Clínica Flashcards

1
Q

PROCESSAMENTO

Tipos de processamento dos hemocomponentes e suas indicações

A

Desleucocitação:
- Remoção dos leucócitos
- Regime de transfusão crônica (evitar formação de HLAs, o que poderia causar refratariedade à transfusão de PLQTs E maior risco de RFNH E rejeição à TMO)
- Antecedente de reação febril não hemolítica (que é mediada pela destruição dos leucócitos presentes na bolsa)

Irradiação:
- Inativação dos linfócitos para evitar a doença enxerto vs hospedeiro transfusional - reação ocorre 30 dias após transfusão, com elevada mortalidade
- Transplante de MO ou órgão sólido / Quimioterapia / Imunodeficiência
- Doador familiar

Lavagem:
- Remoção das proteínas imunogênicas
- Antecedente de reação anafilática à transfusão / Deficiência de IgA

CH fenotipado:
- Seleção de hemácias compatíveis nos principais grupos sanguíneos imunogênicos
- Regime de transfusão crônica (evitar reações hemolíticas futuras)

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2
Q

REAÇÕES TRANSFUSIONAIS

Reação febril não hemolítica, reação hemolítica e contaminação bacteriana

A
  • Todas cursam com febre, de modo que é preciso interromper a transfusão e colher exames (provas de hemólise, hemocultura e cultura do componente)

RFNH:
- Citocinas e marcadores inflamatórios acumuladas no hemocomponente durante o tempo em que ficou armazenado + reação entre anticorpos do receptor e leucócitos do hemocomponente, com liberação de citocinas
- Febre, náusea, mal estar

RH:
- Febre, dor abdominal, hemoglobinúria, instabilidade hemodinâmica
- Provas de hemólise aumentadas

CB:
- Mais comum no CP - maior temperatura de armazenamento (22 C)
- Febre, instabilidade hemodinâmica
- Hemocultura e cultura de bolsa positivas

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3
Q

REAÇÕES TRANSFUSIONAIS

TACO e TRALI

A

TACO:
- IC secundária à sobrecarga volêmica da transfusão
- EAP, turgência jugular, edema MMII
- Cardiomegalia ao RX, disfunção diastólica no ecocardio, BNP aumentado
- Idosos, cardiopatas, após transfusão de muitos concentrados

TRALI:
- Edema pulmonar inflamatório em até 6h após início da transfusão (parecido com SARA)
- IRespA não explicada por sobrecarga volêmica
- O doador do hemocomponente não poderá mais doar!

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4
Q

COBRA

Clínica

A

=> BOTRÓPICO (jararaca)
- Ação local (necrose, edema, bolha)
- Coagulopatia

=> LAQUÉTICO (surucucu)
- Ação local (necrose, edema, bolha)
- Coagulopatia
- Ativação parassimpática (bradicardia, hipotensão, sialorreia)

=> CROTÁLICA (cascalvel) = mais letal
- SEM ação local
- Coagulopatia
- Miastenia
- Rabdomiólise causando IRA (principal causa de morte)

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5
Q

COBRA

Tratamento

A
  • Lavar com água e sabão
  • Antitetânica (sempre)
  • Soroterapia (sempre!):
    -> assintomático = 4 ampolas
    -> sintomas locais = 8 ampolas
    -> sintomas sistêmicos ou locais graves = 12 ampolas
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6
Q

ARANHA

Clínica e tratamento

A

=> LOXOSCELES (marrom)
- Lesão tardia (várias horas até 3 dias após)
- Placa marmórea: base eritematosa com necrose central e áreas violáceas

=> ARMADEIRA
- Lesão imediata
- Dor, eritema, edema, parestesia, sudorese local

=> Tratamento:
- Casos leves = sem soro
- Casos sistêmicos sem hemólise = 5 ampolas
- Casos sistêmicos com hemólise = 10 ampolas
-> diferente das cobras, o soro não é indicado sempre

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7
Q

ESCORPIÃO

Clínica e tratamento

A

=> Clínica:
- Dor, eritema, edema, sudorese local
- vômitos, tremor, arritmia, cardiodepressão
- SEM coagulopatia

