DISTURBIOS CRESCIMENTO CELULAR Flashcards

bogliolo

1
Q

hipotrofia

A

redução quantitativa dos componentes estru- turais e das funções celulares, resultando em diminuição do volume das células e dos órgãos atingidos; muitas vezes, há também diminuição do número de células.
mecanismo- degradação de proteinas celulares em lisossomos e sistema ubiquitinina-proteossomos, agressão por ROX.
hipotrofia patologica- inanição, desuso, compressao, obstrução vascular, substancias tóxicas, hormonios, inervação, inflamação cornica.

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2
Q

hipertrofia

A

aumento dos constituintes estruturais e das funções celulares, o que resulta em aumento volumétrico das células e dos órgãos afetados.
Depende de um o suprimento de o2 e nutrientes maior, inervação adequada e integridade das organelas.
A arquitetura básica do órgão mantém-se inalterada, mas aumenta o fluxo de sangue e de linfa.
Como em geral hipertrofia constitui resposta a sobrecarga de trabalho, ao atingirem certo volume as células tendem a dividir-se ou a liberar estímulos que induzem célu- las-tronco a originar outras células.

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3
Q

hipoplasia

A

diminuição da população celular de um te- cido, de um órgão ou de parte do corpo. Após o nascimento, hipoplasia aparece como resul- tado de diminuição do ritmo de renovação celular, aumento da taxa de destruição das células ou ambos os fenômenos.

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4
Q

hiperplasia

A

aumento do número de células de um órgão ou de parte dele, por aumento da proliferação e/ou por diminui- ção na apoptose (como ocorre no tecido linfoide). Hiperplasia só acontece em órgãos que contêm células com capacidade re- plicativa.
muitas hiperplasias patológicas são consideradas lesões poten- cialmente neoplásicas, já que nelas o risco de surgir um tumor é maior do que em tecidos normais.

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5
Q

metaplasia

A

mudança de um tipo de tecido adul- to (epitelial ou mesenquimal) em outro da mesma linhagem.
resulta da inativação de alguns genes (cuja expressão define a diferencia- ção do tecido que sofre metaplasia) e desrepressão de outros (que condicionam o novo tipo de diferenciação). Em alguns processos de reparo e regeneração, células epiteliais podem diferenciar-se em fibroblastos (transdiferenciação).
Os tipos mais frequentes de metaplasia são: (1) transforma- ção de epitélio estratificado pavimentoso não ceratinizado em epitélio ceratinizado.
(2) epitélio pseudoestratificado ciliado em epitélio estratificado pavimen- toso, ceratinizado ou não.
(3) epitélio mucossecretor em epi- télio estratificado pavimentoso, com ou sem ceratinização.
(4) epitélio glandular seroso em epitélio mucíparo, como acontece na metaplasia intestinal da mucosa gástrica; (5) tecido conjun- tivo em tecido cartilaginoso ou ósseo; (6) tecido cartilaginoso em tecido ósseo.

processo adaptativo- tecido mais resistente a agressões.

Células-tronco, que podem ser formadas inclusive a par- tir de células diferenciadas, podem originar progenitores de outras linhagens, criando a possibilidade de célula de uma li- nhagem originar célula de outra. > transdiferenciação.

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6
Q

displasia

A

condição adquirida caracterizada por alterações da prolifera- ção e da diferenciação celulares acompanhadas de redução ou perda de diferenciação das células afetadas.
Muitas vezes, displasias estão asso- ciadas a metaplasia ou se originam nela. As mais importantes na prática são displasias de mucosas, como do colo uterino, de brônquios e gástrica, pois muitas vezes precedem os cân- ceres.
A atipia mais importante em displasias é a cariomegalia, resultante de alterações no teor de DNA.

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7
Q

lesão pre cancerosa

A

tem maior probabilidade de evoluir para câncer do que o tecido normal em que ela se origina.
As principais lesões pré-cancerosas conhecidas são dis- plasias e, entre estas, as do colo uterino, da mucosa gástri- ca, do epitélio brônquico, do epitélio glandular da próstata e do epitélio vulvar.

