DOENÇAS DA TIREOIDE E PARATIREOIDE Flashcards
QUAL A PRINCIPAL CAUSA EVITÁVEL DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL?
HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO!
QUAL A DEFINIÇÃO DE:
- HIPOTIREOIDISMO PRIMÁRIO
- HIPOTIREOIDISMO SECUNDÁRIO
- HIPOTIREOIDISMO TERCIÁRIO
De acordo com o eixo hipotálamo-hipófise-tireoide:
- HIPOTIREOIDISMO PRIMÁRIO - defeito na tireoide
- HIPOTIREOIDISMO SECUNDÁRIO - defeito na hipófise
- HIPOTIREOIDISMO TERCIÁRIO - defeito no hipotálamo
O HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO CARACTERIZA-SE COMO PRIMÁRIO, SECUNDÁRIO OU TERCIÁRIO?
HIPOTIREOIDISMO PRIMÁRIO!
Ocorre disgenesia tireoidiana em 80-85% das vezes. Em cerca de 33% dos casos, há ausência da glândula (atireose); nos 66% restantes, há hipoplasia ou ectopia.
A maioria dos casos NÃO é hereditária, e sim um evento esporádico!
QUAL A SÍNDROME MAIS ASSOCIADA AO HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO?
SÍNDROME DE DOWN!
O hipotireoidismo congênito é frequente nessas crianças (1:150)!!
QUAIS AS PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO EM:
- RECÉM NASCIDOS
- LACTENTES
- CRIANÇAS MAIORES
AS MANIFESTAÇÕES DEPENDEM DA GRAVIDADE DO HIPOTIREOIDISMO E DA IDADE EM QUE FOI DIAGNOSTICADO:
- Recém-nascidos: geralmente assintomáticos. Quando há sintomas: icterícia prolongada, constipação, sonolência excessiva, fontanelas amplas (pelo mixedema cerebral), macroglossia, choro rouco, dificuldade para mamar, atraso na queda do coto umbilical, hérnia umbilical
- Lactentes: atraso no DNPM, diminuição do ritmo de crescimento, anemia, bradicardia e abafamento das bulhas cardíacas, atraso de fechamento da fontanela posterior.
- Crianças maiores → baixa estatura com desproporção do segmento superior/inferior, deficiência intelectual e fácies característica (cretinismo).
HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO:
COMO É FEITO O RASTREAMENTO E COMO FECHAR O DIAGNÓSTICO?
- Rastreamento: Teste do pezinho – coleta do TSH entre o 3º e o 5º dias de vida, após a diminuição do pico fisiológico do TSH.
- Diagnóstico: Não pode ser dado através do teste do pezinho, apenas pela dosagem sérica do TSH e do T4!
TESTE DO PEZINHO: QUAL A CONDUTA DE ACORDO COM OS SEGUINTES VALORES DE TSH:
- TSH < 10
- TSH 10-20
- TSH > 20
- TSH < 10: NORMAL. Não é necessário seguimento!
- TSH entre 10 e 20: coletar 2ª amostra do teste do pezinho - na maioria das vezes, o segundo é normal, podendo estar aumentado inicialmente em decorrência do pico fisiológico de TSH
- TSH > 20: avaliar a criança + solicitar TSH e T4livre séricos. A maioria das crianças com valores de TSH neonatal maior que 20 mUI/L tem a doença.
QUAIS AS INDICAÇÕES DE REPETIR A TRIAGEM NEONATAL PARA O HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO? (7)
- PREMATUROS
- BAIXO PESO AO NASCER
- GEMELARES
- USO DE DOPAMINA/AMIODARONA
- EXPOSIÇÃO AO IODO
- ANOMALIA CARDÍACA CONGÊNITA
- CRITICAMENTE ENFERMOS
Deve-se repetir a triagem neonatal, por um dos seguintes métodos:
- Repetir o exame com 1 mês de vida ou na alta hospitalar (o que ocorrer primeiro);
- Realizar a triagem tripla no 5º, 10º e 30º dias de vida.
APÓS FECHADO O DIAGNÓSTICO DE HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO, COMO AVALIAR A ETIOLOGIA?
(3 OPÇÕES)
PELA AVALIAÇÃO DIRETA DA TIREOIDE - opções:
- Cintilografia de tireoide com Iodo 123 (I123) ou tecnécio-99
- Ultrassonografia da tireoide
- Dosagem de anticorpo bloqueador do receptor do TSH e de Tireoglobulina (TG).
obs: Caso esses exames não possam ser facilmente realizados, deve-se iniciar o tratamento o mais precocemente e, aos três anos de idade, suspendê-lo por quatro semanas e proceder a investigação etiológica!! TEMPO É DESENVOLVIMENTO!
