Insuficiência Cardíaca Flashcards
Por que a Ortopneia e a Dispneia Paroxística Noturna fazem parte do quadro clínico clássico da IC?
Quando o paciente está deitado, há menor ação da gravidade e, logo, mais fácil é o retorno venoso.
- Como a bomba cardíaca está disfuncional na IC, o paciente precisa ficar na posição ortostática (90º) para diminuir o retorno venoso e o coração conseguir dar conta de bombear o sangue, o que caracteriza a Ortopneia!
- Frequentemente, por esse motivo de na posição deitado o coração não dar conta do aumento do retorno venoso, ocorre acúmulo de líquido em direção aos pulmões, fazendo o paciente despertar de noite com falta de ar, o que caracteriza a dispneia paroxística noturna!
O diagnóstico de IC é estabelecido por quais critérios?
Critérios de Framingham!
2 critérios maiores OU 1 maior e 2 menores.
A respiração do padrão Cheynes-Stokes (apneias seguidas de hiperpneias) é encontrada em cerca de 30% dos pacientes com IC. (V ou F?)
Verdadeiro.
Como a IC é classificada de acordo com a FEVE? E qual o principal tipo (mais comum)?
IC sistólica (FEVE <50% - comprometimento da função sistólica): Principal tipo de IC!
- IC com Fração de Ejeção do VE (FEVE) Reduzida: FEVE <40%
- IC com Fração de Ejeção do VE Intermediária: FEVE entre 40% e 50%.
IC diastólica (FEVE>= 50% - comprometimento da função diastólica)
- IC com Fração de Ejeção do VE Preservada.
Fatores de risco relacionados ao desenvolvimento de Insuficiência Cardíaca?
HAS
DM
Tabagismo
Etilismo
Obesidade
DAC
Aterosclerose
Dislipidemias
Idade avançada
Qual a principal causa de IC?
As cardiopatias isquêmicas, com ou sem aterosclerose, respondem por cerca de 2/3 dos casos de insuficiência cardíaca.
IAM= lesão e necrose miocárdica
lesão e necrose miocárdica= regeneração fibrosa
regeneração fibrosa= remodelamento cardíaco
remodelamento cardíaco= redução do débito cardíaco
redução do débito cardíaco= falência ventricular
Quais os principais marcadores laboratoriais para diagnóstico de IC?
- Peptídeo Natriurético tipo B (BNP)
- Fragmento N-terminal do Peptídeo Natriurético tipo B (NT-ProBNP)
São liberados pelos ventrículos em resposta à dilatação ventricular (sobrecarga). São muito úteis, por exemplo, se você quer diferenciar uma dispneia de origem pulmonar ou cardíaca.
Na cardíaca, esses marcadores estarão aumentados.
Obesidade é um fator que diminui os níveis dos marcadores BNP e NT-ProBNP. (V ou F)?
Verdadeiro.
Em obesos, mesmo em situação de alterações clínicas de IC, esses marcadores podem estar em níveis de referência “normais”.
BNP acima de 400 pg/mL torna o diagnóstico de IC provável. (V ou F?)
Verdadeiro.
Assim como níveis menores que 100pg/mL sugerem o afastamento do diagnóstico.
Quanto ao NT-proBNP, esses valores dependem da idade:
Sugestivos de IC quando maiores que 450 em menores de 50 anos,
maiores que 900 em pessoas entre 50 e 75 anos, e
maiores que 1800 em pessoas maiores que 75 anos!
Qual o perfil típico de paciente que tem alto risco de desenvolver IC em 10 anos?
Estar em tratamento para HAS e DM
Tabagistas
HDL<30
Glicose ≥ 126
IMC>35
Pressão sistólica >150
Complexo QRS >120ms no ECG
Colesterol total>250
Tratamento para IC?
Terapia Tripla!
- IECA (ou BRA)
- Beta-bloqueador (Bisoprol, Carvedilol e Succinato de Metropolol)
- Espironolactona
Essas 3 medicações demonstraram diminuir a mortalidade em paciente portadores de IC, não só pelos seus efeitos hemodinâmicos que facilitam o coração conseguir manejar melhor o sangue, mas pelos seus efeitos neuroendócrinos, de diminuição dos efeitos deletérios da aldosterona no miocárdio.
Classificação da IC pela New York Heart Association (NYHA)?
A classificação da NYHA é em graus I, II, III e IV, e só leva em consideração os SINTOMAS (funcional):
I-Sintomas leves, apenas a grandes esforços, sem limitação de atividade cotidianas.
II-Cansaço aos moderados esforços, limitação leve de atividades cotidianas.
III-Cansaço aos pequenos esforços (atividades da vida diária, se vestir, etc), limitação acentuada.
IV-Cansaço mesmo ao repouso, incapacidade física.
Classificação da IC pela American Heart Association (AHA)?
A classificação da AHA leva em conta Alteração estruturais do coração e sintomas:
A- Sem alteração estrutural e sem sintoma (fatores de risco).
B- Com alteração estrutural e sem sintomas.
C- Com alteração estrutural e com sintomas de IC.
D- Com alteração estrutural e com sintomas mesmo com tentativa de tratamento clínico.
Sobre o tratamento da Insuficiência Cardíaca conforme a classificação da American Heart Association (AHA)?
Classe A ainda não têm alterações cardíacas estruturais ou sintomas, mas precisam controlar os fatores de risco para IC como HAS, DM, tabagismo e obesidade.
Classe B já possui alteração estrutural cardíaca, mesmo que ainda não apresente sintomas. Logo, para retardar a progressão do dano ao miocárdio, recomenda-se a terapia tripla: IECA, betabloqueador e espironolactona.
Classe C são aqueles com alterações estruturais e com sintomas. Devem estar em tratamento clínico com iECA, Beta-bloqueador e Espironolactona e, dependendo do comprometimento cardíaco, considerar TRC ou CDI.
Classe D têm alterações estruturais importantes e sintomas que não melhoram nem mesmo com o tratamento clínico. Estes pacientes devem considerar transplante ou dispositivo de assistência ventricular.
Sobre a droga sacubitril/valsartana e suas implicações no tratamento de IC?
- O componente que inibe a neprisilina é o Sacubitril. Como a neprisilina degrada os peptídeos natriuréticos, se ela for inibida ocorre menos degradação de peptídeos natriuréticos, assim eles podem exercer seus efeitos de vasodilatação e natriurese.
- Tanto na troca de IECA por sacubitril/valsartana quanto na troca de sacubitril/valsartana por iECA deve-se esperar 36h pelo risco de angioedema.
- Só há indicação de nível IA para pacientes portadores de insuficiência cardíaca com FE reduzida de 40% ou menos que permaneçam sintomáticos mesmo já estando em uso de IECA.