Distribuição Dos Fármacos Flashcards
Em qual via não há a necessidade de absorção por um membrana?
Via parenteral.
O que é droga livre?
Droga + proteína (plasmática): alguns fármacos têm afinidade para se ligar em uma proteína quando chegam na circulação sistêmica, formando um complexo.
O fármaco ligado a proteína plasmática não atravessa para os tecidos. Esse efeito é esperado e não é irreversível, uma vez que pode ser desassociado e, eventualmente, provocar o efeito esperado. Essa associação já é estudada anteriormente à criação do fármaco.
A droga livre, pode sair do sangue sistêmico/plasma e vai para todos os outros órgãos e, também, pode provocar efeito colateral.
Quais os principais compartimentos de líquidos corporais?
Fatores que interferem na distribuição de fármacos
• Fluxo sanguíneo dos tecidos
• Lipossolubilidade e grau de ionização – sendo necessário atravessar a barreira celular para chegar na célula alvo.
• Ligação a proteínas plasmáticas – apenas a fração livre, sem esse acoplamento, que pode ser distribuída.
• Permeabilidade do endotélio capilar – abordar características do endotélio que vão facilitar ou não a distribuição do fármaco.
Como o fluxo sanguíneo interfere na atuação do fármaco?
Lado esquerdo: alto fluxo sanguíneo – o cérebro, o coração e os rins são órgãos que, fisiologicamente, já possuem maior distribuição do débito cardíaco, logo, o fármaco terá maior facilidade de chegar a esses tecidos mais vascularizados e de se distribuir mais rapidamente.
Lado direito: Enquanto na pele, no músculo esquelético e no tecido adiposo a distribuição do fármaco será mais lenta, uma vez que esses são estruturas menos irrigadas e com baixo fluxo sanguíneo.
O que o coeficiente de partição lipídio/água (CP) infere?
Quanto a substância é miscível em óleo e o quanto ela é miscível em água. Com isso conseguimos saber em qual meio o fármaco tem maior facilidade de solubilização.
Quanto maior o CP (coeficiente lipídio/água), maior a concentração na fase lipídica, sendo mais lipofílico e, portanto, maior distribuição no material lipídico da célula.
Como calculamos o CPE?
Coeficiente de partição efetivo.
A fórmula do CPE é usada a fração não-ionizada (apolar), já que a forma ionizada não passa pela membrana.
Qual o mais lipossolúvel dos fármacos?
O gráfico analisa a velocidade que o fármaco chegaria no SNC e a sua concentração plasmática.
O tiopental é mais lipossolúvel, uma vez que ele chega mais rápido e em maior concentração no SNC. Observa-se o CPE (coeficiente de partição efetivo).
Não basta somente ver a fração ionizada, como tem que observar a lipossolubilidade para saber o resultado final.
Qual o perigo dos fármacos que se ligam às proteínas plasmáticas?
Cada proteína plasmática tem a capacidade de se ligar a uma quantidade X de uma molécula.
O fármaco que faz ligação com a proteína plasmática é muito perigoso quando há aumento da concentração da dose, pois eventualmente o complexo será dissociado, a concentração maior do fármaco irá ser distribuída e poderá gerar consequências, como efeitos colaterais.
Os fármacos básicos tem mais afinidade com que proteína plasmática? E os ácidos?
Básicos: glicoproteína ácido alfa-1
Ácidos: albumina
Qual as propriedades da ligação da proteína plasmática com os fármacos?
•Reversível: ou seja, eventualmente pode se dissociar e tornar-se uma fração livre para ser distribuída.
• Saturável: cada proteína plasmática possui uma saturação específica com uma quantidade X de moléculas.
• Não-seletiva: pois pode associar a qualquer proteína plasmática. Exemplo: ao utilizar dois fármacos ácidos, ambos têm tendência a se associarem à albumina. Quem tiver maior taxa de ligação pela proteína plasmática é quem se ligará mais.
Se houver uma interação medicamentosa de dois fármacos (A e B) que se ligam a mesma proteína plasmática. Qual será o efeito deles sobre o órgão alvo?
