Introdução á Farmacologia Do Sistema Nervoso Flashcards
O que são as aminas simpaticomiméticas?
Irão reproduzir as ações do SNS.
Como funciona o sistema nervoso simpático?
No terminal pré-ganglionar tem a liberação da Ach, a qual atua nos seus receptores (N1 ou M1) e manda o sinal para o terminal pós-ganglionar liberando a noradrenalina nos receptores alfa e beta do órgão efetor.
Quais os receptores adrenérgicos pré e pós sinápticos? Quais suas funções?
1) Receptor adrenérgico beta 1: no coração a NORA dispara resposta de contratilidade, FC (esses dois aumentam o consumo de oxigênio – MVO2) e automaticidade.
2) Receptor alfa 1: NORA tem ação primordial nos vasos sanguíneos produzindo um efeito de vasoconstrição.
3) Receptor alfa-2pós-sináptico e em beta-2: a NORA não tem efeito relevante.
4) Receptor alfa-2 pré-sináptico: é um receptor adrenérgico com papel regulatório – modulação negativa. Logo, NORA que sobrou pode atuar como agonista alfa-2 e, este, quando ativado leva a diminuição da liberação de mais neurotransmissor.
5) Receptor beta-2: a adrenalina atua realizando vasodilatação. A nível pulmonar, a adrenalina atua no bronquíolo levando a broncodilatação.
— A adrenalina liberada pela medula da adrenal atua no receptor beta 2, pré-sináptico, realizando uma modulação positiva aumentando a liberação de NOR.
O que faz a proteína transportadora NET?
Toda vesícula libera uma quantidade grande de neurotransmissor. Logo, nunca há receptores para todas as moléculas.
Dessa forma, há mecanismos regulatórios, chamado de receptação para a célula pré-sináptica pela proteína transportadora NET. Sendo assim, a adrenalina pode:
• Ser captada por um transportador vesicular e capturada para dentro de uma vesícula
• Ser degradada pela MAO.
Noradrenalina tem efeito em que receptores? E a adrenalina?
Nora — efeitos em alfa e beta 1
Adrenalina — efeitos em todos os alfas e betas
Classificação das aminas simpaticomiméticas
Ação direta ==> Agonistas adrenérgicos. São fármacos que são chamados de ação direta, pois eles próprios agem no receptor adrenérgico e o ativam.
Ação indireta ==> Anfetamina e tiramina. Moléculas que aumentam a liberação da vesícula, promovendo maior liberação do neurotransmissor endógeno.
Ação mista ==> Fármacos que atuam tanto diretamente no receptor, quanto pela forma indireta aumentando a liberação de vesículas.
Quais aminas são utilizas mais clinicamente (de ação indireta, direta ou mista)? E por que?
Ação direta.
Produzem um efeito mais rápido porque vai direto no receptor. O agonista é desenvolvido para ser seletivo, selecionando qual efeito você quer e em qual receptor. Diferente do agonista de ação indireta, como a anfetamina, que atua de forma disseminada, atuando em diversos receptores no corpo.
Como funciona a anfetamina e a tiramina?
— ANFETAMINA
• Ação indireta, potente estimulante SNC e na periferia (alfa e beta).
• Usa o mecanismo de recaptação pré-sináptica, estimulando na vesícula sináptica uma maior liberação de NOR, que atua nos receptores pós-sinápticos. Ela não tem capacidade de atuar diretamente no receptor.
• Depressor do apetite, aumenta estado de alerta (vigilia), eleva humor e sensação de fadiga, aumenta a iniciativa, concentração e autoconfiança e aumenta desempenho físico.
— TIRAMINA
• Faz uma inativação da monoamina oxidase (MAO), que é a enzima que degrada a NOR, logo, aumenta a quantidade de NOR na fenda sináptica.
• Ela é relacionada a interação medicamentosa, pois há uma classe de medicamentos (classe de antidepressivos) que inibe a MAO, potencializando o efeito e levando uma ação do simpático exacerbada.
Qual o efeito da feniledrina no receptor alfa 1?
• Presente na musculatura lisa dos vasos, por exemplo. Elevando a resistência vascular periférica; quanto maior a dose, maior o efeito.
• Músculo radial da íris: promove a contração da musculatura dilatando a pupila (midríase).
• Utilizada para promover contração na mucosa nasal, diminuindo o edema, melhorando a respiração, a entrada do ar etc.
• T1/2 fenilefrina: curta (4h)
• Efeitos adversos: hipertensão, bradicardia (reflexo vagal)
• Por ser um fármaco de uso tópico em baixa dose muito dificilmente levaria um problema em hipertensos.
