DIRETRIZ DE HAS Flashcards
Qual o Conceito e a Epidemiologia de HAS?
Trata-se de uma condição que está dentro de doenças crônicas não transmissíveis, que representam 72% de morte do perfil populacional no Brasil. Assim, dentro das doenças crônicas não transmissíveis existem doenças cardiovasculares, diabetes, doenças neoplásicas e doenças respiratórias.
A hipertensão consta do grupo de doenças cardiovasculares e também é um fator de risco para essas doenças, bem como para doença renal crônica e o AVC.
* DCNT
* Condição multifatorial: genéticos/epigenéticos, ambientais e sociais.
– O estilo de vida é um fator mais decisivo, como, por exemplo, no caso de aumento de peso, sedentarismo, álcool, sal e outros fatores importantes;
– O tabagismo em si é um importante fator de risco cardiovascular e a cessação dele não diminui a pressão, porém, no contexto do tabagismo com outros problemas como a hipertensão, será potencializada a doença cardiovascular.
* Caracterizada por elevação persistente da PA: PAS maior ou igual a 140 mmHg e/ou PAD maior ou igual a 90 mmHg, medida com a técnica correta, em pelo menos duas ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti-hipertensiva.
* É aconselhável, quando possível, a validação de tais medidas por meio de avaliação da PA fora do consultório por meio da Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA), da Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) ou da Auto medida da Pressão Arterial (AMPA).
– Atualmente, diante da pandemia do Covid, há uma necessidade do paciente realizar sua própria auto medida em casa, porque o profissional estará do outro lado da tela e o paciente realizará sua medida em casa, para verificar se a pressão está normal.
– Trata-se, portanto, de um fator de discussão importante, principalmente para diferenciar a medida residencial da pressão arterial com a auto medida da pressão arterial.
– A medida residencial é uma técnica em que uma pessoa capacitada verificar a pressão arterial em horários para determinados. Essa medida pode ser feita pelo próprio paciente, mas existe uma estrutura e uma organização na quantidade de dias, nos horários e em quantas vezes por dia será feita a medida. Desse modo, a monitorização residencial da pressão arterial é sistematizada.
– A auto medida será realizada pelo paciente sem estrutura formal. A diferença entre a auto medida e a medida residencial está justamente na sistematização.
– É necessária a realização dessas medidas para o detalhamento da pressão, para o monitoramento dos pacientes, bem como para a identificação de situações de hipertensão.
(FAUEL/2019) A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um problema grave de saúde pública no Brasil e no mundo, sendo um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais. A hipertensão arterial em adultos é definida como __________.
A definição de hipertensão é a apresentação de valores iguais ou acima de 14 por 9 (140 mmHg X 90 mmHg).
A Sociedade Brasileira de Cardiologia não acompanhou as mudanças apresentadas pela Sociedade Americana, e esses parâmetros, por enquanto, não serão alterados.
O que é HAS X Risco CV?
- Frequentemente assintomática;
– É um problema que não incomoda, o que acaba impactando em aumentar o risco cardiovascular. - Alterações estruturais e/ou funcionais em órgãos-alvo: coração, cérebro, rins e vasos.
– O infarto do miocárdio, o AVC isquêmico, a doença renal crônica e a nefroesclerose irão conduzir esses problemas.
– O enrijecimento arterial causa lesão endotelial, aumentando a formação de placas. - É o principal fator de risco modificável com associação independente, linear e contínua para DCV, DRC e morte prematura.
– Assim, trata-se de um fator decisivo, é necessário o controle da pressão arterial - Associa-se a fatores de risco metabólicos para as doenças dos sistemas cardiocirculatório e renal, como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose, e DM.
– A síndrome metabólica é frequentemente cobrada em provas, e refere-se à junção da pressão arterial, aumento da glicemia, aumento da gordura abdominal e do colesterol.
Qual a Fisiopatologia das HAS?
- PA = DC x RVP
– Débito cardíaco vezes a resistência vascular periférica.
– O débito cardíaco representa o volume circulante de sangue. Calcula-se com base no volume ejetado, ou seja, se o coração bateu quanto de volume será ejetado naquela sístole.
– A resistência vascular periférica tem a ver com a dificuldade que o vaso impõe para o coração, para que ele se distenda e permita a passagem do sangue. A vasoconstricção aumenta a resistência vascular periférica. Por sua vez, a vasodilatação tem uma resistência diminuída.
– É importante que exista um equilíbrio na resistência vascular periférica. - DC = FC X VSE;
- VSE é influenciado por pré-carga, pós-carga e contratilidade.
- Pré-carga: retorno venoso, Complacência ventricular, Lei de Frank Starling.
- Pós carga: diâmetro dos grandes vasos, abertura e complacência das valvas e Resistência vascular
- A frequência cardíaca é influenciada pelo sistema nervosa autônomo.
– O nervo vago também irriga o coração;
– Há também, nesse processo, um aumento da liberação de acetilcolina, que será responsável por diminuir na frequência cardíaca.
– Quando há um estímulo dos receptores e da quantidade de agentes simpáticos, que têm a ver com adrenalina, a frequência cardíaca será aumentada.
– A contratilidade é a força que o coração possui para realizar a contração. Quando o paciente sofre um choque cardiogênico porque teve algum problema específico no musculo cardíaco, haverá um prejuízo em relação ao volume sistólico projetado, causando uma queda da pressão arterial.
Quais as Complicações da HAS nos órgãos-alvo?
- Coração: Doença Arterial Coronariana (angina e infarto agudo do miocárdio), Insuficiência Cardíaca (hipertrofia do músculo cardíaco), Fibrilação Atrial e morte súbita.
- Cérebro: Acidente Vascular tanto isquêmico quanto hemorrágico e demências.
– Há perda da cognição levando à demência, chamada de demências vasculares.
Rins: Doença Renal Crônica com necessidade de terapia de substituição renal (hemodiálise). - Sistema arterial: doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) que colabora com o aparecimento de outros problemas, como, por exemplo, a úlcera arterial e outros problemas de circulação periférica.
Quais são os Fatores de Risco para Hipertensão Arterial?
- O impacto genérico é de 30 a 50% (fatores de estilo de vida têm significância alta).
- Idade: enrijecimento progressivo e da perda de complacência das grandes artérias.
Em torno de 65% dos indivíduos acima dos 60 anos apresentam HAS. - Sexta década de vida: maior prevalência e PA maior nas mulheres (inversão do risco cardiovascular – hormônios).
- Etnia: risco maior em negros, mas no Brasil não mostrou diferenças (VIGITEL 2018) a (24,9% versus 24,2%).
– No Brasil, existe uma grande miscigenação, portanto, esse fator não traz tantas diferenças (dados divergentes) com relação aos valores da população negra. - Sobrepeso/Obesidade – IMC e CA (“sinal vital”, mas como medido na prática).
