HIPERTENSÃO ARTERIAL Flashcards
Sons de Korotkoff - PA
- Fase 1: som NÍTIDO (PA sistólica)*
- Fase 2: som suave
- Fase 3: Som amplificado
- Fase 4: som abafado
- Fase 5: som DESAPARECE (PA DIASTÓLICA)
Semiologia da PA
*Esfigmo deve ter pelo menos 80% da circunferência do braço (superestima em obeso)
- 3-5 min em repouso
- Sentado, pés no chão e descruzados
- Braço na altura do coração, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira, relaxado
- Bexiga vazia
- Sem cigarro (30’), cafeína e exercício (60’)
- Braço apoiado com a mão voltada para cima e as roupas não devem garrotear o membros
- Recomendado medir a PA na posição de pé, após 3 minutos, nos DM, idosos e hipotensão ortostática
Definição de HAS
- Níveis médios de PA que conferem RISCOS significativos para eventos CDV
Critérios Diagnósticos da HAS (Diretriz brasileira*)
- Se PA ≥140 x 90 na 1ª consulta e risco CDV alto ou PA ≥ 180 x 110
- Adultos normotensos: aferir a cada 2 anos
- Pré-hipertenso: anual
- ≥3 anos: aferir na puericultura
- PA no consultório: média entre duas medidas de PA, em pelo menos 2 consultas, c/ níveis ≥ 140 x 90 mmHg c/ risco CDV baixo ou médio (Diretriz Americana: ≥130 x80)
- Monitorização Residencial (MRPA): média de 6 aferições diária por 5 dias com PA ≥135 x 85 mmHg, feitas com aparelho calibrado (D. Am: ≥130 x 80)
- Monitorização Ambulatorial (MAPA): médias das aferições automáticas.
- Vigília: ≥ 135 x 85 mmHg (D. Am: ≥ 130 x 80)
- 24h: ≥ 130 x 80 mmHg (D. Am: ≥ 125 x 75)
- Sono: ≥ 120 x 70 (D. Am: ≥ 110 x 65)
- Lesão de órgão-alvo observada ao exame de fundoscopia
Conceitos de HAS
- HAS jaleco branco: pcte NÃO tem HAS , mas quando aferido pelo médico (descarga adrenérgica/ansiedade) sua PA fica ≥ 140 x90 (30% ) → MRPA/MAPA
- HAS mascarada: pcte TEM HAS, mas no médico fica < 140 x 90, mas PA elevada pela MAPA.
- HAS sistólica isolada: maioria (70%) dos hipertensos >65 anos e aumento risco CVD2qass
Pseudo-hipertensão
- Idosos c/ artérias endurecidas (calcificação e arteriosclerose)
- Aumento falso da PA
- Ajustada pela manobra de Osler
Estadiamento da PA (VII Diretriz Brasileira)
*Se PAS e PAD diferente, vale a maior *
- Normal: ≤ 120 x 80
- Pré-Hipertensão: 121 -139 x 81-89
- HAS Estágio I: 140-159 x 90-99
- HAS Estágio II: 160-179 x 100-109
- HAS Estágio III: ≥ 180 x ≥ 110
- HAS Sistólica Isolada: ≥140 x <90
Estadiamento da PA (Diretriz Americada)
- Normal: <120 x < 80
- PA elevada (= Pré-hipertensão): 120-129 X <80
- HAS estágio I: 130-139 x 80-89
- HAS estágio II: ≥140 x ≥ 90
Avaliação inicial de rotina p/ pcte c/ HAS
- EAS
- Potássio plasmático
- Cr e TFG
- Glicemia jejum
- Lipiograma
- Ác. urico plasmático
- ECG
Exames adicionais individuais para pctes
- Rx tórax: suspeita IC, acometimento pulmonar e/ou aórtico
- Ecocardio: HVE, IC
- Albuminúria: hipertensos diabéticos c/ Sd. metabólica ou FR
- USG doppler de carótida: sopro carotídeo, dça cerebrovascular ou aterosclerótica
- Ergométrico: DAC, DM/hx familiar de DAC
- Glicada: glicemia jejum >99, hx familiar de DM2
- USG-doppler renal: sopro ou massa abdominal
Fisiopatologia da HAS Primária (Essencial)
*Idiopática
- PA = DC x RVP
- Retenção de sódio e água pelos rins: consumo de sal
- Remodelamento vascular
- SRAA: ação da RENINA convertendo angiotensinogênio → vasoconstrição arterial e venosa, retenção de sódio e água
- Genética: APOL1
- Baixo peso ao nascer
Teorias sobre Patogênes da HAS Primária
- Heterogeneidade de néfrons: arteríola aferente de calibre reduzido, estimulo excessivo de renina
