Doenças do Esôfago Flashcards
Qual o tipo de musculatura do primeiro terço do esôfago?
Musculatura estriada
Como é o controle da musculatura do primeiro terço do esôfago?
Controle voluntário = início da deglutição
Como é a disfagia do primeiro terço do esôfago?
Disfagia do músculo estriado: disfagia de transferência (do bolo alimentar para o esôfago)
Qual a clínica da disfagia do primeiro terço do esôfago?
Engasgos frequentes - paciente tem dificuldade em iniciar a deglutição, não conseguindo fazer com que o alimento passe da boca para o esôfago
Que patologias estão comumente relacionadas a disfagia de transferência?
Comum em doenças neurológicas (EM, ELA, parkinson, doença cerebrovascular) – perde controle voluntário, arco reflexo da deglutição
Que patologias anatômicas e musculares estão comumente relacionadas a disfagia de transferência?
- Exemplos causas anatômicas: fendas labiais/palatinas/laríngeas, estenoses, pós-radioterapia, tumores, divertículo de Zenker
- Causas musculares: miastenia gravis, dermatopolimiosite
Como é a musculatura dos 2/3 distais do esôfago?
Músculo liso
Como é o controle da musculatura dos 2/3 distais do esôfago?
Involuntário
Como é a disfagia da musculatura dos 2/3 distais do esôfago?
Disfagia de condução: sensação de entalo (comida agarrada no meio do peito)
Quais os mecanismos da disfagia de condução?
Condição por distúrbio esofágico - dificuldade está no transporte dos alimentos pelo esôfago até o estômago; geralmente é relatada como uma sensação de interrupção e estagnação do bolo alimentar no tórax
Quais as causas de disfagia de condução em indivíduos com disfagia para sólidos e líquidos?
Motor do esôfago = acalasia, esclerodermia
Quais as causas de disfagia de condução em indivíduos com disfagia apenas para sólidos?
Distúrbio mecânico, em geral uma lesão anatômica obstrutiva (câncer, estenose péptica, cáustica, compressão)
Como é feita a regulação do esôfago?
Feita pela cárdia/esfíncter esofagiano inferior = no repouso contrai e no movimento relaxa
Qual a diferença da azia do esôfago para a azia do estômago?
o Azia esôfago: retroesternal;
o Azia estômago: epigástrica
Qual o tipo de disfagia da Acalásia?
Doença do motor do esôfago = peristalse está fraca -> disfagia de condução
Quais os tipos de Acalásia?
- Idiopática: é o tipo mais comum;
- Chagas: invasão do plexo mioentérico (plexos de Auerbach e Meissner) pelo protozoário flagelado Trypanosoma Cruzi gerando disfunção e necrose dos interneurônios responsáveis pelo relaxamento do EEI, ao mesmo tempo em que lesa neurônios importantes para a peristalse do corpo esofagiano
Qual a idade média de aparecimento da Acalásia?
Pacientes de 25 a 60 anos de idade (especialmente antes dos 40 anos)
Sobre o Sistema Nervoso Autônomo no esôfago, qual o seu nome na camada submucosa?
Plexo de Meissner
Sobre o Sistema Nervoso Autônomo no esôfago, qual o seu nome na entre as camadas musculares?
Plexo de Auerbach (mioentérico)
Sobre o Sistema Nervoso Autônomo no esôfago, qual o verdadeiro responsável pela peristalse?
Plexo de Auerbach
Qual a principal característica fisiopatológica da Acalásia?
Déficit de relaxamento fisiológico do Esfíncter Esofagiano Inferior (EEI) durante a deglutição
Como o Déficit de relaxamento fisiológico do Esfíncter Esofagiano Inferior (EEI) durante a deglutição gera a disfagia da Acalásia?
Disfunção do EEI e do corpo do esôfago -> obstrui a passagem do bolo alimentar -> disfagia de condução, que ocorre tanto para sólidos quanto para líquidos
Quais os principais sintomas da Acalásia?
