) Apelar ao presidente para que intervenha e revogue a decisão.
b) Solicitar ao Congresso Nacional que censure o juiz.
c) Propor uma ação direta de inconstitucionalidade ao Supremo Tribunal Federal.
d) Pedir ao Conselho Nacional de Justiça que remova o juiz.
e) Iniciar um processo de impeachment contra o juiz no Senado.
Alternativa A - INCORRETA Essa alternativa está errada porque o presidente da República não tem competência para intervir em decisões judiciais, muito menos revogá-las. Tal interferência
violaria o princípio da separação de poderes, uma vez que o Executivo não pode anular decisões do Judiciário. No sistema constitucional brasileiro, existe independência entre os poderes, e o controle de eventuais violações deve ser feito dentro do próprio sistema judicial.
Alternativa B - INCORRETA O Congresso Nacional não tem competência para censurar ou punir juízes em razão de suas decisões judiciais. O controle da atuação do Judiciário deve ser realizado pelos órgãos internos do próprio poder, como o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ou por instâncias judiciais superiores. Portanto, esta alternativa não corresponde a uma solução constitucionalmente adequada.
Alternativa C - CORRETA Propor uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) ao Supremo Tribunal Federal (STF) é o meio constitucionalmente adequado para corrigir uma decisão que viola explicitamente a Constituição, como a quebra do princípio da separação de poderes. O STF é o guardião da Constituição e a instância competente para julgar ações que questionam a constitucionalidade de atos normativos ou decisões judiciais que afrontem diretamente a Constituição.
Alternativa D - INCORRETA O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) possui competência administrativa e disciplinar para fiscalizar o comportamento de magistrados e outros servidores do Judiciário, mas não tem atribuição para revisar ou corrigir decisões judiciais. A atuação do CNJ se limita à apuração de infrações disciplinares e não ao julgamento de mérito das decisões emitidas pelos juízes.
Alternativa E - INCORRETA O processo de impeachment é reservado às altas autoridades do Executivo (como o presidente da República) e não se aplica aos magistrados. Juízes, inclusive os
do Supremo Tribunal Federal, podem ser responsabilizados por seus atos, mas isso ocorre por meio de outros mecanismos, como processos administrativos no CNJ ou, em casos graves, processos judiciais que podem resultar em perda de cargo, sempre respeitando o devido processo legal.
Gabarito: C
- (Legislação Institucional / Passo Estratégico / 2025)
Se uma nova legislação federal é aprovada, alterando significativamente os direitos fundamentais sem amparo constitucional claro, qual é a abordagem mais adequada para
questionar sua validade?
a) Apresentar uma reclamação ao Presidente da República.
b) Propor uma revisão legislativa para modificar a lei.
c) Ingressar com uma ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal.
d) Solicitar ao Ministério da Justiça que não aplique a lei.
e) Enviar uma petição ao Conselho Nacional de Justiça pedindo revisão.
A alternativa correta é:
✅ c) Ingressar com uma ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal.
✅ Explicação:
Quando uma lei federal é aprovada em descompasso com a Constituição, especialmente ao alterar direitos fundamentais sem respaldo constitucional, a via adequada para questionar sua validade é a ação direta de inconstitucionalidade (ADI), proposta no Supremo Tribunal Federal (STF), que é o guardião da Constituição (art. 102, CF/88).
A ADI é um mecanismo de controle concentrado de constitucionalidade e visa declarar a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos federais e estaduais contrários à Constituição Federal.
Análise das demais alternativas:
-
a) Apresentar uma reclamação ao Presidente da República
❌ Incorreto. Reclamação não é o meio jurídico adequado, e o Presidente não tem competência para invalidar leis com fundamento na inconstitucionalidade. -
b) Propor uma revisão legislativa para modificar a lei
❌ Incorreto. Embora possível como medida política, não é o caminho jurídico para questionar a validade da lei em vigor. -
d) Solicitar ao Ministério da Justiça que não aplique a lei
❌ Incorreto. O Ministério da Justiça não pode descumprir lei regularmente aprovada — apenas o STF pode declarar sua inconstitucionalidade. -
e) Enviar uma petição ao Conselho Nacional de Justiça pedindo revisão
❌ Incorreto. O CNJ não tem competência para declarar inconstitucionalidade de leis, apenas para controle administrativo e disciplinar do Judiciário.
✅ Gabarito: c) Ingressar com uma ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal.