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8
Q

neoplasias

A

proliferação celular descontrolada. Quanto mais avançado é o estado de diferenciação, mais baixa é a taxa de reprodução. Assim se entende que, em neoplasias, em geral ocorre, paralelamente ao aumento da proliferação, perda da diferenciação celular.
A célula neoplásica sofre alteração nos seus mecanismos regulatórios de multiplicação, adquire autonomia de crescimento e torna-se independente de estímu- los fisiológicos= vira atividade constitutiva (continua, sem regulação).

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9
Q

classificação dos tumores

A

(1) pelo comportamento clínico (benignos ou malignos);
(2) pelo aspecto microscópico (critério histomorfológico- normalmente o que da nome);
(3) pela origem da neoplasia (critério histogenético)

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10
Q

nomemclatura

A

(1) o sufixo -oma é empregado na denomi- nação de qualquer neoplasia, benigna ou maligna; (2) a pa- lavra carcinoma indica tumor maligno que reproduz epitélio de revestimento; quando usada como sufixo, também indica malignidade (p. ex., adenocarcinoma, hepatocarcinoma); (3) o termo sarcoma refere-se a uma neoplasia maligna mesen- quimal; usado como sufixo, indica tumor maligno de determi- nado tecido (p. ex., fibrossarcoma, lipossarcoma etc.); (4) a pa- lavra blastoma pode ser usada como sinônimo de neoplasia e, quando empregada como sufixo, indica que o tumor reproduz estruturas com características embrionárias (nefroblastoma, neuroblastoma

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11
Q

neoplasia benigna

A

bem diferenciadas, atipias discretas, baixo indice mitotico, crescimento lento, massa esferica, crescimento expansivo (compressão de estruturas), pode formar capsula fibrosa em torno do tumor, não recidivam, hemorragias e necrose não são comuns, não compromete nutrição do hospedeiro (sem anemia caquexia),

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12
Q

neoplasia maligna

A

taxa de crescimento alta, figuras de mitose frequentes, pouco diferenciadas ou anaplasicas, atipias, egeneração, necrose, tipo de crescimento infiltrativo, capsula ausente, sem limite bem definido, tem efeitos sistemicos (caquexia), recidiva e metastases poem ocorrer.

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13
Q

tipos e tumores sólidos

A

NODULAR-massa expansiva que tende a ser esférica. Esse tipo é visto caracteristicamente em tu- mores benignos (Figura 10.10) e em malignos originados em órgãos compactos (fígado, pulmões e rins).
VEGETANTE- tumores benignos ou malignos que crescem em superfície (pele ou mucosas). Forma-se uma massa de crescimento exofítico, que pode assumir vários tipos: polipo- so, papilomatoso ou em couve-flor. tendem a ulcerar-se precocemente.
INFILTRATIVO- praticamente exclusivo de tumores maligno,infiltração maciça da região acometida, mas sem formar nódulos ou vegetações. Por isso, o órgão torna-se espessado, mas fica menos deformado do que nas outras formas.
ULCERADO- lesão cresce infiltrando-se nos teci- dos adjacentes e ulcera-se no centro, formando uma cratera que geralmente tem bordas endurecidas, elevadas e irregulares.

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14
Q

COMPONENTES DO TUMOR

A

Todo tumor é formado por dois componentes: células ne- oplásicas propriamente ditas (parênquima tumoral) e estroma conjuntivovascular. No início, só existem células neoplásicas; à medida que a lesão cresce, surge o componente estromático. Tumores com até 1 a 2 mm não possuem vasos; a partir desse tamanho, formam-se vasos sanguíneos na neoplasia (angiogê- nese). As neoplasias não possuem inervação. A dor sentida pe- los pacientes cancerosos é devida a infiltração ou compressão de terminações nervosas existentes em tecidos vizinhos.

