Conflitos intergrupais Flashcards
Tipos de conflito (4)
- interesses divergentes
- competição
- domínio/submissão
- preconceito e discriminação
Para explicar os conflitos intergrupais temos teorias…
focadas no indivíduo e com base nos grupos
Teoria da frustração-agressão
(focada no indivíduo) Psicanalítica. Pressupõe: 1. uma frustração 2. necessidade a compensar agredindo outro (geralmente com menos poder)
Teoria da frustração-agressão: críticas (3)
- não explica os conflitos intergrupais
- não é sempre necessária uma frustração
- não explica o bode expiatório
Teoria da personalidade autoritária (e caraterísticas da personalidade)
(focada no indivíduo)
Há indivíduos mais autoritários do que outros e portanto com maior propensão a criar conflitos:
- pró hierarquias, ordem social e obediência
- necessidade de bodes expiatórios
Teoria da personalidade autoritária: crítica + Pettigrew (1958)
não explica os conflitos intergrupais
Pettigrew mostrou que a personalidade pode ter impacto mas é preciso que haja todo um contexto que crie oportunidade de conflito
Teoria do espírito fechado
(focada no indivíduo)
Diz que o problema não é da personalidade autoritária mas sim da inflexibilidade cognitiva (resistência à mudança, impermeável a nova informação) que facilita o desacordo.
Teoria do espírito fechado: pressupões outras teorias como… (3)
- teoria do autoritarismo
- teoria da dominância social
- teoria da justificação do sistema
Pressupostos da Teoria do Espírito Fechado: teoria do autoritarismo
tendência para obedecerem a normas e autoridade e punir desviantes
Pressupostos da Teoria do Espírito Fechado: Teoria da dominância social
ideologia diferenciadora de que há grupos mais merecedores que outros, legitimando as desigualdades
Pressupostos da Teoria do Espírito Fechado: teoria da justificação do sistema
crença pessoal de que o mundo e o sistema são justos e portanto as suas consequências são legitimadas
Teoria da privação relativa
(baseada nos grupos)
Diz que não é a personalidade nem a frustração, mas sim a comparação entre o que se tem e o que se acha que deveria ter - divergência que traz perceção de injustiça (greve dos oficiais superiores em tempos de guerra)
Teoria da privação relativa: tipos de privação
- privação fraterna (grupo versus grupo equiparado)
- privação egoísta (comparação com a situação ideal)
A (…) está presente em quase todos os artigos científicos para justificar a ação coletiva (como greves, boicotes, petições…)
privação relativa
Teoria do conflito realista entre grupos (Sherif) diz que independentemente da personalidade o conflito cria-se com… (3)
- a escassez de um recurso (competição)
- ausência de regras mínimas para atenuar conflitos
- identidades grupais fortes
Teoria do conflito realista entre grupos: passos da experiência de Sherif
- interação entre todos
- separação de melhores amigos (2 camaratas)
- atividades de dinâmica intra-grupal
- torneios competitivos inter-grupais
Nas dinâmicas intra-grupais da experiência de Sherif, o autor percebeu que as lideranças…
não são propriamente caraterísticas da personalidade, ainda que possa haver uma tendência, mas sim resultado do contexto (diferentes contextos geravam diferentes líderes)
Teoria da identidade social/grupos mínimos (Tajfel) (2 aspetos)
Diz que não é necessários os elementos conhecerem-se para que se crie um grupo - este é uma conceção psicológica com critérios internos e consenso externo.
O grupo não está cristalizado mas sim é o contexto que pede a sua evidência.
Teoria da identidade social/grupos mínimos: experiência de Tajfel e processos fundamentais (3)
Dividiu 2 grupos aleatórios em Klee versus Kadinsky e pediu que atribuíssem dinheiro a cada grupo (elementos desconhecidos entre si). Encontrou 3 processos fundamentais: - acentuação percetiva - desindividualização - favoritismo endogrupal
experiência de Tajfel e processos fundamentais: acentuação percetiva
os indivíduos passam a percecionar-se como mais indênticos aos do mesmo grupo e mais diferentes dos do outro grupo
experiência de Tajfel e processos fundamentais: desindividualização
semelhança intragrupo em relação ao protótipo; a pessoa passa a ser representativa do mesmo grupo
experiência de Tajfel e processos fundamentais: favoritismo endogrupal
atribuíram mais recursos ao próprio grupo ao percecionarem caraterísticas mais positivas/superiores.
Comparação social negativa: qual a estratégia e a tática quando os grupos têm fronteiras permeáveis?
Mobilidade individual - ingresso num exogrupo superior
Comparação social negativa: qual a estratégia e a tática quando os grupos têm fronteiras impermeáveis e não existem alternativas de estatuto? (Tajfel fala de 2 exemplos particulares)
Criatividade social - redifinição do contexto para se tornar mais favorável no endogrupo.
