Dificuldades / Desvios na Identificação das Condições Hereditárias Flashcards
quais sao os fatores que dificultam a identificacao das condicoes hereditarias ?
- Mutações letais
- Mutações de novo
- Mosaicismo
- Heterogeneidade alélica
- Heterogeneidade génica
- Pleiotropismo
- Penetrância incompleta
- Expressividade variável
- Epistasia
- Influência do sexo
- Manifestação tardia
- Dissomia uniparental
- Antecipação
como sao as mutacoes letais ?
Nalgumas situações uma determinada mutação pode ser completamente incompatívelcom a vida, sendo que nesse caso nunca vamos encontrar essa mutação. Ou seja, são genótipos que são letais “in útero” ou que não permitem que o indivíduo cresça e se reproduza → nunca
se detetam num heredograma.
Pode originar abortos espontâneos. Há situações que há uma diferença no sexo (se for homem sobrevive se for mulher morre durante o desenvolvimento embrionário).
Ex: Incontinentia pigmenti tipo II – Só há mulheres com esta doença heterozigóticas, porque os homens (XAY) e mulheres homozigóticas (X
AXA) morrem) → esta doença é dominante.
Ex: Síndrome de Rett – Não há homens doentes, pois estes morrem.
como sao as mutacoes “de novo” ?
São mutações relativamente frequentes e que, normalmente, são dominantes.
A mutação não estava presente nem no pai nem na mãe, ou seja, nos
progenitores, mas apareceu na criança (descendente).O que fazemos é ver até que ponto a criança é filha daquele casal.
O interesse de excluir a paternidade ou maternidade deve-se ao facto de que se
realmente o filho fosse daquele pai, conseguimos ver que a probabilidade de haver outro filho doente é mínima, o que é importante para o casal.
Estas mutações podem surgir em 2 situações: durante a gametogénese (progenitor)
tanto da mãe como do pai, onde, por exemplo, incide radiação nos testículos ou ovários e, no caso da mãe, esta não terá a mutação, mas o oócito sim ou durante a embriogénese (individuo)
onde aquando do desenvolvimento embrionário, após a gametogénese, ocorreu a mutação, ou seja, a mutação não estava presente nos pais. Se a mutação for recessiva a probabilidade de acontecer nos 2 alelos é baixa, mas se for dominante irá ter mais impacto.
Para se manifestar tem de ocorrer em condições dominantes ou então ligadas ao Xrecessivas (e manifesta-se nos homens).
Ex: Acondroplasia; Neurofibromatose tipo II
como sao as mutacoes “de novo” ?
São mutações relativamente frequentes e que, normalmente, são dominantes.
A mutação não estava presente nem no pai nem na mãe, ou seja, nos
progenitores, mas apareceu na criança (descendente).O que fazemos é ver até que ponto a criança é filha daquele casal.
O interesse de excluir a paternidade ou maternidade deve-se ao facto de que se
realmente o filho fosse daquele pai, conseguimos ver que a probabilidade de haver outro filho doente é mínima, o que é importante para o casal.
Estas mutações podem surgir em 2 situações: durante a gametogénese (progenitor)
tanto da mãe como do pai, onde, por exemplo, incide radiação nos testículos ou ovários e, no caso da mãe, esta não terá a mutação, mas o oócito sim ou durante a embriogénese (individuo)
onde aquando do desenvolvimento embrionário, após a gametogénese, ocorreu a mutação, ou seja, a mutação não estava presente nos pais. Se a mutação for recessiva a probabilidade de acontecer nos 2 alelos é baixa, mas se for dominante irá ter mais impacto.
Para se manifestar tem de ocorrer em condições dominantes ou então ligadas ao Xrecessivas (e manifesta-se nos homens).
Ex: Acondroplasia; Neurofibromatose tipo II
como é o mosaicismo gonadal ou germinal ?
O termo mosaico vem dos mosaicos romanos em que se fazem desenhos com cores
criando padrões, ou seja, “algo construído com várias peças diferentes”. Em genética, um mosaico ou quimera é um individuo que é formado a partir de 2 linhas celulares diferentes, isto
é, a presença num indivíduo de células com diferente constituição genética.