=> Tratamento:
- Casos leves = sem soro
- Casos sistêmicos moderados = 3 ampolas
- Casos sistêmicos graves = 6 ampolas

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8
Q

TOXÍNDROMES

Adrenérgica, serotoninérgica e anticolinérgica

A

=> Comum:
- Midríase
- Taquicardia
- Hipertensão

=> Adrenérgica:
- Sudorese
-> cocaína
-> manejo = benzodiazepínico

=> Serotoninérgica:
- Hiperreflexia e clônus
-> ISRS +/- duais, tricíclicos, tramadol, ondansetrona
-> manejo = benzodiazepínico

=> Anticolinérgica
- Pele e mucosas secas
- QT prolongado e QRS alargado
-> tricíclicos
-> manejo = bicarbonato de sódio

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9
Q

TOXÍNDROMES

Colinérgica e opioides

A

=> COMUM:
- Miose

=> Colinérgica:
- Sialorreia, broncorreia, vômitos, diarreia
-> organofosforados
-> antídoto = atropina

=> Opioides:
- Hipotensão, bradicardia
-> antídoto = naloxona

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10
Q

INTOXICAÇÕES

Pupila normal e indicações de BIC

A

=> AAS:
- Acidose metabólica de AG aumentado

=> Álcool tóxico (etilenoglicol, metanol)
- Acidose metabólica de AG aumentado
- GAP osmolar aumentado (osmolaridade da gaso - osmolaridade real)
- Neurite óptica (metanol)
- Oxalato de cálcio na urina (etilenoglicol)
-> antídoto = etanol EV

=> INDICAÇÕES DE BIC:
- acidose metabólica (intoxicação por AAS)
- QRS alargado ou arritmias ventriculares (intoxicação por tricíclicos)

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11
Q

NEUROLÉPTICA

Síndrome neuroléptica maligna

A

=> Clínica:
- Sintomas 3 dias após início de antipsicóticos
- Rigidez muscular e rabdomiólise
- Hipertermia
- Confusão mental
- Taquicardia, taquipneia, hipertensão

=> Tratamento:
- Suspender o antipsicótico
- Antídoto = dantrolene (ou bromocriptina)

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12
Q

HIPONATREMIA

Correção

A

=> Sintomas graves (convulsão, coma, esturpor) OU quadro agudo (< 48h):
- NaCl 3% 150 mL em 20 min (pode repetir até 2x)
- Medir Na após 20 min da infusão -> a meta é aumentar 5 mmol (apenas tirar da urgência!)

=> Sintomas leves E quadro crônico:
- Aumentar no máximo 8-10 mmol/dia
- Restrição hídrica se normo/hipervolêmico
- Expansão com solução isotônica em hipovolemia

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13
Q

SCA

Contraindicações às medicações na SCA

A

=> NITRATO
- sildenafil / tadalafila
- infarto de VD
- hipotensão

=> BETABLOQUEADOR
- bloqueio atrioventricular
- hipotensão

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14
Q

HIV

Sintomas neurológicos no HIV

A

=> MENINGITE
- Tuberculose
-> linfomono / BAAR, cultura, TRM-TB (baixa sensibilidade)
- Neurocriptococose
-> cefaleia intensa, alta pressão liquórica / tinta da China, látex
- Neurossífilis

=> DÉFICIT FOCAL
- Neurotoxo
-> realce anelar com edema perilesional / sorologia / PCR no líquor
- Linfoma primário SNC
-> diagnóstico diferencial de neurotoxo, suspeitar quando a possível neurotoxo não melhora com tratamento empírico / imunofenotipagem, PCR de EBV no LCR
- LEMP

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15
Q

EAP

Consideração sobre furosemida e volemia

A
  • A furosemida NÃO é obrigatória no EAP
    -> aliás, a maior parte dos pacientes não precisa, pois se encontram normo ou hipovolêmicos
  • Se paciente com EAP e hipervolêmico = suspeitar de IRA assocaida!
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16
Q