- (Legislação Institucional / Passo Estratégico / 2025)
Em uma disputa contratual complexa envolvendo partes de diferentes estados, um dos envolvidos tenta iniciar o processo em um tribunal estadual conhecido por sua simpatia a casos semelhantes, apesar de não ser o foro de domicílio de nenhuma das partes. Qual princípio está sendo violado e como deveria ser corrigido?
a) Princípio da inamovibilidade; corrigido através de uma reclamação ao Conselho Nacional de Justiça.
b) Princípio da legalidade; corrigido por uma intervenção direta do Supremo Tribunal Federal.
c) Princípio da irredutibilidade de subsídio; corrigido por legislação que ajuste as atribuições jurisdicionais.
d) Princípio da publicidade; corrigido por uma revisão do processo em um tribunal de apelação.
e) Princípio do juiz natural; corrigido pela relocação do processo para o foro competente segundo o domicílio das partes.
A alternativa correta é:
✅ e) Princípio do juiz natural; corrigido pela relocação do processo para o foro competente segundo o domicílio das partes.
✅ Explicação:
O princípio do juiz natural garante que ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente, previamente estabelecida pela lei. Ele veda a escolha arbitrária do juízo (o chamado “forum shopping”), ou seja, escolher um foro mais favorável, ainda que sem vínculo legal com as partes ou com o objeto do litígio.
No caso descrito, um dos envolvidos tenta litigar em foro manifestamente incompetente, sem relação com os domicílios ou o objeto da disputa, o que configura violação ao princípio do juiz natural.
Correção:
A forma correta de resolver isso é relocar o processo para o foro competente, conforme determina o Código de Processo Civil (CPC) — geralmente, o domicílio do réu ou local de execução do contrato, conforme o caso.
Análise das alternativas incorretas:
-
a) Princípio da inamovibilidade
❌ Trata da garantia dos juízes de não serem transferidos sem motivo. Nada a ver com o foro competente. -
b) Princípio da legalidade
❌ Embora importante, não é o princípio diretamente violado nesse contexto de manipulação de foro. -
c) Princípio da irredutibilidade de subsídio
❌ Trata da remuneração de membros do Judiciário e Ministério Público. Sem relação com competência jurisdicional. -
d) Princípio da publicidade
❌ Relaciona-se à transparência processual, não à escolha do foro ou juiz competente.
✅ Gabarito: e) Princípio do juiz natural; corrigido pela relocação do processo para o foro competente segundo o domicílio das partes.
- (Legislação Institucional / Passo Estratégico / 2025)
Um grupo de juízes federais é acusado de violar os direitos constitucionais de um acusado durante o processo judicial. Qual órgão é responsável por investigar e, se necessário, punir esses juízes?
a) Supremo Tribunal Federal
b) Conselho Nacional de Justiça
c) Tribunal Superior do Trabalho
d) Senado Federal
e) Tribunal de Justiça do Estado
A alternativa correta é:
✅ b) Conselho Nacional de Justiça
✅ Explicação:
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é o órgão do Poder Judiciário responsável pelo controle da atuação administrativa e disciplinar dos juízes, com exceção dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Criado pela Emenda Constitucional nº 45/2004, o CNJ tem como função:
- Fiscalizar a atuação administrativa e financeira do Judiciário;
- Zelar pela autonomia do Poder Judiciário;
- Receber reclamações contra membros ou órgãos do Judiciário, inclusive sobre desrespeito a direitos constitucionais;
- Aplicar sanções administrativas, como advertência, censura, remoção, disponibilidade e aposentadoria compulsória.
Análise das alternativas incorretas:
-
a) Supremo Tribunal Federal (STF)
❌ O STF julga ações de controle constitucional e processos contra autoridades com foro por prerrogativa de função, mas não atua como órgão correcional geral de juízes federais. -
c) Tribunal Superior do Trabalho (TST)
❌ Atua no âmbito da Justiça do Trabalho, e não tem competência correcional sobre juízes federais da Justiça comum. -
d) Senado Federal
❌ O Senado julga processos de impeachment de autoridades (como ministros do STF e o presidente), mas não é instância disciplinar de juízes federais. -
e) Tribunal de Justiça do Estado
❌ Esse tribunal atua na esfera estadual, enquanto a questão trata de juízes federais, que pertencem à Justiça Federal, não à estadual.
✅ Gabarito: b) Conselho Nacional de Justiça.
