Diarreias crônicas - Diarreia inflamatória Flashcards

1
Q

A Retocolite ulcerativa é uma doença do intestino grosso. Inicia-se no reto e depois se propaga por contiguidade em direção proximal.

Extensão da doença

A
  • 40-50%: Doença limitada ao reto e sigmoide
  • 30-40%: Doença além do sigmoide, mas que poupa parte do intestino grosso
  • 20%: Pancolite
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2
Q

A RCU afeta a MUCOSA intestinal, podendo se estender à submucosa, mas poupando _____________.

A

A RCU afeta a MUCOSA intestinal, podendo se estender à submucosa, mas poupando a camada muscular.

Obs.: na RCU, a diarreia é virtualmente SEMPRE sanguinolenta (hematoquezia)

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3
Q

A Doença de Crohn afeta todo o TGI, desde a boca até o anûs; o reto é geralmente preservado. A doença é “saltatória”. Isso significa que há áreas de mucosa “doente” intercaladas com áreas normais.

Extensão da doença

A
  • 30-40%: Possuem doença limitada ao intestino delgado
  • 40-55%: Possuem doença no intestino delgado e grosso
  • 15-25%: Possuem apenas colite
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4
Q

A doença de Crohn é transmural

A

A doença de Crohn afeta toda a parede do trato gastrointestinal, desde a mucosa até a adventícia

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5
Q

Achado na colonoscopia sugestivo de:

A

Doença de Crohn

Ao se intercalar mucosa normal com úlceras, forma uma imagem chamada de “pedra em calçamento” ou “desenho de ladrilhos”

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6
Q

Microscopia patognomônica da Doença de Crohn

A

Granulomas não caseosos

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7
Q

Complicações da Doença de Crohn

A
  • Fístulas
  • Estenose
  • Abscesso
  • Doença perianal
  • Megacólon tóxico (raro)
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8
Q

Complicações da retocolite ulcerativa

A
  • Colite tóxica
  • Megacólon tóxico
  • Perfuração
  • Câncer

A principal complicação da RCU é o sangramento, que sempre está presente nas fezes (hematoquezia — sua ausência fala contra o diagnóstico de RCU).

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9
Q
  • Diagnóstico

O diagnóstico de megacólon tóxico deve ser suspeitado em todos os pacientes que apresentam distensão abdominal e diarreia aguda ou crônica.

  • Manifestação clínica do Megacólon tóxico
A

O megacólon tóxico é diagnosticado com base em sinais clínicos de toxicidade sistêmica combinada com evidências radiográficas de dilatação do cólon (diâmetro> 6 cm)

  • Diarreia, Mal-estar, Dor abdominal e distensão
  • Taquicardia, febre, hipotensão postural e distensão e sensibilidade abdominal inferior, com ou sem sinais de peritonite localizada ou generalizada.
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10
Q

Homem, 25a, em acompanhamento por retocolite ulcerativa há 5 anos, em uso de terapia biológica (anti-TNF-alfa), vem ao ambulatório com quadro de piora da diarreia, febre e mal-estar geral. Exame físico: regular estado geral; FC = 110 bpm; PA = 86 x 54 mmHg; abdome: distendido e doloroso à palpação, descompressão brusca negativa. Radiograma de abdome:

A CONDUTA É:

a) Colectomia total com ileostomia e fechamento do reto.
b) Antibioticoterapia e correção dos distúrbios hidroeletrolíticos.
c) Enterorressonância e antibioticoterapia.
d) Colectomia total com anastomose ileorretal.

A

Resposta: A

Portador de retocolite ulcerativa com quadro de megacólon tóxico (cólon com diâmetro acima de 6 cm) tem indicação expressa de cirurgia. Em vez de fazermos anastomose primária – visto que esse paciente está instável – faremos colectomia com ileostomia e sepultamento do reto.

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11
Q

DII e a complicação megacolón tóxico

A terapia inicial é de suporte. No entanto,o paciente deve ser avaliado diariamente pela equipe médica e cirúrgica.

O momento da cirurgia no megacólon tóxico ainda é uma questão controversa e varia de acordo com a etiologia subjacente do megacólon tóxico.

A

O tratamento clínico é baseado em dieta zero + SNG em sucção + hidratação + corticoterapia EV. Pacientes com megacólon tóxico relacionado à DII que não respondem aos glicocorticoides intravenosos em três dias devem receber infliximabe ou ciclosporina como terapia de segunda linha.

CIrurgia: Pacientes que não respondem a um dos agentes de segunda linha ( infliximabe ou ciclosporina ) após mais três dias precisam de cirurgia. Os pacientes que desenvolvem megacólon tóxico durante o uso de infliximabe ou ciclosporina devem ser submetidos à cirurgia sem demora.

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12
Q

Embora o megacólon tóxico seja mais comumente considerado uma complicação da DII, especialmente a colite ulcerativa e, em menor extensão, a doença de Crohn, na realidade quase qualquer condição inflamatória do cólon pode levar à dilatação tóxica.

