DOENÇAS CARDÍACAS Flashcards
Quais são as ALTERAÇÕES CARDÍACAS?
Exame físico cardíaco: Ausculta cardíaca, bulhas, localização do coração.
ECG
Distúrbios de condução: Arritmias; Síndromes Coronarianas Agudas (SCA): Angina, Infarto agudo do miocárdio e Insuficiência cardíaca.
HAS e EAP
Insuficiência aórtica – pulso martelo d´água.
Doenças cardiovasculares (DAC): 1º lugar entre causas de óbito (IAM e AVC).
ATENÇÃO
Recomenda-se estar em dia com os estudos de anatomia e fisiologia do sistema cardiovascular.
Anatomia e Fisiologia Cardíaca (Revisão): Estrutura e Ciclo Cardíaco: Qual o ciclo cardíaco?
– Passagem de sangue entre o Átrio Direito e o Ventrículo Direito, passando pela válvula tricúspide;
– Do ventrículo Direito para o Pulmão há a válvula pulmonar (sangue desoxigenado).
Em seguida, há a oxigenação do sangue;
– O pulmão leva o sangue para o Átrio Esquerdo por meio das veias pulmonares (única veia corporal que carrega sangue oxigenado);
– No Átrio Esquerdo há a válvula mitral (válvula bicúspide), que envia o sangue para o Ventrículo Esquerdo, que com a válvula aórtica leva o sangue para todo o corpo, que, por sua vez, por intermédio das veias cavas inferior e superior, leva o sangue ao átrio direito.
Apesar do avanço tecnológico (cineangiocoronariografia, revascularização miocárdica, ultrassonografia, cintilografia cardíaca e cerebral, tomografia computadorizada, drogas anti-hipertensivas e inotrópicas cardíacas), ainda é alto o índice de óbitos precoces por doenças cardiovasculares.
Anatomia de perfusão miocárdica:
- Coronárias: Coronária direita - ramo marginal e interventricular posterior;
- Coronária esquerda: Circunflexa e descendente anterior
(AOCP/2018/SESPE) As estruturas responsáveis pela perfusão miocárdica são as coronárias. Assinale a alternativa que apresenta o nome dado ao ramo interventricular da artéria coronária esquerda pelos cardiologistas clínicos:
a. Artéria descendente posterior esquerda.
b. Artéria descendente anterior esquerda.
c. Artéria ascendente anterior esquerda.
d. Artéria circunflexa.
e. Artéria marginal esquerda.
Letra: B
A artéria coronária esquerda se divide em circunflexa e descendente anterior. Assim, o
ramo interventricular é chamado de desdente anterior
Quais são os focos da Ausculta Cardíaca?
- Foco aórtico: 2 EI, na borda esternal esquerda;
- Foco pulmonar: 2 EI, na borda esternal direita;
- Foco aórtico acessório: 3 EI, na borda esternal esquerda;
- Foco mitral: 5 EI, na linha hemiclavicular (linha que passa no maio da clavícula) esquerda. Corresponde ao ápice cardíaco.
Vê-se que a ausculta cardíaca do foco aórtico e do foco pulmonar estão no mesmo nível, 2º EI, mas em posições diferentes: O primeiro na borda esternal direita e o segundo na borda esternal esquerda. Já a esculta do foco aórtico acessório não é muito cobrada em prova, mas a dos focos tricúspide e mitral são. O foco tricúspide se situa nos 4º e 5º EI na borda esternal esquerda, enquanto o foco mitral está somente em 5º EI, mais especificamente na linha hemiclavicular, a linha que passa no meio da clavícula, esquerda. Trata-se do ápice cardíaco, que é para baixo, tendo a base em posição superior
C ou E: (IADES/SEDF/2017) Na ausculta cardíaca, o foco tricúspide é encontrado no quinto
espaço intercostal, na linha hemiclavicular esquerda. Correspondente ao ápice cardíaco
ERRADO!
O item, na verdade, deveria fazer referência ao foco mitral, pois é ele que é encontrado no quinto espaço intercostal, na linha hemiclavicular esquerda, correspondendo ao ápice cardíaco.
Quais são os FATORES DE RISCO para DOENÇAS CARDÍACAS?
A primeira causa de óbitos no país são as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), envolvendo as doenças cardiovasculares. As doenças cardiovasculares, por sua vez, englobam tanto as doenças cardio como as cerebrovasculares: doença isquêmica do coração (enfarto agudo do miocárdio) e o acidente vascular cerebral (AVC).
