Câncer Gástrico Flashcards
Qual é o principal sintoma de pacientes sintomáticos com adenocarcinoma gástrico?
Sangramento digestivo alto crônico, com melena e anemia.
Como é feito o diagnóstico do adenocarcinoma gástrico?
Por meio da endoscopia digestiva alta, que permite a classificação das lesões (Classificação de Borrmann) e a realização da biópsia para diagnóstico histológico.
Qual é o tipo histológico mais comum de adenocarcinoma gástrico e como é dividido?
O adenocarcinoma gástrico mais comum é o tipo difuso e intestinal, conforme a Classificação de Lauren.
: Quais são os principais fatores de risco para adenocarcinoma gástrico?
Anemia perniciosa, gastrite crônica atrófica por H. pylori, história familiar positiva e tabagismo.
Qual é o macete para o estadiamento do adenocarcinoma gástrico?
Tem metástase → doença estágio IV; linfonodos acometidos → doença estágio III.
Qual é o tratamento padrão para adenocarcinoma gástrico?
Gastrectomia total ou subtotal + linfadenectomia D2, com reconstrução em Y de Roux.
: Qual é a principal complicação cirúrgica após tratamento de adenocarcinoma gástrico?
Fístula do coto duodenal, com quadro clínico marcado pelo débito bilioso através do dreno.
O que é câncer gástrico?
O câncer gástrico é uma doença maligna do estômago e uma das maiores causas de morte por câncer no Brasil.
: O câncer gástrico costuma ser sintomático ou assintomático nas fases iniciais?
Geralmente assintomático e, quando sintomático, muitas vezes está em estágio avançado.
Qual tem sido a tendência global da frequência do câncer gástrico?
A frequência do câncer de estômago apresenta tendência de declínio globalmente.
: Apesar da tendência de declínio global, por que o câncer gástrico permanece uma importante causa de mortalidade?
Permanece uma importante causa de mortalidade por câncer e é um dos cânceres mais frequentes no trato digestivo.
Qual a tendência da incidência de câncer gástrico no Brasil e qual é a provável explicação para isso?
No Brasil, a tendência parece ser de aumento da incidência, provavelmente devido a maior acesso a métodos diagnósticos, e não a um maior número de casos reais.
Quais são os sintomas iniciais comuns do câncer gástrico?
Muitas vezes, o paciente é assintomático ou apresenta sintomas inespecíficos.
Qual é o principal sintoma que pode indicar a presença de câncer gástrico?
Sangramento digestivo alto crônico a esclarecer, com melena e anemia.
Além do sangramento digestivo, quais outros sintomas podem sugerir câncer gástrico?
: Sintomas dispépticos, dor abdominal inespecífica, perda ponderal, e náuseas.
Quais são os sintomas de obstrução pilórica associados a estágios avançados de câncer gástrico?
Distensão epigástrica exclusiva, muitas náuseas e vômitos.
Quais sinais físicos podem indicar doença avançada de câncer gástrico?
Nódulo Periumbilical de Sister Mary Joseph, espessamento do fundo de Saco de Douglas (Prateleira de Blummer), linfonodomegalia supraclavicular esquerda (de Virchow), e axilar esquerda (de Irish).
Como o câncer de estômago se apresenta quando sintomático?
Por meio de sangramento digestivo crônico, acompanhado de melena e anemia.
Qual é o exame de eleição para o diagnóstico de câncer de estômago?
Endoscopia Digestiva Alta (EDA) com biópsia.
O que permite a Endoscopia Digestiva Alta no diagnóstico do câncer gástrico?
Permite visualizar a lesão, observar sua Classificação Endoscópica de Borrmann, e realizar biópsia da lesão.
Como são classificadas as lesões gástricas segundo a Classificação de Borrmann?
I: Pólipo - Lesão polipoide, não ulcerada, podendo ser pediculada ou séssil.
II: Úlcera - Lesão ulcerada, de bordos bem delimitados, elevados.
III: Úlcera infiltrativa - Lesão ulcerada, mas de bordos irregulares, deprimidos, revelando aspecto infiltrativo.
IV: Lesão difusa - Lesão ulcerada e vegetativa, de bordos não identificáveis (linite plástica).
Por que toda lesão gástrica deve ser biopsiada durante uma EDA?
Para identificar o tipo histológico da lesão, sendo o adenocarcinoma gástrico o tipo mais comum.
Como o adenocarcinoma gástrico é classificado segundo a Classificação de Lauren?
: É dividido em intestinal e difuso.
Qual característica da lesão gástrica pode ser observada durante a Endoscopia Digestiva Alta (EDA)?
Durante a EDA, podem ser observadas características malignas da lesão, como ser ulcerada, vegetativa, infiltrativa, etc.
Quais são os critérios para classificar uma lesão como tipo I na Classificação de Borrmann?
Tipo I corresponde a uma lesão polipoide, não ulcerada, que pode ser pediculada ou séssil.
Como é descrita uma lesão tipo II na Classificação de Borrmann?
: Lesão ulcerada com bordos bem delimitados e elevados.
