DISTURBIOS CRESCIMENTO CELULAR Flashcards
bogliolo
hipotrofia
redução quantitativa dos componentes estru- turais e das funções celulares, resultando em diminuição do volume das células e dos órgãos atingidos; muitas vezes, há também diminuição do número de células.
mecanismo- degradação de proteinas celulares em lisossomos e sistema ubiquitinina-proteossomos, agressão por ROX.
hipotrofia patologica- inanição, desuso, compressao, obstrução vascular, substancias tóxicas, hormonios, inervação, inflamação cornica.
hipertrofia
aumento dos constituintes estruturais e das funções celulares, o que resulta em aumento volumétrico das células e dos órgãos afetados.
Depende de um o suprimento de o2 e nutrientes maior, inervação adequada e integridade das organelas.
A arquitetura básica do órgão mantém-se inalterada, mas aumenta o fluxo de sangue e de linfa.
Como em geral hipertrofia constitui resposta a sobrecarga de trabalho, ao atingirem certo volume as células tendem a dividir-se ou a liberar estímulos que induzem célu- las-tronco a originar outras células.
hipoplasia
diminuição da população celular de um te- cido, de um órgão ou de parte do corpo. Após o nascimento, hipoplasia aparece como resul- tado de diminuição do ritmo de renovação celular, aumento da taxa de destruição das células ou ambos os fenômenos.
hiperplasia
aumento do número de células de um órgão ou de parte dele, por aumento da proliferação e/ou por diminui- ção na apoptose (como ocorre no tecido linfoide). Hiperplasia só acontece em órgãos que contêm células com capacidade re- plicativa.
muitas hiperplasias patológicas são consideradas lesões poten- cialmente neoplásicas, já que nelas o risco de surgir um tumor é maior do que em tecidos normais.
metaplasia
mudança de um tipo de tecido adul- to (epitelial ou mesenquimal) em outro da mesma linhagem.
resulta da inativação de alguns genes (cuja expressão define a diferencia- ção do tecido que sofre metaplasia) e desrepressão de outros (que condicionam o novo tipo de diferenciação). Em alguns processos de reparo e regeneração, células epiteliais podem diferenciar-se em fibroblastos (transdiferenciação).
Os tipos mais frequentes de metaplasia são: (1) transforma- ção de epitélio estratificado pavimentoso não ceratinizado em epitélio ceratinizado.
(2) epitélio pseudoestratificado ciliado em epitélio estratificado pavimen- toso, ceratinizado ou não.
(3) epitélio mucossecretor em epi- télio estratificado pavimentoso, com ou sem ceratinização.
(4) epitélio glandular seroso em epitélio mucíparo, como acontece na metaplasia intestinal da mucosa gástrica; (5) tecido conjun- tivo em tecido cartilaginoso ou ósseo; (6) tecido cartilaginoso em tecido ósseo.
processo adaptativo- tecido mais resistente a agressões.
Células-tronco, que podem ser formadas inclusive a par- tir de células diferenciadas, podem originar progenitores de outras linhagens, criando a possibilidade de célula de uma li- nhagem originar célula de outra. > transdiferenciação.
displasia
condição adquirida caracterizada por alterações da prolifera- ção e da diferenciação celulares acompanhadas de redução ou perda de diferenciação das células afetadas.
Muitas vezes, displasias estão asso- ciadas a metaplasia ou se originam nela. As mais importantes na prática são displasias de mucosas, como do colo uterino, de brônquios e gástrica, pois muitas vezes precedem os cân- ceres.
A atipia mais importante em displasias é a cariomegalia, resultante de alterações no teor de DNA.
lesão pre cancerosa
tem maior probabilidade de evoluir para câncer do que o tecido normal em que ela se origina.
As principais lesões pré-cancerosas conhecidas são dis- plasias e, entre estas, as do colo uterino, da mucosa gástri- ca, do epitélio brônquico, do epitélio glandular da próstata e do epitélio vulvar.
neoplasias
proliferação celular descontrolada. Quanto mais avançado é o estado de diferenciação, mais baixa é a taxa de reprodução. Assim se entende que, em neoplasias, em geral ocorre, paralelamente ao aumento da proliferação, perda da diferenciação celular.
