Inflamação e infecção - marcadores laboratoriais Flashcards
1) O que é a reação de fase aguda?
2) Possíveis causas para esse tipo de reação
1) Um série de respostas fisiológicas e metabólicas que ocorrem imediatamente após um lesão tecidual
2) • Trauma mecânico
• Infecção
• Trauma térmico
• Neoplasia
• Isquemia
• Procedimento cirúrgico
1) Qual o principal local de produção das proteínas de fase aguda?
2) Como a produção dessas proteínas é estimulada?
1) Fígado
2) Pela a liberação de citocinas produzidas por macrófagos no processo inflamatório, principalmente interleucina 1, 6 e fator de necrose tumoral (TNF-alfa).
1) Após quanto tempo do início da lesão já é possível observar a elevação das proteínas de fase aguda na corrente sanguínea?
2) Por quanto tempo, aproximadamente, elas permanecem elevadas?
3) Como ocorre a redução da concentração das proteínas de fase aguda?
1) Após, aproximadamente, 6 horas.
2) Por aproximadamente 2 semanas.
3) Elas são depuradas pelo sistema monofagocitário. Além disso, ocorre uma redução de IL-1, IL-6 ETNM-alfa, reduzindo a produção das proteínas pelo hepatócito.
Quais são as proteínas de fase aguda positiva (11)?
Proteína C reativa Amilóide A sérico Procalcitonina alfa1 glicoproteína ácida alfa1 anti-tripsina Haptoglobina Fibrinogênio Ferritina Ceruloplasmina C3, C4
Quais são as proteínas de fase aguda negativas (3)?
Albumina
Transferrina
Pré albumina
obs: a redução da produção dessas proteínas acorre para priorizar o produção das proteínas de fase aguda positivas
Porque a proteína C reativa é a mais importante das de fase aguda positiva?
Pois ela se eleve precocemente, mantém níveis elevados em relação a concentração inicial e retorna ao nível basal quando o processo agudo é resolvido.
1) Qual outra proteína de fase aguda positiva possui comportamento muito semelhante ao da proteína C reativa?
2) Porque ele não é muito utilizado?
1) Amilóide A sérico
2) Apesar de ter uma sensibilidade muito elevada, os estudos acerca dessa proteína são escasso e existe pouca disponibilidade de testes no mercado.
Quais são os exames mais utilizados em dosagem de proteínas de fase aguda?
1) Velocidade de hemossedimentação
2) Dosagem da proteína C reativa ( PCR)
Como a proteína C reativa (PCR) foi identificada?
em 1930, por dois pesquisadores dos EUA que observaram que o soro de pacientes com pneumonia formava um precipitado quando misturado a um estrato solúvel de streptococcus pneumoniae.
O que levava a esse precipitado era a presença de um polissacarídeo na parede do pneumococo, denominado fração C.
Em 1941, outros dois pesquisadores identificaram qual era o fator no soro do paciente responsável pela precipitação (PCR).
A PCR continua positiva em casas de evolução desfavorável?
Sim
Em quais processos a PCR atua no organismo?
Reconhecida por sua participação na defesa contra infecções por diversos microorganismos, reabsorção de material necrótico, e regulação de processos inflamatórios.
Participa também de lesões inflamatórias que dá origem às lesões ateroscleróticas (doenças coronarianas).
Proteína C reativa:
1) Quando seus níveis séricos começam a se elevar?
2) Quanto e quando atingem seu valor de pico?
3) Qual sua meia vida?
4) Qual a relevância desse valor de meia vida?
1) Níveis séricos começam a aumentar entre 4 e 10 h após o início do estímulo,
2) Atingem valores de pico de até mil vezes sua concentração inicial em cerca de 48 h
3) 4 a 9 h
4) Permite que ela retorne rapidamente a valores basais após a melhora do processo.
Metodologias semi- quantitativa utilizada para dosagem de PCR:
Teste por aglutinação em látex. Partículas de látex são sensibilizadas com anticorpo anti-PCR. Tais partículas, quando misturadas ao soro do paciente, aglutinando-se. A leitura do exame é realizada a olho nu. Valor de referência utilizado: Maior que 10 mg/l. Utilizado até a década de 80, ainda pode ser utilizado atualmente, mas não é comum.
Metodologia quantitativa para dosagem de PCR:
Nefelometria e turbidimetria: possui maior sensibilidade, pois detecta concentrações menores de PCR no soro.
Valor de referência: 0,3 mg/dl ou 3 mg/l
Esses exames medem a turbidez provocada pela aglutinação das partículas quando se mistura uma solução marcada com anticorpos anti-PCR e o soro do paciente.
Se a luz é absorvida: chama-se de turbilometria
Se a luz é desviada: chama-se de nefelometria
Em quais situações pacientes podem apresentar baixa de PCR?