– Alerta para que os profissionais de saúde passem a verificar com mais frequência a circunferência abdominal para que se tenha parâmetros de comparação da população. - Ingestão de Sódio: superior a 2 g de sódio, o equivalente a 5 g de sal de cozinha (NaCl). A população brasileira consome muito sal (costume de levar o saleiro à mesa) e isso acaba impactando nos indicadores de pressão arterial.
– Medidas importantes: evitar levar o saleiro à mesa, evitar o consumo relacionado aos alimentos industrializados, pois eles têm alto teor de sódio, para, inclusive ser um fator de conservação desses alimentos, o alto teor de sódio causa uma desidratação das bactérias e inibe o seu crescimento.
Sedentarismo: - maior em mulheres.
Álcool: - seis ou mais doses ao dia, o equivalente a 30 g de álcool/dia = 1 garrafa de cerveja (5% de álcool, 600 mL); = 2 taças de vinho (12% de álcool, 250 mL); = 1 dose (42% de álcool, 60 mL) de destilados (uísque, vodca, aguardente).
Fatores Socioeconômicos: - menor escolaridade e condições de habitação inadequadas, além da baixa renda familiar.
Outros Fatores de Risco: - drogas ilícitas, medicações sem prescrição, inibidores da monoaminaoxidase e os simpatomiméticos, como descongestionantes nasais (fenilefrina), antidepressivos tricíclicos (imipramina e outros), hormônios tireoidianos, contraceptivos orais, anti-inflamatórios não esteroides, glicocorticoides, ciclosporina, eritropoietina, drogas ilícitas (cocaína, cannabis sativa, anfetamina).
– Se uma pessoa tem o inibidor da monoaminaoxidase e ingere produtos fermentados como, por exemplo, o vinho, pão, queijos ou carnes salgadas, haverá uma interação com a tiramina e haverá um aumento da pressão arterial de forma significativa.
Qual a relação entre a Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) e a HAS?
- graus leve, moderado e grave da AOS mantém uma relação dose-resposta com a HÁ.
Novos FR (2016) - Glicemia de jejum entre 100 mg/dl e 125 mg/dl;
- Hemoglobina glicada (hba1c) anormal;
- Obesidade abdominal (síndrome metabólica);
- PP (PAS-PAD) > 65 mmHg em idosos;
– A pressão de pu7lso refere-se a pressão sistólica menos a diastólica. - História de pré-eclampsia (aumento pressórico na gravidez); e
- História familiar de HA (em hipertensos limítrofes).
(IAOCP/2019) Pedro, 50 anos, recebeu a visita domiciliar da Equipe de Saúde da Família e relatou dor de cabeça e história familiar de Hipertensão Arterial. Ao verificar a pressão arterial, observou-se que Pedro apresentava-se hipertenso. É fator de risco para a hipertensão:
a. eutrofia.
b. tabagismo.
c. prática regular de atividade física.
d. alto consumo de hortaliças.
Letra: B
No que se refere à eutrofia, prática de atividade física e alto consumo de hortaliças, trata-se de fatores protetores para evitar a pressão arterial elevada. O tabagismo, por sua vez, é um fator de risco muito importante para doença cardiovascular e entra como fator de risco de maneira global, juntamente com a hipertensão para a doença cardiovascular.
Importante destacar que, o impacto da retirada do tabagismo não irá diminuir de forma significativa os dados da pressão arterial.
Qual a Epidemiologia da HAS?
- A doença cardiovascular é a 1ª causa de morte;
- A hipertensão arterial mata mais por suas lesões nos órgãos alvo (fator intermediário).
- Fatores primários:
– Sedentarismo;
– Álcool;
– Aumento do colesterol; - Desfecho (causas finais de morte):
– Infarto agudo do miocárdio;
– AVC;
– Doença renal crônica. - A hipertensão não é a forma de primeira causa de morte muito comum, está mais presente em declaração de óbito como um fator secundário.
- No Brasil - 21,4% autodeclaração HAS.
- As medidas de PA aferidas e uso de medicação anti-hipertensiva: 32,3%.
- A prevalência de HA foi maior entre homens, além de, como esperado, aumentar com a idade por todos os critérios, chegando a 71,7% para os indivíduos acima de 70 anos.
Qual a PREVENÇÃO PRIMÁRIA da HAS?
Na prevenção primária existe uma atuação nos fatores de risco, no controle de peso, na realização de atividade física, na diminuição da ingestão de álcool, dentre outras. São ações tomadas contra os fatores de risco.
Quando já se tem o problema iniciado, a hipertensão, por exemplo, existe a necessidade de diagnóstico, de rastreamento a fim de se evitar que esse problema conduza a outros problemas de maior gravidade.
* Controle do Peso
A diminuição do peso promove a diminuição da PA tanto em indivíduos normotensos quanto em hipertensos.
* Dieta Saudável
A dieta DASH e suas variantes (baixa quantidade de gordura, mediterrânea, vegetariana/ vegana, nórdica, baixo teor de carboidratos, entre outros).
Os benefícios são ainda maiores quando ocorre em conjunto a redução de ingestão de sódio.
* Prevenção Primária – Suplementação de potássio (fator positivo)
* Constitui-se em uma alternativa segura, sem importantes efeitos adversos, com impacto modesto, mas significativo, na PA e pode ser recomendada para a prevenção do aparecimento da HA.
* Ingestão adequada de potássio: 90 a 120 mEq/dia, pode acarretar uma diminuição de 5,3 mmHg na PAS e 3,1 mmHg na PAD.
* Alimentos pobres em sódio e ricos em potássio: feijões, ervilha, vegetais de cor verde-escura, banana, melão, cenoura, beterraba, frutas secas, tomate, batata-inglesa e laranja.
* Atividade Física (macro): treinamento aeróbico, resistência dinâmica e resistência isométrica reduzem a PAS e PAD em repouso em 3,5/2,5, 1,8/3,2 e 10,9/6,2 mmHg, respectivamente, em populações gerais. Os exercícios resistidos (musculação) também reduzem a PA na população geral.
– Nesse contexto, a atividade física é uma abordagem ampla de qualquer movimento (subir e descer escadas, caminhadas, entre outros).
– Em um contexto maior, há o exercício físico que é uma atividade física estruturada.
Logo, a atividade física é todo e qualquer movimento. Verifica-se que há baixo percentual de atividade física quando o indivíduo utiliza em demasia o computador, a tela do celular e a televisão.
* Todos os indivíduos devem ser aconselhados a praticar, pelo menos, 30 minutos de atividade física aeróbica dinâmica de intensidade moderada (caminhada, corrida, ciclismo ou natação) em cinco a sete dias por semana. A realização de exercícios resistidos em dois a três dias por semana também é recomendada.