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15
Q

Características e propriedades das células malignas

A

BIOQUIMICA- tendência à síntese de iso- formas das enzimas predominantes na fase embrionária= menor adesão, deslocamento. exacerbação acentuada da glicólise ae- róbia (o chamado efeito Warburg), mas com pouca modifica- ção na respiração celular. (1) aumento da produção de agentes redutores pela via do fos- fogliconato (NADPH, glutationa), que auxiliam na resistência das células ao estresse oxidativo; (2) maior síntese de vários aminoácidos, incluindo serina e glicina, esta o precursor bios- sintético de purinas; (3) incremento na via de produção de glicídeos C5 (5 carbonos), constituintes das cadeias dos áci- dos nucleicos. A obtenção de energia (ATP) a partir da glicose pela via respiratória (fosforilação oxidativa mitocondrial) não é muito alterada. No entanto, com a glicólise há acidificação do meio pelo excesso de ácido lático gerado. Além da depleção de glicose, o acúmulo de lactato causa sobrecarga nos meca- nismos de gliconeogênese hepática, fazendo parte dos efeitos sistêmicos lesivos dos cânceres.
ADESIVIDADE-(1) modificações e irregularidades na membrana citoplasmática; (2) diminuição ou ausência de estruturas juncionais; (3) redução de molécu- las de adesão entre células, como caderinas; (4) diminuição de fibronectina, que fixa as células ao interstício; (5) grande eletronegatividade na face externa da membrana citoplasmá- tica, aumentando a repulsão eletrostática entre as células; (6) diminuição de íons Ca++ nas células, os quais, em condições normais, atuam neutralizando as cargas negativas; (7) libera- ção de enzimas proteolíticas que alteram o glicocálice; (8) ir- regularidades em microvilosidades, que diminuem o contato entre células; (9) aumento de ácido siálico em proteínas da membrana citoplasmática, que diminui a adesão ao colageno e fibronectina.
CRESCIMENTO AUTONOMO
MULTIPLICAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO CELULARES
MOTILIDADE-conside- rável, que é devida à menor adesividade entre elas, à perda do fenômeno de inibição por contato e ao maior desenvolvimen- to e modificação de seu citoesqueleto.
ANGIOGENESE- Células tumorais e células do estroma do tumor, inclusive leucócitos que nele se infiltram, liberam fatores angiogênicos, como VEGF A e B e FGFb, que atuam no endotélio de capila- res vizinhos e induzem suas proliferação, migração e diferen- ciação em novos capilares.Em mui- tos tumores, existe correlação entre angiogênese e malignida- de: quanto maior a atividade angiogênica, maior é a potência de metastatização do câncer e mais rápida é a sua progressão. Linfangiogênese também ocorre em neoplasias, embora não se conheça o seu significado. A formação de novos vasos linfá- ticos faz-se por ação de VEGF C e D,
CAPACIDADE DE INVASÃO
FUNÇÃO CELULARES- perda da diferenciação ce- lular, as células neoplásicas tendem a perder suas funções es- pecíficas. C

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16
Q

COMPORTAMENTO DA NEOPLASIA IN VITRO

A

IMORTALIDADE- Células malignas possuem maior atividade de telomerase (em cerca de 90% dos tumores humanos detecta- se atividade de telomerase) e, portanto, os telômeros não se encurtam, não ocorrendo senescência replicativa nem caos mitótico.
PERDA INIBIÇÃO POR CONTATO- Células malignas continuam se multiplicando mesmo após terem atingido esse estágio de confluência (membranas se tocam).
ALTERAÇÃO DA FORMA- Células normais crescem bem ade- ridas à superfície do frasco de cultura e geralmente têm sua forma achatada. Células malignas são menos aderentes, des- prendem-se com facilidade e em geral são esféricas.
MENOR NECESSIDADE- malignas requerem menor quantidade de soro no meio de cultura para manterem a proliferação, o que se deve à menor necessidade de fatores de crescimento.
INDEPEDENCIA DE ANCORAGEM- células normais neces- sitam de uma superfície sólida para se dividirem. As células cancerosas podem multiplicar-se em superfície gelatinosa, como o ágar mole.

17
Q

METASTASE

A

formação de uma nova lesão tumoral a partir da primeira, mas sem continuidade entre as duas.

́lulas malig- nas destacam-se do tumor e adquirem, ainda antes de caírem na circulação, as propriedades necessárias para implantar-se em um determinado órgão. Mais ainda, demonstrou-se que o tumor primário promove alterações em órgãos distantes, preparando-os para receber as células que irão implantar-se e originar metástases. as células deixam o tumor primitivo muito precocemente, instalam-se em locais distantes e sofrem alterações genéticas e epigenéticas distintas em diferentes sítios secundários, até originar subclones capazes de formar metás- tases. Por essa lógica, as metástases seriam formadas por célu- las com perfil genético diferente daquele do tumor primitivo.