: Qual a principal diferença entre uma lesão tipo III e uma lesão tipo IV na Classificação de Borrmann?
A lesão tipo III é uma úlcera infiltrativa com bordos irregulares e deprimidos, enquanto a lesão tipo IV é uma lesão ulcerada e vegetativa com bordos não identificáveis, conhecida como linita plástica.
O que caracteriza o adenocarcinoma gástrico tipo intestinal de Lauren?
É o tipo mais comum de câncer gástrico esporádico, surgindo em contextos de fatores de risco pré-cancerosos, como gastrites crônicas, e está associado a hábitos dietéticos ocidentais industrializados.
: Quais são os fatores de risco associados ao adenocarcinoma gástrico tipo intestinal?
Fatores de risco incluem gastrites crônicas (como a atrófica ou polipose gástrica) e exposição a hábitos dietéticos ocidentais industrializados.
Qual grupo é mais afetado pelo adenocarcinoma gástrico tipo intestinal?
É mais comum em homens e sua incidência aumenta com a idade.
Como o adenocarcinoma gástrico tipo intestinal tende a se diferenciar em termos de metástases e prognóstico?
Tende a ser bem diferenciado, manifesta metástases mais tardiamente (principalmente hematogênicas) e tem melhor prognóstico que o tipo difuso.
Quais condições devemos pensar quando consideramos gastrite crônica como um fator de risco para câncer gástrico?
Gastrite atrófica, anemia perniciosa, e infecção crônica pelo H. pylori.
Qual subtipo do adenocarcinoma gástrico tem o pior prognóstico?
: Difuso.
Quais são as características demográficas mais associadas ao adenocarcinoma gástrico tipo difuso?
Mais comum em mulheres mais jovens, de tipo sanguíneo A, e com histórico familiar de câncer gástrico.
Como as células do adenocarcinoma gástrico tipo difuso são caracteristicamente descritas?
Indiferenciadas, com presença de células em anel de sinete.
Qual é a tendência de metástase para o adenocarcinoma gástrico tipo difuso?
Tem tendência precoce a metástases, principalmente linfáticas e peritoneais.
Como os tipos intestinal e difuso de Lauren diferem em termos de grupo demográfico predominante?
Intestinal é mais comum em homens mais velhos, enquanto o difuso é mais comum em mulheres mais jovens.
Qual é a principal diferença no padrão de metástase entre o adenocarcinoma gástrico tipo intestinal e tipo difuso?
O tipo intestinal manifesta metástases hematogênicas mais tardiamente, enquanto o tipo difuso apresenta metástases linfáticas e peritoneais mais precoces.
Qual tipo de adenocarcinoma gástrico está associado a um melhor prognóstico?
O tipo intestinal tem melhor prognóstico em comparação com o tipo difuso.
: Quais são os fatores de risco para o câncer gástrico?
Dieta ocidental industrializada, tabagismo, tipo sanguíneo A, metaplasia intestinal, gastrectomia parcial prévia, polipose gástrica, infecção por H. pylori, gastrite atrófica, doença de Menétrier, e baixo nível socioeconômico.
Por que o tipo sanguíneo A é considerado um fator de risco para o câncer gástrico?
Está associado a uma maior predisposição ao desenvolvimento do adenocarcinoma gástrico tipo difuso
Como a dieta ocidental industrializada influencia o risco de câncer gástrico?
Contribui para o aumento do risco devido ao consumo de alimentos processados e presença de carcinógenos dietéticos.
Qual a importância da metaplasia intestinal como fator de risco para o câncer gástrico?
Representa uma alteração pré-maligna do epitélio gástrico, aumentando o risco de desenvolvimento de câncer.
Como a infecção por H. pylori atua como fator de risco para o câncer gástrico?
Promove inflamação crônica da mucosa gástrica, levando a alterações pré-cancerosas como a gastrite atrófica e metaplasia intestinal.
Qual a relação entre gastrectomia parcial prévia e o risco de câncer gástrico?
A cirurgia altera o ambiente gástrico, podendo levar a alterações mucosas que predisponham ao desenvolvimento de câncer.
Por que é importante conhecer a Classificação de Lauren para o câncer gástrico?
As implicações do tipo histológico são cruciais tanto para o diagnóstico e tratamento quanto para aconselhamento do paciente, além de ser um conhecimento necessário para responder questões em provas médicas.
Qual exame é fundamental para o estadiamento do câncer gástrico?
Tomografia Computadorizada (TC) de tórax, abdome e pelve, além da ecoendoscopia, se disponível.
: Por que a tomografia de tórax, abdome e pelve é importante no estadiamento do câncer gástrico?
É importante para a busca de características da lesão local, invasões (T), linfonodos aumentados (N) e metástases hepáticas, pulmonares ou peritoniais (M).
Qual exame é considerado o mais acurado para avaliação do T e do N no câncer gástrico?
A ecoendoscopia é considerada o exame mais acurado para avaliação da invasão do tumor (T) e do envolvimento de linfonodos (N).
O que representa o estadiamento “T” no câncer gástrico?