* Todos os adultos devem ser aconselhados a praticar pelo menos 150 min /semana de atividades físicas moderadas ou 50 minutos /semana de vigorosas.
Qual a diferença entre: Atividade física X Exercício Físico?
- Atividade física (AF): qualquer movimento corporal que aumente o gasto energético acima daquele em repouso, como locomoção e atividades laborais, domésticas e de lazer.
– É tudo aquilo que faz o indivíduo se movimentar. - Exercício físico (EF): refere-se à atividade física estruturada, organizada e com objetivo específico, como melhorar a saúde e/ou a aptidão física.
– O exercício físico está dentro da atividade física.
Quais são as Recomendações de atividade física pra a prevenção de HAS?
- Realizar, pelo menos, 150 minutos por semana de atividade física moderada.
- Deve ser estimulada ainda a redução do comportamento sedentário, levantando-se por 5 minutos a cada 30 minutos sentado. (novidade) .
ATENÇÃO
Deve ser estimulada ainda a redução do comportamento sedentário, levantando-se por 5 minutos a cada 30 minutos sentado.
Aqui, há uma novidade, algo mais estrutural.
Na Diretriz de 2016 (7ª), há disposição no sentido de se evitar o tempo sentado para alternar o tempo sentado com atividade, na redução do tempo de tela, no aumento da atividade física normal do dia a dia.
“Quadro 8.4 – Recomendações de prática de atividade física e exercício físico.
- Recomendações
Redução do Comportamento Sedentário - NE:B GR:IIb
Levantar por 5 minutos a cada 30 minutos sentado.
Recomendação Atividade Física populacional - NE:A. GR:I
Realizar, pelo menos, 150 minutos por semana de atividade física moderada.
Treinamento Físico - Aeróbico complementado pelo Resistido - NE:A. GR:I
Prescrição do Treinamento Aeróbico – Obrigatório
Modalidades diversas: andar, correr, dançar, nadar, entre outras.
Frequência: 3 a 5 vezes por semana (mais vezes - melhor)
Duração: 30 a 60 minutos por sessão (mais tempo - melhor)
Intensidade moderada definida por:
1) Maior intensidade conseguindo conversar (sem ficar ofegante)
2) Sentir-se entre “ligeiramente cansado” e “cansado” (11 a 13 na escala de Borg 20)”
Obs.: há recomendação do que pelo menos dever ser feito, bem como daquilo que seria o
ideal.
ATENÇÃO
Entre as recomendações de prática de atividade física e exercício físico, há grandes chances de ser cobrada a seguinte recomendação: levantar por 5 minutos a cada 30 minutos sentado. (novidade)
Como é a Prevenção Primária – Álcool?
- Evitar aquilo que é fator de risco.
- Para os consumidores de álcool, a ingestão de bebida alcoólica deve ser limitada a 30
g de álcool/dia. - Esse limite deve ser reduzido à metade para homens de baixo peso, mulheres e indivíduos com sobrepeso e/ou triglicerídeos elevados. Indivíduos abstêmios não devem ser induzidos a beber.
- 1 garrafa de cerveja (5% de álcool, 600 mL); = 2 taças de vinho (12% de álcool, 250 mL); = 1 dose (42% de álcool, 60 mL) de destilados (uísque, vodca, aguardente).
- Esse limite deve ser reduzido à metade para homens de baixo peso, mulheres e indivíduos com sobrepeso e/ou triglicerídeos elevados. Indivíduos abstêmios não devem ser induzidos a beber.
Quais são os Fatores Psicossociais para prevenção da HAS?
- O controle do estresse emocional, por diversas técnicas existentes, pode contribuir para a prevenção da HA, carecendo ainda de mais estudos robustos nesse sentido.
- O treino desse controle resulta em: redução da reatividade CV e redução da PA e de sua variabilidade.
Como é a Prevenção Primária – Suplementos Alimentares?
As substâncias cuja suplementação tem alguma evidência de discreta redução da PA são:
* Vitamina C, peptídeos bioativos derivados de alimentos, alho, fibras dietéticas, linhaça, chocolate amargo (cacau), soja, nitratos orgânicos e ômega.
* As suplementações de magnésio, vitaminas combinadas, chá e coenzima Q10 não demonstraram redução significativa da PA.
Como é a Prevenção Primária – Tabagismo?
- Independentemente de seu efeito sobre a PA, o fumo é o único fator de risco totalmente evitável de doença e morte cardiovasculares.
- Evitar o início pelo jovem, prescrição de medicação para suporte ao abandono e proteção do fumo passivo.
ATENÇÃO
O tabagismo é fator de risco cardiovascular. A cessação do tabagismo não reduz a pressão arterial.
Como é a Prevenção Primária – Espiritualidade?
- Transcende religiosidade, mas que significa um conjunto de valores morais, emocionais, de comportamento e atitudes com relação ao mundo. Temos evidências crescentes de seus benefícios em termos de risco CV, mortalidade e, particularmente, controle pressórico.
– Redução do estresse emocional;
– Tem impacto significativo no contexto de melhorar a qualidade de vida das pessoas.
– Dentro da Política Nacional da Saúde um dos focos é a felicidade do indivíduo e a Política Nacional de Educação Popular utiliza a amorosidade. A Diretriz, por sua vez, apresenta o termo espiritualidade.
Quais são as Estratégias para a Implementação de Medidas Preventivas para a HAS?
- Detecção e controle da HA nos programas de atenção primária à saúde, incluindo crianças e adolescentes;
– Vem crescendo o aumento da hipertensão arterial de forma primária em crianças e adolescentes, em razão do sobrepeso, da obesidade, do tempo de tela, entre outros. - Implementação de programas de assistência multiprofissional;
- Fortalecimento de normas governamentais para reduzir o conteúdo de sódio e gorduras saturadas dos alimentos industrializados;
– Controle regulamentado por Lei (políticas públicas). - Rotulagem do conteúdo nutricional dos alimentos; e
- Monitorização das ações de prevenção e controle da HA e seus resultados por meio de eficientes indicadores de saúde.
“Mensagens principais
Os números que definem a hipertensão arterial são arbitrários, mas se caracterizam como valores em que os benefícios do tratamento (não medicamentoso e/ou medicamentoso) superam os riscos.
A HA é uma condição multifatorial (genética, meio ambiente, hábitos de vida e fatores socioeconômicos).
A HA é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares e renais.
A HA tem alta prevalência, é de fácil diagnóstico e possui tratamento adequado, mas é de difícil controle pela baixa adesão.
A prevenção da HA é custo-efetiva e o melhor caminho para a diminuição da morbimortalidade cardiovascular”.
Como é o DANO VASCULAR da PRESSÃO ARTERIAL?
- PA elevada aumenta cardiopatia isquêmica, acidente vascular encefálico (AVE), doença renal crônica (DRC) e mortalidade precoce.