Podem existir algumas espermatogónias e oócitos com a mutação e muitas sem
mutação (células germinais). A mutação pode ser transmitida, mas em geral não se manifesta no portador, pois, a maioria das células somáticas não possui a mutação.
O verdadeiro problema desta mutação é onde se vão encontrar as células mutadas, pois consoante a localização estas podem ou não atingir as gónadas. Se atingirem, a mutação é um mosaicismo gonadal/germinal, ou seja, o individuo é saudável (não manifesta a doença pois a
maior parte dos tecidos não está mutado), mas quando produz gametas estes têm a mutação e, desta forma, o individuo consegue transmitir a mutação/alelo doente.
qual a difrença entre mosaico e quimera ?
No oócito, ocorrem divisões de células e uma delas muta (por exemplodominante) e o que acontece é que na mórula
e no individuo uma parte das células são normais e outras são mutadas, ou seja, o
individuo é um mosaico, pois tem células dos 2 tipos.
A quimera acontece quando 2 oócitos e 2 espermatozoides formam 2 zigotos, que
em vez de originarem 2 gémeos independentes, vão se juntar um ao outro
(nesta altura as células são bastante cooperativas) dando origem a uma quimera.
Esta tem problemas graves quando um é feminino e outro masculino, o que se traduz numa mistura dos 2 sinais formando um
individuo com os 2 sexos, ou seja, hermafrodita. É importante realçar que isto não acontece só no caso do hermafroditismo.
qual é a diferença entre mosaicismo e mutacao de novo ?
Na mutação de novo, a probabilidade de acontecer uma segunda vez é bastante baixa, no entanto, no caso
do mosaicismo a probabilidade de acontecer outra vez é igual (assumindo que não tem os 2 alelos mutados)
como é o polialelismo ou heterogeneidade alelica ?
Estamos a assumir que o “A” ou “a” trata-se de uma mutação num determinado gene,que quando está mutado, o gene não funciona e origina doença e quando está funcional não origina doença. Assim, temos a existência de diferentes alelos com fenótipos diferentes e de
severidade variável.
Exemplo: Hemoglobina β → Temos o gene que origina a cadeia β da hemoglobina. Se a mutação for no codão 6, esta origina a anemia das células falciformes, mas se for no 9 já origina talassemia, … Logo, consoante o local da mutação, dependerá o fenótipo da doença.
Assim, as mutações provocam sempre anemias, mas todas elas são diferentes. Logo, não
podemos usar o termo “gene mutado” ou “não mutado” pois temos que especificar.
Há casos em que uma criança pode ser heterozigótica e ter simultaneamente um alelo
S (causa anemia falciforme) e no outro β talassemia, ou seja, vai ter as duas doenças.
como é a heterogeneidade genica ?
Basicamente é o oposto do polialelismo ou heterogeneidade alélica. Trata-se de uma mutação em 2 genes distintos que podem originar fenótipos idênticos, ou seja, temos a existência de fenótipos clinicamente idênticos provocados pela expressão de mutações em
diferentes genes. Normalmente são recessivas.
Ex: Albinismo → no albinismo as pessoas não produzem melanina. Podemos ter vários genesdiferentes mutados na via de produção da melanina e diferentes mutações podem originar oalbinismo (nem sempre as mutações são nos mesmos genes). O que acontece é que duas
pessoas albinas podem ter um filho normal (apesar da doença ser autossómica recessiva),
devido ao facto de a mutação poder ocorrer em vários genes.
Via de produção da melanina: Composto A → Composto B → Composto C → Melanina
Se ocorrer uma mutação do composto C para a melanina, origina albinos (aa), mas se
ocorrer do composto B para o C também será albino (bb).
Exemplo: Se eu tiver um caso de aa x bb, por exemplo, aaBB x AAbb, pode dar origem a AaBb(através do cruzamento) e, portanto, o filho será normal.
o que é a complementacao ?
2 indivíduos homozigóticos recessivos “doentes” originam um individuo de fenótipo normal heterozigótico, como o que pode acontecer no albinismo.
como é o pleiotropismo ?
