Farmacodinâmica Flashcards
O que é farmacodinâmica?
Estudo do mecanismo de ação de um fármaco (o fármaco circula, se distribui no organismo…), suas ações e efeitos (benéfico, de importância química, que interessa a alguém).
Correlacione:
(1) Mecanismo de ação
(2) Ação
(3) Efeito farmacológico
(A) Vasodilatação
(B) Reduz PA
(C) Bloqueio dos canais de Ca
1 - C
2 - A
3 - B
O que é efeito colateral?
Efeito colateral: efeito que não é o objetivo primordial do uso daquele fármaco. A característica é tudo aquilo que não foi indicação prioritária.
São efeitos que não acontecem em todas as pessoas, aparece com uma dose terapêutica, é esperado e há uma estatística.
Não acontece com a mesma velocidade, podem aparecer no dia seguinte ou aparecer devido a um uso mais prolongado daquele fármaco.
O que é efeito tóxico?
Tóxico: aquele que só vai obter se usar uma concentração plasmática elevada. Depende da dose. É preciso que saia da janela terapêutica e entre na dose tóxica.
V ou F
A dose de ataque muitas vezes atinge o efeito tóxico, de maneira prevista
Falso.
Teoricamente uma dose de ataque não deve ultrapassar a dose terapêutica, se caso isso acontecer, foi administrado uma dose errada.
O que é o princípio de Erlich?
“UM FÁRMACO PRODUZ SEUS EFEITOS ATRAVÉS DA LIGAÇÃO COM MOLÉCULAS BIOLÓGICAS”
O fármaco produz os seus efeitos quando estão ligados a moléculas biológicas (enzima, carreador, receptor etc.).
Cite 3 exceção ao princípio de Ehrlich
1) Antiácidos neutralizantes.
— Eles são constituídos com hidróxido de alumínio e de magnésio. Ao tomar uma colher vai para o lúmen do estomago, não se liga a nenhum alvo, mas se liga a compostos do suco gástrico, que é o ácido clorídrico (HCl), formando sal e água. Vai haver uma reação de neutralização.
— Não se liga a nada, mas tem o efeito terapêutico. Não quer dizer que está curando a doença, mas sim o efeito de melhorar, diminuir agravos etc.
— O HCl não é considerado uma molécula biológica.
2) Endoscopia do cólon (colonoscopia)
— Feito para otimizar a visualização.
— É feito uma limpeza de colón.
— O manitol não se liga a nada, puxando a água, pois atua no intestino, sendo uma substância osmótica, lavando o intestino – induz uma diarreia no indivíduo. Usado para diagnóstico.
3) Penincilina
— O alvo da penicilina é a enzima transpeptidade, que tem como alvo a parede bacteriana.
— Ela inibe a enzima que sintetiza a parede bacteriana. Logo a bactéria fica altamente vulnerável a osmolaridade levando a morte.
— Essa enzima não está no nosso organismo, é da bactéria, logo, não é considerado um alvo orgânico.
Quais as moléculas alvos farmacológicos do organismo?
Proteína (99%) e lipídios (principalmente anestésicos infamatórios — SNC).
Proteínas pode ser: canais iônicos, enzimas, carregadores e receptores.
Como funciona os anestésicos inalatórios?
Ficam dissolvidos na membrana, que é constituída por uma matriz lipídica (bicamada lipídica), carreador etc.
Essa membrana, quando se aproxima do canal de Na+ (iônico), esse canal tem todas as configurações que dependem de sua conformação.
A penetração do anestésico e sua dissolução leva a uma mudança do estado do lipídio da membrana, mudando de gel para sol (“gelatina fluida para sólida”). Se o canal de Na+ deforma, ele não consegue mais agir. Logo, essa deformação leva a uma alteração na condutância iônica.
Quais os alvos farmacológicos protéicos?
• Canais iônicos (como de sódio e de Ca)
• Enzimas
• Carreadores
Como o enalapril funciona?
Enalapril inibidor da ECA.
•O sistema renina-angiotensina-aldosterona, é um sistema altamente pressor (para aumentar a pressão arterial).
— A angiotensina se liga a renina e forma a angiotensina I. A ECA pega a angiotensina I e forma a angiotensina II.
• Esse inibidor inibe a enzima ECA e impede que a angio 1 vire angio 2. Logo, menos angio 2, menos hipertensão.