FASCEÍTE NECROTIZANTE

Clínica e tratamento

A

=> CLÍNICA:
- fatores de risco: diabéticos, etilistas, imunossuprimidos, usuários de drogas EV
- inicial: eritema, edema e dor desproporcional ao exame físico
- rápida evolução para bolhas hemorrágicas, áreas de necrose e pontos de crepitação (produção gasosa)
- sinais sistêmicos de toxemia (febre, taquicardia, hipotensão)

=> DIAGNÓSTICO:
- clínico
-> a TC pode ajudar no diagnóstico, mas não deve atrasar o tratamento

=> TRATAMENTO:
- ATB com cefepime/tazocin + vancomicina
- desbridamento cirúrgico

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17
Q

PAV

Clínica e tratamento

A

=> CLÍNICA:
- 48h+ de ventilação mecânica
- infiltrado pulmonar novo/progressivo
- febre, taquicardia, leucocitose
- piora dos parâmetros ventilatórios

=> TRATAMENTO:
- colher HMC e aspirado traqueal
- ATB empírico:
-> sem fator de risco: tazocin / cefepime +/- vancomicina
-> com fator de risco (ATB EV nos últimos 3 meses, internação recente, choque séptico): meropenem + vancomicina

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18
Q

DEMÊNCIAS

Conceitos e investigação inicial

A

=> CONCEITOS:
- Declínio cognitivo subjetivo: queixa, mas teste normal
- Comprometimento cognitivo leve: queixa + teste alterado, porém sem limitação de funcionalidade
- Demência: queixa + teste alterado, com limitação de funcionalidade (dependência para atividades diárias)

=> INVESTIGAÇÃO INICIAL:
- Testes para confirmação: minimental, MOCHA, fluência verbal, teste do relógio
- TSH, sífilis, vitamina B12, HMG, função renal, eletrólitos

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19
Q

DEMÊNCIAS

Pontos-chave das principais causas

A

=> ALZHEIMER:
- perda de memória
- atrofia hipocampal
- proteínas Tau (aumentada) e beta-amiloide (reduzida) no LCR

=> CORPOS DE LEWY:
- alucinações visoespaciais e flutuação
- parkinsonismo (bradicinesia, rigidez, tremor em repouso)
- sintomas motores concomitantes ou poucos anos antes da demência

=> PARKISON:
- semelhante à de Lewy, com a diferença de sintomas motores intensos e muitos anos antes da demência

=> HIDROCEFALIA DE PRESSÃO NORMAL
- tríade: demência + ataxia + incontinência urinária

=> FRONTOTEMPORAL:
- corportamento socialmente inadequado
- afasia

=> VASCULAR:
- alto risco cardiovascular

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20
Q

ICFER

Manejo ambulatorial

A

=> INÍCIO:
- Betabloqueador (bisoprolol, metoprolol e carvedilol)
-> carvedilol 3,125 mg 12/12h –> titular a cada 2 sem até alvo de 25 mg 12/12h (ou 50 mg 12/12h se > 80 kg)
-> asma e DPOC não são contraindicações, mas se prefere BB cardiosseletivo (bisoprolol)
-> fazer ECG antes de iniciar (bloqueio atrioventricular é contraindicação)
- IECA
-> enalapril 2,5 mg 12/12h –> tutular a cada 2 sem até alvo de 10 mg 12/12h
-> dosar K e TFG antes e depois da introdução

=> SE MANTIVER SINTOMÁTICO:
- espironolactona
-> 25 mg/d –> titular até 50 mg/d
-> dosar K antes e depois da introdução

=> SE MANTIVER SINTOMÁTICO:
- suspender IECA e introduzir sacubitril-valsartana
-> introduzir apenas 36h após suspensão
-> 24/26 mg 12/12h –> titular a cada 2 sem até 97/103 mg 12/12h

=> SE MANTIVER SINTOMÁTICO:
- dapaglifozina 10 mg/d

[ESse Só Depois]