* Fatores de Risco:
São fatores de risco em comum para todas as doenças crônicas não transmissíveis (neoplasias, doenças respiratórias, doenças cardíacas e diabetes): tabagismo, alimentação não saudável, uso nocivo de álcool e inatividade física
Quais são as Causalidades das DCNT?
De acordo com o Ministério da Saúde, as causas para as DCNTs se dividem em determinantes sociais (fatores não modificáveis – sexo, genética e idade – e fatores de risco modificáveis: tabagismo, alimentação não saudável, uso nocivo de álcool e inatividade física.), passando pelos fatores de risco intermediários (hipertensão, dislipidemia, sobrepeso, obesidade e intolerância à glicose). Finalmente, há os desfechos, as doenças mais graves, que são: doenças coronarianas, doenças cerebrovasculares, doenças vasculares periféricas, doença renal crônica, DPOC/Enfisema, diabetes e cânceres.
O que é o Escore De Risco de Framingham?
O Escore de Risco de Framingham, bastante cobrado em prova, deve ser aplicado em todas as consultas de enfermagem para a avaliação de risco vascular para os próximos 10 anos. Isso é feito se valendo de dois formulários: homem ou mulher.
No Escore de Risco de Framingham, quanto maior a pontuação, maior o risco. No caso das mulheres, de 30 a 34 anos, o fator é muito protegido pelo estrógeno, calculado em -9.
Observando o quadro de idade e risco para as mulheres em Framinghan, percebe-se que em determinado momento, entre 45 e 49 anos, elas adquirem maior risco comparadas aos homens (3 para as mulheres e 2 para os homens). Isso pode ser explicado pela queda de estrógeno, resultando em uma queda de proteção.
O Risco de Framingham também faz os seus cálculos avaliando homens e mulheres no que se refere ao índice de colesterol (total e protetor). Depois, utiliza-se como referência os níveis de pressão sistólica e diastólica. Havendo discordância, faz-se uso do parâmetro mais alto para a consideração. Em seguida, também é avaliada a diabetes e se o paciente é ou não tabagista. Finalmente, somam-se as pontuações obtidas, chegando ao resultado.
O que é o Escore de Risco – Reynolds?
É um Escore mais completo do que Framingham porque estima o risco de DCV (IAM, AVC) em 10 anos incorporando o valor da proteína C reativa de alta sensibilidade e a história familiar precoce (antes dos 60 anos) de infarto do miocárdio aos fatores usados no escore de Framingham (idade, gênero, colesterol total, HDL-colesterol, pressão arterial sistólica e tabagismo), segundo o Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Na consulta de enfermagem para a estratificação de risco cardiovascular, recomenda-se a utilização do escore de
a. Wells.
b. Gleason.
c. Framingham.
d. Glasgow.
e. Braden
Letra: C
O risco cardiovascular é calculado na consulta de enfermagem a partir da utilização do Escore de Framingham. Wells é usado como uma avaliação de risco de TVP e Embolismo Pulmonar. O Gleason avalia níveis de câncer de próstata. Já Glasgow é a avaliação de níveis de consciência, e Braden é a escala de nível de lesão por pressão. Tríades e nomes de níveis são temas de cobrança em provas
A bulha B1 equivale ao fechamento da válvula tricúspide e mitral. A bulha B2 equivale à aórtica e à pulmonar (tema de revisão de anatomia e fisiologia de exame físico, primeiro aspecto).
CERTO!
CEBRASPE 2015) Na consulta de enfermagem para a estratificação de risco cardiovascular, recomenda-se a utilização do Escore de Framingham.
CERTO!
O Escore de Framingham é utilizado na consulta de enfermagem para a estratificação de risco cardiovascular.
O que é a Síndrome Metabólica?
Trata-se de um conjunto de anormalidades metabólicas, incluindo resistência à insulina, obesidade, dislipidemia e hipertensão, que aumentam o risco de doença cardiovascular. Para Brunner, o diagnóstico da Síndrome Metabólica é realizado incluindo três condições: resistência à insulina (nível de glicemia em jejum superior a 100 mg/dℓ ou teste de tolerância à glicose anormal), obesidade central (circunferência da cintura maior que 90 cm nas mulheres e 100 cm nos homens) e dislipidemia (triglicerídeos superiores a 150 mg/dℓ, HDL (colesterol “bom”) abaixo de 50 mg/dℓ nas mulheres e abaixo de 40 mg/dℓ nos homens). Além disso, leva-se em consideração a pressão arterial que é persistente a 130/85 mmHg, o estado proinflamatório (níveis elevados de proteína C reativa) e o estado protrombótico (nível elevado de fibrinogênio).