A célula neoplásica sofre alteração nos seus mecanismos regulatórios de multiplicação, adquire autonomia de crescimento e torna-se independente de estímu- los fisiológicos= vira atividade constitutiva (continua, sem regulação).
classificação dos tumores
(1) pelo comportamento clínico (benignos ou malignos);
(2) pelo aspecto microscópico (critério histomorfológico- normalmente o que da nome);
(3) pela origem da neoplasia (critério histogenético)
nomemclatura
(1) o sufixo -oma é empregado na denomi- nação de qualquer neoplasia, benigna ou maligna; (2) a pa- lavra carcinoma indica tumor maligno que reproduz epitélio de revestimento; quando usada como sufixo, também indica malignidade (p. ex., adenocarcinoma, hepatocarcinoma); (3) o termo sarcoma refere-se a uma neoplasia maligna mesen- quimal; usado como sufixo, indica tumor maligno de determi- nado tecido (p. ex., fibrossarcoma, lipossarcoma etc.); (4) a pa- lavra blastoma pode ser usada como sinônimo de neoplasia e, quando empregada como sufixo, indica que o tumor reproduz estruturas com características embrionárias (nefroblastoma, neuroblastoma
neoplasia benigna
bem diferenciadas, atipias discretas, baixo indice mitotico, crescimento lento, massa esferica, crescimento expansivo (compressão de estruturas), pode formar capsula fibrosa em torno do tumor, não recidivam, hemorragias e necrose não são comuns, não compromete nutrição do hospedeiro (sem anemia caquexia),
neoplasia maligna
taxa de crescimento alta, figuras de mitose frequentes, pouco diferenciadas ou anaplasicas, atipias, egeneração, necrose, tipo de crescimento infiltrativo, capsula ausente, sem limite bem definido, tem efeitos sistemicos (caquexia), recidiva e metastases poem ocorrer.
tipos e tumores sólidos
NODULAR-massa expansiva que tende a ser esférica. Esse tipo é visto caracteristicamente em tu- mores benignos (Figura 10.10) e em malignos originados em órgãos compactos (fígado, pulmões e rins).
VEGETANTE- tumores benignos ou malignos que crescem em superfície (pele ou mucosas). Forma-se uma massa de crescimento exofítico, que pode assumir vários tipos: polipo- so, papilomatoso ou em couve-flor. tendem a ulcerar-se precocemente.
INFILTRATIVO- praticamente exclusivo de tumores maligno,infiltração maciça da região acometida, mas sem formar nódulos ou vegetações. Por isso, o órgão torna-se espessado, mas fica menos deformado do que nas outras formas.
ULCERADO- lesão cresce infiltrando-se nos teci- dos adjacentes e ulcera-se no centro, formando uma cratera que geralmente tem bordas endurecidas, elevadas e irregulares.
COMPONENTES DO TUMOR
Todo tumor é formado por dois componentes: células ne- oplásicas propriamente ditas (parênquima tumoral) e estroma conjuntivovascular. No início, só existem células neoplásicas; à medida que a lesão cresce, surge o componente estromático. Tumores com até 1 a 2 mm não possuem vasos; a partir desse tamanho, formam-se vasos sanguíneos na neoplasia (angiogê- nese). As neoplasias não possuem inervação. A dor sentida pe- los pacientes cancerosos é devida a infiltração ou compressão de terminações nervosas existentes em tecidos vizinhos.
Características e propriedades das células malignas
BIOQUIMICA- tendência à síntese de iso- formas das enzimas predominantes na fase embrionária= menor adesão, deslocamento. exacerbação acentuada da glicólise ae- róbia (o chamado efeito Warburg), mas com pouca modifica- ção na respiração celular. (1) aumento da produção de agentes redutores pela via do fos- fogliconato (NADPH, glutationa), que auxiliam na resistência das células ao estresse oxidativo; (2) maior síntese de vários aminoácidos, incluindo serina e glicina, esta o precursor bios- sintético de purinas; (3) incremento na via de produção de glicídeos C5 (5 carbonos), constituintes das cadeias dos áci- dos nucleicos. A obtenção de energia (ATP) a partir da glicose pela via respiratória (fosforilação oxidativa mitocondrial) não é muito alterada. No entanto, com a glicólise há acidificação do meio pelo excesso de ácido lático gerado. Além da depleção de glicose, o acúmulo de lactato causa sobrecarga nos meca- nismos de gliconeogênese hepática, fazendo parte dos efeitos sistêmicos lesivos dos cânceres.
