Gastroenterologia Flashcards
Qual a diferença entre gastrosquise e onfalocele quanto ao revestimento das vísceras?
Gastrosquise: sem revestimento.
OnfaloCELE: revestimento por membrana
Quais os dois principais fatores de risco para úlcera gástrica?
AINEs e infecção por H. pylori.
Sinal de murphy é específico para…
Colecistite
Dois principais sintomas de HDA:
Hematêmese e melena.
Explique a anatomia dos plexos hemorroidários e os tipos de hemorróidas:
A parte distal à linha pectínea é composta por pele e, neste local, temos plexos originados da A. retal inferior e que drenam para a VCI.
A parte proximal à linha pectínea é composta por mucosa e, neste local, são 3 os principais plexos hemorroidários (além dos secundários): 1 E, 1 D ant e 1 D post (3,7 e 11 hrs) que são originados da A. retal inferior e drenam para a veia porta.
Na classificação das hemorroidas temos 6 tipos:
- Externa (pele)
- Internas: 1 grau( não saí), 2 grau (saí na evacuação e volta espontaneamente), 3 grau (saí e volta manualmente) e 4 grau (não volta)
- Mista.
Qual o tratamento para os diferentes tipos de hemorroida?
- Externa: clínico ou excisional
- Interna I: clínico ou cirúrgico conservador( coagulação com infravermelho ou escleroterapia)
- Interna II: cirúrgico conservador ( coagulação com infravermelho, escleroterapia ou ligadura elástica)
- Interna III: Ligadura, excisional convencional ou grampeamento
- Interna IV: convencional ou grampeamento
Excisional: hemorroidectomia
Clínico: anti-inflamatórios, pomadas, analgesia, dieta (rica em fibras e água), não usar laxantes (em especial os catárticos) e banho de assento.
Grampeador: hemorroida sem trombose.
Hemorroidectomia: prefere deixar aberta para previnir estenoses.
O que é, Quadro clínico típico de cisto pilonidal e tratamento indicado
Crescimento interno do folículo piloso que dilata e é infectado formando um furúnculo.
Homem, adulto jovem, com abscesso na linha interglútea, dor intensa e febre. Pode ter orifícios único ou múltiplos de secreção.
Cirúrgico: drenagem do abscesso e ATB (agudo). Remoção do tecido até o cóccix e curetagem do tecido circundante (crônico). Encaminhar sempre para biópsia. Prefere-se fechar a lesão.
Profilaxia: tricotomia.
Qual a evolução do quadro até se formar uma fístula perianal e como tratá-la?
Criptite (inflamação das criptas anais) -> Alcançou Glândula anal -> Abscesso perianal -> foi drenado espontaneamente ou cirurgicamente -> Fístula perianal (fase crônica).
Fistulotomia: reconhece o trajeto por RM e cateteriza, abertura da fístula desbridando as bordas e deixando a ferida aberta até sua completa cicatrização a fim de evitar recidivas. Sempre se preocupar com a obstrução do orifício interno e com as lesões nas fibras musculares externas responsáveis pela continência.
Nas fístulas recidivas ou complexas ou quando o paciente tem Crohn, pode-se utilizar uma cola de fibrina autóloga para ocluir o orifício interno.
O que é, quadro clínico de Fissura Anal e tratamento?
Lesão ulcerada linear no anoderma que raramente ultrapassa linha pectínea. Se crônica, piloma sentinela e papila hipertrófica (TRÍADE)
Hematoquezia e dor intensa (‘‘cortando o ânus’’). Lembrando sempre do ciclo entre constipação e fissura. Pacientes homossexuais.
TTO clínico: não utilizar corticoide (atrasa cicatrização), dieta (fibras e água), pomada com anestésico/nitroglicerina/bloqueador do canal de cálcio-nefedipina-, pode utilizar toxina botulínica.
TTO cirúrgico (falha no clínico): esfincterotomia interna parcial.
