Gastrites, Gastropatias, Dispepsia Flashcards

1
Q

O que é dispepsia e como ela é caracterizada?

A

A dispepsia é uma síndrome, não uma doença, caracterizada por sintomas de epigastralgia (dor na região superior do abdômen) e/ou desconforto pós-prandial (após as refeições). Ela pode ter diversas etiologias, incluindo infecção por H. pylori, doença ulcerosa péptica, e câncer de estômago. Quando nenhuma causa orgânica é encontrada, a condição é denominada dispepsia funcional.

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2
Q

Quais são os principais sintomas da dispepsia?

A

Os sintomas principais incluem empachamento pós-prandial, saciedade precoce, e dor e/ou queimação epigástrica.

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3
Q

Qual é a prevalência da dispepsia e sua importância no contexto das queixas gastroenterológicas?

A

A dispepsia tem uma prevalência global estimada entre 5 a 11% e é responsável por cerca de 40 a 70% das queixas gastroenterológicas, evidenciando sua relevância clínica.

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4
Q

Como é feita a classificação inicial da dispepsia?

A

Inicialmente, a dispepsia é classificada como investigada ou não investigada. Essa distinção é importante para direcionar a abordagem diagnóstica e terapêutica adequada.

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5
Q

Quais são os passos iniciais recomendados para a avaliação da dispepsia?

A

A avaliação inicial deve incluir uma anamnese detalhada e testes laboratoriais. Geralmente, são necessários exames complementares para excluir causas orgânicas dos sintomas

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6
Q

Qual exame é considerado o mais útil na investigação da dispepsia e por quê?

A

A endoscopia digestiva alta, especialmente com pesquisa de H. pylori, é o exame mais utilizado para investigar a dispepsia. Ela permite a análise direta da mucosa e a identificação das causas mais comuns dos sintomas dispépticos. Contudo, tem indicações limitadas e geralmente é reservada para casos específicos.

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7
Q

Quais são as indicações para a realização de uma endoscopia digestiva alta em pacientes com dispepsia?

A

As indicações incluem pacientes com mais de 40 anos com dispepsia não investigada, pacientes que não respondem ao tratamento empírico (com bloqueadores H2, IBPs, ou procinéticos), e pacientes de qualquer idade com sinais de alarme.

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8
Q

Que outros exames podem ser necessários na avaliação da dispepsia, dependendo do quadro clínico?

A

Dependendo do quadro clínico, exames como o ultrassom abdominal podem ser solicitados, especialmente na suspeita de colelitíase, para complementar a avaliação diagnóstic

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9
Q

Quais são as recomendações para o teste de H. pylori em pacientes com menos de 40 anos e sem sinais de alarme?

A

Para pacientes com menos de 40 anos e sem sinais de alarme, recomenda-se a realização de testes não invasivos para a pesquisa de H. pylori, como o teste respiratório ou o teste de antígeno fecal. Estes testes ajudam a determinar a necessidade de tratamento específico para erradicar a infecção por H. pylori sem necessidade de procedimentos invasivos.

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10
Q

Quais são as principais indicações para a realização de endoscopia na investigação de dispepsia?

A

As indicações principais incluem pacientes com mais de 40 anos (segundo o consenso brasileiro) ou mais de 60 anos (segundo o Colégio Americano de Gastroenterologia), ausência de melhora com terapia empírica inicial, perda ponderal significativa (mais de 5% do peso em 6-12 meses), sangramento digestivo evidente, ou presença de mais de um sinal de alarme ou qualquer sinal de alarme de instalação rápida.

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11
Q

Quais são os sinais de alarme na dispepsia que indicam a necessidade de uma investigação mais aprofundada?

A

Os sinais de alarme incluem perda de peso não intencional, disfagia progressiva, odinofagia, anemia ferropriva inexplicada, vômitos persistentes, linfadenopatia ou massa palpável e história familiar de câncer do trato digestivo superior. Estes sinais podem indicar uma condição mais grave, justificando uma avaliação diagnóstica mais detalhada

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12
Q

Qual é a diferença entre as recomendações do consenso brasileiro e do Colégio Americano de Gastroenterologia em relação à idade para realização de endoscopia?