ADESIVIDADE-(1) modificações e irregularidades na membrana citoplasmática; (2) diminuição ou ausência de estruturas juncionais; (3) redução de molécu- las de adesão entre células, como caderinas; (4) diminuição de fibronectina, que fixa as células ao interstício; (5) grande eletronegatividade na face externa da membrana citoplasmá- tica, aumentando a repulsão eletrostática entre as células; (6) diminuição de íons Ca++ nas células, os quais, em condições normais, atuam neutralizando as cargas negativas; (7) libera- ção de enzimas proteolíticas que alteram o glicocálice; (8) ir- regularidades em microvilosidades, que diminuem o contato entre células; (9) aumento de ácido siálico em proteínas da membrana citoplasmática, que diminui a adesão ao colageno e fibronectina.
CRESCIMENTO AUTONOMO
MULTIPLICAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO CELULARES
MOTILIDADE-conside- rável, que é devida à menor adesividade entre elas, à perda do fenômeno de inibição por contato e ao maior desenvolvimen- to e modificação de seu citoesqueleto.
ANGIOGENESE- Células tumorais e células do estroma do tumor, inclusive leucócitos que nele se infiltram, liberam fatores angiogênicos, como VEGF A e B e FGFb, que atuam no endotélio de capila- res vizinhos e induzem suas proliferação, migração e diferen- ciação em novos capilares.Em mui- tos tumores, existe correlação entre angiogênese e malignida- de: quanto maior a atividade angiogênica, maior é a potência de metastatização do câncer e mais rápida é a sua progressão. Linfangiogênese também ocorre em neoplasias, embora não se conheça o seu significado. A formação de novos vasos linfá- ticos faz-se por ação de VEGF C e D,
CAPACIDADE DE INVASÃO
FUNÇÃO CELULARES- perda da diferenciação ce- lular, as células neoplásicas tendem a perder suas funções es- pecíficas. C
COMPORTAMENTO DA NEOPLASIA IN VITRO
IMORTALIDADE- Células malignas possuem maior atividade de telomerase (em cerca de 90% dos tumores humanos detecta- se atividade de telomerase) e, portanto, os telômeros não se encurtam, não ocorrendo senescência replicativa nem caos mitótico.
PERDA INIBIÇÃO POR CONTATO- Células malignas continuam se multiplicando mesmo após terem atingido esse estágio de confluência (membranas se tocam).
ALTERAÇÃO DA FORMA- Células normais crescem bem ade- ridas à superfície do frasco de cultura e geralmente têm sua forma achatada. Células malignas são menos aderentes, des- prendem-se com facilidade e em geral são esféricas.
MENOR NECESSIDADE- malignas requerem menor quantidade de soro no meio de cultura para manterem a proliferação, o que se deve à menor necessidade de fatores de crescimento.
INDEPEDENCIA DE ANCORAGEM- células normais neces- sitam de uma superfície sólida para se dividirem. As células cancerosas podem multiplicar-se em superfície gelatinosa, como o ágar mole.
METASTASE
formação de uma nova lesão tumoral a partir da primeira, mas sem continuidade entre as duas.
́lulas malig- nas destacam-se do tumor e adquirem, ainda antes de caírem na circulação, as propriedades necessárias para implantar-se em um determinado órgão. Mais ainda, demonstrou-se que o tumor primário promove alterações em órgãos distantes, preparando-os para receber as células que irão implantar-se e originar metástases. as células deixam o tumor primitivo muito precocemente, instalam-se em locais distantes e sofrem alterações genéticas e epigenéticas distintas em diferentes sítios secundários, até originar subclones capazes de formar metás- tases. Por essa lógica, as metástases seriam formadas por célu- las com perfil genético diferente daquele do tumor primitivo.