Quais os dois principais exames para avaliar as alterações na absorção intestinal?
Determinação da gordura fecal (teste quantitativo, qualitativa com sudan e semiquantitativo) e teste da D-xilose na urina.
A D-xilose não precisa ser digerido, portanto, a presença de D-xilose na urina indica que o problema era de digestão não de absorção.
Cuidado que proliferação bacteriana também altera a D-xilose na urina
Quais anticorpos podem ser procurados para diagnosticar doença celíaca?
Antigliadina: bom para crianças abaixo de 2 anos, um resultado negativa não excluí o diagnóstico.
Antiendomísio (EmA-IgA): muito bom.
Antitransglutaminase IgA.
Se positivo (especialmente o último), partir para a biópsia no adulto.
Qual a clínica de um Abdome Agudo Vascular? É suficiente para fechar diagnóstico? Qual sua mortalidade?
Dor súbita e intensa desproporcional ao exame físico. Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS): febre, leucocitose, taquicardia e taquipneia. Distensão abdominal. Peritonite na fase tardia.
Não, se faz de extrema importância compreender os fatores de risco do paciente: idade (especialmente acima de 70 anos), choque e uso de vasoconstritor (causas não oclusivas), estado de hipercoagulabilidade, neoplasia e cirrose (trombose venosa), cardiopata e arritmias (êmbolos- causa mais comum no BR) e aterosclerose, Cx de aorta abdominal ou idoso cardiopata (trombótico).
50 a 70%: translocação bacteriana e de pequenas moléculas alimentares: PAMPs e DAMPs com inflamação sistêmica.
Manifestações neurológicas mais comuns na doença celíaca e mecanismo:
Ataxia ‘‘do glúten’’, neuropatia periférica, epilepsia, cefaleia e psiquiátricas.
Associa-se reações cruzadas de anticorpos formados para DC com células do sistema nervoso, como as células de Purkinje, da glia e até mesmo neurônios. Além disso, associa-se a formação de imunocomplexos e de citocinas e interleucinas que aumentam a permeabilidade da BHE.
Retocolite x Crohn:
Maior relação com carcinoma e megacólon x teoria da higiene
Dor ocasional x frequente
Sangue comum x raro
Tenesmo comum x raro
Perda de peso comum x raro
Predomina cólon distal e reto x quando IG, cólon proximal
Lesões contínuas x segmentares
Úlceras superficias x profundas
Pseudopólipos x em paralelepípedo (aspecto de pedra de calçamento)
Frequente abcessos nas criptas x Raros
Sem granulomas x frequentes
Afeta submucosa/mucosa x transmural
Tabagismo aumenta prevalência x diminuí
Manifestações extraintestinais das doenças inflamatórias intestinais:
- Crohn: poliartrite migratória, úlceras orais, sacroileíte, eritema nodoso, pioderma gangrenoso, espondilite anquilosante, conjuntivite/uveíte, colangite esclerosante.
- Retocolite: artrite, uveíte, eritema nodoso, vasculite, alopecia, aftas, elevação das enzimas hepáticas, colangite esclerosante, …
Quais fatores de risco para abscessos e fístulas perianais?
DM, AIDS e linfomas. Sendo as 3 causas de imunocomprometimento.
Sinais e sintomas de apendicite aguda (Score de Alvarado):
- Migração da dor: epigástrica ou periumbilical -> FID.
- Anorexia.
- Náusea e vômito.
- Dor à descompressão( Blumberg).
- Febre.
- Leucocitose: neutrofilia com desvio à esquerda.
- Outros sinais: Rovsing (compressão lado E), Chutro (desvio do umbigo para D) e do Obturador ( rotação interna do quadril fletido).
- TC pode ser útil: borramento da gordura com aumento do diâmetro do apêndice ( mais que 1 cm)
Como diferenciar diarreia alta (ID) de baixa (IG)?