- Disfunção endotelial (dano camada endotelial vascular – camada interna do vaso) e na rigidez arterial (dano camada média vascular)
- Exames complementares não invasivos são capazes de avaliar o impacto da PA sobre o vaso, analisando o dano vascular precoce.
- Dilatação mediada pelo fluxo (DMF), que verifica a função endotelial, e a velocidade de onda de pulso (VOP) e o índice tornozelo-braquial (ITB) que conferem a camada média arterial.
– Existem exames realizados de modo não invasivo, por meio de equipamentos. No caso do índice tornozelo-braquial (ITB), utiliza-se o próprio esfigmomanômetro para verificar a pressão, comparando o tornozelo com o membro superior
Como é a INFLAMAÇÃO E DISFUNÇÃO ENDOTELIAL na HAS?
- Disfunção endotelial, caracterizada pela baixa disponibilidade de óxido nítrico (NO) e pelo consequente desequilíbrio local entre fatores de relaxamento e constrição de arteríolas.
– Para que se tenha uma resistência vascular periférica satisfatória para que o fluxo do sangue continue circulando, é preciso que exista um equilíbrio dos componentes que fazem vasodilatação e vasoconstricção. - A disfunção endotelial decorre do desequilíbrio entre a produção de NO pela sintase endotelial (eNOS) ou a transformação do NO no radical livre peroxinitrito (NOO-).
– Nesse caso, a vasodilatação mediada por vários peptídeos, incluindo a bradicinina e angiotensina, é prejudicada, o que leva ao aumento da resistência vascular periférica e à alteração da permeabilidade endotelial.
– Diversos medicamentos – como inibidores da enzima conversora de angiotensina (captopril, por exemplo) – impedem a conversão de angiotensina I em angiotensina II;
– O losartana é um inibidor dos receptores AT1 da angiotensina II que impede a ação
e acaba com o efeito da angiotensina II.
– O angiotensinogênio é produzido pelo fígado e será transformado em angiotensina
I, por meio da renina, que é uma substância produzida pelo rim, será convertida em
angiotensina II por meio da enzima conversora de angiotensina, que é produzida
pelo pulmão.
– A angiotensina II tem a função de vasoconstricção, e além disso estimula a suprarrenal
a produzir aldosterona e água, e dessa forma, haverá uma retenção de sódio e água
e aumento da pressão arterial. - A instalação de um estado inflamatório crônico em pacientes com HA, pelo aumento
na produção de citocinas pró-inflamatórias (como moléculas de adesão leucocitária,
endotelina-1, angiotensina II), reduz a expressão da eNOS enquanto o aumento do
estresse oxidativo acelera a degradação do NO. - A baixa disponibilidade local de NO aumenta o tono do músculo liso vascular, induz a
proliferação de células musculares lisas da camada média e aumenta a permeabilidade
do endotélio. Isso facilita a passagem das lipoproteínas de baixa densidade (LDL-c
– colesterol) para o espaço subendotelial, que parece ser o evento inicial no
desenvolvimento da aterosclerose.
– Haverá uma resposta inflamatória interna desse vaso, que irá aumentar a
permeabilidade daquele espaço dentro do endotélio interno. Isso acabará deixando
frestas na passagem do colesterol e agregando a placa que será formada. Por isso
o paciente com hipertensão tende a ter também desfechos relacionados a formação
de placas e, consequentemente, um infarto do miocárdio, um AVC isquêmico,
dentre outros. - A disfunção endotelial estaria na raiz de duas doenças crônicas: HA e aterosclerose.
Quais são os medicamentos inibidores da enzima conversora de angiotensina?
omo inibidores da enzima conversora de angiotensina (captopril, por exemplo) – impedem a conversão de angiotensina I em angiotensina II;
– O losartana é um inibidor dos receptores AT1 da angiotensina II que impede a ação e acaba com o efeito da angiotensina II.
– O angiotensinogênio é produzido pelo fígado e será transformado em angiotensina I, por meio da renina, que é uma substância produzida pelo rim, será convertida em angiotensina II por meio da enzima conversora de angiotensina, que é produzida pelo pulmão.
– A angiotensina II tem a função de vasoconstricção, e além disso estimula a suprarrenal a produzir aldosterona e água, e dessa forma, haverá uma retenção de sódio e água e aumento da pressão arterial.
Como é realizada a ANÁLISE DA FUNÇÃO ENDOTELIAL na HAS?
- Exames:
– Proteína C reativa(PCR) ultrassensível parece ser o marcador mais adequado, e disponível clinicamente, para avaliar a disfunção endotelial. - Análise da função endotelial:
– DMF (dilatação mediada pelo fluxo) medida na artéria braquial. É um método não invasivo feito com ultrassonografia que se correlaciona com a função endotelial das coronárias e prediz, de modo independente, a doença CV.
– É o padrão ouro para avaliar a questão relacionada ao endotélio.
O que é O SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA (S-RAA)?
O corpo humano utiliza esse sistema para poder aumentar a pressão em situações de stress, de desidratação, entre outras, a fim de reter sódio e água.
Se esse sistema for ativado de modo exagerado, ou seja, há uma pressão alta e esse sistema está atuando também, haverá um aumento ainda maior da pressão. Logo, os remédios irão atuar justamente para inibir esse sistema.
O SRAA está envolvido no processo fisiológico de regulação da pressão arterial e volume sanguíneo.
Ao diminuir o volume sanguíneo, diminui-se também a pressão.
A renina é liberada principalmente pelos rins através do aparelho justaglomerular, sendo esta responsável pela hidrólise do angiotensinogênio.
Dentre os efeitos da angiotensina II está a vasoconstrição direta e a estimulação da liberação de aldosterona a partir do córtex adrenal.
A aldosterona é o hormônio que irá absorver sódio e água, aumentando o volume, consequentemente, aumentando a pressão.
(FUVEST/USP/2021) A hipertensão arterial é uma doença crônica controlável e um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, pois ocorre, nos pacientes hipertensos,
a. aumento da concentração de angiotensina II, um potente vasodilatador que, além de produzir hipertensão, provoca diminuição da musculatura lisa.
b. diminuição da concentração de angiotensina II, um potente vasoconstritor que, além de produzir hipertensão, provoca diminuição da musculatura lisa.
c. aumento da concentração de angiotensina II, um potente vasoconstritor que, além de produzir hipertensão, provoca aumento da musculatura lisa.
d. diminuição da concentração de angiotensina II, um potente vasodilatador que, além de produzir hipertensão, provoca aumento da musculatura lisa.
e. aumento da concentração de angiotensina II, um potente vasodilatador que, além de produzir hipertensão, provoca aumento da musculatura lisa.