O que é a A Síndrome Metabólica segundo o International Diabetes Federation (IDF)?
Obesidade central, definida como circunferência abdominal > 80 cm em mulheres ou > 94 cm em homens de descendência europeia ou africana ou > 90 cm naqueles de descendência asiática, além de dois entre os quatro fatores a seguir:
triglicerídeos > 150 mg/dL;
HDL-C baixo (< 40 mg/dL em homens e < 50 mg/dL em mulheres);
hipertensão arterial (PAS 130 PAD 85);
glicemia de jejum ≥ 100 mg/dL ou DM tipo 2 previamente diagnosticado.
No exame físico, durante a inspeção da pele, alguns achados cutâneos podem estar associados a doenças cardiovasculares, dentre eles a presença de xantelasma, que pode indicar:
a. anemia ou perfusão arterial diminuída.
b. estados patológicos como insuficiência cardíaca.
c. função plaquetária reduzida.
d. níveis elevados de colesterol.
e. vasoconstrição periférica
Letra: D
Xantelasmas são lesões de pele amareladas localizadas ao redor dos olhos que podem indicar níveis elevados de colesterol.
Quais são as Ações propostas pelo Ministério da Saúde para o combate a doenças crônicas?
- Fortalecimento da Atenção Básica: atuação nos níveis iniciais da Pirâmide de Mendes;
- Redução do tabagismo: protocolo clínico envolvendo nicotina (em adesivo ou em goma de mascar) e Bupropiona, antidepressivo que visa o abandono do tabagismo;
- Intervenções nos fatores determinantes sociais das DCNT: desigualdades sociais, as diferenças no acesso aos bens e aos serviços, a baixa escolaridade, as desigualdades no acesso à informação, ação nos fatores de risco modificáveis (tabagismo, consumo de bebida alcoólica, inatividade física e alimentação inadequada) tornando possível sua prevenção;
- Programa Saúde na Escola: estímulo à qualidade de vida e à vida saudável no âmbito escolar;
- Programa Academia da Saúde: promoção de atividade física;
- Incentivo ao aleitamento materno: segundo o Caderno 23 do Ministério da Saúde, crianças amamentadas têm menos risco de contrair hipertensão e diabetes;
- Guia Alimentar para a População Brasileira: da rotulagem dos alimentos e dos acordos com a indústria para a eliminação das gorduras trans, para a redução de sal nos alimentos e recentemente do açúcar.
- Expansão da atenção farmacêutica e à distribuição gratuita de mais de 15 medicamentos para hipertensão e diabetes: anti-hipertensivos, insulinas, hipoglicemiante, estatina.
- Programa Farmácia Popular/Saúde Não Tem Preço;
- Programa Brasil sem Miséria: pretende reduzir a pobreza destacando ações para o enfrentamento de doenças crônicas como hipertensão arterial e diabetes.
O que é o Sistema de vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por
inquérito telefônico (VIGITEL)?
O sistema de vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico (VIGITEL) faz parte das ações do MS para estruturar a vigilância de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no país. Entre essas doenças incluem-se diabetes, obesidade, câncer, doenças respiratórias crônicas e cardiovasculares como hipertensão arterial, que têm grande impacto na qualidade de vida da população. Visa conhecer a situação de saúde da população é o primeiro passo para planejar ações e programas que reduzam a ocorrência e a gravidade destas doenças, melhorando assim a saúde da população. O VIGITEL tem como objetivo monitorar a frequência e a distribuição de fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal.
Quando se dão as Aplicações do Eletrocardiograma?
Isquemia miocárdica e infarto;
Sobrecargas (hipertrofia) atriais e ventriculares: extensão muscular (curva elétrica alterada);
Arritmias: supraventriculares (de origem atrial) e ventricular;
Efeito de medicamentos (Exemplo: Digital);
Alterações eletrolíticas (Exemplo: Potássio);
Funcionamento de marca-passos mecânicos.
O que é o Eletrocardiograma?
O eletrocardiograma (ECG) é um gráfico que registra oscilações elétricas que resultam da atividade do músculo cardíaco. Trata-se de um exame de saúde na área de cardiologia no qual é feito o registro da variação dos potenciais elétricos gerados pela atividade elétrica do coração. É caracterizado pelo seu baixo custo e simplicidade.
* Descrição do ECG:
Uma vez que a atividade elétrica é captada pelos eletrodos, ela é transmitida ao equipamento que converte atividade elétrica em um desenho gráfico. Em seguida há uma tradução em ondas que traduzem as etapas da atividade elétrica das células miocárdicas, resultando, finalmente, no ECG.
