estudo p8 - Diagnóstico Laboratorial das Infeções Gastrointestinais Flashcards

1
Q

**Caso Clínico

Em agosto de 2016 a família Silva (casal jovem, licenciados e a preparar o doutoramento e 1 filho, o Santiago, de 5 meses), emigrada em Inglaterra nos últimos 4 anos, veio visitar a família e participar no dia 25 de agosto no casamento de um primo, na sua aldeia natal. Na noite do dia 26 a mãe inicia dor abdominal e febre. Durante a noite surge diarreia com várias dejeções não muito abundantes, mas com muco e as últimas raiadas de sangue. Tem febre 38ºC, dor abdominal por vezes violenta e tenesmo retal (falsa vontade de defecar). Na manhã do dia 27, data programada para o regresso a Inglaterra, o pai inicia mau estar, tem um vómito e diarreia com muco, mas com um quadro de dor abdominal menos marcado. A criança está bem. Após telefonema para alguns familiares constatam que vários têm os mesmos sintomas. Tiveram que adiar o regresso a Inglaterra por alguns dias, mas a doença foi autolimitada e 6 dias depois estavam bem**

A
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2
Q

Qual a etiologia das síndromes gastrointestinais?

A
  • acompanham-se frequentemente de náuseas, vómitos, dor abdominal, diarreia ou disenteria
  • classificadas
    a) infeções gastrointestinais
    b) síndromes gastrointestinais não infeciosas (alergias, envenenamento)
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3
Q

a) INFECOES GASTROINTESTINAIS

A

ETIOLOGIA
- vírus, bactérias, fungos (mais raramente) ou parasitas
- via de infeção é geralmente a via fecal-oral
- fontes de infeção são sobretudo a água e os alimentos

BACTERIAS
a) Escherichia coli
b) Shigella spp
c) Shigella spp
d) Campylobacter
e) Yersinia spp
f) Aeromonas spp

VIRUS
a) rotavírus
bI adenovírus entéricos
c) norovirus
d) astrovírus
e) coronavírus

PROTOZOARIOS
a) Giardia lamblia
b) Entamoeba histolytica
c) Cryptosporidium spp

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4
Q
A

ENTEROCOLITE
AGUDA
- inflamação do intestino delgado e do cólon
- cursa com febre, mal-estar, dor abdominal do tipo cólica, vómitos e diarreia

NECROSANTE
- isquemia intestinal (favorece a proliferação bacteriana)

PSEUDOMEMBRANOSA
- desencadeia-se após uma antibioterapia prolongada

CRONICA
- pouco dolorosa
- evolucao lenta
- crises febris, cursando gradualmente com má absorção e perda de peso

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5
Q
A

COMO SURGEM
- mecanismo invasivo, secretor (toxinas), intoxicações alimentares ou disbiose
(podem associar se)

BACT INVASIVAS
- aderem às células epiteliais
- penetram e multiplicam se
- podem originar disenteria
a) inflamação intestinal aguda e grave de origem infeciosa
b) freq acompanhada de ulcerações da mucosa do intestino inferior
c) caracterizada por diarreia frequente (muitas vezes com sangue, muco e pus), dores abdominais do tipo cólica e/ou tenesmo
d) agentes : Shigella spp., Salmonella spp., Campylobacter jejuni, Yersinia enterocolitica e Escherichia coli enteroinvasiva (ECEI).