Letra: C
a. A angiotensina II é um importante vasoconstrictor.
b. Não há diminuição da concentração de angiotensina II e sim um aumento.
c. No hipertenso, há uma importante disfunção endotelial em razão da vasoconstricção, do aumento da musculatura lisa e do aumento da permeabilidade endotelial, tudo isso gerando problemas no vaso.
d. Não há diminuição da concentração de angiotensina II, mas um aumento.
e. A angiotensina II é um importante vasoconstrictor.
Qual a relação entre PRESSÃO ARTERIAL E RIGIDEZ ARTERIAL?
No caso da rigidez arterial, a artéria estará dura e o sangue irá passar com mais força, pois não haverá uma leveza dos vasos.
Assim, a rigidez aumenta a pressão e o aumento da pressão, por sua vez, também causa rigidez, pois o sangue irá passar com força dentro do vaso e isso irá causar micro lesões que serão cicatrizadas, o que irá tornar o vaso rígido.
O referido processo pode levar à insuficiência renal, é um impacto de base da hipertensão arterial.
* Avaliação do dano vascular: alterações da microvasculatura, aterosclerose, aumento da rigidez arterial e disfunção endotelial.
* Rigidez arterial: genético + idade (maior impacto nas artérias centrais - proximais predominantemente elástica) + níveis da PA.
* O aumento sustentado da PA é um gatilho para o desenvolvimento da hipertrofia da camada média da parede arterial, por promover alterações quantitativas e qualitativas de seus componentes (elastina, colágeno e células musculares lisas) que levam a adaptações mecânicas.
* Ciclo rigidez-HA-rigidez.
O que é a ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL (ITB)?
- O ITB é a razão entre a pressão sistólica no tornozelo e no braço.
- É considerado um marcador de rigidez arterial em pacientes sem doença arterial periférica.
– Se o paciente possui doença arterial periférica, isso irá impactar no ITB. Por exemplo, no caso de um paciente que tenha uma ulcera arterial nos membros inferiores, a causa dela poderá ser um baixo fluxo sanguíneo nos membros inferiores por obstrução, uma doença arterial periférica oclusiva. - Pode ser realizado com o uso do Doppler ou método oscilométrico.
- ITB ≤ 0,90 foi associado a aproximadamente o dobro de mortalidade idade-ajustada em 10 anos, mortalidade CV e maior taxa de eventos coronários.
- Valores de ITB entre 0,91 a 1,30 são considerados normais.
- Valores abaixo de 0,91 ou maiores de 1,30 se constituem em fortes preditores de doença aterosclerótica difusa e demonstram a presença de enrijecimento arterial em virtude da calcificação da camada média e, consequente, rigidez da parede vascular.
- Fórmula: Maior PAS do tornozelo/Maior PAS braquial.
- Realiza-se o cálculo do ITB por meio da razão entre a pressão arterial sistólica (PAS) do braço e a do tornozelo, tanto esquerdo quanto direito.
- A relação PAS braço/PAS tornozelo normal é acima de 0,90. A obstrução leve caracteriza-se por ITB entre 0,71-0,90; moderada 0,41-0,70; e grave 0,00-0,40.
(FUNRIO/2016) O Índice Tornozelo-Braquial (ITB) é um importante indicador de doença arterial, permitindo quantificar o grau de estenose. Indique a opção que faça referência a maneira correta de se calcular o ITB arterial.
a. A pressão braquial mais elevada de cada braço, dividida pela pressão mais elevada
de cada tornozelo.
b. A pressão do braço esquerdo, dividida pela pressão no tornozelo esquerdo.
c. A pressão do tornozelo esquerdo dividida pela pressão do braço esquerdo
d. A pressão mais elevada no tornozelo para cada pé, dividida pela pressão mais elevada
dentre as pressões braquiais de cada braço.
e. A pressão do tornozelo direito, dividida pela pressão no braço direito.
Letra: D
O modo correto de se calcular é por meio da pressão mais elevada no tornozelo para cada
pé, dividida pela pressão mais elevada dentre as pressões braquiais de cada braço.
O que é a VELOCIDADE DE ONDA DE PULSO (VOP)?
- A VOP tem sido considerada padrão-ouro na avaliação da rigidez arterial.
- Calcula-se a VOP carotídeo-femoral (VOPc-f) dividindo-se a distância percorrida pelo
tempo (VOPc-f= distância/ tempo). O tempo pode ser medido diretamente na mesma
onda de pulso ou indiretamente por meio da utilização do eletrocardiograma. - O valor de corte de normalidade da VOP, na maioria dos estudos e diretrizes, é menor
que 10 m/s.
(CESPE/HUB/2018) Uma mulher de cinquenta e sete anos de idade compareceu ao serviço ambulatorial para realizar curativo em úlcera na perna direita. Informou que a primeira úlcera iniciara havia dez anos e que a última recidiva ocorrera havia cinco anos. A paciente já havia sido internada várias vezes por infecção da ferida, tendo feito tratamento para erisipela três meses antes, com penicilina G benzatina intramuscular por trinta dias. No momento do atendimento, a mulher apresentava: pressão arterial de 140 mmHg × 80 mmHg; índice de massa corporal de 28 kg/m2; membros inferiores com edema moderado, 3+/4+, sem cacifo devido ao endurecimento do membro; eczema e descamação intensa da epiderme associados a queixa de prurido, hiperpigmentação e
lipodermatoesclerose. Foi detectada a presença de pulso pedial em ambos os membros, mas o pulso tibial não pôde ser detectado, devido ao edema. O índice de pressão tornozelo/braço (ITB) era de 1,1. A úlcera localizava-se na região do maléolo medial direito, com 23,5 cm, superficial, bordas irregulares, recoberta por tecido avascular, amarelo, aderido, de aspecto membranoso. Havia drenagem de exudato seroso, sem odor, com volume moderado, sem sinais clínicos de infecção. A paciente queixava-se de dor moderada, compatível com a classificação 6 na escala de dor de 0 a 10, que cedia com analgésicos. A respeito desse caso clínico, julgue o item que se segue. O ITB
encontra-se alterado e indica grave isquemia do membro afetado.
ERRADO!
O índice de pressão tornozelo/braço (ITB) de 1,1 é normal, pois de 0,91 – 1,30 são valores
normais de referência.
O problema de uma úlcera venosa, como é o caso apresentado na questão, representa uma congestão vascular, relativa ao sangue preso por deficiência de válvula e de varizes.
O ITB não estará alterado nessa úlcera venosa.
O que é a PRESSÃO CENTRAL?
- A pressão central (aórtica, carotídea) não corresponde à pressão periférica (braquial), devido à amplificação de pulso que ocorre da aorta para a periferia e é mais relevante para a patogênese das doenças CV que a pressão periférica.
– Utilizada, por exemplo, no caso de pacientes jovens, para realizar diferenças na análise desses indicadores de pressão.
RECOMENDAÇÕES - Pressão arterial acima 120 mmHg aumenta o dano vascular e o risco cardiovascular.
