Distúrbios Circulatórios: Hiperemia Flashcards
Conceito de Hiperemia
1) Aumento do volume sanguíneo localizado em um órgão ou parte dele, com consequente dilatação vascular.
Hiperemia arterial ou ativa:
1) Como acontece?
2) Quando é patológico e quando é fisiológico?
1) Ocorre quando há dilatação arteriolar com consequente aumento do fluxo sanguíneo local.
2) É fisiológico quando existe necessidade de maior irrigação no local. Ex: maior irrigação do músculo esquelético durante a prática de atividade física.
- É patológico quando há uma inflamação aguda no local.
Como ocorre o processo de hiperemia ativa patológica?
Na inflamação aguda ocorre liberação de mediadores inflamatórios que contribuem para a vasodilatação e consequente aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos.
Ocorre dilatação dos esfíncteres pré-capilares das metarteríolas com redução da resistência pré-capilar, aumentando o fluxo sanguíneo da rede capilar. Além disso, ocorre também uma expansão do leito vascular, fazendo com que os vasos de reserva se tornem funcionais.
Análise de lâmina patológica de apendicite:
Hiperemia ativa ou arteriolar e presença de algumas hemáceas que ocupam espaços fora dos vasos.
Presença de neutrófilos na camada muscular lisa do apêndice (sinal importante para a confirmação do diagnóstico de apendicite)
Presença de fibrina - resultado do extravasamento de fibrinogênio juntamente ao exudato (coagulação intersticial).
Hiperemia passiva, venosa ou por congestão:
1) Como ocorre?
2) Exemplos de causas dessa hiperemia.
1) Ocorre redução da drenagem venosa, causando distensão dos capilares, das vênulas e das veias.
2) Obstrução de uma veia, devido a compressão de um vaso ou a formação de um trombo (trombose).
Redução do retorno venoso causado por insuficiência cardíaca.
Classificação da hiperemia passiva, venosa ou por congestão:
1) Hiperemia passiva local
Pode ser causada por (7):
2) Hiperemia passiva geral, setorial ou sistêmica
É causada por (3):
1) Obstrução ou compressão vascular.
Garroteamento na punção venosa
Torção de vísceras.( H. Passiva aguda)
Trombose venosa, embolias no sistema porta.
Postura (ação da força da gravidade)
Presença de varizes (flebectasias)
Compressão vascular que pode ser causada por: neoplasias, abscessos, granulosas, útero gravídico (H. Passiva crônica).
2) Insuficiência Cardíaca Congestiva
Trombose e embolia pulmonar
Lesões pulmonares extensas como em neoplasias pulmonares
Consequências da hiperemia (4):
1) Edema: ocorre pelo aumento da pressão hidrostática, elevando a filtração e reduzindo a reabsorção nos capilares. Pode ocorrer tanto na hiperemia ativa como na hiperemia passiva.
2) Hemorragias: pode ocorrer por diapedese ou por rex (ruptura de capilares e de pequenas vênulas). Pode ocorrer tanto na hiperemia ativa como na passiva.
3) Degenerações, necrose, hipotrofias e fibrose (associado ao quadro de estase): ocorre como resultado da redução ou interrupção do fluxo sanguíneo com consequente redução de afluxo de oxigênio e de nutrientes. Ocorre apenas na hiperemia passiva.
4) Trombose e flebectasias (varizes): ocorre por diminuição do fluxo sanguíneo e acontece apenas na hiperemia passiva.
Explique o processo da insuficiência cardíaca direita gerando congestão.
Ocorre aumento na pressão do ventrículo que acarreta redução do fluxo sanguíneo do átrio direito para o ventrículo direito. Assim, o sangue acumula no átrio direito, aumentando a pressão no átrio direito. Consequentemente, ocorre uma redução do fluxo do sangue das veias cavas para o átrio direito. Isso ocasiona aumento da pressão na circulação venosa. Esse aumento ma pressão da circulação venosa gera uma congestão do sangues mas vísceras e nos tecidos periféricos.