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21
Q

DIGITAL

Intoxicação digitálica

A
  • Náuseas, vômitos, dor abdominal
  • Confusão mental
  • Redução da acuidade visual e xantopsia
  • Bradicardia e ECG em colher de pedreiro
  • Hipercalemia
    -> importante: a intoxicação por si causa hipercalemia, mas um fator de risco que favorece a intoxicação é paciente previamente hipocalêmico!
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22
Q

TREMENS

Abstinência alcoólica

A

=> CLÍNICA:
- taquicardia, hipertensão, tremor, sudorese
- alucinações
- convulsão

=> TRATAMENTO:
- diazepam 10 mg -> repetir a cada 10 min até paciente calmo e alerta
-> titular dose com base na escala CIWA-Ar
- se refratário: propofol ou fenobarbital (necessidade de ventilação mecânica)

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23
Q

MORDEDURA

Bactéria da cavidade oral de cachorro e ATB

A
  • bactéria: Pasteurella
  • ATB: Amox-clav (leves) ou pipe-tazo (graves)
  • Indicações:
    -> sinais de infecção
    -> mãos, face
    -> profundas
    -> imunossuprimidos/asplênicos
    -> necessidade de sutura
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24
Q

MNT

Clínica, diagnóstico e tratamento

A
  • clínica de TB -> em geral, faz o diagnóstico investigando TB, com resultado de MNT na cultura (ou BAAR positivo com TRM-TM negativo)
  • diagnóstico: 2 escarros positivos OU 1 LBA
  • trata apenas se microrganismo patogênico = Mycobacterium avium, abscessus, kansaii
    -> há várias outros exemplos de MNT, mas em sua maioria são NÃO patogênicas, de forma que não necessitam de tratamento
  • tratamento normalmente prolongado, eventualmente ad eternum (R + I + E + claritromicina +/- amicacina)
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25
Q

MIASTENIA

Sintomas, diagnóstico, tratamento e investigação adicional

A

Fisiopatologia:
- Auto-anticorpos contra receptores colinérgicos da membrana pós-sináptica

Sintomas:
- Fraqueza muscular com piora ao final do dia e após repetição (piscar 100 vezes, manter o olhar para cima por 1 min)

Diagnóstico:
- Dosagem de auto-anticorpos anti-receptor de acetilcolina
- Eletroneuromiografia (disfunção pós-sináptica)

Tratamento:
- Piridostigmina (inibidor da acetilcolinesterase) +/- corticoide

Investigação adicional:
- Imagem de mediastino anterior -> a causa secundária mais comum é timoma!

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26
Q

DRESS

Suspeita e medicamentos associados

A

Suspeita:
- Rash cutâneo (exantema, urticária)
- Febre
- Linfonodomegalia
- Eosinofilia
- Hepatite (aumento de AST e ALT)
- Injúria renal aguda
-> critérios regiSCAR

Medicamentos:
- ATB (amoxicilina, cefalexina)
- Anticonvulsivante (fenitoína, carbamazepina)
- Alopurinol
-> 2-8 sem após

Tratamento:
- Suspender medicação suspeita
- Prednisona 0,5-1 mg/kg/d até melhora

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27
Q

MENINGITE
Indicação e dose de corticoide na meningite

A

Indicação:
- Meningite apenas por pneumococo
-> na prática, como a cultura sai depois do tratamento, faz dexametasona pra toda meningite e suspende se GRAM/cultura compatível para outro microrganismo

Dose:
- Dexametasona 10 mg 6/6h por 4 dias
-> primeira dose alguns minutos antes ou durante a primeira dose do ATB

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28
Q

ANESTÉSICOS LOCAIS

Dose máxima de lidocaína e bupivacaína

A

Lidocaína:
- sem vaso: 5 mg/kg
- com vaso: 7 mg/kg
=> máximo de 300 mg (independente do peso)

Bupivacaína:
- sem vaso: 2 mg/kg
- com vaso: 3 mg/kg

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29
Q

PRÓTESE VALVAR

Tipos e diferenças

A

Biológica:
- menor durabilidade
- sem necessidade de anticoagulação
=> indicada para idosos OU contraindicação à anticoagulação (desejo gestacional)

Metálica:
- maior durabilidade
- necessidade de anticoagulação (apenas com varfarina!)
=> indicado para jovens