Disfagia insidiosa – meses ou anos;
Inapetência;
Perda de peso.
Qual a tríade da Acalásia?
o Cardioespasmo;
o Aperistalse esofágica;
o Megaesôfago
Qual o principal diagnóstico diferencial da Acalásia?
Câncer de Esôfago
Quais as principais pistas para diferenciar Acalásia do Câncer de Esôfago?
- Paciente mais jovem;
- Ingestão de grandes quantidades de líquido durante alimentação;
- Obstrução à passagem do bolo alimentar faz com que o esôfago retenha material não digerido, podendo sobrevir graus variados de dilatação em seu corpo;
- Evolução lenta: inicia com alimentos sólidos -> alimentos pastosos -> alimentos líquidos
Qual o exame padrão-ouro para diagnóstico da Acalásia e quais os seus achados?
Esofagomanometria = padrão-ouro (avalia peristalse).
o Aperistalse do corpo;
o Esfíncter esofagiano inferior hipertônico;
o Não relaxamento
Qual o papel da EDA no diagnóstico da Acalásia?
Afastar a possibilidade de câncer -> Confirma a dilatação do corpo do esôfago e exclui uma possível obstrução mecânica como causa da disfagia
Qual é o exame complementar que pode ser útil no diagnóstico da Acalásia e quais os seus achados?
Esfofagografia baritada – contabiliza tamanho da dilatação do esôfago (megaesôfago – normal na porção inferior e dilatação na porção distal);
o Sinal do bico do pássaro = sinal clássico do afilamento distal pelo esfíncter que não abre (também chamado de Chama de Vela);
o Dilatação do corpo esofágico (megaesôfago);
o Atraso no esvaziamento esofagiano;
o Não relaxamento do EEI em resposta à deglutição (principal);
o Graus variados de hipertonia do EEI;
Qual a Classificação de Rezende/Mascarenhas para Acalásia?
Grau I: < 4cm;
Grau II: 4 a 7cm (megaesôfago a partir daqui);
Grau III: 7 a 10cm;
Grau IV: > 10cm ou dolicomegaesôfago (trajeto tortuoso – tecido não consegue mais sustentar).
Qual o tratamento para o Estágio 1 da Acalásia?
Tratamento medicamentoso, dilatação endoscópica ou injeção de toxina botulínica
Entre as opções de tratamento para o Estágio 1 da Acalásia, quais as características e possível complicação do farmacológico?
Nitrato/Nifedipina -> relaxam músculo liso e reduzem a pressão do EEI. Complicação medicação: hipotensão
Entre as opções de tratamento para o Estágio 1 da Acalásia, quais as características e possível complicação da dilatação endoscópica?
Insufla balão na musculatura para músculo relaxar (preferível). Complicação dilatação: 2 em 2 anos precisa repetir pois esfíncter tende a regenerar
Entre as opções de tratamento para o Estágio 1 da Acalásia, quais as características da toxina botulínica?
Injeção intramural e circunferencial de toxina botulínica -> usada quando resultados imediatos são desejáveis (dura de 3-6 meses)
Quais as opções de tratamento para o paciente jovem com Acalásia estágio II?
Cardiomiotomia a Heller-Pinotti (corta o músculo da cárdia) ou POEM
Entre as opções de tratamento para o paciente jovem com Acalásia estágio II, quais a características da Cardiomiotomia a Heller-Pinotti?
- Cardiomiotomia: corta fora o esfíncter = perderia válvula anti-refluxo;
- Ao suturar fundo gástrico no esôfago, isso diminui o esôfago = fundoplicatura;
- Laparoscopia (via) é método de escolha
Entre as opções de tratamento para o paciente jovem com Acalásia estágio II, quais a características da POEM?