- (Legislação Institucional / Passo Estratégico / 2025)
Um juiz de primeira instância, após dois anos de exercício, enfrenta pressões políticas devido às suas decisões em casos de corrupção envolvendo políticos locais influentes. Ele recebe ameaças de transferência forçada e redução de subsídio. Quais garantias constitucionais protegem o juiz nessas circunstâncias?
a) Vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio; todas protegem o juiz nessas condições.
b) Inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio; a vitaliciedade não protege contra transferência.
c) Vitaliciedade e irredutibilidade de subsídio; nenhuma proteção contra transferência.
d) Apenas irredutibilidade de subsídio; vitaliciedade e inamovibilidade não se aplicam após dois anos.
e) Vitaliciedade e inamovibilidade, mas não a irredutibilidade de subsídio; ele pode ser transferido por interesse público.
A alternativa correta é:
✅ a) Vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio; todas protegem o juiz nessas condições.
✅ Explicação:
A Constituição Federal, em seu art. 95, estabelece as garantias dos juízes, essenciais para assegurar a independência do Poder Judiciário. São elas:
-
Vitaliciedade
- Adquirida após dois anos de exercício no cargo.
- Garante que o juiz não pode perder o cargo, salvo por sentença judicial transitada em julgado.
- Portanto, protege contra demissão arbitrária, inclusive em contextos de pressões políticas. -
Inamovibilidade
- O juiz não pode ser removido de sua jurisdição contra sua vontade, salvo por motivo de interesse público, decidido por maioria absoluta do tribunal ao qual está vinculado, com ampla defesa.
- Essa garantia protege contra transferências forçadas, especialmente por motivos políticos ou perseguição. -
Irredutibilidade de subsídio
- Garante que o subsídio (remuneração) do magistrado não poderá ser reduzido, o que protege o juiz contra retaliações financeiras pelo conteúdo de suas decisões.
Análise das alternativas incorretas:
- b) ❌ Errada. A vitaliciedade sim protege o juiz, desde que ele já tenha cumprido os dois anos — como no enunciado.
- c) ❌ Errada. A inamovibilidade protege contra transferências forçadas, sim.
- d) ❌ Errada. O juiz adquire a vitaliciedade após dois anos, então nesse caso ela já se aplica, além das outras garantias.
- e) ❌ Errada. A irredutibilidade de subsídio também se aplica, portanto não pode ser desconsiderada.
✅ Gabarito: a) Vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio; todas protegem o juiz nessas condições.
- (Legislação Institucional / Passo Estratégico / 2025)
Qual das seguintes afirmações melhor descreve o papel do Ministério Público (MP) na defesa do regime democrático?
a) O MP intervém diretamente na política para garantir governança democrática.
b) O MP atua exclusivamente na defesa dos interesses do governo em poder.
c) O MP protege a democracia garantindo que todas as instituições funcionem segundo princípios democráticos e legais.
d) O MP tem o poder de alterar leis para adaptá-las a padrões democráticos.
e) O MP foca principalmente em promover políticas públicas sem relação com a justiça.
A alternativa correta é:
✅ c) O MP protege a democracia garantindo que todas as instituições funcionem segundo princípios democráticos e legais.
✅ Explicação:
De acordo com o art. 127 da Constituição Federal, o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Assim, o papel do MP na defesa do regime democrático envolve:
- Fiscalizar a aplicação das leis, garantindo que todos os poderes e instituições respeitem a legalidade e os direitos fundamentais.
- Atuar no controle externo da atividade policial, combate à corrupção, defesa do meio ambiente, do consumidor, das minorias, etc.
- Defender os princípios democráticos em ações judiciais e extrajudiciais.
Análise das alternativas incorretas:
- a) ❌ O MP não intervém diretamente na política nem se envolve com governança — atua na defesa jurídica da ordem democrática.
- b) ❌ O MP não atua em defesa de governos, mas da ordem jurídica e do interesse público.
- d) ❌ O MP não tem poder legislativo, não pode alterar leis — sua função é fiscalizar seu cumprimento.
- e) ❌ O MP atua em diversas áreas, mas sempre com relação com a justiça e com a legalidade — não promove políticas públicas diretamente.
✅ Gabarito: c) O MP protege a democracia garantindo que todas as instituições funcionem segundo princípios democráticos e legais.