18
Q

PROCESSO PARA METASTASE

A

DESTACAMENTO DO TUMOR PRIMITIVO- de- pende de profundas modificações na expressão de moléculas de adesão: perda de algumas caderinas (caderina E), expressão de caderinas N e R e mudança na expressão de integrinas, com inibição das que mantêm as junções entre as células e expres- são daquelas que aumentam a ancoragem das células à MEC.
DESLOCAMENTO- por movimentos ameboides, com lançamento de pseudópodes orientados por agentes quimiotaticos.
deslocamento de celulas em bloco sem transição epiteliomesenquimal- depende da criação de vias na MEC (por ação de metaloproteases) e da expressão de moléculas na membrana das células que permanecem aderidas no bloco, de modo a permitir modificações no citoesqueleto de todas as cé- lulas do conjunto, facilitando o deslocamento.
A atividade de MMP é modulada por ativadores e inibidores. Entre os inibidores, os mais conhecidos são TIMP (tissue inhi- bitor of metalloproteases). Há correlação inversa entre as taxas de TIMP e a capacidade invasiva de células tumorais.
INVASÃO DE VASOS- deslocam-se em direção aos vasos sanguíneos e linfáticos, atraídas por quimiocinas produzidas por células endoteliais (CCL 19 e CCL 21) que atuam em re- ceptores CCR 7 expressos nas células tumorais. Os macrófagos acompanham as células tumorais até o início da emissão de lamelipódios que afastam as células endoteliais e permitem a entrada das células malignas na luz do vaso . Células em bloco penetram principalmente em vasos linfáticos, cuja parede é fenestrada.
SOBREVIVÊNCIA NA CIRCULAÇÃO- ativação da coagulação sanguínea, que resulta em ativação de plaquetas e formação de uma capa de fibrina so- bre as células tumorais.
SAÍDA DA CELULA PARA O ORGÃO- é necessário que a célula tumoral tenha molé- culas de adesão que permitam sua aderência ao endotélio do órgão em que irá extravasar. Essa etapa ocorre ainda no tumor primitivo, de onde a célula sai “endereçada” para um determi- nado órgão. A saída do vaso depende de fatores quimiotáticos produzidos no órgão de destino. a migração celular em neoplasias humanas é precoce e que o número delas é muito grande na fase de pro- gressão rápida do tumor. células tumorais podem sofrer transformação paralela na medula óssea antes de se instalarem em outros órgãos.
INSTALAÇÃO E SOBREVIVENCIA- depende do fenótipo que ela adquiriu na origem, que lhe permite chegar ao órgão expondo recep- tores para fatores quimiotáticos e de crescimento existentes na MEC do órgão de destino. Células da medula óssea migram para o local de metástases antes das células tumorais; entre aquelas, existem precurso- res mesenquimais, precursores endoteliais e precursores da linhagem monocítica que originam, entre outros, macrófagos tumorais. Estes são alternativamente ativados e, juntamente com precursores endoteliais, contribuem para a proliferação de células tumorais e a angiogênese.
Nicho pré-metastático. tumor induz formação de um nicho n qual a metastase vai localizar. o tumor primitivo induz em órgãos a distância alterações que os preparam para receber a metástase, antes de as células tumorais circulantes a eles chegarem.
A formação do nicho pré-metastático é induzida por fatores de crescimento e citocinas produzidos no tumor (VEGF, PIGF, TNF-α e TGF-β) que mobilizam células precursoras mieloi- des na medula óssea e induzem a produção da proteína S100.

19
Q

vias de disseminação

A

VIA LINFATICA- principal via de disseminação inicial de carcinomas (ll sentinela). Nem toda linfadenomegalia próxima de um câncer significa metástase: como produtos antigênicos de tumores são levados aos linfo- nodos, estes reagem por meio de hiperplasia, . um linfonodo pequeno, de tamanho normal, pode conter metástases microscópicas (micrometástases).
VIA SANGUINEA- a presença de células malig- nas na circulação não indica obrigatoriamente a formação de metástases. Segundo estudos experimentais, a imensa maioria (> 99%) das células cancerosas na circulação é destruída pe- las forças de cisalhamento da corrente sanguínea, pelo sistema
do complemento, pela resposta imunitária do hospedeiro, por apoptose, pela defesa não imunitária (macrófagos, células NK) e pelo choque mecânico que sofrem com a parede vascular.
OUTROS- canais, ductos ou cavidades naturais;