PROCESSO PARA METASTASE
DESTACAMENTO DO TUMOR PRIMITIVO- de- pende de profundas modificações na expressão de moléculas de adesão: perda de algumas caderinas (caderina E), expressão de caderinas N e R e mudança na expressão de integrinas, com inibição das que mantêm as junções entre as células e expres- são daquelas que aumentam a ancoragem das células à MEC.
DESLOCAMENTO- por movimentos ameboides, com lançamento de pseudópodes orientados por agentes quimiotaticos.
deslocamento de celulas em bloco sem transição epiteliomesenquimal- depende da criação de vias na MEC (por ação de metaloproteases) e da expressão de moléculas na membrana das células que permanecem aderidas no bloco, de modo a permitir modificações no citoesqueleto de todas as cé- lulas do conjunto, facilitando o deslocamento.
A atividade de MMP é modulada por ativadores e inibidores. Entre os inibidores, os mais conhecidos são TIMP (tissue inhi- bitor of metalloproteases). Há correlação inversa entre as taxas de TIMP e a capacidade invasiva de células tumorais.
INVASÃO DE VASOS- deslocam-se em direção aos vasos sanguíneos e linfáticos, atraídas por quimiocinas produzidas por células endoteliais (CCL 19 e CCL 21) que atuam em re- ceptores CCR 7 expressos nas células tumorais. Os macrófagos acompanham as células tumorais até o início da emissão de lamelipódios que afastam as células endoteliais e permitem a entrada das células malignas na luz do vaso . Células em bloco penetram principalmente em vasos linfáticos, cuja parede é fenestrada.
SOBREVIVÊNCIA NA CIRCULAÇÃO- ativação da coagulação sanguínea, que resulta em ativação de plaquetas e formação de uma capa de fibrina so- bre as células tumorais.
SAÍDA DA CELULA PARA O ORGÃO- é necessário que a célula tumoral tenha molé- culas de adesão que permitam sua aderência ao endotélio do órgão em que irá extravasar. Essa etapa ocorre ainda no tumor primitivo, de onde a célula sai “endereçada” para um determi- nado órgão. A saída do vaso depende de fatores quimiotáticos produzidos no órgão de destino. a migração celular em neoplasias humanas é precoce e que o número delas é muito grande na fase de pro- gressão rápida do tumor. células tumorais podem sofrer transformação paralela na medula óssea antes de se instalarem em outros órgãos.
INSTALAÇÃO E SOBREVIVENCIA- depende do fenótipo que ela adquiriu na origem, que lhe permite chegar ao órgão expondo recep- tores para fatores quimiotáticos e de crescimento existentes na MEC do órgão de destino. Células da medula óssea migram para o local de metástases antes das células tumorais; entre aquelas, existem precurso- res mesenquimais, precursores endoteliais e precursores da linhagem monocítica que originam, entre outros, macrófagos tumorais. Estes são alternativamente ativados e, juntamente com precursores endoteliais, contribuem para a proliferação de células tumorais e a angiogênese.
Nicho pré-metastático. tumor induz formação de um nicho n qual a metastase vai localizar. o tumor primitivo induz em órgãos a distância alterações que os preparam para receber a metástase, antes de as células tumorais circulantes a eles chegarem.
A formação do nicho pré-metastático é induzida por fatores de crescimento e citocinas produzidos no tumor (VEGF, PIGF, TNF-α e TGF-β) que mobilizam células precursoras mieloi- des na medula óssea e induzem a produção da proteína S100.
vias de disseminação
VIA LINFATICA- principal via de disseminação inicial de carcinomas (ll sentinela). Nem toda linfadenomegalia próxima de um câncer significa metástase: como produtos antigênicos de tumores são levados aos linfo- nodos, estes reagem por meio de hiperplasia, . um linfonodo pequeno, de tamanho normal, pode conter metástases microscópicas (micrometástases).
VIA SANGUINEA- a presença de células malig- nas na circulação não indica obrigatoriamente a formação de metástases. Segundo estudos experimentais, a imensa maioria (> 99%) das células cancerosas na circulação é destruída pe- las forças de cisalhamento da corrente sanguínea, pelo sistema
do complemento, pela resposta imunitária do hospedeiro, por apoptose, pela defesa não imunitária (macrófagos, células NK) e pelo choque mecânico que sofrem com a parede vascular.
