estudo p6 - Diagnóstico Laboratorial de Infeções Sexualmente Transmissíveis, Diagnóstico Laboratorial de Infeções por Vírus e Imunofluorescência Flashcards
CASO CLINICO
**Caso Clínico
Homem de 26 anos de idade, proveniente de uma aldeia dos arredores de Coimbra, consultou o médico devido à ocorrência de secreção purulenta no pénis. Foi efetuado o diagnóstico clínico de gonorreia, e o médico prescreveu um antibiótico por via IM. Ao início houve melhoria, mas nos últimos 3 dias, o homem apercebeu-se de uma secreção uretral mais discreta, porém persistente, e dor durante a micção. Preocupado com o facto de poder não estar curado dirigiu-se a um centro de saúde para avaliação. Declarou não ter tido nenhuma relação sexual desde a última visita. A sua última parceira não apresentava nenhuma queixa de dor, irritação vaginal/vulvar, mas ao exame físico foi observada uma pequena secreção esverdeada, oriunda do orifício do colo-uterino. Após coloração de Gram deste produto, foi observada a presença de diplococos Gram negativos reniformes. O médico explicou que ele estava com uma uretrite pós- gonocócica, uma condição frequentemente causada por Chlamydia trachomatis. Esse diagnóstico foi confirmado pelo achado destes microrganismos num esfregaço de amostra de pus marcado com anticorpos fluorescentes. Ambos foram tratados com antibiótico. Algumas semanas depois a mulher voltou ao médico e ao ser examinada foi constatado que a mesma estava com salpingite e doença inflamatória pélvica (DIP). Esta assumiu que não tinha completado o tratamento e que se tinha esquecido de algumas tomas.**
Infecções sexualmente transmissíveis
- via sexual é unica ou principal na sua disseminacao
- pode contaminar o parceiro sexual através do sémen, fluidos vaginais ou sangue ou ainda por contacto direto com a pele ou mucosa infectadas
causadas por inf bacteriana
- blenorragia
- cancro mole
- sifilis
- Chlamydia trachomatis como agente de uretrites
causadas por vírus
- herpes genital tipo 2
- hepatite B
- SIDA
p protozoarios
- tricomoniose uro-genital
+ frequentes
- Chlamydia, tricomoniose, blenorragia, condilomatose genital, herpes genital, hepatite B, sífilis e SIDA
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- maior parte com cura se tratas precocemente
- sem tratamento podem provocar danos permanentes, cegueira, cancro, cardiopatia e mesmo morte
tabela pg 5
etiologia e metodo diagnostico
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INFECOES BACTERIANAS E PARASITARIAS
1
BLENORRAGIA
- Causada pela Neisseria gonorrhoea
- sintomas geralmente apos 2-10 dias apos contagio
homem - uretrite aguda
- dor a miccao e erecao
- corrimento uretral abundante e purulento
- uretrite crónica (corrimento pouco abundante (“gota matinal”))
- orquite
mulher - quase assintomatico
- vaginite e cervicite
- propagação do gérmen de célula a célula, podendo causar infeção das trompas e esterilidade
RN - conjuntivite gonocócica pode causar a cegueira
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SUSPEITA CLINICA
- recolher produto patologico
a) corrimento uretral
b) corrimento vaginal
c) raspado endocolo
d) exsudato ocular
no lab
- exame direto
- se + = , Gram negativos, reniformes, predominantemente intracelulares
- exame pode falhar casos cronicos, fazer smp cultura (gelose de chocolate, atm 5% co2)
-
2
Infecções Urogenitais por Chlamydia trachomatis
- pode ser causa de graves complicações como gravidez extrauterina e esterilidade
homem - uretrite mucopurulenta (pode complicar de epidimite)
mulher - cervicite (pode complicar de salpingite)
RN - conjuntivite e mais tarde (2º mês) uma pneumopatia intersticial
COLHEITA
HOMEM
a) zaragatoa ou cureta introduzida ±4cm na uretra
MULHR
a) nível do canal endocervical
- zaragota faz se esfregaco com diagnostico rapido ou ent leva se p cultura
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Linfogranuloma Venéreo ou Doença de Nicolas Favre
- também provocado por C. trachomatis
- rara
- diagnostico direto e serologico
3
CANCRO MOLE
- Haemophilus ducreyi
- infeção cutâneo-mucosa dos genitais externos
- período de incubação de 4-5 dias
- lesão pápula-eritematosa que se vesícula e úlcera
- ulcera
a) bases moles
b) bordos descolados
c) exsudato purulento
d) sem tendência para a cicatrização - aparece uma adenopatia inguinal, única, dolorosa, que fistuliza e supura
- lesao inicial no penis ou labios (vulva)
colheita e exame
- colher exsudato da ulceracao ou do aspirado ganglionar
- exame corado p gram (se + = cocobacilos dispostos em curtas cadeias paralelas, Gram negativos)