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30
Q

TROMBÓLISE

Contraindicações

A
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31
Q

RAMSAY-HUNT

Quadro clínico

A

Herpes-zoster acometendo canal auditivo + diplopia por paralisia facial periférica

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32
Q

REALIMENTAÇÃO

Clínica e laboratório

A

Fator de risco:
- Etilismo e desnutrição
- Aporte nutricional elevado rapidamente

Alterações:
- Hipo P, K, Mg
- Insuficiência cardiaca
- Rabdomiólise
- Edema

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33
Q

HANSENÍASE

Diagnóstico e tipos

A

Diagnóstico (1 dos 3):
- lesão de pele com hipossensibilidade (térmica -> álgica -> tátil)
- espessamento de nervo com alteração de sensibilidade
- baciloscopia positiva (biópsia da lesão ou lóbulo da orelha)

Tipos:
- indeterminado: manchas hipocrômicas
- tuberculoide: placas eritematosas bem delimitadas e em menor número
- virchowiana: lesões infiltrativas e múltiplas
- dimorfa: placas eritematosas mal delimitadas e em maior número
-> baciloscopia negativa = tuberculoide e indeterminada
-> baciloscopia positiva = virchowiana e dimorfa

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34
Q

HANSENÍASE

Tratamento e manejo de contactantes

A

Tratamento:
- Dapsona + rifampicina + clofazimina
-> 6-9 meses se paucibacilar
-> 12-18 meses se multibacilar
- multibacilar: 6+ lesões E/OU 2+ nervos E/OU baciloscopia positiva
- paucibacilar: =< 5 lesões E até 1 nervo E baciloscopia negativa
=> pode tratar mesmo durante gestação/amamentação

Contactantes:
- sintomático = tratar
- assintomático = nova dose de BCG

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35
Q

MEGACÓLON TÓXICO

Suspeita e manejo

A

Fisiopatologia:
- Inflamação do TGI causando distensão do cólon (por perda do tônus) e toxicidade sistêmica
- Causas: DII, Clostridioides difficile

Achados clínico-laboratoriais:
- Diarreia sanguinolenta
- Distensão abdominal com cólon > 6 cm
- Taquicardia (> 120 bpm), hipotensão, redução do nível de consciência
- Febre (> 38,5), anemia e leucocitose
- Desidratação e DHE

Tratamento:
- Jejum, expansão volêmica e correção de DHEL
- Descompressão com SNG
- ATB empírico
-> Se DII: Corticoide EV
-> Se clostridioides: vancomicina VO
- Se refratário: colectomia

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36
Q

VENTILAÇÃO

Parâmetros gerais

A
  • Se controlado a volume: VC 6 mL/kg (peso predito)
    -> 4-6 mL/kg na SDRA
    -> 6-8 mL/kg na asma/DPOC
  • Se controlado a pressão: Ppico 12-25
  • PEEP 5 mmHg
  • Pplatô =< 30
  • Driving pressure =< 15
  • FR 12-20
    -> 16-35 na SDRA
    -> 10-12 na asma
    -> 10-16 no DPOC
  • Relação I:E 1-2 ou 1-3
    -> pode ser maior na asma/DPOC
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37
Q

VENTILAÇÃO

Ajustes básicos da oxigenação

A
  • alvo de satO2 93-96% e PO2
  • variáveis: FiO2 e PEEP
  • início: FiO2 100% e PEEP 5
    -> reduzir FiO2 até satO2 no limite inferior
    -> se FiO2 ainda alta, aumentar PEEP até satO2 aumentar
    -> reduzir novamente FiO2 até satO2 no limite inferior
    -> repetir até FiO2 mais baixa possível e PEEP aceitável (mantendo Pplatô < 30 e DP < 15)
  • ajustar PEEP com base na peep table OU titular até DP ideal
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38
Q