Causas do megacólon tóxico

A
  • Inflamatório
    • Colite ulcerativa; Colite de crohn
  • Infeccioso
    • Bacteriana:​ Colite pseudomembranosa; Salmonela; Shigella; Campylobacter; Yersinia
    • Parasita: Entameba histolytica; Cryptosporidium
    • Viral: Colite CMV
  • De outros​
    • Sarcoma de Kaposi
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13
Q

Assinale a alternativa que apresenta um fator que aumenta o risco para o desenvolvimento de câncer colorretal em um paciente com retocolite ulcerativa.

a) Gravidade da doença. b) Drogas imunossupressoras.
c) Extensão da doença. d) Uso prolongado de esteroides.
e) Acometimento exclusivo do reto.

A

c) Extensão da doença.

A RCU aumenta o risco de câncer colorretal por conta do processo inflamatório crônico que acomete a mucosa do intestino grosso, o qual pode gerar displasia progressiva culminando em neoplasia após alguns anos. Quanto mais duradoura e, principalmente, quanto mais EXTENSA for a doença, maior a chance de câncer. Entenda que na doença extensa (ex.: “pancolite”), existe muito mais mucosa sendo afetada, o que aumenta a chance de surgir, em algum local, o processo de transformação neoplásica.

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14
Q

Manifestações extraintestinais que independem da DII

A
  • Espondilite anquilosante
  • Sacroileíte
  • Colangite esclerosante
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15
Q

Manifestações extraintestinais que variam com a atividade da DII

A
  • Artrite ⇒ mais comum na DC e piora com a exarcebações da atividade intestinal
  • Eritema nodoso
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16
Q

Podem variar ou não com a atividade da DII

A
  • Pioderma gangrenoso
  • Sintomas oculares
17
Q

Uma mulher de 30 anos de idade, com Retocolite Ulcerativa (RCUI) desenvolveu uma úlcera escavada inflamatória na perna esquerda. O diagnóstico mais provável é:

a) Gangrena.
b) Úlcera de estase.
c) Sarcoma de Kaposi.
d) Pioderma gangrenoso.
e) Necrobiose lipídica diabética.

A

Letra D) Pioderma gangrenoso

Temos aqui uma paciente portadora de RCU com lesão dermatológica ulcerada. Se você voltar ao que acabamos de ver sobre as alterações dermatológicas em portadores de DII, recordará que as duas principais manifestações são o eritema nodoso e o pioderma gangrenoso. Pelo aspecto descrito: ÚLCERA + RCU, temos de ficar obrigatoriamente com a letra D!

18
Q

Quando a doença de Crohn é restrita ao cólon, pode haver dificuldade no diagnóstico diferencial com retocolite ulcerativa. O achado sugestivo de retocolite ulcerativa:

a) Lesões salteadas.
b) Acometimento transmural.
c) Granulomas.
d) P-ANCA.

A

Lesões salteadas (isto é, descontínuas na mucosa), acometimento transmural e formação de granulomas não caseosos, TODOS são achados característicos da doença de Crohn, que auxiliam no diagnóstico diferencial com RCU nos casos em que a doença encontra-se restrita ao cólon… Dos marcadores sorológicos que podem auxiliar nesta diferenciação, sabemos que um p-ANCA positivo com ASCA negativo é mais compatível com o diagnóstico de RCU, ao passo que o contrário, isto é, p-ANCA negativo com ASCA positivo, é mais sugestivo de Crohn…
- ASCA = Sim Crohn; ANCA = Não Crohn.

19
Q

Tratamento clínico da DII

O tratamento irá variar principalmente com a gravidade do quadro e possui duas modalidades: indução da remissão e da manutenção

  • Doença leve a moderada
A

5-ASA (aminossalicilatos): Sulfassalazina.

Não é administrado sozinho, pois seria absorvido no TGI superior e não atingira seu local de ação.

Sulfapiridina + Sulfassalazina

Os aminossalicilatos sem sulfa ⇩ efeitos adversos, são: Mesalamina (ou mesalazina)

20
Q

Tratamento clínico da DII

O tratamento irá variar principalmente com a gravidade do quadro e possui duas modalidades: indução da remissão e da manutenção

  • Doença moderada a grave
A

iNDUÇÃO A REMISSÃO:

  • Corticoide Via oral
  • Enemas e espuma de hidrocortisona são eficazes para doença do cólon distal.

​TERAPIA DE MANUTENÇÃO:

  • Imunomoduladores: Azatioprina e 6-mercaptopurina
    • Metotrexate é reservado aos pacientes que não toleram azatioprina e a 6-mercaptopurina
21
Q

No tratamento dos pacientes com doença de Crohn, os que mais se beneficiam com o uso de antibióticos, são aqueles com acometimento do:

a) Ceco.
b) Sigmoide.

c) Canal anal.
d) Íleo terminal.

A

Resposta: C.

