Doenças do Esôfago Flashcards

1
Q

Qual o tipo de musculatura do primeiro terço do esôfago?

A

Musculatura estriada

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2
Q

Como é o controle da musculatura do primeiro terço do esôfago?

A

Controle voluntário = início da deglutição

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3
Q

Como é a disfagia do primeiro terço do esôfago?

A

Disfagia do músculo estriado: disfagia de transferência (do bolo alimentar para o esôfago)

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4
Q

Qual a clínica da disfagia do primeiro terço do esôfago?

A

Engasgos frequentes - paciente tem dificuldade em iniciar a deglutição, não conseguindo fazer com que o alimento passe da boca para o esôfago

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5
Q

Que patologias estão comumente relacionadas a disfagia de transferência?

A

Comum em doenças neurológicas (EM, ELA, parkinson, doença cerebrovascular) – perde controle voluntário, arco reflexo da deglutição

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6
Q

Que patologias anatômicas e musculares estão comumente relacionadas a disfagia de transferência?

A
  • Exemplos causas anatômicas: fendas labiais/palatinas/laríngeas, estenoses, pós-radioterapia, tumores, divertículo de Zenker
  • Causas musculares: miastenia gravis, dermatopolimiosite
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7
Q

Como é a musculatura dos 2/3 distais do esôfago?

A

Músculo liso

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8
Q

Como é o controle da musculatura dos 2/3 distais do esôfago?

A

Involuntário

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9
Q

Como é a disfagia da musculatura dos 2/3 distais do esôfago?

A

Disfagia de condução: sensação de entalo (comida agarrada no meio do peito)

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10
Q

Quais os mecanismos da disfagia de condução?

A

Condição por distúrbio esofágico - dificuldade está no transporte dos alimentos pelo esôfago até o estômago; geralmente é relatada como uma sensação de interrupção e estagnação do bolo alimentar no tórax

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11
Q

Quais as causas de disfagia de condução em indivíduos com disfagia para sólidos e líquidos?

A

Motor do esôfago = acalasia, esclerodermia

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12
Q

Quais as causas de disfagia de condução em indivíduos com disfagia apenas para sólidos?

A

Distúrbio mecânico, em geral uma lesão anatômica obstrutiva (câncer, estenose péptica, cáustica, compressão)

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13
Q

Como é feita a regulação do esôfago?

A

Feita pela cárdia/esfíncter esofagiano inferior = no repouso contrai e no movimento relaxa

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14
Q

Qual a diferença da azia do esôfago para a azia do estômago?

A

o Azia esôfago: retroesternal;
o Azia estômago: epigástrica

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15
Q

Qual o tipo de disfagia da Acalásia?

A

Doença do motor do esôfago = peristalse está fraca -> disfagia de condução

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16
Q

Quais os tipos de Acalásia?

A
  • Idiopática: é o tipo mais comum;
  • Chagas: invasão do plexo mioentérico (plexos de Auerbach e Meissner) pelo protozoário flagelado Trypanosoma Cruzi gerando disfunção e necrose dos interneurônios responsáveis pelo relaxamento do EEI, ao mesmo tempo em que lesa neurônios importantes para a peristalse do corpo esofagiano
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17
Q

Qual a idade média de aparecimento da Acalásia?

A

Pacientes de 25 a 60 anos de idade (especialmente antes dos 40 anos)

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18
Q

Sobre o Sistema Nervoso Autônomo no esôfago, qual o seu nome na camada submucosa?

A

Plexo de Meissner

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19
Q

Sobre o Sistema Nervoso Autônomo no esôfago, qual o seu nome na entre as camadas musculares?

A

Plexo de Auerbach (mioentérico)

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20
Q

Sobre o Sistema Nervoso Autônomo no esôfago, qual o verdadeiro responsável pela peristalse?

A

Plexo de Auerbach

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21
Q

Qual a principal característica fisiopatológica da Acalásia?

A

Déficit de relaxamento fisiológico do Esfíncter Esofagiano Inferior (EEI) durante a deglutição

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22
Q

Como o Déficit de relaxamento fisiológico do Esfíncter Esofagiano Inferior (EEI) durante a deglutição gera a disfagia da Acalásia?