ALTA X BAIXA
alto volume x baixo
baixo número de evacuações x alto
restos alimentares x não
sem x tenesmo e urgência fecal
Cronicidade de uma diarreia:
Aguda: até 2 semanas
Subaguda
Crônica: mais de 4 semanas
Paciente pediátrico , chega com queixa de diarreia crônica com características de diarreia alta (grande volume, 3 a 5 evacuações dia), esteatorreia e emagrecimento. Nos laboratoriais, foi vista uma anemia ferropriva (que foi refratária ao tratamento) e alteração dos eletrólitos (em especial, hipocalcemia). Qual possível diagnóstico? Quais todos sinais e sintomas podiam estar presentes?
Doença celíaca.
Sinais e sintomas:
Distúrbios gastrointestinais:
Dor abdominal
Inchaço
Diarreia crônica ou constipação
Fezes gordurosas e volumosas
Flatulência excessiva
Perda de peso inexplicada ou dificuldade em ganhar peso
Fadiga crônica e fraqueza
Anemia por deficiência de ferro devido à má absorção de nutrientes
Problemas de pele:
Dermatite herpetiforme: Uma erupção cutânea pruriginosa e vesicular que ocorre frequentemente nos cotovelos, joelhos e região lombar
Dores de cabeça e enxaquecas
Irritabilidade e mudanças de humor
Má absorção de nutrientes:
Deficiências de vitaminas e minerais, como vitamina D, vitamina B12, ácido fólico e cálcio
Atraso no crescimento (em crianças)
Osteoporose ou osteopenia devido à má absorção de cálcio
Sintomas neurológicos:
Formigamento nas mãos e pés (neuropatia periférica)
Falta de coordenação
Distúrbios do equilíbrio
Problemas reprodutivos, como menstruação irregular ou infertilidade
Exame físico na obstrução intestinal:
- Inspeção: dilatação abdominal e peristalse de luta
- Ausculta: timbre metálico
- Percussão: timpanismo na região de obstrução
O que é o Sinal de Gersuny no exame físico abdominal? O que ele indica?
Crepitação após na descompressão. Fecaloma.
No período pós-operatório da neoplasia colorretal qual dos exames mostra recidiva mais precocemente?
Antígeno carcinoembriônico (CEA)
Explique os tipos de pólipos e a importância de identificá-los e retirá-los:
Os tipos são:
Na microscopia,
- Neoplásicos: benignos (adenomatosos-mais comum) e malignos (adenocarcinomatosos)
- Não-neoplásicos: hiperplásicos, inflamatórios e hamartomas
Na macroscopia: pedunculados (tubulares-mais comum e melhor prognóstico), séssil (viloso) e tubuloviloso.
É fundamental entender o tipo do pólipo, pois principalmente no intestino grosso vemos a sequência adenoma-carcinoma, sendo que os pólipos podem se transformar em neoplasias malignos. Por isso, remove-se todos os pólipos presentes durantes uma colonoscopia e encaminha para o anatomopatológico
70% dos Ca colorretais são ……, ou seja, sem ……. …… e originado de um ……. ……..
Esporádicos/ histórico familiar/ pólipo adenomatoso.
O que é uma hemorroida e o que ocorre quando ela trombosa?
Hemorroida: dilatação dos plexos hemorroidários. Fatores envolvidos: excesso de força na evacuação, dieta pobre, veia congesta, hipertonia do EAI.
Trombose: principal complicação de hemorroida gerando dor, é a formação de um coágulo nos vasos do mamilo hemorroidário.
O que os sinais de Chvostek e de Trousseau avaliam? Descreva eles:
Hipocalcemia ou hipomagnesemia( se positivos)
Chvostek: contração mandibular involuntária da mandíbula após estimulação do facial.