Por endoscopia, consegue cortar o esfíncter da cárdia -> é feita uma pequena incisão na mucosa esofágica seguida da introdução de um instrumento que disseca a submucosa até chegar ao EEI -> faz-se a secção das fibras musculares circunferenciais “por dentro” da parede do órgão
Qual a opção de tratamento para o paciente idoso com Acalásia estágio II e quais seus problemas?
A dilatação pneumática (por balão) do esfíncter tem resultados satisfatórios (alívio dos sintomas) em 60–85% dos casos. Dois problemas existem com este método: (1) perfuração esofágica, em 2–6% dos casos; e (2) recidiva dos sintomas, em 50% dos casos
Quais as opções de tratamento para o paciente com Acalásia estágio III (jovem e idoso)?
Jovem: Cardiomiotomia a Heller-Pinotti (corta o musculo da cárdia) ou POEM;
Idoso ou alto risco: Dilatação endoscópica
Quais as opções de tratamento para o paciente com Acalásia estágio IV?
Esofagectomia;
Grau IV é fator de risco para câncer, precisa ser mais agressivo
Quais os fatores de risco para o câncer de esôfago escamoso?
Tabagismo;
Etilismo;
HPV;
Acalásia;
Bebidas quentes (chimarrão);
Substâncias cáusticas;
Tilose palmoplantar
Quais os fatores de risco para o adenocarcinoma de esôfago?
DRGE;
Barrett;
Obesidade.
Qual a epidemiologia do câncer de esôfago?
Predomina no sexo masculino (escamoso = 3:1; adenocarcinoma = 15:1);
Idade: a partir dos 40 anos de idade (a maior taxa de mortalidade é vista entre 60–70 anos);
Localização do tumor: 50% encontram-se no terço médio, 25% no terço superior e 25% no terço inferior
Quais as principais diferenças epidemiológicas entre o câncer escamoso de esôfago e o adenocarcinoma?
- Escamoso:
Mais comum na porção proximal/média do esôfago;
Mais comum em negros; - Adenocarcinoma:
Mais comum na porção mais distal;
Mais comum em brancos.
Qual a clínica do câncer de estômago?
Disfagia (inicia para sólidos e, após um período variável, evolui para líquidos) + perda de peso em poucos meses
Como é feito o diagnóstico do câncer de esôfago e qual o nome do seu sinal no exame?
- Endoscopia + biópsia +/- esofagografia (Sinal da Maçã Mordida = falha de enchimento interno);
Tumor tende a crescer para a luz e depois vai aprofundando
Quais os exames para o estadiamento do câncer de esôfago?
Melhor exame: ultrassonografia endoscópica -> analisar plano de clivagem entre a camada e a massa tumoral e citológicamente os linfonodos;
o Solicitar também: TC tórax e TC abdômen;
o Outros exames: RX de tórax, broncofibroscopia, mediastinoscopia, PET-scan
Qual o estadiamento T do câncer de esôfago?
o T1a: mucosa;
o T1b: submucosa;
o T2: muscular;
o T3: adventícia;
o T4a: adjacentes ressecáveis -> Pleura, gordura, musculatura, diagrama, pericárdio;
o T4b: adjacentes irressecáveis -> Traqueia, coração, pulmão, aorta e vertebras
Qual o tratamento para o estágio T1a do câncer de esôfago?
Mucosectomia endoscópica
Qual o tratamento para estágio T1b-T4a do câncer de esôfago?
- Esofagectomia + linfadenectomia +/- quimiorradioterapia neoadjuvante
- Faz tubo de substituição com estômago pós esofagectomia -> se não pode fazer com estômago, usa cólon transverso para criar o tubo
Qual o tratamento para estágio T4b/M1 do câncer de esôfago?
Paliação = passar Stent no esôfago para paciente conseguir se alimentar/ingerir líquidos
Qual a composição do Divertículo de Zencker?