- Uso de marcadores séricos para a identificação de disfunção endotelial.
– PCR ultrassensível, marcador inflamatório. - Uso da DMF (dilatação mediada pelo fluxo) do sistema braquial arterial (técnica padrão-ouro para a análise da função endotelial in vivo) na identificação de disfunção endotelial.
- Uso da DMF para a estratificação de risco cardiovascular.
- Rigidez arterial avaliada pela VOP é um preditor independente de risco cardiovascular;
e sua avaliação, quando possível, pode aumentar a acurácia dessa estratificação. - ITB é preditor independente de risco cardiovascular.
Qual a relação entre: RIGIDEZ ARTERIAL E PRESSÃO DE PULSO?
- O aumento da pressão de pulso está relacionado a maior rigidez das grandes artérias associada ao aumento da amplitude de reflexão da onda, sendo considerada uma medida indireta da rigidez arterial e um fator preditivo independente de doença arterial coronariana no Estudo de Framingham.
– A pressão de pulso é igual a pressão sistólica menos a pressão diastólica (> 65 é um fator de risco para a hipertensão).
– No choque hemorrágico, a pressão de pulso está estreitada, pois com a perda volêmica há uma redução da pressão arterial sistólica e uma elevação da pressão arterial diastólica em virtude da ativação do sistema nervoso simpático e liberação de catecolaminas pela medula suprarrenal.
Quais são as CONSEQUÊNCIAS PRECOCES E TARDIAS DA ELEVAÇÃO CRÔNICA DA PA?
- Doenças de apresentação precoce e tardia:
– Acidente vascular encefálico;
– Doença cardíaca coronária;
– Insuficiência cardíaca;
– Morte cardiovascular. - Doenças de apresentação tardia:
– Cardiomiopatia hipertensiva;
– Insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada;
– Fibrilação atrial;
– Cardiopatia valvar;
– Síndromes aórticas;
– Doença arterial periférica;
– Doença renal crônica;
– Demências;
– Diabetes melito;
– Disfunção erétil.
Como fazer o Diagnóstico e a Classificação da HAS?
Avaliação inicial
* Avaliar causa secundária.
* Avaliar risco cardiovascular (CV), lesão de órgão alvo e doenças associadas.
* Medida da pressão arterial (PA) no consultório e fora dele (equipamento e técnica), história clínica, exame físico, exames.
(VUNESP/2020) I.C., sexo feminino, 83 anos de idade, apresenta hipotensão ortostática. Para reduzir o risco de quedas, recomenda-se que:
a. Antes de levantar da cama, permaneça sentada por um ou dois minutos, cruzando e descruzando as pernas algumas vezes.
b. Permaneça de pé, sentada ou deitada por longos períodos, evitando mudanças frequentes de posição.
c. Sempre que possível, agache como se fosse pegar um objeto do chão, levantando-se bruscamente.
d. Mesmo sem outra contraindicação, seja abolida a ingestão de bebidas que contenham cafeína, mantendo-se a pressão arterial baixa.
e. No prenúncio de uma síncope (sensação de cabeça vazia), permaneça sentada com as pernas pendentes por alguns minutos.
Letra: A
a) Essa é a recomendação para quem já tem a hipotensão ortostática diagnosticada.
b) Não há essa recomendação.
c) Não se deve levantar bruscamente.
d) Não há essa correlação.
e) Deve-se deitar ou sentar e abaixar a cabeça para melhorar o fluxo cerebral.
Como é Medida da pressão arterial no consultório?
- Os esfigmomanômetros auscultatórios ou oscilométricos são os métodos preferidos para medir a PA.
- A calibração deve ser verificada anualmente, no caso dos oscilométricos, e a cada seis meses no caso dos auscultatórios.
- A PA deve ser inicialmente medida nos dois braços e idealmente estabelecida por medição simultânea. Caso ocorra uma diferença > 15 mmHg da PAS entre os braços, há o aumento do risco CV, o qual pode estar relacionado com a doença vascular ateromatosa.
- Todas as medidas subsequentes devem ser realizadas no braço com valores mais elevados da PA.
- Na suspeita de hipertensão arterial (HA) secundária à coartação da aorta, a medida deverá ser realizada também nos membros inferiores, utilizando-se manguitos apropriados para a circunferência do braço ou da coxa.
- Obesos: usar manguito adequado, verificar no antebraço (circunferência superior a 50 cm).
- Em idosos, diabéticos, disautonômicos ou naqueles em uso de anti-hipertensivos, a PA também deve ser medida 1 min e 3 min após estar em pé (imóvel).
Obs.: item muito cobrado em questões de provas. - A hipotensão ortostática é definida como uma redução na PAS ≥ 20 mmHg ou na PAD ≥ 10 mmHg dentro do 3º minuto em pé e está associada a um risco aumentado de mortalidade e eventos cardiovasculares.
(COMPERVE/2018) A hipotensão ortostática é causa frequente de tonturas e quedas em pessoas idosas. Assim, para prevenir esse agravo no idoso é importante identificar a ocorrência dessa alteração. Para tanto, em unidade de saúde ou consultório, o procedimento recomendado é:
a. Verificar a pressão arterial do paciente em dias alternados e no mesmo horário.
b. Colocar o paciente na posição deitada ou sentada, aguardando um minuto e, então, verificar a pressão arterial.
c. Manter o paciente em pé, após levantar-se, aguardando 3 min e, então, verificar a pressão arterial na posição indicada.
d. Verificar a pressão arterial do paciente em dias e horários alternados ou diferentes.
Letra: C
a) Verificar de 1 a 3 min, com o paciente sentado e, depois, em pé.
b) Não há essa recomendação.
c) Essa é a indicação.
d) Não há que se falar em dias alternados.
(ARES/RESMULTI – CE/ADAPTADA/2020) Durante consulta de enfermagem ao idoso, a enfermeira aferiu a pressão arterial em condições ideais e obteve valor de 136 x 88 mmHg, observando o registro de valor similar na última consulta. O idoso informou que tinha aparelho de pressão em casa e que os valores sempre estavam normais. Diante do caso, a enfermeira recomendou a realização da monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) e já iniciou orientações sobre dieta hipossódica e realização de atividade física, com base na última Diretriz de Hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2020), que classifica os níveis pressóricos apresentados pelo paciente
indicativos de:
a. Pré-hipertensão.
b. Hipertensão estágio 1.
c. Hipertensão estágio 2.
d. Hipertensão do avental branco.
Letra: A
Levando-se em consideração os níveis pressóricos do enunciado da questão, esse paciente tem indicativo de pré-hipertensão.
Como é Medida da pressão arterial fora do consultório?
