Distúrbios Circulatórios: Embolia Flashcards
Conceito de embolia
Consiste na presença de um corpo sólido, líquido ou gasoso, denominado êmbolo, que vai ser transportado pelo sangue, podendo obstruir um vaso.
Localização mais comum de um êmbolo
- Locais onde há ramificações de um vaso, e, portanto, redução do diâmetro vascular, propiciando que o êmbolo obstrua a passagem do sangue.
1) Qual a origem mais comum de uma embolia?
2) Outras origens menos comuns de uma embolia?
1) Formação de trombo - tromboembolia.
2) Fragmento de placas ateromatosas, gotículas de lipídeos, bolhas de gás.
7 possíveis causas de formação de embolos sólidos.
Pode ocorrer a partir de:
- Trombose Venosa Profunda.
- Cateter venoso infectado.
- Deslocamento de massas metastáticas, neoplásicas, bacterianas. Ex: êmbolos tumorais que se originam em carcinomas de células renais.
- Inoculação de material estranho por injeção.
- Formação de trombos gordurosos a partir de fraturas a embolia gordurosa.
- Presença de larvas ou ovos de parasitos.
- Fragmentos de placas de ateroma que, ao cairem na corrente sanguínea podem atuar como êmbolos.
1) Qual o tipo de embolia mais comum (direta, retrógrada ou cruzada)?
2) Como ela se forma?
1) Direta.
2) Ela se forma a partir de trombos que formam êmbolos e seguem o sentido normal do fluxo sanguíneo.
Ex: tromboembolia pulmonar - formação de um trombo, por exemplo, em um membro inferior, originando êmbolos que, seguindo a corrente sanguínea, podem se instalar no pulmão.
Formação de êmbolos que se originam no coração ou na aorta - êmbolos que saem do coração e vão para o cérebro, para o rim, para o baço, para o intestino ou para membros inferiores.
1) O que é a embolia cruzada ou “paradoxal”.
2) Quando ela ocorre?
1) Consiste em uma embolia ocasionada pela saída de um embolo de uma artéria diretamente para uma veia, sem passar por capilar.
2) Ocorre quando há comunicações indevidas entre átrios ou entre ventrículos ou quando se forma uma fístula artériovenosa.
1) O que é a embolia retrógrada?
2) Dê 2 situações que envolvem a formação desse tipo de êmbolo.
1) É aquela embolia marcada pela presença de um êmbolo que percorre o sentido contrário ao fluxo da corrente sanguínea.
2) É o que se vê, por exemplo, nos êmbolos formados por ovos e larvas do schistosoma que, ao sairem da veia hepática, podem formar um êmbolo na vascularização mesentérica presente no intestino.
Esse tipo de êmbolo também pode ocorrer quando há formação de massas neoplásicas que saem, por exemplo, da próstata, e formam êmbolos em plexos hemorroidal ou no intestino grosso.
1) Qual tipo de êmbolo mais frequente (sólido, líquido ou gasoso)?
2) Qual a origem mais comum desse êmbolo?
1) Sólido
2) Formação de trombo que pode se fragmentar ou se descolar de forma integral dos vasos - tromboembolia ou embolia trombótica.
Classificação dos êmbolos líquidos.
1º Embolia amniótica: líquido amniótico é injetado na circulação venosa da mãe no momento do parto, com as contrações uterinas. Esse líquido amniótico acessaria essa circulação venosa via seios placentários que são rompidos. Consequentemente, a mãe pode ter uma coagulopatia intravascular disseminada com a deposição de material fibrinoso em capilares sanguíneos de diferentes órgãos como rim e pulmão. Isso ocorre, pois no líquido amniótico existe uma grande quantidade de trombina, favorecendo a formação de trombos.
2º Embolia lipídica ou gordurosa: é caracterizada pela presença de lipídeos na forma de êmbolos. Isso pode ocorrer em situações como: esmagamento ósseo ou do tecido adiposo, esteatose hepática mais intensa, casos de queimadura extensa de pele - por causa do panículo adiposo, nas inflamações agudas e intensas que podem atingir a medula óssea e o tecido adiposo, quando ocorre a injeção de grande volume de substâncias oleosas via endovenosa.