A

Disfunção do EEI e do corpo do esôfago -> obstrui a passagem do bolo alimentar -> disfagia de condução, que ocorre tanto para sólidos quanto para líquidos

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23
Q

Quais os principais sintomas da Acalásia?

A

 Disfagia insidiosa – meses ou anos;
 Inapetência;
 Perda de peso.

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24
Q

Qual a tríade da Acalásia?

A

o Cardioespasmo;
o Aperistalse esofágica;
o Megaesôfago

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25
Q

Qual o principal diagnóstico diferencial da Acalásia?

A

Câncer de Esôfago

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26
Q

Quais as principais pistas para diferenciar Acalásia do Câncer de Esôfago?

A
  • Paciente mais jovem;
  • Ingestão de grandes quantidades de líquido durante alimentação;
  • Obstrução à passagem do bolo alimentar faz com que o esôfago retenha material não digerido, podendo sobrevir graus variados de dilatação em seu corpo;
  • Evolução lenta: inicia com alimentos sólidos -> alimentos pastosos -> alimentos líquidos
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27
Q

Qual o exame padrão-ouro para diagnóstico da Acalásia e quais os seus achados?

A

Esofagomanometria = padrão-ouro (avalia peristalse).
o Aperistalse do corpo;
o Esfíncter esofagiano inferior hipertônico;
o Não relaxamento

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28
Q

Qual o papel da EDA no diagnóstico da Acalásia?

A

Afastar a possibilidade de câncer -> Confirma a dilatação do corpo do esôfago e exclui uma possível obstrução mecânica como causa da disfagia

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29
Q

Qual é o exame complementar que pode ser útil no diagnóstico da Acalásia e quais os seus achados?

A

Esfofagografia baritada – contabiliza tamanho da dilatação do esôfago (megaesôfago – normal na porção inferior e dilatação na porção distal);
o Sinal do bico do pássaro = sinal clássico do afilamento distal pelo esfíncter que não abre (também chamado de Chama de Vela);
o Dilatação do corpo esofágico (megaesôfago);
o Atraso no esvaziamento esofagiano;
o Não relaxamento do EEI em resposta à deglutição (principal);
o Graus variados de hipertonia do EEI;

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30
Q

Qual a Classificação de Rezende/Mascarenhas para Acalásia?

A

 Grau I: < 4cm;
 Grau II: 4 a 7cm (megaesôfago a partir daqui);
 Grau III: 7 a 10cm;
 Grau IV: > 10cm ou dolicomegaesôfago (trajeto tortuoso – tecido não consegue mais sustentar).

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31
Q

Qual o tratamento para o Estágio 1 da Acalásia?

A

Tratamento medicamentoso, dilatação endoscópica ou injeção de toxina botulínica

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32
Q

Entre as opções de tratamento para o Estágio 1 da Acalásia, quais as características e possível complicação do farmacológico?

A

Nitrato/Nifedipina -> relaxam músculo liso e reduzem a pressão do EEI. Complicação medicação: hipotensão

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33
Q

Entre as opções de tratamento para o Estágio 1 da Acalásia, quais as características e possível complicação da dilatação endoscópica?

A

Insufla balão na musculatura para músculo relaxar (preferível). Complicação dilatação: 2 em 2 anos precisa repetir pois esfíncter tende a regenerar

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34
Q

Entre as opções de tratamento para o Estágio 1 da Acalásia, quais as características da toxina botulínica?

A

Injeção intramural e circunferencial de toxina botulínica -> usada quando resultados imediatos são desejáveis (dura de 3-6 meses)

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35
Q

Quais as opções de tratamento para o paciente jovem com Acalásia estágio II?

A

Cardiomiotomia a Heller-Pinotti (corta o músculo da cárdia) ou POEM

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36
Q

Entre as opções de tratamento para o paciente jovem com Acalásia estágio II, quais a características da Cardiomiotomia a Heller-Pinotti?

A
  • Cardiomiotomia: corta fora o esfíncter = perderia válvula anti-refluxo;
  • Ao suturar fundo gástrico no esôfago, isso diminui o esôfago = fundoplicatura;
  • Laparoscopia (via) é método de escolha
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37
Q

Entre as opções de tratamento para o paciente jovem com Acalásia estágio II, quais a características da POEM?