VENTILAÇÃO

Ajustes básicos da ventilação

A
  • alvo: pH > 7,2 e PCO2
  • variáveis: volume minuto (VC e FR) e relação I:E
  • início: VC 6 mL/kg e FR 12-20
    -> se pCO2 aumentada, aumentar VC ou FR a depender da variável com mais margem de variação
    -> se VC e Pplatô no limite inferior = pode aumentar VC
    -> se VC e Pplatô no limite superior = aumentar FR, com atenção para relação I:E
  • hipercapnia permissiva: tolerável pH > 7,2, independente da pCO2
    -> indicações: SDRA, asma, DPOC
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39
Q

ECG

Alterações dos DHEL

A

=> HIPERCALEMIA
- onda T apiculada
- QRS prolongado
- padrão sinusoidal

=> HIPOCALEMIA
- onda T achatada
- onda U
- QRS prolongado

=> HIPERCALCEMIA
- intervalo QT curto
- onda J de Osborne (entalho no final do QRS) -> também típico da hipotermia!

=> HIPOCALCEMIA
- intervalo QT longo

40
Q

WERNICKE-KORSAKOF

Fisiopatologia, diagnóstico e tratamento

A

=> FISIOPATOLOGIA:
- Deficiência de vitamina B1 (tiamina)
-> fator de risco para deficiência prévia: etilismo, desnutrição, bariátrica, gestante
-> estresse agudo que agrava a deficiência: reposição de glicose, infecção

=> CLÍNICA:
Wernicke:
- Confusão mental
- Ataxia
- Oftalmoplegia/nistagmo
-> quadro reversível

Korsakoff:
- Demência
- Confabulação
-> quadro irreversível

=> TRATAMENTO:
- Tiamina (B1):
> Primeiros 3d: 300 mg 8/8h EV (necessita de internação)
> Após: 300 mg/d VO

41
Q

ASPERGILOSE

Formas de apresentação (ABPA e API)

A

=> ASPERGILOSE BRONCOPULMONAR ALÉRGICA
- asma grave em uso de corticoide oral, sem controle adequado
- eosinofilia e IgE + prick-test positivo para aspergilus
- itraconazol

=> ASPERGILOSE PULMONAR INVASIVA
- imunossupressão grave (QTx, transplante, TMO)
- TC tórax + galactomanana sérica
- voriconazol

42
Q

ASPERGILOSE

Formas de apresentação (bola fúngica e crônica progressiva)

A

=> BOLA FÚNGICA
- alteração estrutural prévia (mais comum: caverna de TB)
- hemoptise
- TC tórax com bola fúngica (móvel à mudança de decúbito)

=> CRÔNICA PROGRESSIVA
- sintomas TB-like com baciloscopias negativas e sem resposta ao tratamento
- sorologia para aspergilus + microscopia direta/cultura de LBA
- itraconazol de forma prolongada

43
Q

PNEUMOCISTOSE

Clínica, diagnóstico e tratamento

A

=> CLÍNICA
- sintomas respiratórios em HIV
- candidíase oral
- hipoxemia e LDH aumentado
- RX: infiltrado bilateral poupando ápices

=> DIAGNÓSTICO
- microscopia/cultura de escarro ou LBA

=> TRATAMENTO
- bactrim +/- corticoide (se pO2 < 70)

44
Q

ATB

Situações para cobrir germes resistentes

A
  • infecção pulmonar em pacientes com alteração estrutural prévia (DPOC grave, fibrose cística, bronquiectasia)
    -> pseudomonas +/- MRSA
  • pneumonia associada à ventilação mecânica
  • fasceíte necrotizante
  • paciente com internação ou ATB EV recente
45
Q

GUILLAIN-BARRÉ

Clínica, diagnóstico e tratamento

A

=> CLÍNICA

  • paralisia flácida ascendente + hipo/arreflexia (pouco comprometimento sensitivo)
  • sintomas com gatilho imunológico (vacinas, IVAS, GECA por campylobacter)
  • paralisia facial, disfagia, disartria
    -> síndrome de Miller-Fisher: ataxia + oftalmoplegia + arreflexia

=> DIAGNÓSTICO

  • LCR com dissociação proteinocitológica (muita proteína para pouca célula)
  • eletroneuromiografia