- Grande perda de peso
- Prática de exercícios físicos
- Consumo de bebidas alcóolicas
- Uso de alguns medicamentos
Aplicações clínicas da PCR:
a) Diferenciação entre enfermidades inflamatórias e não inflamatórias.
b) Diferenciar condições clínicas de natureza inflamatória que apresentem perfis distintos de provas de função aguda: Infecção viral X infecção bacteriana (acima de 80 mg/dl).
Infecção X atividade autoimune.
c) Avaliar a extensão e atividade da inflamação, monitorar o curso da doença (ex: artrite reumatóde), e a resposta à intervenções terapêuticas.
d) Avaliação do risco cardiovascular (PCR ultrasensível)
PCR:
1) Deve ser utilizada como exame isolado?
2) Quando recomenda-se dosagem seriada em intervalo de tempo variável em alguns casos.
1) Não.
2) Pacientes internados em unidade de terapia intensiva, apresentando quadro séptico, por exemplo.
PCR no período pós-operatório:
Aumenta progressivamente até atingir valores acima de 100mg/l após 3 dias, tendendo a cair após esse pico, entre o 5/6 dia de pós-operotório para níveis basais.
Se os valores permanecem acima de 100 após o 6 dias, há uma indicação de que está ocorrendo um processo infecioso no paciente.
Em que situações a PCR é utilizada para acompanhamento do tratamento e prognóstico do paciente?
Neoplasias
Doenças cardiovasculares
Processos inflamatórios crônicos (ex: artrite reumatóide)
Resultado esperado de dosagem de PCR em:
1) Inflamações leves e infecções virais?
2) Inflamações graves e infecções bacterianas?
3) Sepse
1) 10 a 40 mg/l
2) 40 a 200 mg/l
3) Superior a 50 mg/l
Limitações do uso da PCR:
- Não está indicada para detecção da doença, seja em pacientes assintomáticos ou sintomáticos vagos.
- A eventual demora na sua elevação pode causar erro de interpretação, retardando o tratamento antibiótico ou anti-inflamatório.
- Níveis pouco elevados (10 a 20mg/l) são encontrados esclerodermia, dermatomiosite, retocolite ulcerativa lúpus sem serosite ou vasculite.
Utilidade da PCR na sépse:
- Pode ser útil como ferramenta auxiliar para diagnóstico e prognóstico de sepse.
- Nesse caso, é importante a avaliação seriada de PCR
- Valores constantemente crescentes entre dois a três dias possuem relação com processo infeccioso.
- Sepse neonatal: PCR da mãe atravessa em quantidades muitos pequenas, logo o aumento da PCR em recém-nascidos é, realmente, sugestivo de infecção. Útil para diagnóstico precoce de sepse neonatal.
PCR:
1) Auxilia no diagnóstico diferencial de meningite bacteriana e virótica em crianças?
2) Auxilia no critério de gravidade da pancreatite aguda?
1) Sim, está, frequentemente, aumentada no liquor de pacientes com meningite bacteriana.
2) Sim, níveis séricos aumentado da PCR indicam uma maior gravidade do quadro
Quando é indicado que pacientes realizem a PCR ultrassensível para análise de doenças cardiovasculares.
Quando ele apresenta um risco moderado ou intermediário - no período de 10 anos, possui chance de 10 a 20% de desenvolverem doenças cardiovasculares - , conforme o algorítimo (score de vida global), fornecido pela sociedade brasileira ou americana de cardiologia.
1) Para pacientes com risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, a partir de qual valor de PCR é necessário repedir o exame?
2) Qual o intervalo de tempo recomendado para essa repetição?
3) Qual medida deve ser levada em consideração?
4) Porque deve-se repetir o teste?
1) Diante de um valor > 3,0 mg/L ou > 0,3 mg/dl é necessário repetir o exame
2) Após pelo menos 02 semanas em estado metabólico estável, livre de infecção ou doença aguda.
3) O menor das duas medidas deve
ser considerado
4) Pois os fatores intrínsecos e extrínsecos podem alterar com mais facilidade esse test.
Quando a dosagem de PCR não se aplica como medida de risco coronariano (7)?
a) fumante
b) obesos
c) tratamento
d) terapia de reposição hormonal
e) brinco/piercing/tatuagem nas 2 últimas semanas
f) uso AINE ( anti inflamatórios)
g) diabéticos
h) vacinação
Velocidade de Hemossedimentação (VHS):
1) Vantangens
2) Desvantagens
1) Simples e de baixo custo
Alta sensibilidade
2) Marcador inespecífico de doenças inflamatórias: sofre influência de vários fatores que podem levar a falsos positivos e falsos negativos - Dificuldades diagnósticas e investigações subsequentes caras e denecessárias.
Baixa especificidade
Pontos da fase pré-analítica do VHS:
Tubo com anticoagulante EDTA (mesmo utilizado para o hemograma)
Jejum não é obrigatório