- (Legislação Institucional / Passo Estratégico / 2025)
Qual das funções a seguir não é desempenhada pelo Ministério Público Federal (MPF)?
a) Processar crimes contra a ordem nacional.
b) Defender interesses relacionados às relações de trabalho.
c) Representar a União em casos que envolvam interesses federais.
d) Atuar em crimes contra o sistema financeiro.
e) Atuar crimes contra a administração pública federal.
Alternativa A - INCORRETA Processar crimes contra a ordem nacional é uma função do Ministério Público Federal (MPF), pois tais crimes envolvem interesses federais e podem afetar a soberania ou a segurança nacional, cabendo ao MPF atuar como titular da ação penal.
Alternativa B - CORRETA Defender interesses relacionados às relações de trabalho não é uma função do MPF. Essa atribuição é desempenhada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que
é o ramo do Ministério Público responsável por zelar pelos direitos trabalhistas coletivos e individuais, e não pelo MPF.
Alternativa C - INCORRETA Representar a União em casos que envolvam interesses federais é uma das funções típicas do MPF, conforme previsto no art. 128, I, “a” da Constituição Federal. O MPF atua em casos que envolvem autarquias, fundações e outros entes federais.
Alternativa D - INCORRETA Atuar em crimes contra o sistema financeiro é uma função do MPF, pois esses crimes, muitas vezes, afetam a economia nacional e envolvem instituições reguladas
pela União, cabendo ao MPF promover as ações penais pertinentes.
Alternativa E - INCORRETA Atuar em crimes contra a administração pública federal é uma função do MPF, já que esses crimes envolvem o uso indevido de recursos ou patrimônio público federal, cabendo ao MPF a defesa dos interesses da União.
Gabarito: B
- (Legislação Institucional / Passo Estratégico / 2025)
Qual é o princípio que assegura que os membros do Ministério Público possam ser substituídos sem prejuízo aos processos em andamento?
a) Princípio da unidade.
b) Princípio da indivisibilidade.
c) Princípio da independência funcional.
d) Princípio do promotor natural.
e) Princípio da irresponsabilidade.
A alternativa correta é:
✅ b) Princípio da indivisibilidade.
✅ Explicação:
O princípio da indivisibilidade assegura que os membros do Ministério Público podem ser substituídos entre si, sem que isso afete a validade dos atos processuais ou prejudique a continuidade da atuação institucional.
Ou seja, um promotor pode ser substituído por outro no mesmo processo, sem necessidade de reinício dos atos praticados, pois o titular da ação é o Ministério Público como instituição, e não o membro individualmente.
Diferença entre os princípios:
- a) Unidade: o Ministério Público é uno e indivisível, mesmo que dividido em ramos (MPF, MPT, MPM, MPDFT). Todos os seus membros fazem parte de uma única instituição.
- b) Indivisibilidade: permite que os membros do MP se substituam uns aos outros, sem comprometer a atuação ou validade processual. ✅ Gabarito
- c) Independência funcional: garante que o membro do MP atua com independência nas suas funções, sem subordinação hierárquica no exercício da atividade-fim.
- d) Promotor natural: princípio segundo o qual ninguém será processado senão pelo membro do MP competente previamente designado por normas legais. Evita designações arbitrárias.
- e) Irresponsabilidade: não é um princípio do MP; o termo pode se referir à imunidade funcional dos parlamentares, por exemplo, mas não é aplicável aqui.
✅ Gabarito: b) Princípio da indivisibilidade.
- (Legislação Institucional / Passo Estratégico / 2025)
Qual princípio institucional do MP garante que seus membros possam atuar sem receber ordens de qualquer outra entidade, assegurando sua capacidade de operar com justiça?
a) Princípio da unidade.
b) Princípio da indivisibilidade.
c) Princípio da independência funcional.
d) Princípio do promotor natural.
e) Princípio da irresponsabilidade.
A alternativa correta é:
✅ c) Princípio da independência funcional.
✅ Explicação:
O princípio da independência funcional garante que os membros do Ministério Público atuem com autonomia, ou seja, sem subordinação hierárquica no exercício da atividade-fim (como promover ação penal, emitir parecer, arquivar inquérito etc.).
Esse princípio assegura liberdade de convicção ao membro do MP, que pode atuar conforme sua interpretação jurídica, sem sofrer interferência de outras entidades, poderes ou até de seus superiores dentro do MP.
Comparação com os demais princípios:
- a) Unidade: o MP é uma instituição una, ainda que possua diversos ramos. Todos os seus membros pertencem à mesma estrutura institucional.