=> TRATAMENTO

  • imunoglobulina EV OU plasmaférese
    -> NÃO fazer corticoide
46
Q

CHOQUE

Avaliação de choque hipodinâmico

A
  • Taxa de extração > 25 [oximetria de pulso / satO2 da gaso arterial - satO2 da gaso venosa central]
    OU
  • gapCO2 > 6 [pCO2 da gaso arterial - pCO2 da gaso venosa central]
    => fala a favor de choque hipodinâmico, que pode ser cardiogênico ou hipovolêmico
  • PVC < 12 = fala a favor de choque hipovolêmico
47
Q

RCV

Níveis e tratamento

A

=> BAIXO risco
- < 5%
- apenas MEV
- alvo LDL < 130

=> INTERMEDIÁRIO
- 5-7,5%
- estatina potência intermediária ou alta
- alvo LDL < 100

=> ALTO risco
- 7,5-20%
- estatina de alta potência
- alvo LDL < 70

=> MUITO ALTO risco
- > 20%
- estatina de alta potência
-> se refratário: associar ezetimiba
- alvo LDL < 50

48
Q

INSIPIDUS

Diabetes insipidus

A

=> Clínica
- menor ação do ADH, seja por produção reduzida (DI central) ou insensibilidade dos túbulos renais à sua ação (DI nefrogênico)
- hipernatremia
- poliúria (> 3 L/d)

=> Causas
- central: lesão do SNC
- nefrogênico: lítio, hipercalcemia

49
Q

CUMARÍNICO

Manejo da intoxicação

A
  • RNI > 4,5 sem sangramento:
    -> suspender + vit K VO
  • sangramento não ameaçador:
    -> suspender + vit K EV
  • sangramento ameaçador:
    -> suspender + vit K EV + PFC/complexo protrombínico
50
Q

TIAZÍDICO

Efeitos adversos

A

=> HIPER
- hiperglicemia
- hiperlipidemia
- hipercalcemia
- hiperuricemia

=> HIPO
- hipovolemia
- hiponatremia
- hipomagnesemia
- hipocalemia

51
Q

MIELOMA

Diagnóstico

A
  • sintomas CRAB (hipercalcemia, IRA, anemia e lesões osteolíticas)
    +
  • EFPSe com pico monoclonal OU imunofixação OU dosagem de cadeias leves livres
    +
  • confirmatório: mielograma e biópsia de MO >= 10% plasmócitos neoplásicos
52
Q

PROTEINÚRIA

Tipos e características

A

=> GLOMERULAR
- predomínio de albumina
- níveis nefróticos (> 3,5)
- associação com hematúria dismórfica

=> TUBULAR
- predomínio de alfa1 e beta2microglobulina
- nível de até 1,5 g/d
- associação com glicosúria (sem hiperglicemia) e bicarbonatúria

=> SOBRECARGA
- predomínio de cadeia leve de Ig (bence jones)
- gamopatias, amiloidose

53
Q

ALCALOSE

Causas de alcalose metabólica

A
  • hipovolemia
  • hipocalemia
  • hipocloremia
54
Q

LEPTOSPIROSE

Clínica, diagnóstico e tratamento

A

=> Clínica
- febre
- mialgia em panturrilhas
- sufusão hemorrágica
- casos graves:
-> síndrome de Weil = icterícia + hemoptise + IRA hipocalêmica

=> Diagnóstico
- PCR
- sorologia (ELISA)
- microaglutinação

=> Tratamento:
- leve: doxiciclina
- grave: ceftriaxone OU penicilina cristalina

55
Q

ME

Protocolo de morte encefálica

A

=> Quando abrir:
- coma aperceptivo (ECG 3)
- lesão neurológica comprovada por neuroimagem
- manutenção do quadro por 6h (ou 24h, se hipoxemia)
- T > 35 oC / PAM > 65 mmHg / satO2 > 94% / 4-5 meia-vidas dos sedativos