OUTROS- canais, ductos ou cavidades naturais;
CARCINOGÊNESE
Células tumorais originam-se de células normais que sofre- ram alterações no DNA (fatores genéticos) ou em mecanismos que controlam a expressão gênica (fenômenos epigenéticos) em um ou mais locos envolvidos no controle da divisão e da di- ferenciação. tumores são monoclonais, ou seja, formados por um clone que venceu a barreira do controle da proliferação celular e tornou-se imortal;
(1) via clássica, a mais comum, associada a mutações numerosas e aditivas em oncogenes, genes supressores de tumor etc.; (2) fenótipo mutador, relacionado com defeitos no sistema de reparo do DNA (instabilidade genômica), os quais favore- cem acúmulo de mutações em sítios críticos que resultam em transformação neoplásica.
fases de iniciação (o agente carcinogênico induz alterações ge- néticas permanentes nas células), promoção (a célula iniciadaé estimulada a proliferar, amplificando o clone transformado) e progressão (o clone transformado prolifera, o tumor cres- ce, surgem células com potencial metastatizante e a neopla- sia se desenvolve em sítios distantes da sua origem). Etapas semelhantes ocorrem também na carcinogênese espontânea, inclusive na humana.
A iniciação corresponde à transformação celular, ou seja, as mudanças induzidas por cancerígenos físicos, químicos ou bio- lógicos que causam modificações genômicas nas células e alteram suas respostas ao microambiente, tornando-as potencialmente capazes de multiplicar-se de modo autônomo. No entanto, nem toda agressão ao DNA leva a transformação celular, pois os genes de reparo podem corrigir os defeitos ocorridos. A célula atingida pelo iniciador e cujo defeito no DNA não foi corrigido precisa sofrer pelo menos uma divisão para que a iniciação ocorra. Quando estimulada por agentes promotores, essa célula começa a proli- ferar e dá origem às células transformadas.
A iniciação pode ser induzida por uma única aplicação de um agente cancerígeno, mesmo que em dose baixa. A promo- ção depende de contato mais prolongado com o agente pro- motor, que precisa ser aplicado após o iniciador.
a iniciação isoladamente não é tumorigênica (grupo 1), mas, quando seguida de promoção, resulta em tumores (grupos 2 e 3). a iniciação promove alteração irreversível no DNA (muta- ção). Uma célula iniciada pode transformar-se em tumor mesmo quando o promotor é aplicado certo tempo depois (grupo 3)
A promoção consiste em proliferação ou expansão das cé- lulas iniciadas. indispensável para a “fixação” da alteração genômica e para o aparecimento da neoplasia. Ao lado disso, a multiplicação celular aumenta a probabilidade de novas mutações.
Ao contrário da iniciação, a promoção é um processo de- morado. A ação do promotor é reversível, pois, caso sua apli- cação seja interrompida antes de completada a promoção, o efeito não se manifesta. Os agentes promotores atuam pelo tempo de exposição e pela intensidade das reações que pro- vocam.
■ a promoção sozinha ou aplicada antes da iniciação não cau- sa tumores (grupos 4 e 5)
■ a promoção é reversível (pois não provoca alterações per- manentes no DNA), já que o espaçamento na aplicação do promotor não produz tumores (grupo 6).
progressão- modificações biológicas que o tornam, em geral, cada vez mais agressivo e mais maligno, depende de mutações sucessivas nas células, as quais re- sultam na aquisição de propriedades mais agressivas.depende também de fatores do hospedeiro( imune, homronio, nutrição)
CELULAS TRONCO DO CA
algumas observações levam a admitir a existência de células-tronco nos cânceres, as quais seriam responsáveis por originar as diferentes linhagens de células tumorais. Células-tronco do câncer podem permanecer quiescentes no seu nicho, o que, em parte, pode explicar, por exemplo, sua resistência aos quimioterápicos e à radioterapia (que atuam mais em células que estão no ciclo celular) e o aparecimento de metástases tardias após retirada do tumor primitivo; metástases originar-se-iam em células- tronco que permanecem quiescentes nos órgãos para os quais migraram.