- b) Indivisibilidade: permite que os membros do MP se substituam sem prejuízo ao processo, pois o titular da ação é a instituição, e não o indivíduo.
- c) Independência funcional: ✅ Gabarito – assegura que o membro do MP atua com autonomia e liberdade funcional no desempenho de suas atribuições.
- d) Promotor natural: garante que o processo será conduzido por um promotor legalmente designado, impedindo nomeações casuísticas ou direcionadas.
- e) Irresponsabilidade: não é um princípio institucional do MP; não se aplica aqui.
✅ Gabarito: c) Princípio da independência funcional.
- (Legislação Institucional / Passo Estratégico / 2025)
Qual é a principal função do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP)?
a) Supervisionar a conduta ética dos advogados em todo o país.
b) Regular as decisões judiciais dos tribunais superiores.
c) Nomear os membros do Supremo Tribunal Federal.
d) Controlar a atuação administrativa e financeira do Ministério Público e garantir o cumprimento dos deveres funcionais de seus membros.
e) Fiscalizar as atividades legislativas e assegurar a conformidade com a Constituição.
A alternativa correta é:
✅ d) Controlar a atuação administrativa e financeira do Ministério Público e garantir o cumprimento dos deveres funcionais de seus membros.
✅ Explicação:
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) é um órgão de controle externo do Ministério Público, previsto no art. 130-A da Constituição Federal.
Sua função principal é:
> Exercer o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros.
Isso inclui, por exemplo:
- Julgar processos disciplinares contra promotores e procuradores;
- Acompanhar a atuação administrativa das unidades do MP;
- Expedir recomendações e regulamentações.
Análise das alternativas:
-
a) Supervisionar a conduta ética dos advogados em todo o país.
❌ Competência da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), não do CNMP. -
b) Regular as decisões judiciais dos tribunais superiores.
❌ Os tribunais são independentes, e o CNMP não regula decisões judiciais. -
c) Nomear os membros do Supremo Tribunal Federal.
❌ Isso é atribuição do Presidente da República, com aprovação do Senado Federal. -
d) Controlar a atuação administrativa e financeira do Ministério Público e garantir o cumprimento dos deveres funcionais de seus membros.
✅ Correto. Essa é exatamente a função do CNMP, segundo a Constituição. -
e) Fiscalizar as atividades legislativas e assegurar a conformidade com a Constituição.
❌ Não é função do CNMP, mas sim do Supremo Tribunal Federal (STF) e de outras instâncias do Poder Judiciário.
✅ Gabarito: d) Controlar a atuação administrativa e financeira do Ministério Público e garantir o cumprimento dos deveres funcionais de seus membros.
Q.01 (ESAF / Analista - MPU / 2004)
À luz da Lei Complementar nº 75/93, julgue os itens abaixo a respeito do perfil constitucional do Ministério Público da União (MPU).
I. O MPU é instituição permanente.
II. O MPU defende os interesses individuais disponíveis.
III. Incumbe ao MPU medidas paleativas para a garantia do respeito à ordem jurídica.
IV. O MPU exerce o controle interno da atividade de polícia judiciária.
O número de itens corretos é:
a) zero.
b) um.
c) dois.
d) três.
e) quatro.
Vamos analisar cada item com base na Lei Complementar nº 75/1993, que trata da organização, das atribuições e do estatuto do Ministério Público da União (MPU):
Item I – O MPU é instituição permanente.
✅ Correto.
O MPU é, sim, uma instituição permanente, nos termos do art. 127 da Constituição Federal, e também reafirmado pela LC nº 75/1993, art. 1º:
> “O Ministério Público da União é instituição permanente […]”
Item II – O MPU defende os interesses individuais disponíveis.
❌ Incorreto.
O MPU atua em defesa de interesses sociais, coletivos, difusos e individuais indisponíveis.
Interesses individuais disponíveis (como uma ação de cobrança entre particulares) não são, em regra, objeto de atuação do MPU.
Item III – Incumbe ao MPU medidas paleativas para a garantia do respeito à ordem jurídica.
❌ Incorreto.
A palavra “paleativas” está errada aqui. A atuação do MPU não é paliativa, mas sim efetiva e proativa para a defesa da ordem jurídica. O erro de vocabulário compromete o item.
Item IV – O MPU exerce o controle interno da atividade de polícia judiciária.
❌ Incorreto.