- Redução do nº d néfrons: esclerose glomerular
- Não modulação da angiotensina II intrarrenal
- Hiperativação do SNSimpático: estresse crônico
- Resistência à insulina e hiperinsulinemia
Clínica da HAS e Lesão de Órgãos-Alvo
- Lesão vascular: aterosclerose
- Coronariopatia. Cardiopatia hipertensiva (HVE, IC)
- Cérebro: Dça cerebrovascular (AVE), demência (microinfartos)
- Retinopatias
- Nefropatia hipertensiva: microalbuminúria de GESF
- Dça arterial periférica: diminuição de pulso e claudicação intermitente
Lesão Vascular na HAS
*Lesão do endotélio: ↑ RVP (c/ ↑ PA)
- Arteriolosclerose hialina: DM e idosos normotensos
- Arterioloesclerose hiperplásica: HAS maligna (>200x120) c/ “bulbo de cebola”
- Microaneurisma de Charcot-Bouchard: AVE hemorrágico intraparenquimatoso (ruptura de microaneurismas)
- Aterosclerose: artéris de grande calibre (Aorta) oumédio calibre (carótidas, carótida, renal, mesentérica, femoral)
Fatores de risco para aterosclerose
- Modificáveis: tabagismo, obesidade, sedentarismo, dislipidemias, HAS, DM, Hiper-homocisteinemia, PCR elevada e microalbuminúria
- Não modificáveis: >50 anos, sexo masculino ou feminino pós-menopausa, genética familiar +, HIV
Patogênese da Aterosclerose
- Estria gordurosa
- Placa de ateroma: bifurcações arteriais (turbilhonamento de sangue)]
- Acúmulo de LDL na camada íntima → reações oxidação e inflamação (monócitos e linfócitos T)
- Células espumosas: LDL oxidado c/ fibrose
- Pode fazer obstrução gradual do lúmen, fraqueza da parede (aneurisma) ou trombose da placa
Cardiopatia Hipertensiva
- HVE: aumento crônico da pós-carga, concêntrica (espessamento da parede e redução cavidade) ou excêntrica (s/ espessar parede)
- Disfunção diastólica: deficit de relaxamento ventricular
- Cardiopatia dilatada - disfunção sistólica
- Dça coronariana: principal causa de óbito no BR
Retinopatia Hipertensiva - Classificação de Keith-Wageler
- Fundoscopia
- Grau 1 e 2: crônica / Grau 3 e 4: agudo
- Grau 1: estreitamento arteriolar
- Grau 2: cruzamento arteriovenoso patológico
- Grau 3: hemorragias (vermelho)e/ou exsudatos retiniano (branco)
- Grau 4: Papiledema (grau máximo)
- Grau 1 e 2 são alterações crônicas e 3 e 4 são agudos (emergência hipertensiva acelerada e maligna)
Hipertensão Secundária
- 5% das HAS (95% essencial)
- Investigar sempre se resistência ao tratamento
- Dças parenquimatosas renais: 2-3%
- Estenose de artéria renal (HAS renovascular): 1-2%
- Uso de ACO: 0,5-1%
- Hiperaldosteronismo primário: o,3%
- Outros (apneia do sono, hiper/hipotireoidismo, Sd Cushing, feocromocitoma, hiperparatireoidismo, coarctação aorta, policitemia vera, droga): <0.1 %
Risco CV nos hipertensos ELEVADO
- DRC
- DM
3, Dça CDV: AVE/AIT, IC, coronariopatia (angina/IAM/ revascularização), DAP sintomática - Risco de doença CDV em 10 anos >10%
- Lesão de órgão-alvo c/ PA ≥130x85: HVE, placa carótida, albuminúria >300 mg/d, ITB<0,9, retinpatia avançada
- HAS estágio III*
Fatores de risco CV adicionais à HAS
- Homens
- Homens ≥ 55 anos e Mulheres ≥ 65 anos
- DCV prematura em parente de 1º grau
- Tabagismo
- Dislipidemia
- Resistência à insulina
- Obesidade
PA ALVO na HAS
- Geral (baixo ou intermediário RCV e HAS 3): <140 x 90
- Alto risco CV (DM): <130x80
- Diretriz Americana: TODOS c/ <130x80
Tratamento de acordo com a classificação
- PA normal: reavaliar em 1 ano
- Pré-HAS/ PA elevada: TTO não farmacológico e reavaliar em 6 meses (IECA/BRA podem ajudar)
- HAS estágio 1: Início com 1 droga (monoterapia) → se baixo risco CV pode tentar não medicamentoso por 3-6 meses.