A

Por endoscopia, consegue cortar o esfíncter da cárdia -> é feita uma pequena incisão na mucosa esofágica seguida da introdução de um instrumento que disseca a submucosa até chegar ao EEI -> faz-se a secção das fibras musculares circunferenciais “por dentro” da parede do órgão

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38
Q

Qual a opção de tratamento para o paciente idoso com Acalásia estágio II e quais seus problemas?

A

A dilatação pneumática (por balão) do esfíncter tem resultados satisfatórios (alívio dos sintomas) em 60–85% dos casos. Dois problemas existem com este método: (1) perfuração esofágica, em 2–6% dos casos; e (2) recidiva dos sintomas, em 50% dos casos

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39
Q

Quais as opções de tratamento para o paciente com Acalásia estágio III (jovem e idoso)?

A

 Jovem: Cardiomiotomia a Heller-Pinotti (corta o musculo da cárdia) ou POEM;
 Idoso ou alto risco: Dilatação endoscópica

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40
Q

Quais as opções de tratamento para o paciente com Acalásia estágio IV?

A

 Esofagectomia;
 Grau IV é fator de risco para câncer, precisa ser mais agressivo

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41
Q

Quais os fatores de risco para o câncer de esôfago escamoso?

A

 Tabagismo;
 Etilismo;
 HPV;
 Acalásia;
 Bebidas quentes (chimarrão);
 Substâncias cáusticas;
 Tilose palmoplantar

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42
Q

Quais os fatores de risco para o adenocarcinoma de esôfago?

A

 DRGE;
 Barrett;
 Obesidade.

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43
Q

Qual a epidemiologia do câncer de esôfago?

A

 Predomina no sexo masculino (escamoso = 3:1; adenocarcinoma = 15:1);
 Idade: a partir dos 40 anos de idade (a maior taxa de mortalidade é vista entre 60–70 anos);
 Localização do tumor: 50% encontram-se no terço médio, 25% no terço superior e 25% no terço inferior

44
Q

Quais as principais diferenças epidemiológicas entre o câncer escamoso de esôfago e o adenocarcinoma?

A
  • Escamoso:
     Mais comum na porção proximal/média do esôfago;
     Mais comum em negros;
  • Adenocarcinoma:
     Mais comum na porção mais distal;
     Mais comum em brancos.
44
Q

Qual a clínica do câncer de estômago?

A

Disfagia (inicia para sólidos e, após um período variável, evolui para líquidos) + perda de peso em poucos meses

45
Q

Como é feito o diagnóstico do câncer de esôfago e qual o nome do seu sinal no exame?

A
  • Endoscopia + biópsia +/- esofagografia (Sinal da Maçã Mordida = falha de enchimento interno);
     Tumor tende a crescer para a luz e depois vai aprofundando
46
Q

Quais os exames para o estadiamento do câncer de esôfago?

A

 Melhor exame: ultrassonografia endoscópica -> analisar plano de clivagem entre a camada e a massa tumoral e citológicamente os linfonodos;
o Solicitar também: TC tórax e TC abdômen;
o Outros exames: RX de tórax, broncofibroscopia, mediastinoscopia, PET-scan

47
Q

Qual o estadiamento T do câncer de esôfago?

A

o T1a: mucosa;
o T1b: submucosa;
o T2: muscular;
o T3: adventícia;
o T4a: adjacentes ressecáveis -> Pleura, gordura, musculatura, diagrama, pericárdio;
o T4b: adjacentes irressecáveis -> Traqueia, coração, pulmão, aorta e vertebras

48
Q

Qual o tratamento para o estágio T1a do câncer de esôfago?

A

Mucosectomia endoscópica

49
Q

Qual o tratamento para estágio T1b-T4a do câncer de esôfago?

A
  • Esofagectomia + linfadenectomia +/- quimiorradioterapia neoadjuvante
  • Faz tubo de substituição com estômago pós esofagectomia -> se não pode fazer com estômago, usa cólon transverso para criar o tubo
50
Q

Qual o tratamento para estágio T4b/M1 do câncer de esôfago?

A

Paliação = passar Stent no esôfago para paciente conseguir se alimentar/ingerir líquidos

51
Q

Qual a composição do Divertículo de Zencker?

