Exame respiratório Flashcards

1
Q

A inspeção torácica compreende uma etapa estática e uma dinâmica. O que se busca em cada uma delas?

A

Estática: forma do tórax, presença ou não de abaulamentos e depressões

Dinâmica: tipo respiratório, ritmo e frequência da respiração, amplitude dos movimentos respiratórios, presença ou não de tiragem, expansibilidade dos pulmões

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2
Q

Quais são os tipos de tórax? O que leva a cada um?

A

Chato: reduzido diâmetro AP. Sem significado patológico, comum em longilíneos

Em barril ou tonel: diâmetro AP praticamente igual ao transversal. Causa mais comum é o enfisema pulmonar

Infundibuliforme (pectus excavatum): depressão no terço inferior do externo. Congênito ou adquirido (raquitismo)

Cariniforme (pectus carinatum): saliência em forma de peito de pombo ou quilha de navio no esterno. Congênito ou adquirido (raquitismo)

Piriforme (em sino): porção inferior se alarga. Grandes hepatoesplenomegalias e ascite volumose

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3
Q

Causas comuns de abaulamento do tórax

A

Aneurisma de aorta
Tumor do timo ou do mediastino superior
Derrames pleurais (na base do hemitórax correspondente)
Hipertrofia do VD (principalmente em crianças)

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4
Q

Quais são os tipos respiratórios?

A

Costal superior: principalmente no sexo feminino. Deve-se ao predomínio da ação dos músculos escalenos e ECM, que deslocam a parte superior do tórax para cima e para frente

Toracoabdominal: principalmente no sexo masculino e em crianças de ambos os sexos. Se deve principalmente ao m. diafragma. Em decúbito, ambos os sexos respiram dessa forma predominantemente

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5
Q

O que é platipneia, ortopneia e trepopneia?

A

Platipneia: dificuldade para respirar em posição ereta, que se alivia em decúbito. Ocorre após pneumonectomia, shunt D e E, cirrose

Ortopneia: dificuldade para respirar na posição deitada

Trepopneia: dispneia que surge quando o paciente se deita em decúbito lateral, porém não aparece quando o paciente está em decúbito lateral contralateral. Pode ocorrer na IC congestiva e no derrame pleural

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6
Q

Como é o ritmo respiratório de Cheyne-Stokes? Quando surge?

A

Explica-se a respiração de Cheyne-Stokes pelas variações da tensão de O2 e CO2 no sangue, associadas a uma anormal sensibilidade do centro bulbar que comanda a respiração. O excesso de CO2, durante o período de apneia, atua sobre o centro respiratório, o qual passa a emitir estímulos que aumentam a amplitude dos movimentos respiratórios. Como consequência desses amplos movimentos, há maior perda de CO2, cuja concentração sanguínea decai. Quando isso acontece, o centro respiratório deixa de ser estimulado de modo suficiente e, em consequência, há diminuição da profundidade da respiração. A repetição sucessiva de tais fenômenos resulta na respiração de Cheyne-Stokes

Surge na IC grave (principal), nos AVCs, nos traumatismos cranioencefálicos, nas intoxicações por morfina ou barbitúricos

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7
Q

Como é o ritmo respiratório de Biot? O que causa?

A

Nítidas variações na amplitude dos movimentos torácicos, observando-se uma verdadeira arritmia respiratória

Comum em meningite, neoplasias, hematoma extradural, traduzindo sempre lesão no centro respiratório. Indicativo de mau prognóstico

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8
Q

Como é o ritmo respiratório de Kussmaul? O que causa?

A

Amplas (bem profundas) e rápidas inspirações interrompidas por curtos períodos de apneia após as quais ocorrem expirações profundas e ruidosas, sucedidas por pequenas pausas de apneia

Cetoacidose diabética, insuficiência renal com uremia e outras acidoses

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9
Q

O que é tiragem?

A

Quando há obstáculo em uma via respiratória, dificultando ou impedindo a penetração do ar, a parte correspondente do pulmão não se expande. A pressão atmosférica, ao atuar sobre a área correspondente da parede torácica, provoca uma leve depressão dos espaços intercostais; este fenômeno denomina-se tiragem

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10
Q

O que significa tiragem em um hemitórax? E bilateral?

A

Tiragem em um hemitórax indica oclusão de um brônquio principal (tampão mucoso, neoplasia, corpo estranho, pneumotórax contralateral)

É bilateral quando o obstáculo está acima da bifurcação traqueal (angina diftérica, laringite estridulosa, corpo estranho, tumores mediastinais)

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11
Q

O que é avaliado na palpação da parede torácica?

A

Estrutura
Expansibilidade ou mobilidade
Frêmito toracovocal

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12
Q

Como é avaliada a expansibilidade torácica?

A

Expansibilidade dos ápices: o examinador se posiciona atrás do paciente, pousando ambas as mãos sobre as regiões que correspondem aos ápices pulmonares, de tal modo que os polegares se toquem levemente, em ângulo quase reto, no nível da vértebra proeminente. Os demais dedos do examinador, justapostos e semifletidos, exercem leve pressão sobre o tórax. Solicita-se, então, ao paciente que respire mais fundo, e, enquanto isso, o examinador observa a movimentação de suas mãos. Não é difícil reconhecer diminuição ou ausência da mobilidade, de um ou de ambos os ápices pulmonares

Expansibilidade das bases: o examinador continua posicionado atrás do paciente, de pé ou sentado. Seus polegares devem estar próximos ou mesmo juntos na altura das apófises espinhosas da 9a ou 10a vértebra torácica, enquanto a palma da mão e a face ventral dos dedos, estendidos e justapostos, devem abarcar o máximo da área correspondente às bases pulmonares. É conveniente que os dedos estejam bem aderidos à parede torácica de tal modo que a movimentação dessa região leve consigo a mão do examinador. Analisa-se a mobilidade das bases pulmonares durante a respiração tranquila e também após algumas incursões respiratórias profundas. A amplitude da movimentação das mãos do examinador indica o grau de expansibilidade dos lobos inferiores dos pulmões