BACT PROD EXO OU ENTEROTOXINAS
- atividade citotóxica outras são ativadoras de adenilciclase
- agentes: Vibrio cholerae, Escherichia coli enterotoxigénica (ECET), Escherichia coli enteropatogénica (ECEP), Escherichia coli enterohemorrágica (ECEH), Clostridium perfringens, Clostridioides difficile, Bacillus cereus e Campylobacter jejuni

INTOXICACAO ALIMENTAR
- são produzidas pelas bactérias quando estas contaminam os alimentos
- não são as bactérias, por si só, as causadoras de doença
- agentes: Staphylococcus aureus, Clostridium perfringens, Clostridium botulinum e Bacillus cereus
- importante identificar o agente etiológico, de forma conhecer a origem e a implementar metodologias de manuseio alimentar que permitam prevenir as transmissões posteriores

DISBIOSE
- desequilíbrio da flora intestinal normal devido a antibioterapia prolongada
- Clostridioides difficile, a colite pseudomembranosa, é a principal responsável por esta patologia

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6
Q

microbiota do sistema digestivo

A
  • pouco abundante devido à sua acidez
  • algumas conseguem resistir e atingir partes mais baixas do tubo digestivo causando doenca
    (Salmonella spp., Shigella spp. e Vibrio spp)
  • principalmente constituída por bactérias anaeróbias facultativas, anaeróbias estritas e leveduras em quantidade abundante e de modo constante

JEJUNO
- predominam Staphylococcus spp., bactérias da família Enterobacteriaceae e bactérias anaeróbias

ILEO TERMINAL
- predominância de bactérias anaeróbias, sobretudo Bacteroides

COLON
- bactérias anaeróbias não esporuladas tais como Bacteroides spp. e Bifidobacterium spp., mas também Propionobacterium spp., Eubacterium spp. e Lactobacillus spp

MICROBIOTA INTESTINAL TRANSITORIA
- espécies provenientes da alimentação ou de outros locais do corpo que, em quantidade excessiva, podem levar a manifestações infeciosas.

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7
Q

Diagnostico laboratorial das infeções gastrointestinais

A

COLHEITA DE FEZES
- dejeção espontânea e realizar-se para um recipiente estéril com tampa de rosca e colher
- fezes muito líquidas pode ser efetuada com o auxílio de zaragatoa retal ou de papel de filtro
- colheita dos elementos muco-pio-sanguinolentos deve ser praticada nos casos de disenteria

EXAME LABORATORIAL

MACROSCOPICO
- observar-se as fezes
- registar o estado físico e a presença de elementos como muco, pus ou sangue.

MICROSCOPICO
- estudo dos elementos celulares (leucócitos e eritrócitos) que são indicativos de uma infeção gastrointestinal causada por uma bactéria invasiva

COPROCULTURA
- SISTEMATICA :permite a pesquisa de Salmonella spp., Shigella spp., Yersinia enterocolitica ou Campylobacter spp
- DIRIGIDA: pretende realizar a pesquisa de Escherichia coli enteropatogénica (ECEP), Vibrio cholerae, Clostridioides difficile ou Listeria monocytogenes.

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8
Q

Identificação bacteriana

A

através das suas características culturais e bioquímicas

EM GELOSE SS
- colónias de Salmonella spp. são negras (devido à produção de H2S)
- colónias de Shigella spp. são incolores
——————————-
- Yersinia enterocolitica é uma bactéria urease positiva
- Campylobacter spp. é um bacilo Gram negativo, encurvado e móvel que, em gelose de sangue com antibióticos, exibe colónias incolores
- ECEP é um bacilo Gram negativo e catalase positivo
- Vibrio cholerae é um bacilo Gram negativo, encurvado, móvel e oxidase positivo
———————————
- pesquisa de citotoxina através de métodos imunológicos

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9
Q
A
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10
Q

**Caso Clínico

O Santiago, em setembro, foi integrado no infantário. Fez alimentação materna exclusiva até essa data onde iniciou a diversificação alimentar. Tem as vacinas do Programa de vacinação atualizadas, mas não tem vacinas extra. Foi sempre saudável com bom crescimento e desenvolvimento. Aos 9 meses durante a noite inicia subitamente um quadro de vómitos repetidos e incoercíveis e algumas horas depois dejeções líquidas abundantes. Febril e com prostração, a mãe leva-o à médica assistente. A médica constata sinais de uma desidratação moderada. Inicia soluto de reidratação oral. A criança ainda tem um vómito inicial, mas após isso tem boa tolerância. Algumas horas depois o seu estado geral melhora. Mantém a diarreia líquida, mas já não vomita e tolera a alimentação. A mãe telefonou para o infantário e foi informada que na sala havia outros casos de crianças com a mesma sintomatologia**