A droga A têm uma grande afinidade pela proteína plasmática.
Ao associar com uma droga B, esta irá se ligar a mesma proteína plasmática que a droga A já estava ligada. Logo, há uma competição de ambos os fármacos aumentando a porcentagem da droga A livre no plasma e, consequentemente, haverá sua distribuição. Quanto mais distribuído, mais chega no órgão alvo, tendo uma relação de dose-efeito.
Comente sobre a seguinte afirmação:
“É necessário corrigir a dose do fármaco a ser administrado de acordo com o grau de ligação a proteína plasmática”
Se o paciente possui uma doença hepática severa, por exemplo, qualquer condição clínica que causa hipoalbuminemia a dose normal/terapêutica para esse paciente é uma dose mais alta. Em teoria, com uma dose adequada, pode induzir um quadro de toxicidade. Sendo assim, é necessário diminuir a dosagem do paciente.
Em casos de câncer, por exemplo, aumentam a produção da glicoproteína ácida alfa1, aumentando a quantidade de fármaco ligado a essa proteína plasmática, disponibilizando mais sítios de ligação e formando mais formas complexas. Nesse caso, é necessário aumentar a dosagem do paciente.
Qual a diferença da permeabilidade capilar do fígado e da BHE?
Os capilares do fígado possuem mais fenestras, facilitando a entrada dos fármacos.
Enquanto, na barreira hematoencefálica (BHE) são todas essas proteções isolando o neurônio de eventuais substâncias externas. Ela é formada por uma célula endotelial sem fenestras. E, além disso, há outra barreira envolta do endotélio protegendo o neurônio, chamada de tight junction. Sendo assim, há dificuldade do fármaco de sair de dentro do vaso e ser distribuído em direção ao SNC.
Drogas com alto CPE, ou seja, na forma não ionizada e lipossolúvel, conseguem atravessar a BHE.
O pH fetal é levemente mais ácido que o materno — qual pode ser o prejuizo sobre o feto no caso da medicação pela mãe?
Como o pH fetal é levemente mais ácido que o pH materno há risco de o medicamento ficar aprisionado e causar toxicidade, pois o pH do feto mais baixo (7,0) favorece a ionização do fármaco e o aprisionamento iônico no plasma fetal. Quando o fármaco se torna ionizado ele não é redistribuído e nem absorvido, ficando aprisionado.
Além disso, fármacos básicos se ionizam em meio mais ácidos.
Quais os mecanismos de transferencia placentária para a maioria dos fármacos lipossolúveis?
Difusão simples.
O que é o fenômeno de redistribuição?
A redistribuição é quando o fármaco sai de um local de ação que ele já estava, volta para a circulação e pode agir em outros tecidos.
Exemplo: Tiopental é um fármaco anestésico altamente lipossolúvel.
Volume real de distribuição — o que é?
Se a droga tiver capacidade de atravessar as membranas celulares o volume real (máximo possível) para uma pessoa de 70Kg é de aproximadamente 43 Litros:
Plasma = 3 L
Líquido intersticial extravascular = 12 L
Líquido intracelular = 28 L
O que é Vd?
Representa o volume de líquido necessário para conter a guantidade total do fármaco absorvido no corpo, numa concentração uniforme equivalente à do plasma no estado de equilíbrio dinâmico.
Como calcular o Vd?
O que é dose de ataque e como calculamos ela?
Exemplo: uma pessoa está chocando e é preciso de uma dose alta de um determinado fármaco para atingir o efeito desejado o mais rápido possível.
Steady state - ou estado de equilíbrio estável - é o ponto em que a taxa de eliminação do fármaco é igual à taxa de biodisponibilidade.
Como é o gráfico do Vd?
Fatores que interferem no Vd?
• Ligação às proteínas plasmáticas
• Doenças (ex.: hipoalbuminemia)
• Lipossolubilidade
• Obesidade
• Idade — no idoso, a água corporal encontra-se diminuída e a gordura corporal, aumentada.
O volume de distribuição é diminuído para as drogas hidrossolúveis, com elevação de sua concentração plasmática. O contrário ocorre com as lipossolúveis.