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13
Q

A diminuição da expansibilidade unilateral pode ser causada por:

A

Apical: processo infeccioso do ápice pulmonar

Basal: derrame pleural, hepatomegalias, esplenomegalias

Difusa: pneumotórax, hidrotórax, atelectasia, pleurodinia, traumatismo torácico

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14
Q

A diminuição da expansibilidade bilateral pode ser causada por:

A

Ápices: processo infeccioso ou cicatricial

Basal: gravidez, ascite, obesidade, derrame pleural bilateral

Difusa: enfisema pulmonar, esclerodermia, senilidade

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15
Q

O que causa o aumento do frêmito toracovocal?

A

O aumento do FTV traduz consolidação, congestão, bronquiectasia

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16
Q

O que causa diminuição ou desaparecimento do frêmito toracovocal?

A

Se relaciona com alguma anormalidade que impeça, parcial ou totalmente, a transmissão das ondas sonoras originadas na laringe

Derrame pleural, espessamento da pleura, atelectasia por oclusão brônquica, pneumotórax e enfisema pulmonar)

17
Q

Como se chama o som escutado na percussão da área pulmonar sem alterações?

A

Som claro pulmonar

18
Q

Hipersonoridade na percussão torácica indica o quê? O que causa isso?

A

Indica aumento de ar nos alvéolos pulmonares
Enfisema pulmonar (DPOC), asma brônquica, pneumotórax

19
Q

Submacicez e macicez na percussão torácica indica o quê? (em regiões pulmonares). O que causa isso?

A

Indicam redução ou inexistência de ar no interior dos alvéolos
Bronquiectasias, consolidação, atelectasia, congestão, derrame pleural

20
Q

Som timpânico na percussão torácica indica:

A

Ar aprisionado no espaço pleural - pneumotórax

21
Q

Como é o som traqueal?

A

Distingue-se facilmente os componentes inspiratório e expiratório

O inspiratório é constituído de um ruído soproso, mais ou menos rude, após o qual há um curto intervalo silencioso que separa do componente expiratório, mais forte e prolongado

O som traqueal, audível na região de projeção da traquéia, no pescoço e na região esternal, origina-se na passagem do ar através da fenda glótica e na própria traquéia

22
Q

Como é a respiração brônquica?

A

A respiração brônquica corresponde ao som traqueal audível na zona de projeção de brônquios de maior calibre.
Se assemelha ao som traqueal, se diferenciando por ter o componente expiratório menos intenso

23
Q

Em que situações ouve-se respiração brônquica ao invés de murmúrios vesiculares?

A

Situações em que ocorre condensação pulmonar, atelectasia, cavernas pulmonares

24
Q

Como são os murmúrios vesiculares?

A

São os ruídos respiratórios ouvidos na maior parte do tórax são produzidos pela turbulência do ar circulante ao chocar-se contra as saliências das bifurcações brônquicas, ao passar por cavidades de tamanhos diferentes, tais como bronquíolos para os alvéolos e vice-versa

O componente inspiratório é mais intenso, mais duradouro e de tom mais alto em relação ao componente expiratório que, por sua vez, é mais fraco, de duração mais curta e de tom mais baixo

Sem intervalo entre inspiração e expiração

25
Q

Quais condições podem resultar na diminuição ou abolição dos murmúrios vesiculares?

A

Consolidação
Derrame pleural
Pneumotórax maciço
Atelectasia

26
Q

Como é a respiração broncovesicular?

A

A intensidade e a duração da inspiração e da expiração têm igual magnitude, ambas um pouco mais fortes que no murmúrio vesicular, mas sem atingir a intensidade da respiração brônquica

27
Q

Locais em que se escuta respiração broncovesicular em condições normais

A

Auscultada na região esternal superior, na interescapulovertebral direita e no nível da terceira e da quarta vértebra dorsal.

28
Q

Quais são os sons ou ruídos anormais contínuos?

A

Roncos, sibilos, estridor

29
Q

Como é a frequência sonora dos roncos e sibilos?

A

Roncos são graves e sibilos agudos

30
Q

Em quais patologias ocorrem os roncos?

A

Asma brônquica
Bronquites
Bronquiectasias
Obstruções localizadas

31
Q

Em que fase ocorrem os roncos? Predomina em qual?

A

Inspiração e expiração
Predomina na expiração

32
Q

Sibilos ocorrem em quais condições? Em qual fase respiratória?

A

Asma e bronquite
Inspiração e expiração

33
Q

O que é um estridor? Ocorre em quais situações?

A

Ruído inspiratório produzido pela obstrução da laringe ou da traqueia
Pode ser provocado por difteria, laringite aguda, câncer da laringe e estenose da traqueia

34
Q

Quais são os sons anormais descontínuos?

A

Estertores finos, estertores grossos

35
Q

Em que fase da respiração escutam-se estertores finos? Como é a característica desse som?

A

Final da inspiração
Alta frequência, duração curta, não se modificam com a tosse
Ouvidos principalmente nas bases pulmonares

36
Q

Em que fase da respiração escutam-se estertores grossos? Como é a característica desse som?

A

Início da inspiração e durante toda a expiração
Frequência menor, duração maior que os finos
Auscultados em todas as regiões do tórax

37
Q

Verdadeiro ou falso
Tanto os estertores finos quanto os grossos se modificam com a tosse

A

Falso - somente os estertores grossos sofrem alteração com a tosse