A

O consenso brasileiro de H. pylori estabelece a idade de 40 anos como o ponto de corte para a realização de endoscopia em pacientes com dispepsia, enquanto o Colégio Americano de Gastroenterologia recomenda a idade de 60 anos. Essa diferença reflete variações nas diretrizes clínicas baseadas em evidências locais e internacionais, bem como na avaliação do risco de condições graves associadas à idade

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13
Q

Quais são as principais hipóteses para a fisiopatologia da dispepsia funcional?

A

A fisiopatologia da dispepsia funcional pode ser explicada por várias hipóteses: distúrbios de motilidade (como retardo do esvaziamento gástrico, hipomotilidade antral, e acomodação gástrica prejudicada), hipersensibilidade visceral (caracterizada pela redução do limiar de dor com complacência gástrica normal), disbiose (frequentemente observada após gastroenterite infecciosa), e fatores psicossociais (alta associação com transtorno de ansiedade generalizada, somatização e depressão maior)

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14
Q

Quais são as causas orgânicas de dispepsia?

A

As causas orgânicas de dispepsia incluem doença ulcerosa péptica, malignidade gastroesofágica, cólica biliar, indução por medicações, e outras causas como doença celíaca, pancreatite crônica, esteato-hepatite, doenças gástricas infiltrativas (como gastroenterite eosinofílica/linfocítica, Doença de Crohn, sarcoidose, amiloidose), radiculopatia diabética, distúrbios metabólicos, síndromes vasculares abdominais e dor da parede abdominal

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15
Q

Como os pacientes com dispepsia são reclassificados após a avaliação inicial?

A

Após a avaliação inicial, os pacientes com dispepsia podem ser reclassificados em três grupos: dispepsia orgânica, pacientes com dispepsia mas com endoscopia normal e sem infecção por H. pylori, e pacientes com dispepsia, endoscopia normal e infecção por H. pylori

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16
Q

Quais são as etapas do tratamento para pacientes com dispepsia e infecção por H. pylori?

A

Para pacientes diagnosticados com dispepsia, endoscopia normal e infecção por H. pylori, o tratamento visa a erradicação do H. pylori. Se os sintomas melhorarem dentro de 6 a 12 meses após o tratamento, a dispepsia é classificada como associada ao H. pylori. Caso os sintomas persistam após a erradicação ou se não houver causa orgânica que justifique os sintomas, os pacientes podem ser classificados como tendo dispepsia funcional

17
Q

Quais são os Critérios de Roma IV para o diagnóstico de dispepsia funcional?

A

Os Critérios de Roma IV para diagnóstico de dispepsia funcional exigem sintomas recorrentes que afetam a qualidade de vida, presentes nos últimos 3 meses com início há pelo menos 6 meses, associados a um ou mais dos seguintes sintomas: empachamento pós-prandial, saciedade precoce, dor epigástrica ou queimação epigástrica. Critérios adicionais incluem a exclusão de causas orgânicas para os sintomas. Para a síndrome do desconforto pós-prandial, os sintomas devem estar presentes pelo menos 3 vezes por semana, e para a síndrome da dor epigástrica, os sintomas devem ocorrer pelo menos 1 vez por semana.

18
Q

Como as infecções parasitárias impactam o diagnóstico de dispepsia funcional em regiões do Brasil com alta taxa dessas infecções?

A

Em regiões do Brasil com alta prevalência de infecções parasitárias (por Ascaris lumbricoides, Giardia lamblia e Strongyloides stercoralis), o último consenso brasileiro de H. pylori recomenda a realização do exame parasitológico das fezes (com pelo menos 3 amostras em série) ou o uso empírico de antiparasitários, seguindo os critérios estabelecidos pelo Consenso de Roma IV para o diagnóstico de dispepsia funcional. Isso sugere a importância de considerar infecções parasitárias como possíveis causas orgânicas de sintomas dispépticos antes de confirmar um diagnóstico de dispepsia funcional.