O MPU exerce o controle externo da atividade policial, nos termos do art. 129, VII da CF:
> “exercer o controle externo da atividade policial […]”
✅ Conclusão:
Apenas o item I está correto.
✅ Gabarito: b) um.
Q.02 (CEBRASPE / Técnico do MPU / 2015)
Com relação à Lei Orgânica do MPU, bem como às funções, aos princípios institucionais e à autonomia funcional e administrativa do Ministério Público (MP), julgue o item a seguir.
É função institucional do MP promover o inquérito civil e a ação civil pública para proteger patrimônio público e social que sofra ameaça de lesão.
C - Certo
E – Errado
Art. 6º Compete ao Ministério Público da União:
(…)
VII - promover o inquérito civil e a ação civil pública para:
(…)
b) a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente, dos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
(…)
Gabarito: Certo
Q.03 (CEBRASPE / Técnico – MPU / 2010)
A organização, as atribuições e o estatuto do Ministério Público da União (MPU) estão claramente dispostos em legislação específica. Acerca dos princípios e das funções da referida instituição e dos seus membros, julgue o item que se segue.
A preservação da ordem pública, a independência funcional e a indisponibilidade da persecução penal são princípios institucionais do MPU.
C - Certo
E – Errado
Art. 4º São PRINCÍPIOS institucionais do Ministério Público da União a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
Gabarito: Errado
Q.04 (ESAF / Analista - MPU / 2004)
No âmbito das funções institucionais do Ministério Público da União, nos termos da Lei Complementar nº 75/93, não se inclui expressamente a seguinte competência:
a) zelar pela observância dos princípios constitucionais relativos às finanças públicas.
b) defender o patrimônio público e social.
c) zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos da União aos princípios, condições e direitos previstos na legislação relativos à comunicação social.
d) defender a ordem jurídica, o regime democrático, os interesses sociais e os interesses individuais indisponíveis.
e) zelar pelo efetivo respeito dos Poderes da União quanto aos direitos assegurados na Constituição Federal relativos às ações e aos serviços de saúde, educação e habitação.
Lista resumida das funções institucionais do Ministério Público da União (MPU):
-
Defesa da ordem jurídica e interesses sociais:
- Soberania, representatividade popular e direitos políticos.
- Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.
- Indissolubilidade da União e harmonia dos Poderes.
- Autonomia dos Estados, DF e Municípios.
- Legalidade e moralidade na administração pública.
-
Zelar pela observância dos princípios constitucionais relativos a:
- Sistema tributário e direitos do contribuinte.
- Finanças públicas e atividade econômica.
- Seguridade social, educação, cultura e meio ambiente.
- Segurança pública.
-
Defesa de bens e interesses:
- Patrimônio nacional, público, cultural e meio ambiente.
- Direitos e interesses coletivos, como os de indígenas, famílias, crianças, adolescentes e idosos.
- Zelar pelo respeito aos princípios constitucionais e legais nos serviços públicos e meios de comunicação.
- Zelar pelo respeito aos direitos relacionados à saúde e educação nos serviços públicos.
- Exercer outras funções previstas na Constituição e na lei.
Gabarito: E
Q.05 (IESES / Procurador – Pref. Gaspar / 2021)
Assinale a alternativa INCORRETA, considerando o art. 84º da Lei Complementar 75/93:
Incumbe ao Ministério Público do Trabalho, no âmbito das suas atribuições, exercer as funções institucionais previstas nos Capítulos I, II, III e IV do Título I, especialmente:
a) Instaurar inquérito civil e outros procedimentos administrativos, sempre que cabíveis, para assegurar a observância dos direitos sociais dos trabalhadores.
b) Ser cientificado pessoalmente das decisões proferidas pela Justiça do Trabalho, nas causas em que o órgão tenha intervido ou emitido parecer escrito.
c) Requisitar à autoridade administrativa federal competente, dos órgãos de proteção ao trabalho, a instauração de procedimentos judiciais, podendo acompanhá-los e produzir provas.
d) Exercer outras atribuições que lhe forem conferidas por lei, desde que compatíveis com sua finalidade.
INCUMBE AO MPU
- INSTAURAR INQUÉRITO CIVIL
- REQUISITAR DELIGÊNCIAS E INSTAURAR INQUÉRITO POLICIAL E INQUÉRITO POLICIAL MILITAR
- REQUISITAR A INSTAURAÇÃO DE PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS
Gabarito: C