20
Q

CARCINOGÊNESE

A

Células tumorais originam-se de células normais que sofre- ram alterações no DNA (fatores genéticos) ou em mecanismos que controlam a expressão gênica (fenômenos epigenéticos) em um ou mais locos envolvidos no controle da divisão e da di- ferenciação. tumores são monoclonais, ou seja, formados por um clone que venceu a barreira do controle da proliferação celular e tornou-se imortal;
(1) via clássica, a mais comum, associada a mutações numerosas e aditivas em oncogenes, genes supressores de tumor etc.; (2) fenótipo mutador, relacionado com defeitos no sistema de reparo do DNA (instabilidade genômica), os quais favore- cem acúmulo de mutações em sítios críticos que resultam em transformação neoplásica.
fases de iniciação (o agente carcinogênico induz alterações ge- néticas permanentes nas células), promoção (a célula iniciadaé estimulada a proliferar, amplificando o clone transformado) e progressão (o clone transformado prolifera, o tumor cres- ce, surgem células com potencial metastatizante e a neopla- sia se desenvolve em sítios distantes da sua origem). Etapas semelhantes ocorrem também na carcinogênese espontânea, inclusive na humana.

A iniciação corresponde à transformação celular, ou seja, as mudanças induzidas por cancerígenos físicos, químicos ou bio- lógicos que causam modificações genômicas nas células e alteram suas respostas ao microambiente, tornando-as potencialmente capazes de multiplicar-se de modo autônomo. No entanto, nem toda agressão ao DNA leva a transformação celular, pois os genes de reparo podem corrigir os defeitos ocorridos. A célula atingida pelo iniciador e cujo defeito no DNA não foi corrigido precisa sofrer pelo menos uma divisão para que a iniciação ocorra. Quando estimulada por agentes promotores, essa célula começa a proli- ferar e dá origem às células transformadas.

A iniciação pode ser induzida por uma única aplicação de um agente cancerígeno, mesmo que em dose baixa. A promo- ção depende de contato mais prolongado com o agente pro- motor, que precisa ser aplicado após o iniciador.
a iniciação isoladamente não é tumorigênica (grupo 1), mas, quando seguida de promoção, resulta em tumores (grupos 2 e 3). a iniciação promove alteração irreversível no DNA (muta- ção). Uma célula iniciada pode transformar-se em tumor mesmo quando o promotor é aplicado certo tempo depois (grupo 3)

A promoção consiste em proliferação ou expansão das cé- lulas iniciadas. indispensável para a “fixação” da alteração genômica e para o aparecimento da neoplasia. Ao lado disso, a multiplicação celular aumenta a probabilidade de novas mutações.

Ao contrário da iniciação, a promoção é um processo de- morado. A ação do promotor é reversível, pois, caso sua apli- cação seja interrompida antes de completada a promoção, o efeito não se manifesta. Os agentes promotores atuam pelo tempo de exposição e pela intensidade das reações que pro- vocam.
■ a promoção sozinha ou aplicada antes da iniciação não cau- sa tumores (grupos 4 e 5)
■ a promoção é reversível (pois não provoca alterações per- manentes no DNA), já que o espaçamento na aplicação do promotor não produz tumores (grupo 6).
progressão- modificações biológicas que o tornam, em geral, cada vez mais agressivo e mais maligno, depende de mutações sucessivas nas células, as quais re- sultam na aquisição de propriedades mais agressivas.depende também de fatores do hospedeiro( imune, homronio, nutrição)

21
Q

CELULAS TRONCO DO CA

A

algumas observações levam a admitir a existência de células-tronco nos cânceres, as quais seriam responsáveis por originar as diferentes linhagens de células tumorais. Células-tronco do câncer podem permanecer quiescentes no seu nicho, o que, em parte, pode explicar, por exemplo, sua resistência aos quimioterápicos e à radioterapia (que atuam mais em células que estão no ciclo celular) e o aparecimento de metástases tardias após retirada do tumor primitivo; metástases originar-se-iam em células- tronco que permanecem quiescentes nos órgãos para os quais migraram.
A existên