Também existe a embolia gordurosa que acompanha a embolia gasosa nos casos de descompressão súbita. Isso ocorre, pois o gás nitrogênio se dissolve em lipídeos em situações de maior compressão. Quando acontece uma descompressão súbita o gás nitrogênio se torna rapidamente insolúvel e rompe os adipócitos, levando a formação da embolia lipídica.
4 situações que levam a formação de êmbolo gasoso.
- Quando ocorre a injeção de ar durante as contrações uterinas.
- Quando ocorre perfuração torácica, por exemplo, no pneumotórax, ocorre aspiração de ar para os vasos rompidos.
- Formação do êmbolo gasoso nas descompressões súbitas - nitrogênio solúvel em gordura em situações de maior compressão. Com a descompressão súbita esse nitrogênio fica insolúvel, promovendo o “borbulhar” do sangue, formando bolhas de gases que funcionam como um êmbolo. Além disso, esse nitrogênio pode levar a fragmentação de gordura e promover um êmbolo gorduroso.
- Quando ocorre injeção venosa de ar em procedimentos de administração endovenosa de medicamento.
Quais são os fatores que influenciam nas consequências da embolia?
- A natureza do êmbolo: se ele é séptico (pode ocorrer nos abcessos), se ele é neoplásico, podendo promover uma metástase.
- O volume do êmbolo
- O local do êmbolo: se for em um órgão ou tecido essencial, se houver a presença ou não de circulação colateral (depende do tipo de rede vascular), se o órgão é mais vulnerável ou não a situações de hipóxia.
O que ocorre:
1) Á jusante do local do êmbolo
2) À montante do local do êmbolo
1) Ou seja, depois do local do êmbolo: pode ocorrer isquemia, gerando degenerações, hipotrofia, ou até mesmo o infarto isquêmico dependendo da intensidade.
2) Ou seja, antes do local do êmbolo: ocorre hiperemia passiva, levando ao edema, degenerações e hipotrofia, podendo levar ao infarto hemorrágico.
Tromboembolismo pulmonar (TEP):
1) Conceito
2) Epidemiologia
1) Migração de um ou mais trombos pela veias sistêmicas até chegar ao leito vascular pulmonar.
2) É uma doença de importância mundial, podendo apresentar complicações graves e potencialmente fatais a curto e longos prazos.
Possui uma mortalidade de 30% dos casos, quando não há tratamento.
Quando há tratamento, essa mortalidade pode reduzir para cerca de 2 a 8% dos casos.
Cerca de 70% das embolias pulmonares não são diagnosticadas e, portanto, permanecem sem tratamento.
Origem mais comum da Tromboembolia Pulmonar (TEP):
Origem mais comum
Trombos formados em veias profundas de membros inferiores, como as veias íleofemorais.
Acomete principalmente indivíduos acamados ou que após cirurgias ou fraturas
Tromboembolismo Pulmonar (TEP):
1) Sintomas e consequências de êmbolos grandes.
2) Consequências de êmbolos médios.
1) Em êmbolos grandes (acometem mais de 5% dos casos) o paciente pode apresentar como sintomas dispnéia, tosse, dor torácica e hipertensão arterial.
Quando mais de 60% do leito pulmonar arterial for ocluído, o quadro pode ser fatal. Nessa situação a maioria dos pacientes falecem dentro de 30 minutos após a instalação do tromboembolismo pulmonar.
2) Quando ocorrem em indivíduos saudáveis, eles se alojam em ramos pulmonares de médio calibre e podem permanecer assintomáticos, pois há muita vascularização colateral, sendo possível evitar um quadro de necrose do local obstruído.
Em pacientes cardiopatas, a pressão nas artérias pode não ser suficiente para superar o aumento da pressão nas veias pulmonares, gerado pelo êmbolo. Assim, a necrose se instala e a região necrosada possui a forma de um triângulo, quando observado em exames de imagem.
3) Podem ter consequências graves, na medida em que podem obstruir os capilares. Se essa obstrução for maior que 30% do leito pulmonar pode ocorrer hipertensão pulmonar, gerando o aspecto da cor pulmonale - dilatação do ventrículo direito, devido a hipertensão pulmonar. Os êmbolos pequenos múltiplos podem comprometer significativamente a vascularização do pulmão.