Abscesso e fístula anal Flashcards
Fisiopatoloia dos abscessos
Teoria criptoglandular de Eisenhammer: Abscessos anorrettais resultam de processos inflamatórios criptoglandulares (complexo formado pelas glândulas de Chiairi e criptas de Morgagni)
- Agentes externos provocariam reatividade inflamatória da mucosa com edema e obstrução do conjunto criptogandular. Nesse sistema fechado seria favorecida a proliferação bacteriana local e a infecção secundária. Se autolimitada, criptite, se supuração, abscesso anorretal
Não resultantes do complexo criptoglandular: resultam de doenças infecciosas, inflamatórias ou traumas anorretais
Classificação dos abscessos anais
Abscesso perianal
Abscesso isquiorretal
Abscesso pelvirretal
Abscesso interesfincteriano (submucoso)
Trajeto de dissecção mais provável
Trajeto de dissecção mais provável: Espaço esficteriano superficial (ressulta nos abscessos perianais submucosos) ou profundo (abscessos interesfincterianos - 60% dos abscessos anorretais)
Segundo trajeto mais provável: dissecção das fibras do esfíncter externo, atingindo a fossa isquiorretal (abscesso isquiorretal)
Terceiro trajaeto de dissecção mais provável: abscessos supraelevadores (entre as fibras do músculo elevador do ânus
Quadro clínico abscessos perianais
Dor aguda, caráter latejante, agravada por tosse, espirro ou atividades que requeiram a continência anal
Presença de sinais flogísticos na região perianal
Eventualmente secreção purulenta drenando espontaneamente na região perianal e necrose da pele
Abscessos perinais
Extremamente dolorosos
Aumento do volume perianal
Endurações dolorosas no toque retal
Abscessos supraelevadores ou pelvirretais
Evolução insidiosa
Pouco dolorosas
Sintomas de infecção e comprometimento do estado geral
Exames laboratoriais
Leucograma: leuocitose com desvio à esquerda
Marcadores inflamatórios: PCR e VHS
Exames de imagem
Em casos de exceção: diferenciação de supaelevadores ou infraelevadores, abscessos bilaterais
US anorretal e RM são os exames de escolha: evidenciam localização, extensão das coleções purulentas, presença de trajetos fistulosos
TC: determinar coleções, na maioria das vezes falha em determinar a presença de possíveis trajetos fistulosos
Tratamento
Drenagem
TTo de trajetos fistulosos concomitantes
Atbterapia
Drenagem
Tto eminentemente cirúrgico (procedimento de urgência dentro de 24h do diagnóstico)
Abscessos superficiais: em fase inicial podem ser drenados sob anestesia local.
Abscesos submucosos distais ou supraelevadores devem ser drenados via transanal
Retirar dreno nas primerias 72 horas
Drenagem insuficiente pode gerar fístulas crônicas
Tratamento primário de trajetos fistulosos concomitantes
Controverso. 40% se cura espontaneamente
Atbterapia
Casos selecionados: DM, imunossuprimidos, quadros sépticos ou extensa celulite
Amoxicilina e clauvulanato (875mg, 2x por dia) ou ciprofloxacino (500mg, 2x por dia) com metronidazol (500mg 2-3x por dia)
estudo bacteriológico de rotina
Staphylococcus aureus ou Strepcococcus sp em 10 a 20% dos casos
Cuidados após drenagem
Analgésicos e antitérmicos
Curativ oseco (gaze ou absorvente íntimo)
Higiene perineal com água e sabão antisséptico
Banho de assento como água morna (20 a 30 min)
Fístula
Trajeto de comunicação anormal entre duas superfícies epiteliais, recoberta por tecido de granulação.
Fístulas anais: comunicação entre o interstino (canal anal ou reto) e a pele perineal (fístula anal) ou a mucoa vaginal (fístula anovaginal ou retovaginal)