Atividade elétrica captada por eletrodos. → Transmitido ao equipamento que converte atividade elétrica em desenho gráfico. → Tradução em ondas que traduzem as etapas da atividade elétrica das células miocárdicas. → ECG
O que é a autoexcitabilidade do coração?
ATENÇÃO
A autoexcitabilidade é uma característica exclusiva do coração. Todos os outros músculos do corpo humano precisam do cérebro para bater. Isso explica porque o coração continua batendo em pacientes com morte cerebral. Detalhe: o bulbo do sistema nervoso controla a frequência cardíaca mediante os estímulos dos receptores, enviando neurotransmissores que aumentam a frequência cardíaca, como a adrenalina, ou estimulam o reflexo do vago, que é parassimpático, diminuindo a frequência do coração. Todavia, o coração não necessita do cérebro para continuar o movimento de bater, pois ele faz isso sozinho (a auto excitabilidade)
Quais são os Conhecimentos necessários para a interpretação de um eletrocardiograma:
ECG Normal?
Ritmo: distância entre os batimentos do coração;
Frequência Cardíaca (FC): quantidade de vezes que o coração bate;
Amplitude: relacionada à voltagem;
Formas de onda e intervalos.
Anatomia do coração e os locais de ativação relacionados às ondas eletrocardiográficas;
Eletrofisiologia cardíaca (diferença entre os eletrólitos celulares, que fazem a passagem do potencial de ação (atividade elétrica intercalando uma célula com a outra).), com enfoque aos canais iônicos;
12 derivações cardíacas: periféricas (D1, D2, D3, aVR e aVL.) e precordiais (V1 a V6);
Derivações posteriores (complementares).
ATENÇÃO
Eletrodos: braçadeiras no punho, no tornozelo e no tórax do paciente;
Derivação: o que o equipamento capta e registra no ECG (periféricas, de forma absoluta, aVR, aVL e aVF, e de forma de diferença de potencial, D1, D2 e D3.).
O que é a Despolarização do coração?
A despolarização não é sinônimo de contração (ação mecânica do músculo do miocárdio), mas é um evento elétrico (potencial de ação), que se espera ocasionar uma contração, que é um evento mecânico. A despolarização se caracteriza por ser uma atividade elétrica que faz com que ocorra o potencial de ação havendo a transmissão célula por célula. Quando essa transmissão termina, acontece a contração. É como se fosse dado um choque inicial no sinoatrial, cujo estímulo é conduzido às inervações do átrio esquerdo. Terminando esta primeira parte de excitação atrial, acontece a ativação mecânica atrial, a sístole atrial, enchendo o ventrículo. Após, há o fechamento das válvulas (átrios ventriculares). Enquanto isso, a atividade elétrica fica parada no PR da zona do átrio ventricular. Segue-se, então, a atividade elétrica do ventrículo, a qual ativa as células, resultando no aumento da pressão por parte do ventrículo, comprimindo e colocando para fora o sangue, havendo um compasso intercalado entre o estímulo elétrico e a resposta mecânica subsequente. Em outras palavras, portanto, a despolarização é evento elétrico que tem como consequência a contração, um evento mecânico.
Quais são as Atividades do coração?
Conhecer as atividades do coração ajuda a captar a informação de medicações vasoativas e onde está cada parte da arritmia e os problemas no coração.
As atividades elétricas do coração são classificadas em mecânicas e elétricas. Tais atividades não são isoladas, mas se relacionam entre si mesmas, ainda que haja diferenças entre elas.
* Atividade mecânica:
- Inotropismo (muito cobrado em prova): capacidade de contração do coração (Exemplo: a Dobutamina é uma medicação inotrópica positiva, visto que ela aumenta a força de contração cardíaca.);
- Lusitropismo (pouco cobrado em prova): refere-se à distensibilidade e relaxamento
do coração.
* Atividade elétrica (muito cobrado em prova):
- Cronotropismo: trata do ritmo cardíaco, que diz respeito à distância entre os batimentos
do coração, que deve ser igual para haver regularidade. A ocorrência de distâncias diferentes
do ritmo cardíaco configura ritmo desregular com alteração.
- Dromotropismo: é a condução elétrica (capacidade de transmissão do potencial de ação);
- Batmotropismo: autoexcitabilidade (capacidade no nó sinoatrial (importante mecanismo fisiológico de controle para evitar taquicardia) de iniciar, como um Marca-passo, a atividade elétrica do coração, com a transmissão do potencial de ação de uma célula para outra: do átrio direito para o átrio esquerdo, passando pelo átrio ventricular, onde há uma parada para evitar arritmias.).