Qual os efeitos da nafazolina e da oximetazolina?
Nafazolina (t1/2 =6h)
Oximetazolina (t1/2 =12h)
• Descongestionante nasal em formulações nasais.
• Efeitos adversos: hipertensão, bradicardia (reflexo vagal)
Qual efeito da clonidina?
Caso a parte de agonista que reduz o efeito simpático.
A Clonidina age no alfa-2 pré-sináptico (como se fosse a NOR em excesso), inibindo a Adenil-ciclase (enzima responsável por converter o ATP em AMPc). Sem o AMPc não há como abrir o canal de Ca2+, logo sem Ca2+ não faz o efeito de exocitose, impedindo a liberação da substância.
O alfa-2 pós-sináptico é pouco importante.
Provoca hipotensão arterial, analgesia e sedação.
Quais os efeitos da dobutamina no receptor beta-1 do coração e do rim?
Coração
• Efeito inotrópico (contrai com mais força) e cronotrópico positivo (contrai com mais frequência). Choque cardiogênico.
• Efeito inotrópico > Efeito cronotrópico
• Aumento do DC
• Manutenção da RVP
• Pode ocorrer aumento da PA
• Administração IV
• T1/2 = 2 min
Rim
• Eleva níveis de renina.
• Sistema renina-angiotensiva-aldosterona aumenta => aumento da vasoconstrição e da PA.
V ou F
Os fármacos agonistas beta 2 - seletivos são indicados nas doenças pulmonares restritivas.
Falso.
São indicados nas doenças obstrutivas.
Efeitos farmacológicos ==> Broncodilatação
• Diminui a resistência das vias aéreas
• Diminui a liberação de leucotrienos e histamina dos mastócitos
• Aumento da função mucociliar
• Redução da permeabilidade microvascular
Qual o efeito da terbutalina no trabalho de parto?
Agonista adrenérgico beta II.
Dependendo da idade do feto ele ainda não produz o surfactante e poderá desenvolver a SARA (síndrome da angústia respiratória do recém-nascido). Dessa forma, a terbutalina consegue ganhar tempo (48hrs) para realizar um protocolo de corticoterapia, estimulando a produção do surfactante. Sendo assim, é necessário que o feto já tenha a célula do pneumócito tipo II para que esse tratamento possa ser iniciado.
Logo, faz o relaxamento uterino para diminuir as contrações, freando o parto.
As aminas endógenas são utilizada sempre por que vias?
Via parenteral, não conseguindo ser absorvida pela oral.
Em que situações usamos adrenalina?
• Parada cardiorespiratória ( aumento da pressão de perfusão e melhora hemodinâmica)
• Asma (emergência)
• Choque anafilático
• Acrescentada a anestésicos locais
• Agente homostático tópico em regiões com sangramento
Em que situações usamos noraadrenalina?
• Prolongar efeito anestésico local
• Vasoconstritor
• IC aguda (PAS menor que 70mmHg)
Qual efeito da dopamina nas seguintes situações:
A) Doses baixas
B) Doses intermediárias
C) Doses altas
Antes de ser uma amina que irá agir no receptor adrenérgico, ela tem preferencial atividade no receptor dopaminérgico. Ao se falar em dopamina tem que saber qual a dose está tomando, pois os efeitos podem ser diferentes.
A) Doses baixas: se liga onde tem maior afinidade (sendo o receptor dopaminérgico DA1), faz vasodilatação por ação do DA1; é um efeito nefroprotetor, pois a vasodilatação é a nível renal.
B) Doses intermediárias: ionotrópico positivo (força de contração)
C) Doses altas: dopamina se ligando em alfa-1, vasoconstricção, aumentando a PA.
Explique a fisiopatologia do choque circulatório.
A hipoperfusão tecidual danifica a célula, não chega O2 (hipóxia), nutrientes e há acúmulo de substâncias tóxicas – metabólitos que precisariam ser eliminados, podendo gerar um dano celular.
Se esse processo não for interrompido, haverá uma falência múltipla de órgãos.
Como reconhecer o paciente chocado? Cite as alterações precoces e as tardias.
Alterações precoces: por conta da tentativa do organismo de recuperar a PA e a perfusão. Extremidades frias: vasoconstricção intensa, onde o sangue é desviado para regiões nobres.
Com o passar do tempo isso não será suficiente e não conseguirá impedir a hipoperfusão havendo uma hipotensão severa, levando a alterações tardias, como a acidose metabólica pela produção de H+.
