Distúrbios da coagulação Flashcards
Quais os distúrbios da coagulação hereditários mais comuns?
Hemofilia A - 1:5 000
Hemofilia B - 1:30,000
São os únicos ligados ao X. Todos os restantes distúrbios são AR e raros.
Distúrbios da coagulação adquiridos vs hereditários: quais + comuns?
Adquiridos
aPTT = via …
Intrínseca
Mnemo: “Play Table Tenis (PTT) INSIDE”
PT = via…
Extrínseca
Mnemo: “Play Tenis OUTSIDE”
Único fator de coagulação que faz parte da via extrínseca
Fator VII
Mnemo: “O Cr7 (FVII) é o ÚNICO que está lá FORA (extrínseca)”
Aumento isolado da aPTT
Via intrínseca:
- Hemofilia (VIII, IX)
- Deficiência FXI
Aumento isolado da PT
Via extrínseca:
- Deficiência FVII
Mnemo: “O Cr7 (FVII) é o ÚNICO que está lá FORA (extrínseca)”
Aumento combinado PT/aPTT
Via combinada:
- Anomalias fibrinogénio (FI)
- Défice FII (trombina)
- Défice FV
- Défice FX
Mnemo: 1 x 2 x 5 = 10
Principais causas adquiridas de distúrbios da coagulação
- Diátese hemorrágica hepática
- DIC
- Deficiência de VitK
Distúrbios da coagulação: formação de inibidores é frequente em doentes com hemofilia A, B e deficiência FXI?
Sim, e ocorre após exposições repetidas para controlo de episódios hemorrágicos.
Distúrbios da coagulação: inibidores também se formam em doentes sem distúrbios genéticos da coagulação?
Sim: puerpério, doenças AI, neoplasias, trombina bovina tópica, idiopático.
Distúrbios da coagulação: principal diferença entre deficiência e inibidores
Deficiência: se adicionarmos a proteína em falta, a aPTT e/ou PT corrigem.
Inibidor: se adicionarmos a proteína em falta, a aPTT e/ou NÃO corrigem (porque o inibidor vai neutralizar aquilo que estamos a dar).
Padrão de hereditariedade das hemofilias
Recessiva ligada ao X
Hemofilia A é causada pela mutação de que gene?
Gene F8 (+ comum: inversão do intrão 22 em 40% das hemofilias A severas)
Mnemo: “Taylor Swift (22) com hemofilia a fazer o pino (inversão)”
Que % dos casos de hemofilia são hemofilia A
80%
Mnemo: 8 é o nº chave na hemofilia A:
- 80% dos casos de hemofilia
- Mutação gene F8
- 80% das mães dos doentes têm alelo mutado de novo
Hemofilia A/B afecta 1: 10,000 homens em todos os grupos étnicos
A
Que % dos doentes com hemofilia A não tem história familiar?
30%
Relembrar: 80% das mães destes doentes vai ter alelo mutado de novo
Inversão do intrão 22 no gene F8 está presente em 40% dos casos de…
Hemofilia A severa
Hemofilia A e B podem ser distinguidas clinicamente?
Não. A clínica é igual.
O fenótipo das hemofilias correlaciona-se com…
Atividade residual do fator em falta (F8 ou F9)
Hemofilias: atividade residual do fator na hemofilia severa
<1%
Hemofilias: atividade residual do fator na hemofilia moderada
1-5%
Hemofilias: atividade residual do fator na hemofilia ligeira
6-30%
Fenótipo das hemofilias severas a moderadas
Hemorragias para articulações, tecidos moles e músculos com trauma minor ou espontaneamente
Hemorragias para articulações, tecidos moles e músculos com trauma minor ou espontaneamente = Hemofilia com que atividade residual do fator em falta?
Para ter estas manifestações, deve ser severa (<1%) ou moderada (1-5%)
Fenótipo de uma hemofilia ligeira
Hemorragias profundas infrequentes (secundárias a trauma não-minor)
Relembrar: numa hemofilia ligeira a atividade residual do fator é entre 6-30%
Hemofilia com atividade residual do fator >25% é descoberta apenas por…
- Hemorragia após trauma major
- Estudos coagulação (incidentalmente)
Estudo da coagulação nas Hemofilias
Prolongamento ISOLADO do aPTT
Relembrar: F8 e F9 fazem parte da via intrínseca que é avaliada pelo aPTT
Tempo de sangramento e contagens plaquetárias nas Hemofilias
Normais
Único achado: prolongamento do aPTT
Diagnóstico de Hemofilia A ou B
1º) Única anormalidade no estudo da coagulação: prolongamento do aPTT (via intrínseca) = Hemofilia (se bem que aumento isolado do aPTT também pode ser défice FXI)
-> Distinguir A ou B
2º) Determinação específica da atividade F8 ou F9 (permite diagnosticar doença e a sua gravidade)
Manifestação hemorrágica mais comum em doentes com hemofilia severa
Hemartroses recorrentes que podem afectar todas as articulações (++ joelhos)
Hemorragias potencialmente fatais em doentes com hemofilia
- SNC
- Orofaringe
- Retroperitoneu (pode levar a síndrome pseudotumor + lesão n. femoral)
Hematúria é comum nos doentes com hemofilia?