Mucosa + submucosa = é uma herniação da mucosa e submucosa através da muscular em direção ao exterior do esôfago pelo trígono de Killian;
A combinação de altas pressões intraluminais com uma região muscular enfraquecida -> formação do divertículo de Zenker (fenômeno de pulsão)
Qual a localização Divertículo de Zencker?
Posterior na porção proximal do esôfago – cresce para trás
O que é o trígono de Killian e quais os seus limites?
Trígono de fraqueza – fragiliza quando mais velho;
Limites:
o Superior: Músculo Tireofaríngeo;
o Base: Músculo Cricofaríngeo/esfíncter esofagiano superior
Qual a etiologia do divertículo de Zencker?
- Hipertonia do músculo cricofaríngeo com a idade (mais comuns na sétima década de vida);
- Divertículo de pulsão: empurra mucosas para fora ao fazer força para deglutir -> aumento da pressão intraluminal esofágica -> “herniação” da parede por uma “falha” na camada muscular
Qual a clínica do divertículo de Zencker?
Idoso com halitose, disfagia e broncosaspiração (ao deitar conteúdo acumulado retorna)
Qual o melhor exame para o diagnóstico do divertículo de Zencker?
Melhor exame: Esofagografia baritada (perfil);
Divertículo posterior alto = patognomônico
O que evitar no paciente com Divertículo de Zencker?
Evitar endoscopia e sonda nasogástrica pelo risco de perfuração
Qual o tratamento para o Divertículo de Zencker? Dica: <2cm, >2cm e alternativo
- < 2cm: Miotomia do cricofaríngeo;
- > 2cm: Miotomia do cricofaríngeo + pexia ou diverticulectomia;
- Alternativa: Septotomia endoscópica (> 3cm)
Qual a patogenia da DRGE?
Comida, ao chegar no estomago, deveria servir de estímulo para esfíncter esofagiano inferior fechar;
Na DRGE, o esfíncter esofagiano tem relaxamentos transitórios ou está hipotônico (paciente com acalasia que fez miotomia) – acredita-se que relaxamentos sejam mediados por um reflexo vagovagal anômalo estimulado pela distensão gástrica;
Ocorre refluxo interprandial recorrente, de longa duração, com sintomas como pirose e regurgitação que resultam da agressão à mucosa esofágica promovida pelo material refluído;
Quais os fatores de risco para DRGE?
o Obesidade: o IMC é fator de risco independente para DRGE correlação direta com sua gravidade;
o Gestação: relaxamento do EEI promovido pela progesterona + aumento da pressão intra-abdominal exercido pelo útero gravídico;
o Hérnia de hiato: EEI passa a não contar mais com a ajuda da musculatura diafragmática como reforço mecânico à sua função de barreira
Qual a tríade básica da patogênese?
o Relaxamentos transitórios do EEI não relacionados à deglutição;
o Hipotonia verdadeira do EEI < 10mmHg;
o Desestruturação anatômica da junção esofagogástrica (hérnia de hiato).
Quais os sintomas típicos da DRGE?
Pirose + regurgitação
Quais os sintomas atípicos da DRGE?
Sintomas laringorespiratórios (secreção regurgitada que cai na laringe, irrita as vias aéreas):
o Tosse;
o Rouquidão;
o Refluxo ácido para a boca (erosão do esmalte dentário);
o Broncoespasmo
Qual o primeiro passo do diagnóstico da DRGE?
Prova terapêutica – sintomas típicos e não suspeita de outras doenças;
o Se responder, é porque era DRGE;
o Redução sintomática > 50% após 1–2 semanas de uso de IBP
Qual o padrão-ouro para diagnóstico de DRGE, quando solicitar e quais suas características?
pHmetria 24 horas;
o Quantos episódios de refluxo, altura que foi no esôfago e quanto alterou o pH;
o Solicitar se dúvida, falha na resposta terapêutica ou sintomas atípicos;
o Índice confirma a DRGE - refluxo é detectado pela queda do pH intraesofágico (pH < 4,0), número de episódios de refluxo com > 5min de duração;
Indice de De Meester é > 14,7
Qual o uso da EDA no paciente com DRGE?