A existên
Propriedades adquiridas durante a carcinogênese |
Autonomia de sinais de proliferação resulta de mutações ativadoras em oncogenes, que são frequentes em genes de fatores de crescimento (p. ex., PDGF)Insensibilidade aos sinais inibidores de mitose decorre de: (1) mutação inativadora em genes que codificam moléculas reguladoras da via MAPK
Evasão de apoptose resulta da inibição de genes pró-apop- tóticos, de hiperexpresão de genes antiapoptóticos ou de inativação de genes que fazem a checagem de lesões no DNA (p. ex., p53,
Evasão de senescência replicativa deve-se a ativação de te- lomerase
Instabilidade genômica resulta de defeitos em genes de re- paro do DNA e estresse oxidativo durante a duplicação do DNA, este favorecendo quebras no DNA em sítios frágeis.
estroma do tumor
O estroma das neoplasias contém células endoteliais, fibro- blastos, mastócitos e vários tipos de células originadas da me- dula óssea, inclusive leucócitos, células-tronco mesenquimais e células supressoras mieloides. Tais células, cujo número varia em cada tipo de tumor, representam o que se denomina célu- las inflamatórias ou células imunitárias no tumor.
Além de citocinas e de quimiocinas que contribuem para o crescimento do tumor, inflamação crônica favorece a carcinogênese também pelo ambiente pró-oxidante por ela criado, com excesso de radicais livres, os quais aumentam o número de mutações
oncogenes
genes que, quando expressos, causariam o aparecimento de uma neoplasia. a versão ori- ginal dos oncogenes está presente em células normais, tem expressão regulada e participa no controle da proliferação e da diferenciação celulares, processos básicos para a existência das células. Por essa razão, tais genes são muito conservados na natureza, havendo grande homologia entre os encontrados em invertebrados e os correspondentes em mamíferos.
ex- ras
prooncogenes
são genes essenciais para grande parte dos processos biológicos vitais, como multiplicação e diferenciação celulares. Em seu estado natural, eles comandam a divisão celular de uma ma- neira ordenada e fisiológica, sendo responsáveis pelo controle normal do ciclo celular. Quando, porém, um proto-oncogene celular sofre mutações, rearranjos, translocações ou outras alterações que o ativam, passa a ser um oncogene celular e recebe a designação c-ONC.
Proto-oncogenes podem tornar-se oncogenes quando: (1) há alteração na estrutura do gene (mutação puntiforme, por inserção, translocação ), resultando em produto anormal (oncoproteína); (2) ocorre aumento da ex- pressão gênica, por: (a) hiperexpressão gênica (p. ex., por in- serção de um promotor potente próximo do proto-oncogene; (b) amplificação gênica (aumento do número de cópias do gene). Hiperexpressão do gene resulta em maior quantidade da proteína (estruturalmente normal), que estimula a prolife- ração celular
protooncogenes codifiam molculas que interferem na regulação da proliferação e diferenciação: FC, receptores de FC, proteinas ligadoras a GTP= ras(estimulaproliferação celular), proteinas citoplasmaticas com atividade cinásica, ciclinas e cdk, proteinas nucleares (fator de transcrição).
genes supressores de tumor
envolvidos no con- trole da multiplicação e da diferenciação celulares, evitando reprodução descontrolada das células.
Alguns genes supressores de tumor controlam diretamente o ciclo celular, inibindo com- plexos ciclinas/CDK (p53, p27) ou fatores de crescimento es- timulados por eles (pRB). Outros atuam em vias que ativam a apoptose ou que estimulam a diferenciação e inibem a mitose (receptores TGF-β). Há ainda os que codificam proteínas que regulam a inter-relação do citoesqueleto com a matriz extra- celular, a inibição por contato (NF-1 e 2) ou a síntese de inibi- dores de metaloproteases (genes de TIMP). Ao contrário dos oncogenes, que dependem apenas de uma cópia ativa do gene para manifestar o fenótipo (ação dominante), os genes supres- sores de tumor em geral precisam ter os dois alelos afetados para induzir o câncer (comportamento recessivo).
ex- gene RB (retinoblastoma), p53 (mais comum alteração genética em tumores humanos).
genes de reparo de DNA
codificam molé- culas que participam do reconhecimento e do reparo de le- sões no DNA..