A

 Mucosa + submucosa = é uma herniação da mucosa e submucosa através da muscular em direção ao exterior do esôfago pelo trígono de Killian;
 A combinação de altas pressões intraluminais com uma região muscular enfraquecida -> formação do divertículo de Zenker (fenômeno de pulsão)

52
Q

Qual a localização Divertículo de Zencker?

A

Posterior na porção proximal do esôfago – cresce para trás

53
Q

O que é o trígono de Killian e quais os seus limites?

A

 Trígono de fraqueza – fragiliza quando mais velho;
 Limites:
o Superior: Músculo Tireofaríngeo;
o Base: Músculo Cricofaríngeo/esfíncter esofagiano superior

54
Q

Qual a etiologia do divertículo de Zencker?

A
  • Hipertonia do músculo cricofaríngeo com a idade (mais comuns na sétima década de vida);
  • Divertículo de pulsão: empurra mucosas para fora ao fazer força para deglutir -> aumento da pressão intraluminal esofágica -> “herniação” da parede por uma “falha” na camada muscular
55
Q

Qual a clínica do divertículo de Zencker?

A

Idoso com halitose, disfagia e broncosaspiração (ao deitar conteúdo acumulado retorna)

56
Q

Qual o melhor exame para o diagnóstico do divertículo de Zencker?

A

Melhor exame: Esofagografia baritada (perfil);
 Divertículo posterior alto = patognomônico

57
Q

O que evitar no paciente com Divertículo de Zencker?

A

Evitar endoscopia e sonda nasogástrica pelo risco de perfuração

58
Q

Qual o tratamento para o Divertículo de Zencker? Dica: <2cm, >2cm e alternativo

A
  • < 2cm: Miotomia do cricofaríngeo;
  • > 2cm: Miotomia do cricofaríngeo + pexia ou diverticulectomia;
  • Alternativa: Septotomia endoscópica (> 3cm)
59
Q

Qual a patogenia da DRGE?

A

 Comida, ao chegar no estomago, deveria servir de estímulo para esfíncter esofagiano inferior fechar;
 Na DRGE, o esfíncter esofagiano tem relaxamentos transitórios ou está hipotônico (paciente com acalasia que fez miotomia) – acredita-se que relaxamentos sejam mediados por um reflexo vagovagal anômalo estimulado pela distensão gástrica;
 Ocorre refluxo interprandial recorrente, de longa duração, com sintomas como pirose e regurgitação que resultam da agressão à mucosa esofágica promovida pelo material refluído;

60
Q

Quais os fatores de risco para DRGE?

A

o Obesidade: o IMC é fator de risco independente para DRGE  correlação direta com sua gravidade;
o Gestação: relaxamento do EEI promovido pela progesterona + aumento da pressão intra-abdominal exercido pelo útero gravídico;
o Hérnia de hiato: EEI passa a não contar mais com a ajuda da musculatura diafragmática como reforço mecânico à sua função de barreira

61
Q

Qual a tríade básica da patogênese?

A

o Relaxamentos transitórios do EEI não relacionados à deglutição;
o Hipotonia verdadeira do EEI < 10mmHg;
o Desestruturação anatômica da junção esofagogástrica (hérnia de hiato).

62
Q

Quais os sintomas típicos da DRGE?

A

Pirose + regurgitação

63
Q

Quais os sintomas atípicos da DRGE?

A

Sintomas laringorespiratórios (secreção regurgitada que cai na laringe, irrita as vias aéreas):
o Tosse;
o Rouquidão;
o Refluxo ácido para a boca (erosão do esmalte dentário);
o Broncoespasmo

64
Q

Qual o primeiro passo do diagnóstico da DRGE?

A

 Prova terapêutica – sintomas típicos e não suspeita de outras doenças;
o Se responder, é porque era DRGE;
o Redução sintomática > 50% após 1–2 semanas de uso de IBP

65
Q

Qual o padrão-ouro para diagnóstico de DRGE, quando solicitar e quais suas características?

A

 pHmetria 24 horas;
o Quantos episódios de refluxo, altura que foi no esôfago e quanto alterou o pH;
o Solicitar se dúvida, falha na resposta terapêutica ou sintomas atípicos;
o Índice confirma a DRGE - refluxo é detectado pela queda do pH intraesofágico (pH < 4,0), número de episódios de refluxo com > 5min de duração;
Indice de De Meester é > 14,7

66
Q

Qual o uso da EDA no paciente com DRGE?