• Todos que usam inibidores da ECA têm bradicinina alta. A repercussão pode não ter efeitos, mas 30% dos pacientes têm ao menos uma tosse seca, como efeito colateral.
Como a furoseminda funciona?
Alvo: carreador.
No seguimento ascendente da alça de Henle, tem o simporte tríplice. Leva Na+, K+ e Cl- para dentro da célula tirando do lúmen. Livre para atuar e retirando da urina para controlar o efeito diurético.
Pacientes que é preciso mobilizar o edema, o diurético de alça atua na alça de Henle. A furosemida inibe o simporte tríplice. Ao inibir, 25% da carga tubular de NaCl não é absorvida, ficando no lúmen, na urina.
Logo, utiliza o indivíduo irá urinar mais. É usado em uma pessoa que precisa aumentar a diurese, reduzir a volemia, a pressão arterial
Como a fluoxetina funciona na função de antidepressivo?
Os antidepressivos mais usados são os inibidores seletivos da recaptação de serotonina.
Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina, impedem a sua recaptação, aumentando sua concentração na fenda sináptica, levando a um efeito antidepressivo.
Quanto mais a afinidade do fármaco a seu receptor maior a potência? O que isso pode interferir na dose?
Quanto maior a afinidade, maior é a potência. A potência serve para calcular a dose.
Quanto mais potente, menor a dose necessária para a produção de um efeito.
O que são drogas agonistas? E antagonistas?
A – Resposta fisiológica sem fármaco nenhum. Exemplo: Adrenalina se liga ao receptor e realiza uma resposta fisiológica. Aumento de pressão, da glicemia, melhora o enfrentamento diante da situação de alarme etc.
B – Administração do fármaco (laranja), que tem afinidade pelo receptor e tem a capacidade de reproduzir a ação do ligante endógeno. Logo, como é um fármaco tem um aumento dessa resposta. Exemplo: paciente bradicárdico e com a contratilidade baixa, logo, é usado uma droga semelhante à adrenalina, como a dobutamina, que é um agonista adrenérgico que produz os mesmos efeitos.
C – Usado um antagonista (verde), que tem a mesma finidade que tem o agonista. A diferença é que ele bloqueia a resposta. Não deixa a adrenalina se ligar ao receptor, como o atenolol, bloqueador beta adrenérgico, usado em pacientes ansiosos, taquicardíacos etc.
Qual a atividade intrínseca dos agonistas plenos, dos parciais e dos antagonistas?
Atividade intrínseca: eficácia. É o que vai acontecer depois da ligação, se vai ativar, se vai inibir.
• Agonista pleno: AI = 1
— Produz a mesma resposta que o fisiológico, do ligante endógeno.
• Agonista parcial: tem AI > 0
— Fazendo alguma coisa, mas não na mesma intensidade que um agonista pleno. Tem um efeito amenizado. A indicação seria, por exemplo, em um paciente idoso, com tônus adrenérgico aumentado para tentar manter um bombeamento cardíaco, mas tem indicação para usar um beta adrenérgico (bloqueador). Logo, é usado um agonista parcial, amenizando o efeito da adrenalina, mas não vai bloquear.
• Antagonista: AI = 0
— Não tem capacidade de ativar o receptor, “só ocupa o lugar”.
— Tem indicação farmacológica, terapêutica.
Classifique os fármacos segundo o AI
— Adrenalina : Agonista
— Dobutamina (fármaco agonista) é o fármaco que produz o mesmo efeito que o ligante endógeno (adrenalina).
— Propranolol, atenolol (fármacos antagonistas): bloqueiam o receptor beta-1, não deixando a adrenalina se ligar, impedindo a ação adrenérgica, paciente com bradicardia, diminuindo a pressão arterial etc.
— Pindolol (tipicamente um agonista parcial): aquele que tem uma atividade intrínseca maior que zero, não é bloqueador, mas possui uma ação menor que 1, reduzindo um tônus simpático e mantendo um tônus simpático residual menor que o da adrenalina (ligante endógeno).
Tipos de receptores segundo localização
• Receptores de membrana celular
— Na superfície da membrana celular, parte do lado de fora e uma parte do lado de dentro. O fármaco se liga pelo lado de fora.
— A grande maioria dos receptores possuem o receptor transmembrana (de superfície).
— O mais rápido para agir.
— A maioria dos fármacos que atuam no receptor de membrana celular atuam sem precisar entrar na célula. Passam o sinal por uma cascata de sinalização.