- cultura e testes de ident de especie
4
SIFILIS
- Treponema pallidum
- enorme importância médico-social
- lesão inicial, o cancro duro
a) PLACA UNICA, dura, infiltrada, de consistência cartonada ou elástica, localizada ao local de inoculação, aos genitais externos, região peri-anal, e também em qualquer mucosa (ou até pele) em que tenha havido contato sexual - T. pallidum multiplica-se na porta de entrada (período de bacteriémia aos 3-4 dias após a infeção)
- apos periodo. surgem poliadenopatias inguinais, indolores, q desaparecem mm sem tratamento
- doenca continua a desenvolver, originando mais tarde manifestacoes de sifilis tardia com envolvimento plurissistémico
DIAGNOSTICO
- pesquisa e identificação do agente infeccioso
a) colheita ( escarificação da lesão primária, por aspiração do exsudato sero-sanguinolento, ou por punção ganglionar)
b) exame a fresco (microscopia de fundo escuro ) pode revelar a espiroqueta que é móvel
c) impregnação pela prata (permite melhor visualizacao da bacteria) (método de Fontana-Tribondeau)
d) ou seja, clinica, exame bacteriologico e serologia
5
Tricomoniose Urogenital
- Trichomonas vaginalis (protozoário)
mulher
- leucorreira
homem
- prurido na glande
- ardor
- corrimento moderado
- pode ser assintomatico
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- transm via sexual
diagnostico
- observação do protozoário
a) colher-se uma amostra do exsudato vaginal ou uretral
b) obs ao microscopio, num exame a fresco, suspendendo se a amostra em soro fisiologico
- se impossivel este exame imediato
a) produto enviado ao laboratorio
b) observação microscópica de esfregaco fixado com alcool eter
c) corado pelo Gram ou, sem fixação, pelo May-Grunwald-Giemsa
- se nao se observar nada
a) cultura em meio de Kupfenberg
(atencao, T. vaginalis é anaeróbio)
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Diagnóstico Laboratorial de Infeções por Vírus
Métodos diretos
- detecção do vírus ou dos seus antigénios
(cultura, detecao antigenios virais, detecao e quantificacao acidos nucleicos e microscopia eletronica)
Cultura celular
- pode fazer se em linhas celulares previamente estudadas ou em ovo embrionado
- cels cultivadas num meio de cultura onde se injeta amostra clinica suspeita de infecao virica
- crescimento mt lento
INFECAO CELULAR MONITORIZADA
A) EFEITO CITOPÁTICO OU CITOPATOGÉNICO
- alterações morfológicas que a replicação viral induz na célula infetada
- nem todos os vírus induzem este efeito numa cultura celular convencional
B) DETECAO PTN VIRAIS
- pela ligacao anticorpos monoclonais especificos ou da hemadsorcao em virus com recetores p hemaglutinina
Detecao de antigenios virais
- imunofluorescência, as técnicas imunoenzimáticas, o western blot e a citometria de fluxo
- nova técnica denominada shell-vial, que combina a cultura celular e as técnicas imunológicas, sobretudo a imunofluorescência direta
Deteção e quantificação de ácidos nucleicos
- rápida, sensível, específica e de utilização rotineira
INCLUI
A) polimorfismos do comprimento dos fragmentos de restrição
B) hibridação in situ convencional
- sondas de DNA complementares a regiões especificas do genoma vira
C) hibridação in situ fluorescente (FISH)
D) southern blot e northern blot (virus dna e rna, respetiv)
E) reação em cadeia da polimerase (PCR) convencional; transcriptase reversa e em tempo real
Metodos indiretos
deteção de anticorpos (glicoproteínas produzidas por linfócitos B e plasmócitos em resposta à introdução no organismo de um antigénio)
Serologia
- identificação de vírus e na monitorização do estádio da infeção e fase da doenca
- IgM
a) detectável ao fim de 3 a 5 dias após o início da doença
b) indicador de infeção aguda
- IgG
a) surgir concomitantemente ou alguns dias mais tarde
b) persiste para toda a vida (maioria dos casos)
Colheita e transporte de amostras
- preferência durante a fase aguda da doença
(eliminação viral pode cessar enquanto ainda são visíveis manifestações clínicas da doença)
- tem de ser rapido e em recipentes estereis
(viabilidade viral decresce ao longo do tempo)
Imunofluorescência
- na utilização de anticorpos marcados com compostos químicos que emitem fluorescência quando são activados por radiação UV de comprimento de onda específico
(fluorescência observada, evidenciando a interacção específica entre o antigénio e o anticorpo)
DIRETA
a) antigénios fixados a uma lâmina de vidro
b) anticorpo marcado com um fluorocromo
INDIRETA
a) fixados a uma lâmina de vidro
b) anticorpo primário
c) complexo só é revelado por um anticorpo secundário fluorescente que reconhece o anticorpo primário