Sim. Pode ocorrer sem lesão GU e é auto-limitada.
Hemofilia se não for tratada diminui a esperança de vida?
Sim
Principal causa de morte em adultos com hemofilia grave
HIV e HCV (raro em quem nasceu depois de 1985)
Extra-HPIM: a partir de 1985 começaram a existir testes de pesquisa do HIV
Desde 1998, não há registo de novas infecções com hepatite vírica ou HIV nos doentes a receber…
Produtos sanguíneos
Relembrar: HCV e HIV são importantes causas de morte em doentes com hemofilia grave que receberam transfusões antes de 1985
Tratamento profilático na Hemofilia: objectivo
Manter atividade do fator em falta em 1% (ou superior). Queremos evitar hemorragias, especialmente hemartroses.
Relembrar: hemofilia severa se atividade do fator <1%
Esquemas de profilaxia na hemofilia
Hemofilia A: FVIII 3x/semana
Hemofilia B: FIX 2x/semana
++ jovens (permite chegarem à puberdade sem alterações articulares)
(a começar a ser mais usado também em adultos)
Semi-vida dos FVIII e FIX
FVIII: 8-12h (2 injecções diárias)
FIX: 24h (1 injecção diária)
Tratamento de hemorragia muito grave num hemofilico (orofaringe, SNC, retroperitoneu)
Fatores de coagulação a 100% durante 10 dias (= procedimentos cirurgicos gerais)
Terapêutica não-transfusional na Hemofilia
DDAVP
Anti-fibrinolíticos
DDAVP no tratamento da hemorragia na Hemofilia A
- Causa libertação do fator VIII e fVW das suas reservas (células endoteliais) -> aumenta níveis de FVIII (não funciona na hemofilia B porque não aumenta FIX)
- Não tem efeito na hemofilia A severa porque não há reservas de FVIII para serem libertadas.
- Taquifilaxia após 3 doses consecutivas
DDAVP aumenta a síntese de FVIII na Hemofilia A?
Não. Apenas aumenta a libertação de FVIII (e fVW) das céls endoteliais, aumentando os seus níveis.
Anti-fibrinolíticos no tratamento da hemorragia em hemofilicos
- Ácido e-aminocapróico ou ácido tranexâmico
- Indicações: hemorragias gengivais, GI ou procedimentos cirúrgicos da cavidade oral (basicamente para assegurar a hemostase 1ªária)
- CI: hematúria (risco de trombos obstrutivos)
Hemofilia: CI para anti-fibrinoliticos no tx de hemorragia?
Hematúria (pode dar trombos obstrutivos)
Principal complicação do tratamento da hemofilia
Formação de inibidores
Relembrar: 10% dos com hemofilia A (20% se grave) e 5% dos com hemofilia B
% dos doentes com hemofilia B que vai desenvolver inibidores
5%
Relembrar: 10% (dobro) dos com Hemofilia A, mas chega aos 20% se for grave
Quando é que surgem os inibidores nos doentes com hemofilia?
Primeiros anos de vida (2 anos) e após 10 dias cumulativos de exposição ao fator em falta
Hemofilia: grupos de alto risco para o desenvolvimento de Inibidores
- História familiar
- Grandes deleções ou recombinações
- Descendência africana
- Deficiência grave do factor (ocorre em >80% de todos os casos)
Mnemo: “sinto-me INIBIDA a contar a minha HX FAMILIAR porque me RECOMBINEI com um homem de DESCENDÊNCIA AFRICANA GRAVEMENTE DEFICIENTE”
Como é o diagnóstico da formação de inibidores em doentes com hemofilia?
Clínico: não respondem à reposição do fator
Formação de inibidores na hemofilia está associada a aumento da mortalidade e morbilidade?
Sim
Hemofilia: rastreio anual para a formação de inibidores
aPTT misturado com plasma normal
- Normal: mistura 1:1 corrige aPTT.
- Inibidores: aPTT permanece prolongado (inibidor neutraliza o FVIII presente no plasma normal)
Hemofilia: teste usado para definir a especificidade e título do inibidor
Ensaio de Bethesda (1 BU = quantidade de atc necessário para neutralizar 50% do fator VIII ou IX)
Num doente hemofílico com inibidores, como vamos controlar hemorragia?
Respondedor ligeiro (<5BU): altas doses de FVIII
Respondedor intenso (>10BU): não respondem a concentrados de fator -> CCP ou FVII ativado recombinante