Identificar as complicações da DRGE, como esofagite (30–40% dos pacientes), estenose péptica, esôfago de Barrett e adenocarcinoma
Quais as indicações formais (sinais de alarme) que exigem a solicitação de EDA para DRGE?
- Idade ≥ 40 anos no Brasil;
- Vômitos;
- Disfagia;
- Sintomas refratários ao tratamento;
- História prolongada de pirose (> 5-10 anos);
- Sangramento gastrointestinal e anemia;
- HF de câncer;
- Perda de peso (≥5 kg sem dieta).
Qual o tratamento medicamentoso para DRGE?
Inibidor de Bomba de Prótons (inibem a H+ /K+-ATPase = bomba de prótons” -> bloqueia a via final para a secreção de ácido pelas células parietais do estômago) 1x/dia por 8 semanas (pela manhã 30 minutos antes da refeição)
O que fazer em caso de falha no tratamento medicamentoso para DRGE?
o Falha inicial (melhora parcial após 2 semanas): dobrar a dose na 2ª semana – se melhorar, mantém tratamento até completar 8 semanas;
o Falha na 2 tentativa após dobrar a dose: paciente refratário.
Quais as indicações do tratamento cirúrgico para DRGE?
o Paciente com sintomas refratários = não responde a IBP;
o Sintomas recorrentes = não vive sem IBP;
o Complicações = estenose péptica ou úlcera esofágica;
Quais os exames pré-operatórios para DRGE?
pHmetria ou EDA (+): confirmação (Los Angeles C ou D) e Manometria: escolha da técnica operatória
Quais as técnicas operatórias para a cirurgia da DRGE e quando usar cada uma?
o Fundoplicatura total: manometria = normal;
* Fundoplicatura de Nissen – válvula com 360º;
* Sutura gástrica posicionada anteriormente ao esôfago;
o Fundoplicatura parcial: manometria = alterada (dismotilidade);
* Fundoplicatura Anterior: passa fundo pela frente do esôfago - Dor, Thal, Pinotti;
* Fundoplicatura Posterior: passa fundo por trás do esôfago – Lind e Toupet.
Qual a fisiopatologia do esôfago de Barret?
Alteração histológica (Metaplasia) do refluxo que aumenta a chance de adenocarcinoma esofágico;
o Com refluxo, cicatrização das erosões faz com que células do esôfago sofram metaplasia e se transformam no epitélio do estômago, cilíndrica/colunar, mas mais semelhante à do intestino
Quais os fatores de proteção do esôfago de Barrett?
Consumo de vinho tinto, a infecção crônica por H. pylori e indivíduos de cor preta
Como é feito o diagnóstico do esôfago de Barret?
EDA com mucosa vermelho salmão + biópsia confirma o diagnóstico - característica histopatológica
Como é feito a classificação do Esôfago de Barrett?
Curto: ≤ 3 cm;
Longo: ≥ 3cm
Qual o tratamento do Esôfago de Barrett?
IBP + seguimento EDA +/- cirurgia
Como é feito o acompanhamento endoscópico do Esôfago de Barrett?
o Sem displasia (metaplasia intestinal): EDA a cada 3-5 anos;
o Displasia de baixo grau: EDA a cada 6-12 meses (na prática, considerar ablação endoscópica);
o Displasia de alto grau (quase carcinoma in situ): ressecção endoscópica ou esofagectomia se não puder ressecar;
o Câncer de esôfago: esofagectomia.
Quais os tipos de Hérnia de Hiato?
Tipo I: Hérnia por deslizamento (linha Z deslocada) – JEG herniada + fundo normal;
Tipo II:
o Fundo gástrico solto – comprime esôfago (pode isquemiar ou obstruir – 1% por ano);
o Hérnia por rolamento;
o JEG normal;
Tipo III/misto:
o Tanto linha Z desliza quanto o fundo gástrico rola;
o JEG herniado + fundo herniado;
Tipo IV: Estômago + outra víscera herniada (esôfago, baço, pâncreas, cólon);
Qual o tratamento da hérnia de hiato?
