Hemorragia digestiva alta não varicosa Flashcards

1
Q

Definição de HDA

A

Toda hemorragia acima do ângulo de Treitz (junção duodenojejunal - final do duodeno e início do jejuno)

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2
Q

Apresentação clínica

A

Hematêmese (geralmente é sangramento mais agudo que distende o estômago e provoca vômito, se em borra de café: sangramento ocorreu há algumas horas. Se sangramento vivo: sangramento agudo, mais grave) e melena (para a formação do melena o sanue deve ficar de 12-14 horas percorrendo o trânsito intestinal)

Enterorragia e Hematoquezia: 10-15% das hemorragias dgestivas baixas são resultado de hemorragia digestiva alta, quando se tem um sangramento maciço. Lembrar que o sangue é laxativo, portanto pode aumentar o trânsito intestinal.

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3
Q

Principais causas de HDA não varicosa

A

Doença ulcerosa péptica
Mollory -weiss
Esofagites
Gastrites e duodenites
Vasculares (cieulafoy, MAV)
Câncer

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4
Q

Causas e consequências da Doença ulcerosa péptica

A

Sangramento é a principal complicação da DUP

Principais causas: H. pilory e AINES
Diferenças entre a ulcera duodenal e úlcera gástrica.
- Duodenal: mais comum em adultos jovens e sangra na parede posterior do bulbo (sangra devido ao fato de a artéria gastroduodenal passar logo atrás da parede posterior do duodeno, logo, úlceras nessa região podem atingir a artéria e resultar em sangramentos)
- Gástrica: Mais comum em idosos e sangra na pequena curvatura do antro

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5
Q

Pontos chaves da DUP

A

IBP sempre - resulta em estabilização do coágulo, devido à alcalinização da luz do estômago que inativa a pepsina, logo o coágulo não será digerido. Além disso, a alcalinização facilita a agregação plaquetária.

Definir o risco de ressangramento:
- Alto risco de ressangramento - fazer tratamento endoscópico (clipe, adrenalina, etc)
- Baxo risco de ressangramento - manter IBP

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6
Q

Classificação que avalia o risco de ressangramento da DUP

A

Forrest
Forrest 1: sangramento ativo da úlcera
- 1A: sangramento pulsátil, arterial: mais chance de ressangrar. Hemostasia endoscópica necessária.
- 1B: sangramento em lençol, sangue escorre, sangramento em babação. Hemostasia endoscópica necessária.
Forrest 2: sinais de sangramento recente (não está sangrando).
- 2A: Vaso visível, Hemostasia endoscópica necessária
- 2B: coágulo aderido (controverso: dúvida se tratamento endoscópico ou não, pois a retirada do coágulo pode gerar sangramento, mas na dúvida: tratar)
- 2C: Presença de hematina - Baixo risco. Menos de 10% ressangram
Forrest 3: sem sinais de sangramento. Úlcera em fundo limpo.

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7
Q

Definição síndrome de Mallory-Weiss

A

Resulta de vômitos de repetição (incoercíveis) e devido ao esforço de vômito faz-se uma laceração no final do esôfago, próximo à cardia, gerando lesão traumática que leva ao quadro de hematêmese

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8
Q

Causas da Síndrome de Mallory-Weiss

A

Causas:
Pacientes etilista: crônicos ou eventos agudos (dar PT)
Grávidas: hiperêmese gravídica
Crianças: principal causa de HDA em crianças é pela Síndrome de Mallory-Weiss

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9
Q

Quadro clínico e tratamento de Mallory-Weiss

A

Sangramento autolimitado
Tratamento com IBP e antieméticos é capaz de conter o quadro
Não requer hemostasia endoscópica em mais de 90% das vezes
Fazer hemostasia endoscópica quando há sangramento ativo na endoscopia digestiva alta

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10
Q

Lesão de Dieulafoy

A

Arteríola superficial na pequena curvatura do corpo gástrico. Processos que lesam a mucosa podem levar ao rompimento da arteríola
Pacientes sem sintomas prévios, sem comorbidades e fatores de risco

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11
Q

Características da lesão de Dieulafoy

A

Sangramento maciço
Lesão de difícil identificação
REQUER hemostasia endoscópica em mais de 90% dass vezes

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12
Q

Lesões vasculares que podem causar HDA não varicosa

A

Angiodisplasia: malformação vascular degenerativa do trato gastrointestinal caracterizada por fragilidade e vasos sanguíneos vazantes.
- Sangramento de pequeno a grande volume
- Pequenas lesões, grandes problemas
- Tratamento preferencial é térmico

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13
Q

Esofagites, gastrites e bulbites

A

Geralmente sangramento de pequenas monta, crônico, insidioso, lento que exterioriza com pouca frequência
Causa anemia ferropriva crônica.
Resultam de lesões mais difusas, sendo tratado com IBP. NÃO REQUER hemostasia endoscópica

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14
Q

Neoplasia de esôfago e de estômago

A

Causa incomum de sangramento doença avançada
Hemostasia endoscópica tradicional NÃO É EFETIVA
É feita radioterapia hemostática