- MMR, UVDR BRCA1
gene para apoptose
Mutações no gene p53 também resultam em diminuição da apoptose, por reduzirem a expressão de genes pró-apoptóti- cos, como o BAX.
.
BLC- mutato reduz apoptose no LB.
crescimento do tumor
Fração de crescimento. Refere-se à população de células neoplásicas dentro do tumor que está se multiplicando em determinado período.Pode ser avaliada com precisão pelo ín- dice de marcação e pela citometria de fluxo.
́ndice de marcação. É a porcentagem de células que in- corporam timidina marcada com 3H e que corresponde ao compartimento S do ciclo celular. É determinado por autor- radiografia ou por citometria de fluxo após tratamento com brometo de etídio.
CC Tempo de duplicação. Consiste no tempo necessário para que o tumor duplique seu volume se não houver destruição celular.
A duração do ciclo celular nos tumores em geral não é me- nor do que em tecidos normais; em células leucêmicas, é até um pouco maior do que nas células hematopoéticas normais. As células-filhas originadas de células tumorais proliferantes podem seguir vários caminhos. Primeiro, podem continuar fazendo parte da fração de crescimento, ou seja, em prolifera- ção contínua. Podem também deixar temporariamente o ciclo proliferativo e entrar no compartimento G0. Outras adquirem diferenciação e perdem a capacidade de multiplicação. Por úl- timo, uma parcela considerável pode ser destruída,
Como os dados disponíveis mostram que a maioria das células do câncer clínico não per- tence ao compartimento proliferativo nem se multiplica mais rapidamente do que o normal, admite-se que o crescimento tumoral, nessa fase, deve resultar de menor perda de células.
efeitos locais das neoplasias
compressão, obstrução, deslocamento, dor, ulceração, hemorragia.
efeitos sistemicos
produção de hormonios, caquexia (hipercatabolismo, anorexia)
sindromes paraneoplasicas
Constituem manifestações clínicas que não podem ser explicadas apenas pela existência de um tumor em determi- nada sede ou por substâncias produzidas no órgão de origem da neoplasia.
manifestação endócrina- cushng (carcinoma pequenas celulas), hipercalcemia (CCE do pulmao).
alteração hematológica- eritrocitose (CHC, leiomioma), anemia, hipercoagulablidade (tromboflebite migratorio- trousseau- ca de pancreas ou pulmao).
neuromuscular- degeneração cerebelar, demencia, neuropatia periferica, miastenia.
outros- baqueteamento digital, osteoartropatia hipertrofica (CA broncopulmonar), acantose nigrans.
vigilancia imunologica
LT citotoicos- maiseficazes na destruição de células tumorais. Linfócitos T citotóxicos reco- nhecem antígenos da membrana de células neoplásicas e são capazes de lisá-las especificamente.
Macrófagos. Dados in vitro e in vivo mostram que macró- fagos ativados lisam células cancerosas por meio da produção do fator de necrose tumoral (TNF-α), pela liberação de radi- cais livres de O ou por citotoxicidade celular dependente de
2 anticorpos (ADCC).
NK-capazes de reconhecer e de ma- tar células neoplásicas por meio de lise direta ou de ADCC, sem necessidade de sensibilização prévia.
Anticorpos podem lisar células neoplásicas por meio de ati- vação do complemento (efeito citolítico) ou mediante efei- to citotóxico (ADCC) exercido por macrófagos, células NK, linfócitos ou eosinófilos. A resposta humoral é pouco eficaz na destruição de células de tumores sólidos, embora pareça ter ação em leucemias. (TH2)
mecanismos de evasão das células cancerosas
A instalação e a progressão do câncer vão depender da sua capacidade de superar a resistência imposta pelo sistema imunitário, o que pode ser feito por meio de: (1) modulação antigênica, criando um estado de ignorância por parte do sistema imunitário (mediante seleção pelo próprio sistema imunitário); (2) instalação de tolerância induzida ati- vamente pelo tumor nas fases iniciais do seu desenvolvimento; (3) atuação de mecanismos de escape da resposta imunitária já montada.