Tipo I: Conservador – só opera se tiver DRGE cirúrgica junto;
Tipo II: Cirúrgico se grande e/ou sintomática;
Tipo III/misto: Cirúrgico se grande e/ou sintomática;
Tipo IV: Cirúrgico se grande e/ou sintomática.
Quais as principais etiologias da perfuração de esôfago?
Lesão iatrogênica durante endoscopia (> 50%);
Perfuração espontânea (15%) = Síndrome de Boerhaave;
Corpo estranho (14%);
Trauma (10%);
Neoplasias (1%);
Qual a clínica da perfuração de esôfago?
Vômitos + dor torácica + enfisema subcutâneo
Como fazer o diagnóstico de perfuração de esôfago?
Esofagografia contrastada (bário e gastrografin) ou TC com contraste oral
Como é o tratamento da perfuração de esôfago? Dica: controle da contaminação, drenagem e nutrição.
Controle da contaminação: antibioticotrapia ampla +/- antifúngico;
o Rafia ou reconstrução apenas se precoce (< 24h);
o > 24 horas: esofagostomia (dieta zero) + gastrostomia;
o Stent EDA: limitação cirúrgica ou pequena perfuração;
Drenagem ampla: drenos de tórax +/- vats ou toracotomia;
Nutrição enteral: gastrostomia ou jejunostomia.
Qual a definição, diagnóstico e tratamento do divertículo médio-esofágico?
Definição:
o Divertículos verdadeiros = se formam por tração por presença de linfonodos inflamados ou infecções fibrosantes - herniação de todas as camadas (mucosa, submucosa e muscular);
* Também podem ser por pulsão se causados por distúrbios motores do esôfago que aumentem a pressão intraluminal, como na acalasia = divertículos falsos;
o Mais comuns à direita;
Diagnóstico:
o Esofagografia baritada – visualização da saculação no corpo médio esofágico;
* Também pode fazer EDA, esofagomanometria e TC – afastar outras causas;
Tratamento:
o Apenas sintomáticos – tratar causa base;
o Ressecção se > 2cm;
Qual a definição, diagnóstico e tratamento do divertículo epifrênico?
Definição:
o Divertículos por pulsão – relacionados por distúrbios motores e são mais comuns à direita;
o Tendem a ser divertículos falsos;
Diagnóstico:
o Esofagografia baritada – visualização da saculação acima do diafragma;
o Também pode fazer EDA, esofagomanometria e TC – afastar outras causas;
Tratamento:
o Apenas sintomáticos – tratar causa base;
o Ressecção se > 2cm
Qual a definição de esofagite eosinofílica?
o Patogênese: infiltração de eosinófilos no esôfago imunomediada;
o Epidemiologia: homens 20-50 anos;
o Associação: rinite, asma, dermatite atópica, alergia alimentar
Qual a clínica de esofagite eosinofílica?
o Disfagia;
o Impactação alimentar;
o Dor torácica;
o Pirose e regurgitação ácida
Como fazer o diagnóstico de esofagite eosinofílica?
o EDA + biópsias esofágicas:
* EDA: anéis circulares (traqueização), sulcos lineares, estenoses;
* ≥ 15 eosinófilos/campo nas biópsias
Como fazer o tratamento de esofagite eosinofílica?
- Dieta: retirar principais gatilhos imunológicos - Leite, ovo, soja, trigo, nozes e frutos do mar;
- Supressão ácida: IBP em dose plena;
- Corticoide tópico:
o Spray inalatório – aplicar na boca e engolir;
o Fluticasona – 220mcg/dose, 4x ao dia; - Refratários: dilatação endoscópica
Qual a definição, clínica e diagnóstico da esofagite infecciosa?
