Febre Sem Sinais de Localização (FSSL) Flashcards

1
Q

Definição de Febre

A

A definição de febre está longe de ser consensual.

  • Tax ≥ 37,5 °C
  • Retal ≥ 38 °C
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2
Q

Quais os dois “caminhos diagnósticos” para crianças com febre ?

A
  • Em 80% das crianças febris, o médico não encontrará dificuldade para estabelecer a causa pois estarão presentes outros sinais ou sintomas
  • Em 20% dos lactentes febris, a febre é um achado isolado, o que significa que, mesmo após anamnese e exame físico cuidadosos, nenhum foco é identificado e esta condição recebe a denominação
    de “febre sem foco”
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3
Q

Entre os pacientes com febre sem foco, a imensa maioria é portadora de uma infecção viral benigna ? (V/F)

A

Verdadeiro

Entretanto um pequeno grupo desses pacientes pode ser portador de uma condição que, na ausência de um nome específico, é conhecida como bacteremia oculta.

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4
Q

Incidência da Febre sem Foco e Agentes + frequentes

A

Período Pré vacinal

  • 3-5%.
  • pneumococo (75%)
  • hemófilo (20%)

Período Pós Vacinal

  • 0,5-0,7%
  • E. coli, estafilococos e salmonelas
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5
Q

3 condutas possíveis diante da BO e quais os mais indicado ?

A

1º - internar todas as crianças com febre sem foco e submetê-las a diversos exames complementares e iniciar antibioticoterapia parenteral, enquanto não for possível descartar essa possibilidade.

2º - acompanhar todos os pacientes que estiverem em bom estado geral, e que não possuam nenhuma condição mórbida de base, sem submetê-los a qualquer exame complementar ou tratamento e reavaliar periodicamente, intervindo ao menor sinal de deterioração do quadro (preferido pelos consultórios particulares)

3º - Definir, com base no exame clínico e em alguns exames complementares simples, o risco de bacteremia e tomar uma conduta mais ou menos agressiva de acordo com a avaliação. Essa é a abordagem, baseada em protocolos de risco. (preferida por pediatras que trabalham em serviços de urgência ou emergência).

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6
Q

O que são protocolos de risco em Febre Sem Foco ?

A

Protocolo de risco é um fluxograma que estabelece, passo a passo, quais parâmetros analisar e qual conduta seguir após a avaliação de cada parâmetro.

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7
Q

Qual a melhor conduta em FSF ?

A

Até hoje não foi possível estabelecer, com segurança, entre as alternativas aceitáveis, qual a melhor conduta: se a observação com reavaliações periódicas ou a utilização de protocolos de risco.

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8
Q

Conduta na criança portadora de doença debilitante prévia

A

Risco aumentado para bacteremia oculta

  • Internação
    • Hemograma
    • EAS
    • Punção Lombar* com cultura de líquor
    • Hemocultura
    • Urinocultura
  • Antibióticos parenterais até descartar a possibilidade de infecção bacteriana grave.
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9
Q

Conduta na criança nitidamente doente, toxêmica

A

Apresenta sinais evidentes de doença grave; prostração intensa, irritabilidade, letargia, pele acinzentada e outros sinais de gravidade

Risco aumentado para bacteremia oculta (igual na comorbidade prévia)

  • Internação
    • Hemograma
    • EAS
    • Punção Lombar* com cultura de líquor
    • Hemocultura
    • Urinocultura
  • Antibióticos parenterais até descartar a possibilidade de infecção bacteriana grave.
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10
Q

BEG, sem comorbidades prévias, qual o próximo passo ?

A

Estratificar pela Idade

  • Recém nascidos
  • Lactentes de 1-3 meses
  • Crianças de 3-36 meses
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11
Q

Protocolo para o recém nascido

A

Incidência de bacteremia oculta de até 12%

  • Internação hospitalar,
  • Hemocultura + Urinocultura
  • Líquor*
  • ATB parenteral
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12
Q

Protocolo para o paciente entre 1-3 meses

A

Conduta

  • Hemograma e EAS para todos
  • Punção lombar* ( ↑ contra nesse grupo)

Hemograma e EAS normais:

  • Acompanhamento clínico e revisão em 24 horas
  • Sem prescrição de ATB
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13
Q

Conduta em Paciente entre 1-3 meses com EAS +

A

EAS evidenciando piúria e/ou bacteriúria, independentemente do resultado do hemograma, deve-se assumir o diagnóstico de provável infecção urinária!

  • Urinocultura
  • Iniciar ATB apropriado, em regime ambulatorial
  • Esperar urinocultura confirmar ou afastar o dx
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14
Q

Características do hemograma alterado em paciente entre 1-3 meses

A
  • Leucocitose (≥15.000/mm³)​
  • Leucopenia (≤5.000/mm³)
  • Desvio para a esquerda (≥1.500 bastões/mm³)
  • Relação neutrófilos jovens/totais ≥ 0,2
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15
Q

Conduta em Paciente entre 1-3 meses com Hemograma + e EAS sem alterações

A
  • Internação hospitalar,
  • Punção lombar
  • Culturas de sangue, urina e líquor
  • Início imediato de ATB parenteral
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16
Q

Protocolo para o paciente entre 3-36 meses

A

Primeiro passo: avaliar a temperatura corporal do paciente (bacteremia aumenta de forma diretamente proporcional ao aumento da temperatura, nessa faixa etária)

  • Tax < 38,3°C → Acompanhamento Clínico + Reavaliar em 24h
  • Tax > 38,3°C → Avaliar condição vacinal do paciente
    • 2 doses vacina = baixo risco para pneumococo e hemófilo
      • Investigar ITU - EAS
17
Q

Conduta paciente entre 3-36 meses com febre > 38,3° C e que receberam
pelo menos duas doses da vacina e tem EAS negativo ?

A
  • Liberado p/ casa
  • Sem ATB
  • Retornar em 24 horas para reavaliação
18
Q

Conduta paciente entre 3-36 meses com febre > 38,3° C e que receberam
pelo menos duas doses da vacina e tem EAS positivo ?

A
  • Dx provável de ITU
  • Urinocultura
  • ATB
19
Q

Conduta paciente entre 3-36 meses com febre > 38,3° C e que não receberam
pelo menos duas doses da vacina ?

A

Desprotegidos contra hemófilo e pneumococo!

Coleta de Hemograma + EAS

Normal: acompanhamento clínico e revisão em 24 horas, sem ATB.

EAS +: urinocultura + ATB

Hemograma alterado + EAS normal:

  • Leucocitose (≥15.000/mm³)
  • Neutrofilia (≥10.000/mm)
    • Conduta: Hemocultura + urinocultura + ATB + Reavaliação em 24 horas.
20
Q

ATB no paciente entre 3-36 meses com febre > 38,3° C e que não receberam pelo menos duas doses da vacina e tem Hemograma alterado + EAS normal

A
  • Ceftriaxona, em regime parenteral, sendo a primeira dose administrada ao término da primeira consulta e uma segunda dose no momento do retorno, em 24 horas.
21
Q

Pós e Contra do Protocolo de Risco

A

É preciso ter sempre em mente que a estrita adesão a protocolos de risco não parece ser superior à conduta individualizada adotada pela maioria dos pediatras que têm como principal campo de prática o consultório privado.

Além disso, com a utilização dos protocolos, muitas crianças com doenças virais benignas serão identificadas como pacientes “de risco” e submetidas a exames complementares, tratamento antimicrobiano e, possivelmente, internações desnecessárias.