Trousseau: espasmos nas mãos/ antebraços após inflar o manguito acima da PAS e deixar alguns minutos.
https://www.youtube.com/watch?v=kvmwsTU0InQ
Pelegra é deficiência de …
Quais são os 3 Ds do quadro clínico?
B3
Diarreia, demência e dermatite.
O que são os divertículos, quais os tipos e quais camadas que se projetam em cada um deles?
São protusões das camadas intestinais pela parede muscular do cólon entre a tênia mesentérica e antimesentérica na região de entrada dos vasos perfurantes. Tem os divertículos congênitos ou verdadeiros -raros-, nos quais todas as camadas se protruem (como no divertículo de Meckel) e os pseudodivertículos, nos quais a camada muscular normalmente se protruí podendo a submucosa acompanhar.
Locais que aparecem os divertículos:
Predominam, com exceção dos asiáticos, em retossigmóide podendo estar presentes em colo descendente.
Caracterização da dor dos divertículos complicados:
Dor leve a moderada, em cólica, em FIE (pode dar em hipogástrio ou FID), piora com refeição e melhora com evacuação (redução da pressão), pode acompanhar de flatulência ou constipação.
Complicações dos divertículos:
- Diverticulite (patogênese semelhante ao apêndice) -> febre, leucocitose;
- Perfuração (local ou cavitária);
- Obstrução pós fibrose;
- HDB por impactação fecal.
Qual exame de imagem padrão ouro na diverticulite? O que procurar nele?
TC
Espessamento da parede do sigmoide (entre iso e hiperatenuante), bolhas de gás na parede e borramento da gordura em volta da parede (gordura menos hipodensa e borrada).
Procurar pneumoperitôneo, abscesso, coleção, …
Clínica da Síndrome do Intestino Irritável:
Dor ou desconforto abdominal + 2 por 3 meses, pelo menos 1 dia por semana:
- Constipação, diarreia ou intercalando;
- Alteração da consistência fecal;
- Distensão;
- Flatos e RHA aumentados;
- Muco nas fezes.
Predomínio em mulheres e em jovens
O que fazer num caso de Empalamento?
Não utilizar laxantes ou enema (explosão cecal). Utilizar lubrificantes, sondas, ar ou perfurar o objeto e ,em casos graves, laparotomia
FR para doença diverticular do cólon e complicações:
Aumento da idade, tabagismo, AINEs, dieta, sedentarismo, obesidade
TTO para doença diverticular do cólon e suas complicações:
Maioria é clínico: dieta (rica em fibra sem sementes), dor (buscopan-hioscina- ou mesalazina. Não usar AINEs), ATB (diverticulite não complicada) com cipro+metro de 7 a 14 dias.
Punção percutânea se abscessos menores que 5 mm e não pélvicos.
Operar: abscessos que não podem ser puncionados, imunodeprimidos, menores de 40 anos, não responde ao TTO, obstrução, perfuração, hemorragias incessantes ou quando não é encontrado a fonte da HDB
Princípios fisiopatológicos das colopatias funcionais:
Distúrbios motores, aumento da sensibilidade visceral, alteração da regulação SNC-TGI (perda do filtro) e modulação por eventos psicossociais.
Tipos de laxativos:
- Formadores de massa: farelo de trigo, psyllium.
- Osmóticos (causam distúrbios eletrolíticos): lactulose, picossulfato de sódio.
- Estimulantes/irritantes (pode causar cólon catártico e dependência): bisacodil (lactopurga), senne e cascara.
- Tópicos: supositórios de glicerina ou fleet enema.
- Emolientes: óleo mineral.
- Neuromuscular: agonista colinérgico (neostigmina), agonista serotoninérgico (tegaserode e prucaloprida) ou antagonista opióide (naltrexona)
Alguns marcadores de Doença Inflamatória Intestinal:
- VHS e PCR altos;
- Alterações absortivas: anemias, B12, …;
- Alfa-1-glicoproteína ácida: atividade;
- Alfa-1-antripsina na DC.