- A MAPA e a MRPA não devem ser confundidas com a automedida da PA (AMPA), realizada com equipamento automático do próprio paciente, que não obedece a nenhum protocolo preestabelecido. As medidas são realizadas aleatoriamente e feitas por decisão do próprio paciente ou até a pedido médico.
- AMPA – realidade na telemedicina (COVID 19) – equipamentos oscilométricos de boa qualidade, ou seja, validados e preferencialmente de braço. Caso seja utilizado o de punho, o que deve ser desestimulado, preferem-se aqueles validados, com sensor de altura e movimento. Sugere-se um número mínimo de sete medidas realizadas no período de 16 a 72 horas.
- Quando comparados com os valores da PA no consultório, os valores da MRPA são geralmente mais baixos, e o limiar de diagnóstico para HA é ≥ 130/80 mmHg (equivalente à PA no consultório ≥ 140/90 mmHg).
- A MAPA é melhor preditor de risco CV e de LOA do que a PA do consultório.
O que é o Efeito do avental branco (EAB) e efeito de mascaramento (EM)?
- A diferença da PA entre as medidas obtidas no consultório e fora dele é denominada EAB ou EM, quando seus valores são, respectivamente, positivos ou negativos.
Hipertensão do avental branco (HAB) e hipertensão mascarada (HM) - Normotensão verdadeira (NV): medidas da PA no consultório e fora do consultório normais.
- HA sustentada (HS): ambas são anormais.
- HAB: PA é elevada no consultório, mas é normal fora dele.
- HM: PA é normal no consultório, mas é elevada fora dele.
(CESPE/TRT 8ª REGIÃO/2016) Segundo as orientações dos Cadernos de Atenção Básica de 2014, do Ministério da Saúde, assinale a opção correta quanto ao rastreamento e ao diagnóstico da hipertensão arterial sistêmica (HAS).
a. Indivíduos que apresentam pressão arterial (PA) anormal na monitoração em consultório e PA normal na residência têm diagnóstico de hipertensão mascarada.
b. A pressão arterial, em ordem crescente, pode ser classificada como limítrofe, normotensão e HAS.
c. As estratégias de prevenção consideradas para a HAS são a populacional e a dirigida
a grupos de risco.
d. O controle e o tratamento da HAS são realizados com medicamentos que apresentam muitos efeitos colaterais e baixa aplicabilidade.
e. Adultos com mais de dezoito anos de idade devem ter sempre a sua pressão arterial
aferida quando forem a uma unidade básica de saúde para consultas.
Letra: C
a) Esse é o caso do efeito do avental branco.
b) Em ordem crescente é ótima, normal e pré-hipertenso (estágios 1, 2 e 3).
c) Essas são as estratégias.
d) São poucos efeitos colaterais e ótima aplicabilidade.
e) O rastreamento depende da classe de risco que o indivíduo apresenta.
Quais são as Recomendações para diagnóstico e seguimento de HAS?
Como a PA pode ter alta variabilidade, o diagnóstico de HA não deve se basear exclusivamente na medida da PA em apenas uma consulta médica, a menos que esteja substancialmente elevada (HA estágio 3) ou haja diagnóstico estabelecido de LOA ou de doença CV.
* Para os demais pacientes, as medidas repetidas da PA em visitas subsequentes no consultório devem ser utilizadas para confirmar uma elevação persistente, bem como para classificar o estágio da HA.
Recomendações
* Recomenda-se que a PA seja classificada como HA ótima, normal, pré-hipertensão ou estágios 1 a 3, de acordo com a PA do consultório.
* Programas de triagem para HA são recomendados. Todos os adultos (≥ 18 anos) devem ter a PA no consultório medida e registrada em seu prontuário médico e estarem cientes da PA.
* Indica-se a medida da PA, anualmente, se a PA do consultório for < 140/90 mmHg.
* Recomenda-se que a PA no consultório seja medida em ambos os braços pelo menos na primeira consulta, porque uma diferença de PAS entre os braços > 15 mmHg é sugestiva de doença ateromatosa e está associada a um risco CV aumentado.
* Se uma diferença entre os braços < 15 MinmHg da PA for registrada, recomenda-se que todas as leituras subsequentes da PA usem o braço com uma leitura mais alta da PA.
* Recomenda-se que o diagnóstico de HA seja baseado em medições repetidas da PA em consultório em mais de uma consulta, exceto quando é HA estágio 3 e especialmente em pacientes de alto risco. Em cada consulta, três medidas da PA devem ser registradas, com 1 a 2 min de intervalo, e medidas adicionais devem ser realizadas se as duas primeiras leituras diferirem em > 10 mmHg. A PA do paciente é a média das duas últimas leituras da PA.
* A pressão de pulso (PAS – PAD), a variabilidade da PA e a PA central podem ser consideradas, mas atualmente são pouco utilizadas para o uso clínico de rotina. Podem fornecer informações adicionais úteis em algumas circunstâncias e são ferramentas valiosas para a pesquisa.
* O teste genético deve ser considerado em centros especializados para pacientes com suspeita de causas raras monogênicas de HA secundária ou para aqueles com feocromocitoma.
* O teste genético de rotina para pacientes hipertensos não é recomendado.
O que é Hipertensão mascarada não controlada e hipertensão do avental branco não
controlada?
- Os termos HAB e HM foram originalmente definidos para pessoas que não estavam sendo tratadas para HA.
- Pacientes em uso de medicações anti-hipertensivas também podem ter comportamentos discrepantes da PA dentro e fora do consultório.
- HA mascarada não controlada: controlada no consultório, mas elevada fora dele.
- HA do avental branco não controlada: PA está elevada no consultório, mas normal fora dele.
- HA sustentada: ambas estão elevadas.
- HA controlada: PA está normal no consultório e fora dele.
Como é a MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL NO CONSULTÓRIO?
- O paciente deve sentar-se confortavelmente em um ambiente silencioso por 5 minutos, antes de iniciar as medições da pressão arterial (PA).
- Explique o procedimento ao indivíduo e oriente a não conversar durante a medição.
Possíveis dúvidas devem ser esclarecidas antes ou depois do procedimento.
Certifique-se de que o paciente NÃO: - Está com a bexiga cheia;
- Praticou exercícios físicos há, pelo menos, 60 minutos;
- Ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos;
- Fumou nos 30 minutos anteriores;
- Três medidas de PA devem ser realizadas, com intervalo de 1 a 2 min; e medidas adicionais somente se as duas primeiras leituras diferirem em > 10 mmHg.
O PULO DO GATO
Questões de prova costumam cobrar esses números apresentados. - Registre em prontuário a média das duas últimas leituras da PA, sem “arredondamentos” e o braço em que a PA foi medida.
- Medidas adicionais podem ter que ser realizadas em pacientes com valores instáveis da PA devido a arritmias.
- Nos pacientes com fibrilação atrial (FA), os métodos auscultatórios devem ser preferencialmente usados, pois a maioria dos dispositivos automáticos não foi validada para a medida da PA.