Trata-se sobretudo de uma interpretação clínica. A mutação num só gene tem reflexo na expressão de vários fenótipos em diferentes órgãos, ou seja, o indivíduo pode ter todas ou
apenas uma manifestação.
Assim, há doenças que têm várias manifestações e nem sempre estas ocorrem nos
mesmos órgãos.
Exemplo: Fibrilina → gene de proteína do tecido conjuntivo. As mutações neste gene têm
consequência a nível ocular, cardiovascular e esquelético.
Construímos um heredograma de uma família e tentamos perceber que pessoas têm uma doença ocular, a fim de entender se a doença é transmissível na família. Pode haver um tio
com doença cardiovascular e um irmão com problema esquelético. Apesar de parecerem situações diferentes, estes podem ter a mesma doença, mas que originou distintas manifestações.
como é a penetrancia completa ?
É uma das dificuldades na identificação das condições hereditárias mais frequentes.
Trata-se da frequência de expressão de um alelo numa população. É dada pela proporção de indivíduos portadores do alelo que manifestam a doença.
* Penetrância completa → quando o alelo se manifesta em 100% dos indivíduos que
possuem mutação, ou seja, todas as pessoas têm a doença.
* Penetrância incompleta → apenas uma parte dos portadores do alelo expressam a doença.
A penetrância pode ser influenciada pela presença de outros genes ou por fatores
ambientais. Nem todas as pessoas que têm a mutação expressam a doença.
Face a isto podemos ter, por exemplo, um homem com 30 anos e que sofre um AVC
acabando por falecer. Nas análises verifica-se que tinha níveis altos de LDL, sugestivo de mutação. Foi feito um teste genético e a pessoa tinha, de facto, a mutação, sendo este teste importante, porque pode haver familiares, como o irmão, que tenham o mesmo risco. No caso da mãe esta vivia na serra da Lousã e trabalhava na agricultura e a senhora tinha níveis
relativamente altos de LDL, mas sem sinais de aterosclerose, ou seja, não é considerada doente para aterosclerose (penetrância incompleta).
como é a expressividade variavel ?
Quando a pessoa tem a mutação (dominante ou homozigótico recessivo) tem a doença, mas pode ter uma expressividade variável desta, ou seja, a severidade da doença em diferentes
indivíduos pode ser diferente. Por exemplo, a interação com outros genes (ter outra mutação e essa mutação faz com que a severidade da doença seja menor), ou a heterogeneidade alélica e
fatores ambientais.
Refere-se, portanto, à intensidade (severidade) com que um gene é expresso, podendovariar nos indivíduos de uma mesma família (pode-se não detetar a doença no progenitor por ter uma baixa expressividade, mas no descendente ser elevada, pelo que é detetada).
Pode dever-se a:
* Interação génica → efeito de genes modificadores
* Heterogeneidade alélica → diferentes mutações num gene podem mesmo originar
diferentes patologias (ex.: talassémias e drepanocitose)
* Fatores ambientais
como é a epistasia ?
Parecido com a interação génica na expressividade variável, e ocorre quando diferentes genes/alelos contribuem para a manifestação de uma doença. Enquanto que na interação
génica reduz-se a severidade, neste caso ela aumenta. A doença pode ter uma manifestação muito grave quando há combinação de várias mutações.
Logo, consiste na interação dos produtos de diferentes alelos de diferentes loci para a
expressão de um determinado fenótipo.
como afeta a incluencia do sexo ?
A manifestação da doença, isto é, a expressão do alelo, está dependente do sexo da
pessoa.
Pode exprimir-se como dominante num sexo e recessivo no outro: por exemplo, a calvice é bastante mais comum em homens, pois é dominante no sexo masculino e recessivo no
feminino e a sua ocorrência tem também a ver com hormonas.
Pode não se exprimir num sexo, embora seja transmitido por ambos os sexos: por
exemplo, o desenvolvimento mamário na mulher (que influencia o facto de o cancro da mama afetar mais as mulheres) e da barba no homem.