A

Identificar as complicações da DRGE, como esofagite (30–40% dos pacientes), estenose péptica, esôfago de Barrett e adenocarcinoma

67
Q

Quais as indicações formais (sinais de alarme) que exigem a solicitação de EDA para DRGE?

A
  • Idade ≥ 40 anos no Brasil;
  • Vômitos;
  • Disfagia;
  • Sintomas refratários ao tratamento;
  • História prolongada de pirose (> 5-10 anos);
  • Sangramento gastrointestinal e anemia;
  • HF de câncer;
  • Perda de peso (≥5 kg sem dieta).
68
Q

Qual o tratamento medicamentoso para DRGE?

A

Inibidor de Bomba de Prótons (inibem a H+ /K+-ATPase = bomba de prótons” -> bloqueia a via final para a secreção de ácido pelas células parietais do estômago) 1x/dia por 8 semanas (pela manhã 30 minutos antes da refeição)

69
Q

O que fazer em caso de falha no tratamento medicamentoso para DRGE?

A

o Falha inicial (melhora parcial após 2 semanas): dobrar a dose na 2ª semana – se melhorar, mantém tratamento até completar 8 semanas;
o Falha na 2 tentativa após dobrar a dose: paciente refratário.

70
Q

Quais as indicações do tratamento cirúrgico para DRGE?

A

o Paciente com sintomas refratários = não responde a IBP;
o Sintomas recorrentes = não vive sem IBP;
o Complicações = estenose péptica ou úlcera esofágica;

71
Q

Quais os exames pré-operatórios para DRGE?

A

pHmetria ou EDA (+): confirmação (Los Angeles C ou D) e Manometria: escolha da técnica operatória

72
Q

Quais as técnicas operatórias para a cirurgia da DRGE e quando usar cada uma?

A

o Fundoplicatura total: manometria = normal;
* Fundoplicatura de Nissen – válvula com 360º;
* Sutura gástrica posicionada anteriormente ao esôfago;

o Fundoplicatura parcial: manometria = alterada (dismotilidade);
* Fundoplicatura Anterior: passa fundo pela frente do esôfago - Dor, Thal, Pinotti;
* Fundoplicatura Posterior: passa fundo por trás do esôfago – Lind e Toupet.

73
Q

Qual a fisiopatologia do esôfago de Barret?

A

Alteração histológica (Metaplasia) do refluxo que aumenta a chance de adenocarcinoma esofágico;
o Com refluxo, cicatrização das erosões faz com que células do esôfago sofram metaplasia e se transformam no epitélio do estômago, cilíndrica/colunar, mas mais semelhante à do intestino

74
Q

Quais os fatores de proteção do esôfago de Barrett?

A

Consumo de vinho tinto, a infecção crônica por H. pylori e indivíduos de cor preta

75
Q

Como é feito o diagnóstico do esôfago de Barret?

A

EDA com mucosa vermelho salmão + biópsia confirma o diagnóstico - característica histopatológica

76
Q

Como é feito a classificação do Esôfago de Barrett?

A

 Curto: ≤ 3 cm;
 Longo: ≥ 3cm

77
Q

Qual o tratamento do Esôfago de Barrett?

A

IBP + seguimento EDA +/- cirurgia

78
Q

Como é feito o acompanhamento endoscópico do Esôfago de Barrett?

A

o Sem displasia (metaplasia intestinal): EDA a cada 3-5 anos;
o Displasia de baixo grau: EDA a cada 6-12 meses (na prática, considerar ablação endoscópica);
o Displasia de alto grau (quase carcinoma in situ): ressecção endoscópica ou esofagectomia se não puder ressecar;
o Câncer de esôfago: esofagectomia.

79
Q

Quais os tipos de Hérnia de Hiato?