- Use o manguito adequado para a circunferência do braço.
- O manguito deve ser posicionado ao nível do coração.
- A palma da mão deve estar voltada para cima e as roupas não devem garrotear o braço.
- As costas e o antebraço devem estar apoiados; as pernas, descruzadas; e os pés, apoiados no chão.
- Meça a PA nos dois braços na primeira visita, de preferência simultaneamente, para detectar possíveis diferenças entre os braços.
- Use o braço com o maior valor como referência.
- Para pesquisar hipotensão ortostática, meça inicialmente a PA (de preferência, em posição supina, após o paciente estar nesta posição em repouso por 5 minutos; na impossibilidade de o indivíduo ficar na posição supina, pode-se de forma alternativa, embora não ideal, realizar a medida com o paciente sentado), e depois medir a PA 1 min e 3 min após a pessoa ficar em pé.
- As medições da PA em repouso e em pé devem ser realizadas em todos os pacientes na primeira consulta e também consideradas em visitas subsequentes em idosos, diabéticos, disautonômicos e pessoas em uso de anti-hipertensivo.
- Registre a frequência cardíaca. Para excluir arritmia, use palpação do pulso. Informe o valor de PA obtido para o paciente.
Quais são as Etapas para a realização da medida da pressão arterial?
- Determinar a circunferência do braço no ponto médio entre o acrômio (ombro) e o
olecrano (cotuvelo). - Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço.
- Colocar o manguito, sem deixar folgas, 2 a 3 cm acima da fossa cubital.
- Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial.
- Estimar o nível da PAS pela palpação do pulso radial.
- Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula ou o diafragma do estetoscópio sem compressão excessiva.
- Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da PAS obtido pela palpação.
- Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo).
- Determinar a PAS pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff) e, depois, aumentar ligeiramente a velocidade de deflação.
- Determinar a PAD no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff).
- Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e, depois, proceder à deflação rápida e completa.
- Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a PAD no abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da PAS/PAD/zero.
O que são os Sons de Korotkof?
Fase 1 - Aparecimento do 1º ruído, passagem do primeiro fluxo, turbulento - pressão sistólica.
Fase 2 - Sons da fase 1 seguidos de sons sibilantes ou sopro
Fase 3 - ampliação dos sons da fase 2
Fase 4 - Abafamento dos sons
Fase 5 - Cessão os sons - fluxo laminar- pressão diastólica.
(COVEST/UFPB/2019) Acerca da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), analise as afirmativas a seguir.
1. São os principais fatores de risco: idade acima de 65 anos, sexo feminino, sobrepeso e obesidade e fatores sociodemográficos; na raça negra, é mais precoce e grave).
2. Nos idosos, a pressão arterial não deve ser medida nas posições ortostática e supina.
3. A hipertensão do jaleco branco tem uma prevalência global estimada em 13%; acredita-se que esta forma de hipertensão apresenta um risco intermediário entre normotensão e hipertensão.
4. O MAPA é um exame que não está indicado nas seguintes situações: confirmação de hipertensão resistente, pressão arterial elevada de consultório, suspeita de pré-eclâmpsia em mulheres grávidas.
Estão corretas, apenas:
a. 1 e 2.
b. 2 e 3.
c. 3 e 4.
d. 2 e 4.
e. 1 e 3.
Letra: E
- Deve-se medir também nas posições ortostáticas e supina.
- É um risco um pouco maior que o normal, mas menor do que os hipertensos verdadeiros.
- O MAPA é indicado nesses casos.
Como é a AVALIAÇÃO CLÍNICA da HAS?
- Anamnese
História clínica, tempo de diagnóstico e tratamentos anti-hipertensivos (medicamentos e doses), sintomas da evolução da doença (LOA), antecedentes pessoais fatores de risco de DCV e renal, comorbidades e aspectos biopsicossociais, culturais e socioeconômicos, outros medicamentos, fármacos e drogas lícitas e ilícitas, causas secundárias de hipertensão arterial. - Exame físico
Dados antropométricos (peso, altura, IMC, CA), palpação e ausculta cardíaca e de carótidas, pulsos, ITB (índice tornozelo-braquial), fundoscopia (avaliação dos olhos). - ITB
Normal é acima de 0,90. A obstrução leve caracteriza-se por ITB entre 0,71-0,90; moderada 0,41-0,70; e grave 0,00-0,40.
Detecta características de doenças endócrinas como Cushing, hiper ou hipotireoidismo.
Examina a região cervical: palpação e ausculta das artérias carótidas, verificação de
estase jugular e palpação de tireoide. - Exame físico
Avaliar o aparelho cardiovascular: desvio de ictus e propulsão à palpação; na ausculta, presença de B3 ou B4, hiperfonese de segunda bulha, sopros e arritmias.
Avaliar o sistema respiratório: ausculta de estertores, roncos e sibilos.
Observar as extremidades: edemas, pulsos em membros superiores e inferiores (na presença de pulso femorais diminuídos, sugere coartação de aorta, doença da aorta ou ramos).
Palpar e auscultar o abdômen: frêmitos, sopros, massas abdominais indicativas de rins policísticos e tumores (podem sugerir causas secundárias ou lesão de órgão alvo).
Como é a INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL da HAS?
O exame laboratorial da Sociedade Brasileira de Cardiologia vai pedir:
* Potássio;
* Ácido úrico;
* Creatinina;
* Glicemia e perfil lipídico;
* Exame sumário de urina;
* Eletrocardiograma (hipertrofia ventricular esquerda);
* Ritmo de filtração glomerular;
* Razão albuminúria/ creatininúria (RAC);
* Razão proteinúria/creatininúria (RPC).
Quais são os FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR ADICIONAIS da HAS?
- Idade (mulher > 65 anos e homem > 55 anos);
- Tabagismo;
- Dislipidemia: TG > 150 mg/dL; LDL-c > 100 mg/dL; HDL-c < 40 mg/dL;
- Diabetes mellitus (glicemia de jejum: ≥ 126 mg/dL, aleatória ≥ 200 mg/dL ou HbA1c ≥
6,5%) ou pré-diabetes (jejum 100 e 125 mg/dL ou HbA1c entre 5,7 e 6,4%); - História familiar prematura de DCV: em mulher < 65 anos e homem < 55 anos;
- Pressão de pulso em idosos (PP = PAS – PAD) > 65 mmHg * ITB ou VOP anormais;
- História patológica pregressa de pré-eclâmpsia ou eclâmpsia (no caso de mulheres);
- Obesidade central;
- IMC < 24,9 Kg/m2 (normal); entre 25 e 29,9 Kg/m2 (sobrepeso); > 30 Kg/m2 (obesidade). O normal para a pessoa idosa é entre 22-27;
- Perfil de síndrome metabólica