Definição:
o Pensar em pacientes imunossuprimidos: SIDA, QT, transplantados;
Clínica:
o Disfagia;
o Odinofagia;
o Febre;
Diagnóstico:
o EDA + bióspias;
Quais as características da esofagite infecciosa por candida albicans?
- Placas brancacentas;
- Hifas e leveduras na biópsia;
- Tratamento: Fluconazol VO 7-14 dias
Quais as características da esofagite infecciosa por herpes vírus?
- Ulcerações em vulcão (superficiais e com borda elevada);
- Inclusão viral do tipo A de Cowdry na biópsia;
- Tratamento: Aciclovir VO 14-21 dias
Quais as características da esofagite infecciosa por CMV?
- Ulcerações lineares e profundas;
- Inclusão viral em olho de coruja na biópsia;
- Tratamento: Ganciclovir IV 14-21 dias
Qual a definição de esofagite cálcica?
Ingestão de substâncias alcalinas ou acidas (acidental/suicídio)
Qual a característica da esofagite cálcica por substâncias alcalinas?
- Principal: soda cáustica;
- Necrose liquefativa – risco importante de perfuração;
- Gera mais lesão no esôfago
Qual a característica da esofagite cálcica por substâncias ácidas?
- Principal: ácido clorídrico;
- Necrose coagulativa (lesão mais superficial principalmente dos vasos);
- Gera mais lesão no estômago
Como é feito o manejo da esofagite cálcica?
o Avaliar lesão de VAs – IOT se necessário;
o Hidratação IV, analgesia, inibidor de bomba de prótons;
o Dieta Zero;
o Não passar SNG às cegas (passar na EDA);
o TC de tórax e abdome para avaliar perfuração;
* Se perfurou: esofagectomia + ATB;
* Se não perfurou: EDA em até 24 horas
Qual a classificação de Zargar para esofagite cálcica?
o Bom prognóstico:
* Grau 0: normal;
* Grau 1: edema/eritema superficiais;
* Grau 2A: erosões superficiais;
o Mau prognóstico:
* Grau 2B: úlcera profunda ou circunferencial;
* Grau 3A: necrose focal;
* Grau 3B: necrose extensa
Quais as características da ingestão de corpo estranho?
Epidemiologia: acidentes em crianças (6m – 3 anos);
Objetos: moedas, brinquedos, alfinetes, baterias (perigosas pelo material cáustico);
o Se impactados no esôfago = risco maior
Qual a clínica da ingestão de corpo estranho?
Sintomas obstrutivos:
o Esofágicos – sialorreia, disfagia, dor torácica;
o Gástricos – vômitos, distensão abdominal;
Desconforto respiratório
Como fazer o diagnóstico da ingestão de corpo estranho?
Anamnese + exame de imagem;
o RX de pescoço, tórax e abdome (AP e perfil) – localizar e confirmar o objeto;
o Se inconclusivo: tomografia
Qual a aparência da moeda ingerida pelo Raio-X?
Bordas lisas e homogêneas
Qual a aparência da bateria ingerida pelo Raio-X?
o Sinal do duplo halo e sinal do degrau na incidência lateral (entalho);
o Risco maior de perfuração por substância cáustica
Quando e como é feita a remoção endoscópica do corpo estranho ingerido?
Fazer em até 2 horas;
* Sintomas obstrutivos ou respiratórios;
* Objeto de alto risco de perfuração no esôfago ou estomago;
o Alto risco: bateria, pontiagudo, longo (> 5cm), imãs;
* Qualquer objeto no esôfago após 2 horas
Quando fazer acompanhamento da ingestão de corpo estranho?
o Sem os critérios anteriores;
o Objetos que já ultrapassaram o bulbo duodenal na radiografia;
o Como fazer?
* Monitorizar as fezes;
* Radiografia seriada semanal;
* Objeto não eliminado após 4 semanas ou sintomas: remoção