Fraturas da Coluna Cervical Baixa Flashcards

1
Q

Características gerais das fraturas da coluna cervical baixa:

A

Definição: Compreendidas entre C3 e C7

Epídemiologia:

  • Fraturas ou fraturas luxações cervicais estão presentes em 3% dos traumas de forma geral
  • 70% das lesões cervicais são subaxiais
  • C6 é o nível mais lesado
  • C5-C6 é o nível mais luxado

MT:

  • Acidentes automobilisticos
  • Mergulho em água rasa
  • Trauma esportivo

Características anatômicas exclusivas das vertebras cervicais:

  • Forame transverso: pertuito da artéria vertebral desde C6
  • Processos espinhosos são frequentemente bífidos, exceto C7
  • Presença de massa lateral: porção lateral as lâminas

Limites do canal vertebral (por onde passa a medula)?

  • Face posterior do corpo vertebral
  • Pedículos
  • Lâminas

Função das principais estruturas:

  • LLA: restringe extensão
  • LLP: restringe flexão
  • Ligamento Nucal:
    • Superficialmente ao ligamento supraespinhoso e infraespinhoso e junto a eles, restringe a flexão.
  • Disco intervertebral:
    • Também contribui com estabilidade junto com o LLA e LLP
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2
Q

Qual a amplitude de movimento da coluna cervical para flexoextensão, rotação e inclinação lateral?

A
  • Flexoextensão: 130°
  • Rotação: 80°
  • Inclinação lateral: 45°

C3 até C7 cada nível contribui com:

  • 10° de flexão
  • 4° de rotação
  • 4° de inclinação lateral

*lembrando que a articulação atlanto-odontoídea apresenta maior contribuição com a rotação da coluna cervical.

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3
Q

Segundo White Panjabi a estabilidade da coluna é definida como: (3)

A
  1. Capacidade de suportar carga fisiológica sem dor
  2. Ausência de déficit neurológico
  3. Ausência de deformidade anatômica ao movimento

*na coluna cervical a contribuição do complexo discoligamentar na estabilidade é superior a óssea.

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4
Q

Quais radiografias solicitar na suspeita de fratura da coluna cervical baixa?

A

AP + P da coluna cervical

Incidência do nadador se necessário (visualiza transição C7-T1).

*importante avaliar toda a extensão da coluna, inclusive a transição C7-T1

**Solicitar TC se paciente inconsciente ou se dúvida.

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5
Q

As radiografias perfil em extensão e flexão são usadas para avaliar______

A

Instabilidade

*nunca realizar na fase aguda

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6
Q

Quando solicitar TC e RNM nos casos de suspeita de fratura da coluna cervical baixa?

A

TC: reabixamento do nível de consciência ou dúvida no Rx

RNM: avaliação do complexo discoligamentar.

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7
Q

Quais são os critérios de White Panjabi para avaliar a estabilidade cervical e a partir de qual valor existe indicação cirúrgica?

A

> 4: indicação cirúrgica

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8
Q

Quais são os scores utilizados para avaliar a estabilidade cervical? (3)

A
  1. White Panjabi
  2. CSISC (cervical spine injury severity score)
  3. SLIC
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9
Q

Explique o que é considerado no score CSISC e à partir de qual pontuação existe indicação para realização de cirurgia:

A

Divide a coluna cervical em 4 colunas (anterior, posterior e as laterais).

Cada coluna pode pontuar de 0 até 5, levando em consideração a lesão óssea e o seu desvio e a lesão ligamentar.

Valores > 7 possuem indicação de cirurgia.

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10
Q

Explique o que é considerado no score SLIC e à partir de qual pontuação existe indicação para realização de cirurgia:

A

Considera:

  • Morfologia
  • Complexo discoligamentar
  • Estatus neurológico

Pontuação:

  • 1-3 Conservador
  • 4 Conservador x Cirúrgico
  • > 4 Cirúrgico
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11
Q

Classificação AO para as fraturas da coluna cervical baixa:

A

A:

  • A1: complexão de 1 placa da vértebra
  • A2: Split de 2 placas da vértebra
  • A3: Explosão de 1 placa
  • A4: Explosão de 2 placas

B:

  • B1: Lesão óssea no plano sagital - Fratura de Chance
  • B2: Fratura com lesão do complexo ligamentar posterior
  • B3: Fraturas com lesão do complexo ligamentar anterior

C: presença de luxação

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12
Q

Passo a passo do tratamento conservador para fraturas da coluna cervical baixa:

A
  1. Órtese cervicais ou cérvico-torácicas por 12 semanas
  2. Seguimento com radiografias semanais nas primeiras 2 semanas
  3. Ao final das 12 semanas, realizar Rx perfil em flexão-extensão para avaliar instabilidade residual
  4. Realizar cirurgia se perda de redução ou instsabilidade a qualquer momento do tratamento.
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13
Q

Como é realizado a redução incruenta das fraturas cervicais baixas?

A

Com Halo craniano seguido de Halo vest ou Halo gesso.

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14
Q

Quais são as possibilidade terapêuticas no tratamento cirúrgico das fraturas cervicais baixas?

A
  1. Descompressão do canal medular
  2. Redução anatômica das fraturas e/ou fraturas luxações
  3. Instrumentação (fixação rígida)
  4. Enxertia óssea autóloga ou homóloga por artrodese.
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15
Q

O que é a fratura em lágrima?

Qual o mecanismo de trauma e qual exame solicitar para investigação?