Indivíduo apresenta um edema confirmado pela compressão do local, observando a formação de uma cavidade. A gravidade dessa insuficiência pode ser observada por meio do tempo que a cavidade, formada pela compressão local, leva para se normalizar.
Congestão passiva hepática
1) Principal causa.
2) Consequências
1) Insuficiência cardíaca direita, levando ao aumento da pressão na veia cava inferior e consequentemente, nas veias supra-hepáticas e centrolobulares, levando dilatação destas e dos sinusóides da porção central dos lóbulos hepáticos.
2) Atrofia e desaparecimento dos hepatócitos na região centrolobular, devido a anóxica crônica ocasionada pela lentificação do fluxo sanguíneo, sendo que o pouco oxigênio ofertado é, em sua maioria, consumido pelos hepatócitos da periferia do lóbulos hepáticos. Apenas as células mais resistentes a hipóxia que sobrevivem. Ex dessas células são: células de linhagem conjuntiva, epiteliais e de Kupffer.
Na periferia dos lóbulos e nos espaços portais, os hepatócitos permanecem com aspecto normal.
Explique o processo da insuficiência cardíaca esquerda gerando congestão.
Ocorre um aumento na pressão do ventrículo esquerdo ocasionando uma redução do fluxo sanguíneo do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo. Isso leva a um aumento da pressão no átrio esquerdo, acarretando redução do fluxo sanguíneo dos vasos pulmonares com aumento da pressão na circulação pulmonar. Isso gera um extravasamento de líquido do plasma para os alvéolos e tecidos pulmonares, comprometendo as trocas gasosas.
Características na lâmina de pulmões com hiperemia passiva crônica devido a insuficiência cardíaca congestiva.
Pulmão com alvéolos parcialmente colapsados. Septos intralveolares espessados. Presença de hemossiderina (pigmento escuro), resultando do metabolismo da hemoglobina, podendo estar dispersa dentro dos alvéolos ou encontrada dentro dos macrófagos.
Características macroscópicas da hiperemia arterial ou ativa (3)
Provoca eritema com aumento do volume e avermelhamento local. Ocorre aumento da temperatura, devido a liberação de calor. As vezes, ocorre pulsação local.
Características microscópicas da hiperemia arterial ou ativa:
Situação fisiológica: presença de vasos hiperemiados/ingurgitados (repletos de sangue) com hemácias em posição periférica no fluxo laminar.
Situação patológica: também ocorre ingurgitamento vascular, no entanto, observa-se a presença de leucócitos em posição periférica do fluxo laminar (marginação, pavimentação e diapedese leucocitária) para que haja adesão, rolamento e transmigração dessas células até a região inflamada.
Hiperemia passiva, venosa ou por congestão:
1) Características macroscópicas:
2) Congestão passiva crônica:
- É Quase sempre acompanhada de ____________:
- Exemplos de órgãos afastados por essa congestão:
1) Coloração vermelho-escuro devido a presença de grande quantidade de hemoglobinas desoxigenadas ou cianose (azulado) e aumento do volume local.
2) - Edema
- Baço na esquistossomose, fígado na Insuficiência cardíaca crônica - ICC (fígado “em noz-moscada”).
Fases da congestão passiva hepática(3):
1ª fase: congestão restrita ao centro do lóbulo sem confluência dos capilares sinusóides de lóbulos vizinhos. Dilatação restrita à veia centrolobular e aos sinusóides do centro do lóbulo hepático (zona 3).
2ª fase: ocorre confluência dos vasos em estase com fusão das regiões congestão (fusão dos lóbulos hepáticos vizinhos). Nessa fase ocorre alterações macroscópicas do fígado - fígado em noz moscada. Também chamada de fase da congestão passiva crônica do fígado.
3ª fase: ocorre fibrose difusa no fígado, denominada de cirrose cardíaca. É rara, pois o paciente, normalmente morre antes de atingir essa fase.