Tajfel menciona:
i. escolha de alternativas para alcançar comparação favorável (ex. prisioneiros da experiência de Zimbardo chibam-se aos guardas)
ii. comparação a outros grupos mais desfavoráveis ainda
Comparação social negativa: qual a estratégia e a tática quando os grupos têm fronteiras impermeáveis e há possibilidade de alteração do estatuto grupal?
Competição social - ação concreta como guerra, revolução, etc.
Allport distingue 2 grandes tipos de discriminação…
flagrante e subtil (este último ocorre quando há um comportamento discriminatório mas a pessoa não o reconhece como tal)
(estudo do pedido de ajuda a liberais e conservadores nos EUA)
Racismo aversivo
Simpatizam com as causas dos oprimidos, mas expressa-se quando membros de grupos vulneráveis falham e são extermamente culpabilizados (muito mais do que se a falha viesse de um membro do grupo dominante)
Racismo moderno e simbólico
Considera que os grupos menos dominantes são demasiado protegidos e pressionam demaisado para alcançar a igualdade.
Acreditam na meritocracia e não reconhecem o enviesamento do sistema (logo menos dominância = menos merecimento)
Preconceito subtil: o que carateriza (3)
- adesão a valores tradicionais; membros de grupos dominados devem assimilar-se e não integrar-se
- acentuam fortemente as diferenças culturais (hierarquização cultural)
- recusa de expressão de emoções positivas face ao exogrupo (como empatia)
A infra-humanização, essencialização e naturalização atribuem-se…
traços que acreditam ser positivos mas menos socialmente valorizados aos exogrupos.
Infra-humanização (experiência de Leyes)
Os participantes (sem saberem) construíram uma escala de traços animais e humanos, positivos e negativos. Atribuíram traços mais humanos ao endogrupo e mais animais ao exogrupo (ainda que balanceado com negativos e positivos)
Essencialização difere da infra-humanização por…
os grupos sociais dominados não terem traços animais mas sim “naturais”, menos civilizados e sofisticados.
Modelo da descategorização (Brewer e Miller, 1984)
O combate à discriminação passa por descategorizar: não salientar categorias, tornar mais paritárias as relações, eliminar fronteiras e enviesamento endogrupal e acentuar as semelhanças.
Dentro do modelo da descategorização (Brewer e Miller, 1984) Sherif propõe o conceito de…
objetivos supraordenados: importância de desenvolver objetivos que apenas possam ser alcançados por cooperação ao invés da competição.
Modelo da mútua diferenciação intergrupal (Hewstone e Brown, 1986)
Há um incentivo à manutenção da categorização social e à criação de contextos de interdependência.
Diz que o contacto entre grupos gera ansiedade e perceção de ameaça, pelo que dando oportunidade de cooperação tal diminui.
Modelo da identidade endogrupal comum (Gaertner, 2000)
Diz que o importante é a criação de novas categorias.
Defende que o indivíduo só consegue ter saliente 1 categoria de cada vez, pelo que o autor defende criar-se uma categoria igualitária às outras.
Um dos problemas do modelo da identidade endogrupal comum (Gaertner, 2000) é que …
a recategorização é difícil quando os grupos têm estatutos de poder diferentes.
No seguimento do modelo da identidade endogrupal comum de Gaertner (2000), Rivera e Carson (2015) defendem…
a recategorização para uma saliência de identidade global.
No seguimento do modelo da identidade endogrupal, surge o modelo da projeção endogrupal (Mummendey e Wenzel, 1999) que diz que…
tende-se a imprimir traços endogrupais à categoria supraordenada inclusiva o que tem 2 consequências:
- negativa: o exogrupo é menos “típico” do categoria supraordenada
- positiva: o exogrupo não é percebido tão negativamente devido à perceção de assimilação
Modelo da dupla identidade (Gaertner e Dovidio, 2000)
Diz que podemos ter saliente 2 categorias/identidades na mente: uma endogrupal + 1 mais supraordenada.
Esta última observa os exogrupos mais positivamente.
No seguimento do modelo da dupla identidade, Pettigew diz que para que haja a dupla-identidade é necessário que… (3)
3 processos:
1- descategorização (diminuir a ansiedade endogrupal)
2- saliência categorial (diminuir a probabilidade de preconceito)
3-recategorização (saliência da identidade comum)
Pettigrew diz que há outras necessidades para que o contacto entre grupos seja positivo, para além da gestão da identidade social (4)
- paridade de estatuto dos grupos (não haver dominância)
- comunalidade de objetivos (como os supraordenados de Sherif)
- apoio social/institucional (normas de igualdade, tolerância zero para a discriminação…)
- saliência e reforço dos direitos humanos