22
Q

Propriedades adquiridas durante a carcinogênese |

A

Autonomia de sinais de proliferação resulta de mutações ativadoras em oncogenes, que são frequentes em genes de fatores de crescimento (p. ex., PDGF)Insensibilidade aos sinais inibidores de mitose decorre de: (1) mutação inativadora em genes que codificam moléculas reguladoras da via MAPK
Evasão de apoptose resulta da inibição de genes pró-apop- tóticos, de hiperexpresão de genes antiapoptóticos ou de inativação de genes que fazem a checagem de lesões no DNA (p. ex., p53,
Evasão de senescência replicativa deve-se a ativação de te- lomerase
Instabilidade genômica resulta de defeitos em genes de re- paro do DNA e estresse oxidativo durante a duplicação do DNA, este favorecendo quebras no DNA em sítios frágeis.

23
Q

estroma do tumor

A

O estroma das neoplasias contém células endoteliais, fibro- blastos, mastócitos e vários tipos de células originadas da me- dula óssea, inclusive leucócitos, células-tronco mesenquimais e células supressoras mieloides. Tais células, cujo número varia em cada tipo de tumor, representam o que se denomina célu- las inflamatórias ou células imunitárias no tumor.
Além de citocinas e de quimiocinas que contribuem para o crescimento do tumor, inflamação crônica favorece a carcinogênese também pelo ambiente pró-oxidante por ela criado, com excesso de radicais livres, os quais aumentam o número de mutações

24
Q

oncogenes

A

genes que, quando expressos, causariam o aparecimento de uma neoplasia. a versão ori- ginal dos oncogenes está presente em células normais, tem expressão regulada e participa no controle da proliferação e da diferenciação celulares, processos básicos para a existência das células. Por essa razão, tais genes são muito conservados na natureza, havendo grande homologia entre os encontrados em invertebrados e os correspondentes em mamíferos.
ex- ras

25
Q

prooncogenes

A

são genes essenciais para grande parte dos processos biológicos vitais, como multiplicação e diferenciação celulares. Em seu estado natural, eles comandam a divisão celular de uma ma- neira ordenada e fisiológica, sendo responsáveis pelo controle normal do ciclo celular. Quando, porém, um proto-oncogene celular sofre mutações, rearranjos, translocações ou outras alterações que o ativam, passa a ser um oncogene celular e recebe a designação c-ONC.
Proto-oncogenes podem tornar-se oncogenes quando: (1) há alteração na estrutura do gene (mutação puntiforme, por inserção, translocação ), resultando em produto anormal (oncoproteína); (2) ocorre aumento da ex- pressão gênica, por: (a) hiperexpressão gênica (p. ex., por in- serção de um promotor potente próximo do proto-oncogene; (b) amplificação gênica (aumento do número de cópias do gene). Hiperexpressão do gene resulta em maior quantidade da proteína (estruturalmente normal), que estimula a prolife- ração celular

protooncogenes codifiam molculas que interferem na regulação da proliferação e diferenciação: FC, receptores de FC, proteinas ligadoras a GTP= ras(estimulaproliferação celular), proteinas citoplasmaticas com atividade cinásica, ciclinas e cdk, proteinas nucleares (fator de transcrição).

26
Q

genes supressores de tumor

A

envolvidos no con- trole da multiplicação e da diferenciação celulares, evitando reprodução descontrolada das células.
Alguns genes supressores de tumor controlam diretamente o ciclo celular, inibindo com- plexos ciclinas/CDK (p53, p27) ou fatores de crescimento es- timulados por eles (pRB). Outros atuam em vias que ativam a apoptose ou que estimulam a diferenciação e inibem a mitose (receptores TGF-β). Há ainda os que codificam proteínas que regulam a inter-relação do citoesqueleto com a matriz extra- celular, a inibição por contato (NF-1 e 2) ou a síntese de inibi- dores de metaloproteases (genes de TIMP). Ao contrário dos oncogenes, que dependem apenas de uma cópia ativa do gene para manifestar o fenótipo (ação dominante), os genes supres- sores de tumor em geral precisam ter os dois alelos afetados para induzir o câncer (comportamento recessivo).
ex- gene RB (retinoblastoma), p53 (mais comum alteração genética em tumores humanos).