A

 Tipo I: Hérnia por deslizamento (linha Z deslocada) – JEG herniada + fundo normal;

 Tipo II:
o Fundo gástrico solto – comprime esôfago (pode isquemiar ou obstruir – 1% por ano);
o Hérnia por rolamento;
o JEG normal;

 Tipo III/misto:
o Tanto linha Z desliza quanto o fundo gástrico rola;
o JEG herniado + fundo herniado;

 Tipo IV: Estômago + outra víscera herniada (esôfago, baço, pâncreas, cólon);

80
Q

Qual o tratamento da hérnia de hiato?

A

 Tipo I: Conservador – só opera se tiver DRGE cirúrgica junto;
 Tipo II: Cirúrgico se grande e/ou sintomática;
 Tipo III/misto: Cirúrgico se grande e/ou sintomática;
 Tipo IV: Cirúrgico se grande e/ou sintomática.

81
Q

Quais as principais etiologias da perfuração de esôfago?

A

 Lesão iatrogênica durante endoscopia (> 50%);
 Perfuração espontânea (15%) = Síndrome de Boerhaave;
 Corpo estranho (14%);
 Trauma (10%);
 Neoplasias (1%);

82
Q

Qual a clínica da perfuração de esôfago?

A

Vômitos + dor torácica + enfisema subcutâneo

83
Q

Como fazer o diagnóstico de perfuração de esôfago?

A

Esofagografia contrastada (bário e gastrografin) ou TC com contraste oral

84
Q

Como é o tratamento da perfuração de esôfago? Dica: controle da contaminação, drenagem e nutrição.

A

 Controle da contaminação: antibioticotrapia ampla +/- antifúngico;
o Rafia ou reconstrução apenas se precoce (< 24h);
o > 24 horas: esofagostomia (dieta zero) + gastrostomia;
o Stent EDA: limitação cirúrgica ou pequena perfuração;
 Drenagem ampla: drenos de tórax +/- vats ou toracotomia;
 Nutrição enteral: gastrostomia ou jejunostomia.

85
Q

Qual a definição, diagnóstico e tratamento do divertículo médio-esofágico?

A

 Definição:
o Divertículos verdadeiros = se formam por tração por presença de linfonodos inflamados ou infecções fibrosantes - herniação de todas as camadas (mucosa, submucosa e muscular);
* Também podem ser por pulsão se causados por distúrbios motores do esôfago que aumentem a pressão intraluminal, como na acalasia = divertículos falsos;
o Mais comuns à direita;

 Diagnóstico:
o Esofagografia baritada – visualização da saculação no corpo médio esofágico;
* Também pode fazer EDA, esofagomanometria e TC – afastar outras causas;

 Tratamento:
o Apenas sintomáticos – tratar causa base;
o Ressecção se > 2cm;

86
Q

Qual a definição, diagnóstico e tratamento do divertículo epifrênico?

A

 Definição:
o Divertículos por pulsão – relacionados por distúrbios motores e são mais comuns à direita;
o Tendem a ser divertículos falsos;

 Diagnóstico:
o Esofagografia baritada – visualização da saculação acima do diafragma;
o Também pode fazer EDA, esofagomanometria e TC – afastar outras causas;

 Tratamento:
o Apenas sintomáticos – tratar causa base;
o Ressecção se > 2cm

87
Q

Qual a definição de esofagite eosinofílica?

A

o Patogênese: infiltração de eosinófilos no esôfago imunomediada;
o Epidemiologia: homens 20-50 anos;
o Associação: rinite, asma, dermatite atópica, alergia alimentar

88
Q

Qual a clínica de esofagite eosinofílica?

A

o Disfagia;
o Impactação alimentar;
o Dor torácica;
o Pirose e regurgitação ácida

89
Q

Como fazer o diagnóstico de esofagite eosinofílica?

A

o EDA + biópsias esofágicas:
* EDA: anéis circulares (traqueização), sulcos lineares, estenoses;
* ≥ 15 eosinófilos/campo nas biópsias

90
Q

Como fazer o tratamento de esofagite eosinofílica?

A
  • Dieta: retirar principais gatilhos imunológicos - Leite, ovo, soja, trigo, nozes e frutos do mar;
  • Supressão ácida: IBP em dose plena;
  • Corticoide tópico:
    o Spray inalatório – aplicar na boca e engolir;
    o Fluticasona – 220mcg/dose, 4x ao dia;
  • Refratários: dilatação endoscópica
91
Q

Qual a definição, clínica e diagnóstico da esofagite infecciosa?