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15
Q

Hemobilia

A

Sandramento das vias biliares
Geralmente decorre de trauma abdominal e de procedimentos nas vias biliares
Tríade de Sandblom
- San= sangramento
- Dor abdominal no quadrante superior direito
- Icterícia (BLOM - B - bilirrubina, O - olhos, M - mucosa)

Tratamento expectante e algumas vezes pode ser necessário desobstruir as vias biliares (lavar devido ao sangue)
Em casos de trauma hepático importante pode-se fazer arteriografia ou cirurgia

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16
Q

Resumão - pontos chaves das etiologias e da indicação de hemostasia

A

Etiologia mais comum: úlcera péptica
Pra quem fazer IBP: todas as etiologias
Hemostasia endoscópica indicasa: úlceras de alto risco, dieulafoy, angiodisplasia
Hemostasia endoscópica não está indicada: Mallory-Weiss, esofagite, gastrite, duodenite, câncer

17
Q

Etapas do manejo da HDA não varicosa

A

Abordagem inicial
Necessidade de hemotransfusão
Tratamento farmacológico
Método hemostático

18
Q

O que fazer na abordagem inicial

A

Prioridade absoluta:

Avaliar vias aéreas - Tubo orotraqueal em pacientes o hematêmese volumosa + rebaixamento de sensório - se paciente torporoso, pode ocorrer broncoaspiração de sangue

ESTADO VOLÊMICO - paciente com HDA pode morrer de choque hipovolêmico
Preditores de hipovolemia grave:
- Síncope ou lipotímia
- PA sistólica < 100 mmHg
- FC > 100 bpm
- Hipotensão postural

Se sinais de hipovolemia, fazer volume
- Primeiro momento: cristalóides

Lembre-se: a hemoglobina nao é um bom preditor do volume de sangramento AGUDO. Deve-se estimar a quantidade de volume perdida a partir da FC (elevada) da PA (reduzida)

19
Q

O que fazer após avaliação volêmica inicial

A

Colher hemograma e bioquímica
História e exame físico detalhados
Instituir terapia farmacológica

20
Q

Quais são os preditores de mal prognóstico

A

Escore de predição clínica:
ROCKALL
- Idade > 60 anos (+1), > 80 anos (+2)
- FC > 100 (+1), PAS < 100 no atendimento (+1)
- Comorbidades: ICC, coronariopatia (+2); Insuficiência renal ou hepática, câncer (+3)
Escore de ROCKALL pós endoscópico
- Mallory-weiss (0), DUP, Dieulafoy (+1), neoplasia (+2)
- Estigmas de sangramento (forrest): IA, IB, IIA, IIB (+2), IIC ou III (0)
Resultado: 0-2: baixo risco (alta e IBP oral); >2: alto risco (internação)

GLASGOW-BLATCHFORD
- Pesquisar na internet

Resultado: 0-1: baixo risco (alta e EDA ambulatorial); >1: alto risco (internação)

21
Q

Indicações de hemotransfusão na HDA

A

A - Alto riso cardiovascular - transfusão se hemoglobina menor que 9. Anemia pode descompensar a cardiopatia
B - Baixo risco cardiovascular - transfusão se hemoglobina menor que 8
C - cirróticos (se suspeita de sangramento varicoso) - transfusão se hemoglobina menor que 7 (pois excesso de hemoderivados pode aumentar a pressão portal e paciente desenvolver novo sangramento, recidivar)

22
Q

Terapia farmacológica da HDA não varicosa

A

Cirrótico avançado ou hipertensão portal: fazer manejo clínico do SANGRAMENTO VARICOSO

Qualquer outra causa de sangramento não varicoso: IBP - Feito na fase aguda devido
à alcalinização, pois um pH que tende para o neutro ajuda na agregação plaquetária e a pepsina não será ativada, logo o tampão plaquetário não será lisado.

23
Q

Como localizar e tratar a fonte de sangramento

A

Endoscopia digestiva alta
Se não houver estigmas de cirrose, sangramento não varicoso: fazer dentro de 24 horas após a admissão

Hemostasia endoscópica:
- Térmico: transmissão de calor para o tecido por cateter bipolar (DUP, angiodisplasias, dieulafoy, evitar em vasos grandes), heater probe ou plasma de argônio
- Mecânico: Clipes colapsam o tecido. Hemoclipes, ligadura elástica. Maior vantagem na lesão vascular arterial de grande volume
- Esclerose: Substância que vai causar isquemia no tecido. Injeção de adrenalina, álcool absoluto (etanolina e cianoacrilato para HDA varicosa) Usar em DUP, sangramento vascular arterial ou venoso e varizes esofágicas e gástricas.

NA DUP deve-se associar 2 desses métodos - Especialmente nas úlceras de ato risco (FORREST IA, IB, IIA)

24
Q

Paciente que hemostasia endoscópica inefetiva

A

Hemostasia radiológica: arteriografia seletiva (sangramento ativo de alto fluxo: 0,5 a 1 ml por minuto)

Hemostasia cirúrgica: rafia ( na falência de outros métodos ou recorrência)