A
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11
Q

diagnostico infecao gastrointestinal de etiologia viral

A

técnicas laboratoriais de identificação dos vírus mais comummente utilizadas
- deteção de antigénios virais
- métodos moleculares (por exemplo: PCR e RT-PCR);

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12
Q

e se for parasitario

A

Exame Parasitológico de Fezes
- sempre que se suspeita de uma parasitose intestinal causada por protozoários ou helmintas
- procurando identificar-se trofozoítos e quistos de protozoários, vermes ou fragmentos e ovos de helmintas

Colheita de fezes
- dejeção espontânea
- acondicionadas em recipiente estéril
- não devendo ter sido administrados antidiarreicos ou anti-ácidos até uma semana antes da colheita

Exame macroscópico
- observar-se as fezes
- registar o estado físico (duras, bem moldadas, pastosas ou líquidas)
- presença de elementos como muco, pus ou sangue
- trofozoítos de protozoários apenas se encontram em fezes pastosas ou líquidas
- amebas nos elementos muco-pio- sanguinolentos
- diafanização
a) técnica que permite tornar uma amostra semitransparente
b) fragmentos de ténias devem submeter-se a diafanização, de forma a completar o exame e a identificar a espécie

Exame microscópico
EXAME A FRESCO SEM COLORAÇÃO
- deve efetuar-se numa suspensão de fezes em água destilada ou soro fisiológico
- visualizar-se com as objetivas secas do microscópio ótico
- indicada para a observação de trofozoítos e quistos de protozoários, ovos de helmintas e larvas rabditóides de Strongyloides stercoralis.

EXAME A FRESCO COM COLORAÇAO
- substituindo-se o soro fisiológico por soluto de Lugol ou corando a suspensão em soro fisiológico com uma gota de soluto de Lugol
- substância mata os trofozoítos e as larvas, mas evidencia os quistos, cílios e granulações de glicogénio

Técnicas de enriquecimento
(aumentar a possibilidade de encontrar elementos parasitários normalmente, em pequeno número nas fezes)

TECNICA DE FLUTUACAO DE WILLIS
- homogeneização de uma pequena porção de fezes num tubo de ensaio completamente cheio de uma solução saturada de NaCl
- colocação de uma lâmina de vidro na boca do tubo
- solução faz flutuar e aderir os quistos e os ovos à lâmina de vidro, separando-os dos detritos fecais devido a uma diferença de densidade

TECNICA DE CARLES-BARTHELEMY
- centrifugação seriada das fezes facilita a obtenção de sedimentos dos ovos
- importantes na quantificação do coeficiente parasitário, a fim de avaliar o grau de infeção e/ou de resposta à terapêutica anti-parasitária.

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13
Q

Na suspeita de uma Estrongiloidose deve além do exame habitual realizar-se a Coprocultura parasitológica

A

Esta cultura consiste em incubar as fezes a 20 a 30ºC, durante 3 a 8 dias, em ambiente humedecido. As larvas rabditóides evoluem para as suas formas adultas, as quais são observadas ao microscópio ótico, entre lâmina e lamela.

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14
Q

suspeita de Oxiurose

A

Técnica da fita adesiva
- pesquisa de ovos na região perianal ou no raspado subungueal das crianças e não nas fezes
(parasita deposita os ovos na região perianal)
———————————————–
COLHEITA
- durante três dias, através de zaragatoa anal
(ou)
- técnica de Graham, que consiste no toque das margens anais com uma fita adesiva, entre as 21 e as 24 horas ou logo de manhã antes de qualquer manipulação.
————————————————-
- recolha
- fita adesiva é colocada sobre uma lâmina de vidro
- obs microscopio

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