27
Q

genes de reparo de DNA

A

codificam molé- culas que participam do reconhecimento e do reparo de le- sões no DNA..
- MMR, UVDR BRCA1

28
Q

gene para apoptose

A

Mutações no gene p53 também resultam em diminuição da apoptose, por reduzirem a expressão de genes pró-apoptóti- cos, como o BAX.
.
BLC- mutato reduz apoptose no LB.

29
Q

crescimento do tumor

A

Fração de crescimento. Refere-se à população de células neoplásicas dentro do tumor que está se multiplicando em determinado período.Pode ser avaliada com precisão pelo ín- dice de marcação e pela citometria de fluxo.
́ndice de marcação. É a porcentagem de células que in- corporam timidina marcada com 3H e que corresponde ao compartimento S do ciclo celular. É determinado por autor- radiografia ou por citometria de fluxo após tratamento com brometo de etídio.
CC Tempo de duplicação. Consiste no tempo necessário para que o tumor duplique seu volume se não houver destruição celular.
A duração do ciclo celular nos tumores em geral não é me- nor do que em tecidos normais; em células leucêmicas, é até um pouco maior do que nas células hematopoéticas normais. As células-filhas originadas de células tumorais proliferantes podem seguir vários caminhos. Primeiro, podem continuar fazendo parte da fração de crescimento, ou seja, em prolifera- ção contínua. Podem também deixar temporariamente o ciclo proliferativo e entrar no compartimento G0. Outras adquirem diferenciação e perdem a capacidade de multiplicação. Por úl- timo, uma parcela considerável pode ser destruída,
Como os dados disponíveis mostram que a maioria das células do câncer clínico não per- tence ao compartimento proliferativo nem se multiplica mais rapidamente do que o normal, admite-se que o crescimento tumoral, nessa fase, deve resultar de menor perda de células.

30
Q

efeitos locais das neoplasias

A

compressão, obstrução, deslocamento, dor, ulceração, hemorragia.

31
Q

efeitos sistemicos

A

produção de hormonios, caquexia (hipercatabolismo, anorexia)

32
Q

sindromes paraneoplasicas

A

Constituem manifestações clínicas que não podem ser explicadas apenas pela existência de um tumor em determi- nada sede ou por substâncias produzidas no órgão de origem da neoplasia.
manifestação endócrina- cushng (carcinoma pequenas celulas), hipercalcemia (CCE do pulmao).
alteração hematológica- eritrocitose (CHC, leiomioma), anemia, hipercoagulablidade (tromboflebite migratorio- trousseau- ca de pancreas ou pulmao).
neuromuscular- degeneração cerebelar, demencia, neuropatia periferica, miastenia.
outros- baqueteamento digital, osteoartropatia hipertrofica (CA broncopulmonar), acantose nigrans.

33
Q

vigilancia imunologica

A

LT citotoicos- maiseficazes na destruição de células tumorais. Linfócitos T citotóxicos reco- nhecem antígenos da membrana de células neoplásicas e são capazes de lisá-las especificamente.
Macrófagos. Dados in vitro e in vivo mostram que macró- fagos ativados lisam células cancerosas por meio da produção do fator de necrose tumoral (TNF-α), pela liberação de radi- cais livres de O ou por citotoxicidade celular dependente de
2 anticorpos (ADCC).
NK-capazes de reconhecer e de ma- tar células neoplásicas por meio de lise direta ou de ADCC, sem necessidade de sensibilização prévia.
Anticorpos podem lisar células neoplásicas por meio de ati- vação do complemento (efeito citolítico) ou mediante efei- to citotóxico (ADCC) exercido por macrófagos, células NK, linfócitos ou eosinófilos. A resposta humoral é pouco eficaz na destruição de células de tumores sólidos, embora pareça ter ação em leucemias. (TH2)

34
Q

mecanismos de evasão das células cancerosas

A

A instalação e a progressão do câncer vão depender da sua capacidade de superar a resistência imposta pelo sistema imunitário, o que pode ser feito por meio de: (1) modulação antigênica, criando um estado de ignorância por parte do sistema imunitário (mediante seleção pelo próprio sistema imunitário); (2) instalação de tolerância induzida ati- vamente pelo tumor nas fases iniciais do seu desenvolvimento; (3) atuação de mecanismos de escape da resposta imunitária já montada.