Qual o objetivo terapêutico das aminas vasoconstrictoras?
Manter a PA suficiente para gerar fluxo para órgãos nobres, evitando dano. Porém, ao promover uma vasoconstricção para aumentar a PA e gerar fluxo para áreas irrigadas, gera consequências para áreas menos irrigadas, levando sofrimento renal, esplâncnico, cutaneomucoso etc.
Quais aminas tem papel vasoconstrictor quando se liga no receptor alfa 1? Cite em ordem de prioridade no caso de um paciente hipotenso.
Noradrenalina, doses altas de dopamina (dose alfa) e fenilefrina.
Qual o efeito terapêutico relevante da amina vasopressora noradrenalina?
• Vasoconstriccção com elevação da RVP e PA (efeito alfa-1)
• Reduz o fluxo sanguíneo renal, cutâneo e esplâncnico
• Padrão ouro para choque neurogênico e séptico
— Choques quentes: choques que causam vasodilatação intensa. Ocorre em RVP reduzida ou pacientes com hipotensão severa (PAM <65mmhg)
O que é o choque neurogênico?
O comprometimento das eferências simpáticas para o coração, pode ser por interrupção ou por inibição. Há ausência de neurotransmissores do simpático no coração e nos vasos.
— A desnervação arteriolar compromete a RVP, promovendo a vasodilatação.
— A desnervação venosa leva a uma redução do retorno venoso.
— A desnervação a nível cardíaco leva a uma bradicardia por redução do inotropismo.
Qual a posição que melhora o retorno venoso?
Posição de trendlemberg.
O que ocorre no choque séptico?
• Vasodilatação
• Hipovolemia
• Depressão miocárdica
Qual a conduta em um choque hipovolêmico?
Conduta: NOR, oxigenoterapia, aminas pressoras e reposição volêmica
Na ausência, vai nas outras possibilidades das aminas vasopressoras.
O que ocorre em um choque anafilático?
Hipotensão severa
Edema de glote
Urticária e angioedema
Vasodilatação
Aumento da permeabilidade vascular
Broncoconstricção
Conduta em um choque anafilático?
Reação de hipersensibilidade tipo I. Não adianta atuar apenas amina para a vasoconstricção, precisa de broncodilatador e corticoterapia.
• Anafilaxia sem choque: adrenalina subcutânea
• Anafilaxia com choque: adrenalina intravenosa
Choque cardiogênico podem ser causado por que fatores?
Dificuldade de ejeção do sangue, por falência de bomba.
Qual a conduta em um choque cardiogênico?
Dobutamina — agonista beta-1 para aumentar o inotropismo.
É a primeira escolha para choque cardiogênico e IC aguda.
O paciente de tratamento crônico de IC tem dois tipos de tratamento, para alívio dos sintomas e para aumento da sobrevida. Este último, entra o beta bloqueador (que diminui o inotropismo, aumenta em 40% a sua sobrevida por diminuir o remodelamento, o consumo de O2 etc.), mas isso só pode ser feito em pacientes compensados, ou seja, está estável, está ejetando sangue etc. Isso deve ser feito com cuidado, já que se entrar com dose alta pode descompensar o paciente.
Como fica o retorno venoso de um indivíduo com coração ineficiênte (choque cardiogênico)?
Um coração eficiente ejeta o retorno venoso (DC = RV)
Um coração ineficiente há DC < RV. Chega uma quantidade de sangue e ejeta menos, acumulando sangue, até chegar em uma congestão pulmonar podendo gerar um edema agudo de pulmão. Dessa forma, precisa de um inotrópico para aumentar a força de contração do coração.
Conduta de uma parada cardiorespiratória?
Adrenalina.
De melhor e de mais rápida resposta. Melhora o fluxo cerebral e coronariano. Não é pelo mecanismo, é pela melhor resposta apresentada na prática clínica.
Terá ação em Beta-1 (aumentando o inotropismo) e Beta-2 aumentando a broncodilatação.
Conduta em bradicardia sintomática grave?
Dopamina na dose intermediária, uma vez que é agonista beta 1 e adrenalina.
Conduta em bloqueio atrioventricular?
Pode utilizar a epinefrina (adrenalina) e a dopamina na dose beta (dose intermediária).
Nesses casos de bloqueio, esses simpaticomiméticos são pouco usados, pois é melhor utilizar a atropina e o próprio marcapasso.
Atropina: antagonista da Ach (esta, no coração, é bradicardia, bloqueio atrioventricular), logo, inibindo sua ação, reverte o bloqueio.