O estadiamento “T” indica o nível de invasão do tumor no tecido gástrico, variando de T1 (invasão até a submucosa) a T4 (invasão do peritônio visceral gástrico ou estruturas vizinhas).
Quais são os critérios de estadiamento para a invasão do tumor (T) no câncer gástrico?
T1: Até submucosa
T2: Muscular
T3: Serosa
T4: Peritônio visceral gástrico / estruturas vizinhas
Quando é recomendado prosseguir com o tratamento no câncer gástrico?
: Após encontrar um estadiamento favorável, o que implica um estadiamento que permita uma abordagem terapêutica com chance de sucesso.
Qual é o tratamento padrão para o câncer gástrico?
Ressecção cirúrgica do tumor em uma gastrectomia com linfadenectomia D2.
Quando é indicada a gastrectomia total no tratamento do câncer gástrico?
A gastrectomia total é aplicada com segurança a todos os casos e é obrigatória nas lesões proximais ou com margem indefinível (como na linite plástica) e tendência no tipo difuso de Lauren.
Sob quais condições pode-se considerar uma gastrectomia subtotal para o câncer gástrico?
Lesões distais, sobretudo se bem diferenciadas, são passíveis de ressecção em uma gastrectomia subtotal.
Como a localização do câncer gástrico influencia a escolha entre gastrectomia total e subtotal?
A escolha entre gastrectomia total e subtotal depende da localização da lesão (distal ou proximal) e do tipo histológico (tipo difuso de Lauren pode orientar para uma gastrectomia total, mesmo se a lesão for distal).
Qual procedimento é realizado após a gastrectomia total ou subtotal no tratamento do câncer gástrico?
Após a gastrectomia (total ou subtotal), realiza-se uma linfadenectomia D2, com reconstrução em Y de Roux.
: Por que, em alguns serviços, o tipo difuso de Lauren pode determinar a realização de uma gastrectomia total, independentemente da localização da lesão?
O tipo difuso de Lauren tem características que aumentam o risco de disseminação, tornando a gastrectomia total uma abordagem mais segura, mesmo para lesões distais.
O que é ressecado na linfadenectomia D1 durante o tratamento cirúrgico do câncer gástrico?
Na linfadenectomia D1, são ressecados todos os linfonodos perigástricos, incluindo os pericárdicos direitos e esquerdos, da pequena e grande curvatura, e os supra e infrapilóricos.
Quais linfonodos são adicionalmente ressecados na linfadenectomia D2?
Na linfadenectomia D2, além dos linfonodos perigástricos, são ressecados os linfonodos das cadeias vasculares próximas, incluindo os das artérias gástrica esquerda, esplênica, hepática comum e própria.
Qual é o método de reconstrução utilizado após a gastrectomia oncológica?
A reconstrução após a gastrectomia oncológica é feita em Y de Roux.
Qual é a diferença entre a anastomose esofagojejunal e a anastomose gastrojejunal na reconstrução após gastrectomia?
Na gastrectomia total, realiza-se uma anastomose esofagojejunal; na gastrectomia subtotal, uma anastomose gastrojejunal.
Por que as reconstruções a Billroth I e II não são utilizadas na gastrectomia oncológica?
Porque a reconstrução em Y de Roux é preferida para melhorar os resultados pós-operatórios e minimizar complicações.
Qual complicação pós-cirúrgica precoce merece destaque nas provas de medicina?
: A fístula do coto duodenal é uma complicação pós-cirúrgica precoce que merece destaque.
Qual complicação específica o paciente pode apresentar após uma gastrectomia com reconstrução em Y de Roux?
Fístula do coto duodenal.
Qual a prevalência de fístulas do coto duodenal após gastrectomia?
: Cerca de 4% dos cotos duodenais pós-gastrectomia fistulizam.
Por que a fístula do coto duodenal pós-gastrectomia apresenta débito bilioso?
: Devido à reconstrução em Y de Roux, não há trânsito alimentar no duodeno, apenas a passagem de bile e suco pancreático, resultando em uma fístula com débito bilioso.
: Quais são os principais sinais clínicos de uma fístula do coto duodenal?
Piora clínica, dor abdominal, e débito bilioso pelo dreno abdominal.
Como é feito o diagnóstico de uma fístula do coto duodenal?
: Pelo quadro clínico e, em caso de dúvida, pela dosagem de bilirrubina e amilase do líquido drenado, que estarão elevadas. Uma tomografia pode confirmar o diagnóstico e avaliar complicações subsequentes.
Qual é o tratamento para uma fístula do coto duodenal pós-gastrectomia?
Adequada drenagem, suporte nutricional enteral prolongado, uso de antibióticos se houver quadro infeccioso associado, e reoperação indicada para complicações subsequentes ou otimização da drenagem.
: Qual o papel da quimioterapia neoadjuvante e adjuvante no contexto de câncer gástrico?
A quimioterapia neoadjuvante visa reduzir o tamanho do tumor antes da cirurgia, enquanto a quimioterapia adjuvante tem o objetivo de eliminar células cancerígenas remanescentes após a cirurgia, visando melhorar as taxas de sobrevivência e reduzir o risco de recorrência.