- HAS estágio 2: Início com 2 drogas (associações)
- PAS isolada ≥ 60 anos: iniciar medicamento se PAS ≥ 140 ou se ≥ 80 anos PAS ≥ 160
Tratamento Não Farmacológico da HAS
- Restrição sódica (<1-1,5g Na)
- Dieta DASH (K, Ca, vegetais, frutas)
- Perda de peso (p/ cada 5% de perda há queda de 20-30% da PA) e da circunferência abdominal
- Moderação consumo etílico (efeito adrenérgico central)
- Exercício regular: 30 min/d aeróbico por 5-7 dias da semanas
- Cessar tabagismo
Medicamentos de 1ª linha na HAS
- Diuréticos Tiazídicos
- BCC
- IECA
- BRA II
- NUNCA ASSOCIAR BRA E IECA (↑ risco complicações e ↑mortalidade)
Medicamentos de 2ª linha na HAS
- Beta-bloqeuador (1ª linha em dças específicas: ICFER, coronariopatas)
- Alfa-bloqueador
- Clonidina
- Metildopa
- Espironolactona
- Hidralazina
- Alisquireno (inibidor direto da renina)
Sistema Renina-Angiotensina - Aldosterona
- Renina: ação do alisquireno
- Angiotensina: ação do IECA
- Angiotensina II: ação do BRA II
- Aldosterona (córtex adrenal): ação da epironolactona
Associações de anti-hipertensivos (particularidades)
- IECA + BCC: associação de escolha (superior que IECA + DIU) c/ ↓ desfechos CV/renais
- IECA + BRA: Contraindicação(↑ mortalidade por IRA e hipercalemia aguda)
- DIU + BB: altera metabolismo glicídico/lipídico
- DIU como 3ª droga: potencializa efeito hipotensor das demais drogas
HAS resistente
- PA acima da meta com uso de 3 drogas na dose máxima tolerada, sendo uma delas um DIURÉTICO
- A 4ª droga associada deve ser espironolactona (se CI fazer clonidina ou BB)
Princípios gerais do TTO
- Preferir VO e menor dosagem possível
- Ação longa ou liberação lenta (1x/d)
- Manutenção níveis séricos ao longo das 24h
- Tomada após acorda p/ evitar pico de pressão no início do dia (ação em 1-3h)
- Reavaliar PA em 4 semanas
- Qualquer anti-hipertensivo de 1ª linha pode ser usado em monoterapia: reduzem RCV de forma semelhante
Indicações Específicas dos de 1ª linha
- Negros: BCC + Tiazídicos (melhor combinação)
- DM: BCC + IECA/BRA
- IECA/BRA: DRC, DM (microalbuminúria = nefroprotetor), IC (previne remodelamento)
- Tiazídicos (HCTZ, indapamida, CLORTALIDONA*): Negros (esses tem menor ativação do SRAA)
- BCC (anlodipino, nifedipino - vasodialtadores periféricos): Negros, DAP
Drogas Anti-hipertensivas - Diuréticos
*Espironolactoma: hiperK e ginecomastia
- Tiazídicos: Preferir baixas doses, poucos efeitos colaterais
- Droga com mais evidências de benefício em relação a todos desfechos CDV
- DIU alça indicado se DRC avançada e/ou edema (ICC)
- Poupadores e K+ (Espironolactona): associado aos tiazídos p/ evitar hipocalemia
- TODO DIU PREDISPÕEM À IMPOTÊNCIA SEXUAL (maior risco clortalidona)
- A ação dos diuréticos em reduzir a RVP na HAS ocorrer em 4-6sem de uso (principal ação)