Os antibióticos não desempenham papel significativo no tratamento da RCU ativa ou quiescente, mas a doença de Crohn (com fístulas, abscessos e perianal) é uma indicação clássica do uso de antibióticos!

22
Q

Tratamento cirúrgico na Retocolite ulcerativa

As 4 grandes indicações:

Obs.: “A colectomia na RCU é RCUrativa”

A

(1) Doença refratária ao tratamento clínico (principal indicação): Deve ser considerada também naqueles com doença extracolônica significativa e refratária.
(2) Displasia / Carcinoma
(3) Colite fulminante refratária e megacólon tóxico.
(4) Sangramento colônico maciço (incomum, < 5%).

23
Q

Assinale a alternativa que corresponde à indicação de colectomia na colite ulcerativa:
I - Associação com colangite esclerosante primária progredindo para cirrose.
II - Displasia-carcinoma.
III - Sangramento colônico maciço.
a) Apenas I. b) Apenas II.
c) Apenas III. d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

A

Opção D correta.

A colangite esclerosante não melhora com a redução da atividade da RCU, nem com a cirurgia.

24
Q

Tratamento cirúrgico da DC

“A cirurgia em CROHN é para as CROHNplicações”

A
  • Obstrução intestinal;
  • Perfuração intestinal com formação de fístula, abscesso ou perfuração livre;
  • Hemorragia gastrointestinal (maciça);
  • Complicações urológicas (ex.: obstrução ureteral);
  • Falência ou intolerância ao tratamento com corticoides;
  • Doença perianal persistente;
  • Câncer;
  • Megacólon tóxico;
  • Crianças com retardo do crescimento.
25
Q
A
26
Q

Principais diferenças entre RCU e DC

A
27
Q

Homem, 38 anos, refere diarreia há três semanas, média de 10 evacuações diárias, com sangue, muco e pus, além de tenesmo e febre. Exame físico: abdome difusamente doloroso com RHA presentes, sem sinais de irritação peritoneal. PA: 130 x 60 mmHg e FC: 100 bpm. Exames laboratoriais: Hb: 9,5 g/dL; HT: 28%; leucócitos: 12.000/mm³, sem desvio à esquerda; VHS: 68 mm/1ª hora; PCR: 15 mg/dL. Exame de fezes: presença de leucócitos, sangue e gordura. Radiografia de abdome: sem alterações. Colonoscopia: mucosa sangrante ao toque do aparelho e múltiplas erosões contínuas em todo o cólon. Íleo terminal normal. Qual é a conduta mais adequada?

a) Azatioprina. b) Metotrexato.
c) Hidrocortisona. d) Mesalazina.

A

Resposta correta: alternativa C.

Paciente jovem com quadro grave de diarreia inflamatória, com tenesmo e febre. Temos ainda anemia e marcadores inflamatórios elevados (VHS, PCR, leucócitos). Para completar o quadro, temos uma colonoscopia que revela erosões contínuas em todo o cólon, com íleo terminal normal. Todas essas informações são muito características da Retocolite Ulcerativa (RCU). O paciente da questão apresenta uma forma de moderada a grave da doença, cuja base do tratamento é o corticoide, com objetivo de levar o quadro à remissão. Podemos utilizar prednisona por via oral ou hidrocortisona por via parenteral. Também é possível utilizar enemas de hidrocortisona para doenças do cólon distal.

28
Q

Paciente de 33 anos de idade com doença de Crohn (DC) tem tido uma resposta negativa da doença com o uso de glicocorticoides e agentes 5-ASA. Ele não tem nenhuma doença hepática ou renal. Você prescreve metotrexato. Além da monitorização da função hepática e hemograma completo, sobre que outras complicações da terapia com metotrexato você alerta o paciente?

a) Linfoma. b) Pneumonite.
c) Pancreatite. d) Histoplasmose disseminada.
e) Colangite esclerosante primária.

A

A melhor resposta é, realmente, a opção B.

Aprenda com a questão: entre as complicações mais comuns do tratamento com Metotrexate (MTX) em baixas doses, como utilizado na doença de Crohn, encontramos depressão medular (pancitopenia), mucosite, diarreia (“menos pior” que a da doença, evidentemente), náusea, vômitos, hepatite, pneumonite, dermatite e alopecia. É recomendável que esses pacientes façam uma radiografia de tórax de “base” (antes do início da droga) e sejam monitorados com função hepática e hemograma a cada quatro a oito semanas. Além disso, devem receber reposição de ácido fólico ou ácido folínico, uma vez que o MTX inibe a di-hidrofolato redutase. Embora haja um potencial aumento do risco de doenças linfoproliferativas e infecções oportunistas, esses geralmente ocorrem com terapia a longo prazo, e não são uma preocupação para este paciente AGORA.

29
Q

Qual formas de DII aumentam o risco de câncer colorretal

A

Ambas

Mas esse aumento é maior na RCU (justamente por causa da inflamação mucosa mais acentuada).