19
Q

Por que é importante realizar exames parasitológicos das fezes em regiões com alta prevalência de infecções parasitárias antes de diagnosticar dispepsia funcional?

A

Realizar exames parasitológicos das fezes é crucial em áreas com alta prevalência de infecções parasitárias porque permite a identificação e o tratamento de infecções específicas que podem ser a causa dos sintomas dispépticos. Esse passo ajuda a assegurar que o diagnóstico de dispepsia funcional não seja feito prematuramente, excluindo possíveis causas orgânicas dos sintomas, conforme exigido pelos Critérios de Roma IV.

20
Q

Qual é a relação entre o diagnóstico de dispepsia funcional e o tratamento de infecções parasitárias?

A

A relação entre o diagnóstico de dispepsia funcional e o tratamento de infecções parasitárias destaca a importância de uma avaliação minuciosa para excluir causas tratáveis dos sintomas dispépticos. Em regiões com alta taxa de infecções parasitárias, o tratamento empírico de tais infecções, de acordo com os critérios de diagnóstico para dispepsia funcional, pode não apenas aliviar os sintomas dispépticos, mas também melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente, evitando diagnósticos incorretos e tratamentos ineficazes.

21
Q

Como os pacientes com dispepsia são classificados para uma abordagem terapêutica?

A

Para uma abordagem terapêutica eficaz, os pacientes com dispepsia são classificados em duas síndromes com base no sintoma principal: Síndrome do desconforto pós-prandial, caracterizada por empachamento pós-prandial e/ou saciedade precoce, e Síndrome da dor epigástrica, caracterizada por dor intensa intermitente e/ou queimação epigástrica. É importante notar que um paciente pode apresentar ambos os conjuntos de sintomas

22
Q

Quais modificações dietéticas são recomendadas para pacientes com dispepsia?

A

Recomenda-se a modificação da dieta para todos os pacientes com dispepsia, incluindo evitar alimentos que potencializem os sintomas (como alimentos gordurosos, condimentados, café e álcool), alimentar-se devagar, em local tranquilo, e evitar refeições copiosas, embora essas recomendações ainda careçam de evidências fortes.

23
Q

Qual é a primeira linha de tratamento recomendada para a síndrome da dor epigástrica?

A

A primeira linha de tratamento para a síndrome da dor epigástrica inclui o uso de terapia antissecretória, com a classe de inibidores da bomba de prótons (IBPs) sendo a principal evidência, recomendada por pelo menos 8 semanas.

24
Q

Que medicamentos são sugeridos para sintomas de dismotilidade em pacientes com dispepsia?

A

Para sintomas de dismotilidade, procinéticos como a domperidona ou a metoclopramida podem ser prescritos, recomendando-se um período de tratamento de pelo menos 4 semanas.

25
Q

Como proceder se houver persistência de sintomas após o tratamento inicial?

A

Se os sintomas persistirem após o tratamento inicial, a escolha pode recair sobre os antidepressivos tricíclicos em doses baixas por mais 8-12 semanas, sendo a amitriptilina (10-25 mg) a droga mais utilizada.

26
Q

Qual é o papel da relação médico-paciente no tratamento da dispepsia?

A

A boa relação médico-paciente é fundamental para o sucesso do tratamento da dispepsia, enfatizando a importância de ouvir atentamente às queixas do paciente e explicar o caráter crônico e benigno da doença.

27
Q

Quais tratamentos alternativos podem ser considerados para pacientes com dispepsia?

A

Tratamentos alternativos para a dispepsia incluem terapia psicocomportamental, uso de buspirona (para possível melhora na acomodação gástrica), agentes antinociceptivos (como pregabalina e carbamazepina) e acupuntura, dependendo da evolução do quadro. endroenenneneeeeeeeeeee

28
Q

quaal é a diferença de dispepsia orgânica da funcional

A