QUAL A PROVÁVEL ETIOLOGIA DO HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO NO SEGUINTE CASO:
TSH AUMENTADO + T4 LIVRE DIMINUÍDO + TIREOGLOBULINA REDUZIDA + US SEM TIREOIDE EM LOCAL TÍPICO + IDADE ÓSSEA ATRASADA
ATIREOSE
(Ausência da tireoide)
QUAL A PROVÁVEL ETIOLOGIA DO HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO NO SEGUINTE CASO:
TSH AUMENTADO + T4L DIMINUÍDO + TIREOGLOBULINA MENSURÁVEL + US SEM TIREOIDE EM LOCAL TÍPICO + IDADE ÓSSEA NORMAL OU ATRASADA
TIREOIDE ECTÓPICA
(mais comumente localizada em região sublingual)
QUAL A PROVÁVEL ETIOLOGIA DO HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO NO SEGUINTE CASO:
TSH AUMENTADO + T4L DIMINUÍDO + TIREOGLOBULINA MENSURÁVEL + US COM TIREOIDE TÓPICA E VOLUME REDUZIDO + IDADE ÓSSEA NORMAL OU ATRASADA
HIPOPLASIA DE TIREOIDE
QUAL A PROVÁVEL ETIOLOGIA DO HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO NO SEGUINTE CASO:
TSH AUMENTADO + T4 LIVRE DIMINUÍDO + TIREOGLOBULINA NORMAL OU ELEVADA + US COM TIREOIDE TÓPICA NORMAL OU AUMENTADA + IDADE ÓSSEA NORMAL OU ATRASADA
DISORMONIOGÊNESE
(Erro inato na síntese de hormônios tireoidianos)
São quadros transmitidos geralmente por herança autossômica recessiva. A glândula geralmente responde ao TSH, então apresentam bócio ao exame físico!
QUAL A PROVÁVEL ETIOLOGIA DO HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO NO SEGUINTE CASO:
TSH AUMENTADO + T4 LIVRE DIMINUÍDO OU NORMAL + TIREOGLOBULINA NORMAL + US COM TIREOIDE TÓPICA E NORMAL + IDADE ÓSSEA NORMAL
HIPOTIREOIDISMO TRANSITÓRIO
Decorrente do uso materno de medicamentos antitireoidianos, exposição materna ou neonatal a agentes iodados, passagem transplacentária de anticorpos maternos que bloqueiam o receptor de TSH ou deficiência de ingestão de iodo pela mãe.
HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO:
COMO TRATAR E QUANDO COMEÇAR O TRATAMENTO?
LEVOTIROXINA ORAL - dose inicial: 10 a 15 mcg/kg, 1x ao dia, em jejum.
O ideal é que o tratamento comece antes de 14 dias de vida, mesmo na ausência de sintomas! (TEMPO É CÉREBRO!!)
Devem ser utilizados comprimidos de levotiroxina, uma vez que não existe aprovação de soluções líquidas do hormônio. Para isso, os comprimidos devem ser macerados e dissolvidos com pequena quantidade de leite ou água filtrada. Manter a criança 30 minutos sem alimentação.
HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO:
COMO MONITORAR O TRATAMENTO?
CLÍNICA
+
Dosagem de T4 livre e TSH 2 a 4 semanas após o seu início!
Nos primeiros 6 meses de vida, a dosagem deve ser repetida a cada mês; entre 6 meses e 3 anos de idade, a cada 2-3 meses; a partir de 3 anos, a cada 6 a 12 meses. Se a regularidade do tratamento for duvidosa ou se os valores hormonais forem anormais, o paciente deve ser monitorado com mais frequência.
Nos primeiros 3 anos de vida, devem-se manter os valores de T4 livre entre 1,4 a 2,3 ng/dl, T4 total entre 10 e 16 μg/dl e TSH abaixo de 5 μU/ml.
Sempre que for realizado ajuste da dose, solicitar nova dosagem em 4 semanas!
HIPOTIREOIDISMO ADQUIRIDO:
QUAL A PRINCIPAL ETIOLOGIA EM REGIÕES SEM DEFICIÊNCIA DE IODO?
TIREOIDITE DE HASHIMOTO!
(TIREOIDITE CRÔNICA LINFOCÍTICA)
- Doença autoimune em que os anticorpos inflamam e destroem o parênquima da tireoide. Como na maioria das doenças autoimunes, o sexo feminino é mais acometido. Em cerca de 30 a 40% dos pacientes, há história familiar de doença tireoidiana. A evolução é lenta e pode progredir tanto para a destruição completa do tecido tireoidiano quanto para a remissão espontânea, a qual é mais observada nos adolescentes.*
- Lembrar da associação com outras doenças autoimunes (ex: DM1)*
- Em regiões geográficas carentes de iodo, a deficiência desse elemento é a grande causa do hipotireoidismo (bócio endêmico).*
QUAIS CRIANÇAS DEVEM SER RASTREADAS E AVALIADAS PERIODICAMENTE PARA HIPOTIREOIDISMO ADQUIRIDO?
CRIANÇAS PORTADORAS DE:
- Diabetes melito tipo 1
- Síndrome de Down
- Síndrome de Turner
- Síndrome de Noonan
- Doença renal crônica
+ CRIANÇAS COM QUADRO CLÍNICO SUSPEITO: sonolência, hipoatividade, palidez, pele seca, hipotermia, bradicardia, constipação intestinal, mixedema (principalmente em pálpebras, dorso dos pés, mãos e região pré-tibial), diminuição da velocidade de crescimento, ganho ponderal (relaciona-se principalmente com a retenção hídrica encontrada no mixedema, não com obesidade)