— Exemplo: adrenalina
• Receptores nucleares
— Existem receptores dentro do núcleo da célula.
— Entram na célula (precisam ser lipossolúveis), entram no núcleo da célula, modifica a síntese proteica
— É o mais lento de todos.
— Exemplo do hormônio tireoidiano.
• Receptores citoplasmáticos
— Vai combinar com o fármaco no citoplasma, vai ao núcleo da célula, altera a transcrição proteica etc.
— Não vai atuar em menos de 2h, demora um tempo.
— Possui um tempo intermediário, considerado com um tempo de latência. Latência: intervalo de tempo que decorre entre a administração e o efeito terapêutico.
O que é receptor ianotrópico? Cite um exemplo.
Receptor ionotrópico: o próprio receptor é o canal iônico que quer abrir. É um canal receptor. Quando não tem ligante, o receptor está fechado. Quando o ligante se liga, o canal se abre.
O receptor ionotrópico mais conhecido é o da acetilcolina. A ACh se liga e o Na+ entra na célula.
Como funciona o curare?
Curare: usado pelos índios da Amazônia para matarem a caça por uma flecha.
Tem uma ação na placa motora, bloqueando os receptores da ACh. Dentro da capacidade de se ligar ao receptor colinérgico, não deixa a ACh se ligar e fazer a transmissão neuromuscular e fazer a contração.
É um antagonista.
Só é usado quando o paciente está inconsciente. Caso não esteja, o Curare não atravessa a barreira hematoencefálica, logo, a pessoa fica acordada, sente dor, mas não consegue se mexer.
Como funciona os benzodiazepínicos para a epilepsia ou para dormir melhor?
Ligação no sítio alostérico
Receptor do GABA é o principal neurotransmissor inibitório do SNC. Ele se liga nos seus sítios entre as unidades alfa e beta. Quando o GABA se liga, o canal de Cl- se abre. Logo entra cloro, hiperpolariza e inibe a sinapse.
O benzodiazepínico aumenta a atividade GABAérgica. Essa substância farmacológica se liga em um sítio entre as unidades alfa e gama, é o mesmo receptor, mas é outra área. É chamado de modulador alostérico. É diferente do agonista que atua no mesmo local que o ligante endógeno.
O alostérico se liga a uma outra unidade aumentando a ligação do GABA entre as unidades alfa e beta.
Quais os tipos de proteínas G e suas funções?
Quando uma droga se liga ao receptor metabotrópico, ela está longe do receptor, longe do canal que ela quer abrir e do efeito que ela quer fazer. Logo, usa um ajudante, que nesse caso é a proteína G. Utiliza a via de sinalização para chegar ao efeito final, demorando um pouco mais que o ionotrópico.
Gs — A dobutamina se liga em beta1, usando a proteína Gs, ativa a adenil-ciclase aumentando o mediador intracelular, que é o AMPc.
Gi — Os opioides, fármacos como morfina, são inibitórios da via dor. Logo, quando a morfina se liga ao receptor opioide, ela ativa a proteína Gi, a qual inibe a adenil-ciclase, inibindo a transmissão da dor.
Gq — Algumas substâncias vasoconstrictoras que aumentam o Ca2+ intracelular, ativam a proteína Gq. Esta, chama uma outra cascata de sinalização, utilizando a ativação da fosfolipase C, resultando no aumento de mediadores intracelulares, como o IP3 e o DAG, causando o efeito desejado de vasoconstrição.
Qual a vantagem de uma droga agir se ligando a um receptor?
Seletividade!
Um paciente com asma.
Quer efeito da adrenalina com o receptor beta 2. O que seria melhor? Usar a adrenalina, que atua em várias outras vias, como aumentar a pressão arterial, a taquicardia, vasoconstricção etc., ou uma droga que foi feita no laboratório que se liga apenas ao beta 2? Usar a droga seletiva.
Se for feito a adrenalina terá um monte de efeito colateral.
O que é down-regulation?
Down-regulation: uso de um agonista por tempo prolongado (crônico – durante vários meses), leva a uma redução da resposta, ou seja, há hiper estimulação do receptores, logo, o organismo entende que é preciso diminuir a sua quantidade.
Menos receptores disponíveis para o efeito.
O que é up-regulation?
Up-regulation: uso de um antagonista por tempo prolongado, ou seja, o organismo se vê bloqueado com a substância endógena querendo agir, mas não conseguindo.
Sendo assim, ele produz mais receptores e influencia na resposta terapêutica.