A

 Definição:
o Pensar em pacientes imunossuprimidos: SIDA, QT, transplantados;
 Clínica:
o Disfagia;
o Odinofagia;
o Febre;
 Diagnóstico:
o EDA + bióspias;

92
Q

Quais as características da esofagite infecciosa por candida albicans?

A
  • Placas brancacentas;
  • Hifas e leveduras na biópsia;
  • Tratamento: Fluconazol VO 7-14 dias
93
Q

Quais as características da esofagite infecciosa por herpes vírus?

A
  • Ulcerações em vulcão (superficiais e com borda elevada);
  • Inclusão viral do tipo A de Cowdry na biópsia;
  • Tratamento: Aciclovir VO 14-21 dias
94
Q

Quais as características da esofagite infecciosa por CMV?

A
  • Ulcerações lineares e profundas;
  • Inclusão viral em olho de coruja na biópsia;
  • Tratamento: Ganciclovir IV 14-21 dias
95
Q

Qual a definição de esofagite cálcica?

A

Ingestão de substâncias alcalinas ou acidas (acidental/suicídio)

96
Q

Qual a característica da esofagite cálcica por substâncias alcalinas?

A
  • Principal: soda cáustica;
  • Necrose liquefativa – risco importante de perfuração;
  • Gera mais lesão no esôfago
97
Q

Qual a característica da esofagite cálcica por substâncias ácidas?

A
  • Principal: ácido clorídrico;
  • Necrose coagulativa (lesão mais superficial principalmente dos vasos);
  • Gera mais lesão no estômago
98
Q

Como é feito o manejo da esofagite cálcica?

A

o Avaliar lesão de VAs – IOT se necessário;
o Hidratação IV, analgesia, inibidor de bomba de prótons;
o Dieta Zero;
o Não passar SNG às cegas (passar na EDA);
o TC de tórax e abdome para avaliar perfuração;
* Se perfurou: esofagectomia + ATB;
* Se não perfurou: EDA em até 24 horas

99
Q

Qual a classificação de Zargar para esofagite cálcica?

A

o Bom prognóstico:
* Grau 0: normal;
* Grau 1: edema/eritema superficiais;
* Grau 2A: erosões superficiais;

o Mau prognóstico:
* Grau 2B: úlcera profunda ou circunferencial;
* Grau 3A: necrose focal;
* Grau 3B: necrose extensa

100
Q

Quais as características da ingestão de corpo estranho?

A

 Epidemiologia: acidentes em crianças (6m – 3 anos);
 Objetos: moedas, brinquedos, alfinetes, baterias (perigosas pelo material cáustico);
o Se impactados no esôfago = risco maior

101
Q

Qual a clínica da ingestão de corpo estranho?

A

 Sintomas obstrutivos:
o Esofágicos – sialorreia, disfagia, dor torácica;
o Gástricos – vômitos, distensão abdominal;
 Desconforto respiratório

102
Q

Como fazer o diagnóstico da ingestão de corpo estranho?

A

 Anamnese + exame de imagem;
o RX de pescoço, tórax e abdome (AP e perfil) – localizar e confirmar o objeto;
o Se inconclusivo: tomografia

103
Q

Qual a aparência da moeda ingerida pelo Raio-X?

A

Bordas lisas e homogêneas

104
Q

Qual a aparência da bateria ingerida pelo Raio-X?

A

o Sinal do duplo halo e sinal do degrau na incidência lateral (entalho);
o Risco maior de perfuração por substância cáustica

105
Q

Quando e como é feita a remoção endoscópica do corpo estranho ingerido?

A

Fazer em até 2 horas;
* Sintomas obstrutivos ou respiratórios;
* Objeto de alto risco de perfuração no esôfago ou estomago;
o Alto risco: bateria, pontiagudo, longo (> 5cm), imãs;
* Qualquer objeto no esôfago após 2 horas

106
Q

Quando fazer acompanhamento da ingestão de corpo estranho?

A

o Sem os critérios anteriores;
o Objetos que já ultrapassaram o bulbo duodenal na radiografia;
o Como fazer?
* Monitorizar as fezes;
* Radiografia seriada semanal;
* Objeto não eliminado após 4 semanas ou sintomas: remoção