A
  • Fratura anteroinferior do corpo vertebral (triangular ou quadrangular)
  • MT: flexão da coluna
  • Avaliar com RNM o complexo discoligamentar posterior
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16
Q

A fratura por compressão esta associado a:

A
  • Osteoporose.
  • Lembrar de solicitar RNM para avaliar o complexo discoligamentar.
17
Q

O que é uma fratura em explosão?

Como ocorre?

Ao que deve-se ficar atento?

A
  1. Fratura com perda acentuada da altura do corpo vertebral
  2. Ocorre por retropulsão dos fragmentos em direção ao canal medular.
  3. As lesões neurológicas
18
Q

Como ocorrem as fraturas e fraturas-luxações das facetas articulares?

A

O mecanismo de trauma é em flexão forçada

19
Q

Quais são as contraindicações absolutas para realizar redução incruenta com halo-gesso? (2)

A
  1. Incapacidade de avaliação neurológica adequada
  2. Radiografia de má qualidade
20
Q

Quais são as contraindicações relativas para realizar redução incruenta com halo-gesso? (1)

A

Espondilite anquilosante

21
Q

As luxações unifacetarias são mais___________

A

Dificeis de reduzir

22
Q

A avaliação da herniação discal via RNM é essencial devido ao:

A

Risco de herniação discal completa após redução incruenta com piora do quadro neurológico.

23
Q

O que fazer se existir risco de herniação discal?

A

Indicar cirurgia por via anterior - para discectomia

24
Q

Como posicionar os pinos do Halo Craniano?

A
  • No CC sob sedação e em DDH
  • Anestesiar a pele nos locais de inserção dos parafusos

Posição dos parafusos:

  1. 1cm acima da orelha ao nível do meato acústico externo e abaixo do equador cefálico para evitar escorregamento.
  2. 1cm acima das sombrancelhas na transição do terço médio para o lateral delas.
25
Q

Descreva a técnica de progressão da carga no Halo Craniano: (4)

A
  1. Iniciar com 5Kg
  2. Subir 2Kg por vez. Lembrar de solicitar novo Rx, avaliar padrão neurológico e sinais vitais a cada nova progressão.
  3. Progredir até tolerabilidade do paciente ou aparecimento de sintomas neurológicos
  4. Caso haja piora dos sintomas neurológicos, reduzir a carga da mesma maneira que é feita a progressão ou então, indicar cirurgia para descompressão do canal medular de urgência.
26
Q

O que fazer após obter a distração necessária no Rx com o uso do Halo Craniano: (2)

A
  1. Mudar o vetor de tração para extensão ou posicionar coxim interescapular para reduzir luxação.
  2. Após reduzido a luxação, reduzir a carga com a mesma técnica da progressão até se obter carga de 10kg. Com isso, confeccionar halo gesso ou halo vest para continuar o tratamento.

*Lembrar que o metal do halo craniano é incompativel com a RNM

27
Q

Características da fratura da massa lateral?

A
  • MT: trauma em extensão, compressão lateral e rotação
  • São frequentemente benignas, sem desvio

*Lembrar da RNM para avaliar o complexo ligamentar discoligamentar.

**Massa lateral é uma característica exclusiva das vértebras cervicais.

28
Q

Características da lesão por distração anterior:

A

MT: trauma em extensão forçada com lesão das estruturas anteriores e nos graus mais avançados, das estruturas posteriores.

*Pedir RNM para avaliação do complexo discoligamentar

29
Q

Características das fraturas da lâmina:

A
  • MT: trauma direto ou extensão forçada
  • Lesão mais rara

*Pedir RNM para avaliação do complexo discoligamentar

30
Q

Características da fratura do processo espinhoso (Clay Shoveler´s).

A
  • Conhecida como fratura dos mineradores
  • MT: Trauma com flexão forçada com avulsão do processo espinhoso pelo ligamento supraespinhal
  • Benigna na maior parte dos casos

*Pedir RNM para avaliação do complexo dis coligamentar

31
Q

Características das fraturas do processo transverso:

A
  • Atenção as complicações relacionadas a artéria vertebral (fratura pode se extender também ao forame transverso).
  • Solicitar angioTC para avaliar artéria vertebral

*Pedir RNM para avaliação do complexo discoligamentar

32
Q

Características da Via Anterior (Smith Robinson) no tratamento cirurgico da coluna cervical baixa:

A

Local: Borda medial do esternocleidomastoideo à esquerda preferencialmente.

Aplicações:

  1. Isolamento do nervo laríngeo recorrente
  2. Discectomias
  3. Corpectomias caso haja necessidade de descompressões extensas ou fraturas graves em explosão. O corpo vertebral é substituido por enxerto autólogo ou homólogo seguido de instrumentação ou cages.
33
Q

Características da via posterior no tratamento da coluna cervical baixa:

A

Local: via mediana

Aplicações: Retirada de processo espinhoso e lâminas conforme necessidade

*Lembrar que após a descompressão, aplicar instrumento de fixação - laminectomia de múltiplos níveis pode evoluir com cifose caso não seja fixado

**Aplicar enxertia entre os corpos para promover artrodese. Além de realizar a fixação.

34
Q

Qual o local de posicionamento dos parafusos na coluna vertebral? E nos outros níveis?

A

Posiocionado na massa lateral, exceto em C7

Nos outros níveis: Pedículo

35
Q

Cite 3 técnicas para posicionamento dos parafusos na coluna:

A
  1. Magerl
  2. Roy Camille
  3. Anderson
36
Q

Qual estrutura é a maior responsável pela estabilização de C3-C7 e que pode levar a maior cifotização nos casos de laminectomia?

A

Mais de 50% da faceta articular