=> Protocolo:
- 2 testes clínicos com 1h de intervalo entre eles (se < 2m = 24h / se entre 2m-2a = 12h)
-> atestando ECG 3 com ausência de reflexos de tronco (fotomotor, corneopalpebral, oculocefálico, vestíbulo-calórico, tosse)
- teste da apenia
-> pré-oxigena até PO2 > 200 e PCO2 35-45 (mesmo em DPOC), desliga o ventilador por 10 min até PCO2 > 55, sem movimentos respiratórios
- exame complementar
-> doppler transcraniano (contraindicado na craniectomia descompressiva), EEG ou cintilografia

56
Q

DENGUE

Grupos A e B

A

=> A
- hígidos
- hidratação VO 60 mL/kg/d (1/3 SRO)
- retorno após defervescência

=> B
- gestantes, lactantes, idosos, comorbidades (HAS grave, DM, obesidade, asma, DPOC, DRC etc), prova do laço positiva
- hidratação VO na unidade enquanto aguarda resultado de HMG
-> se Ht normal: alta como grupo A / se Ht alterado (> 44% em mulheres, > 50% em homens, > 38% em crianças): interna como grupo C
- retorno diário para avaliação clínica e laboratorial até 48h após defervescência

57
Q

DENGUE

Grupos C e D

A

=> C
- sinais de alarme
- solicitar HMG, albumina e transaminases; demais exames a critério
- hidratação EV 20 mL/kg em 2h (repetir até 3x, se necessário)
- após fase inicial, manter hidratação EV 25 mL/kg em 6h e, após, em 8h
- internar por pelo menos 48h, alta após melhora e há 24h sem febre

=> D
- choque
- solicitar HMG, albumina e transaminases; demais exames a critério
- expansão volêmica EV 20 mL/kg em 20 min
-> se refratário: expansão com solução albuminada 5%

58
Q

TAQUI

Manejo de TRN e flutter estáveis

A

=> TRN
- manobra vagal (seio carotídeo, manobra de valsalva modificada)
-> soprar por 15 s => deita com as pernas levantadas por 15 s => volta a sentar
- adenosina EV bolus (6 mg => 12 mg => 18 mg)
- metoprolol EV

=> Flutter
- CVE sincronizada (flutter não responde à CV química)

59
Q

TAQUI

Manejo de FA e TV estáveis

A

=> FA
- reverter ritmo com amiodarona ou propafenona se:
-> ecoTE descartando trombo OU FA < 48h OU anticoagulação
- nos demais casos, apenas controlar FC com deslanosídeo ou metoprolol

=> TV monomórfina
- amiodarona
-> encontra prepara a amiodarona, pode-se tentar 1 dose de adenosina inicialmente, pela chance de ser TSV com aberrância (minoria dos casos!)
- CVE sincronizada

60
Q

BRADI/TAQUI

Manejo das bradiarritmias e das taquiarritmias instáveis

A

=> Bradiarritmias
- atropina 1 mg (repetir a cada 5 min, até 3x)
- MPTV ou MPTC
-> se MP indisponível, bomba de adrenalina ou dopamina

=> Taquiarritminas instáveis
- RR regular (estreito ou longo): CVE sincronizada
- RR longo E irregular: desfibrilação

61
Q

OROPOUCHE

Fisiopatologia e clínica e diagnóstico

A

=> Fisiopatologia
- vírus transmitido pelo vetor mosquito pólvora (culicoides paraensis)
- ciclo silvestre (macaco, bicho-preguiça) e urbano (humano)

=> Clínica
- muito parecida com dengue, com recorrência do quadro após 2-3 semanas
-> suspeitar diante de “dengue” recorrente com NS1 e sorologias negativas

=> Diagnóstico
- PCR até o 7o dia

62
Q

HEP B

Profilaxia pós-exposição em profissional de saúde

A
  • se antiHBs > 10: nada
  • se antiHBs < 10 OU vacinação incompleta: 3 doses de vacina + imunoglobulina
  • se vacinação desconhecida: testar antiHBs
  • se antiHBs < 10 apesar de 6 doses de vacina prévias: fazer apenas imunoglobulina (indivíduo não respondedor à vacina)
63
Q

HEP B

Fases da infecção

A
  • infecção crônica replicativa (fase de imunotolerância)
    -> HBeAg positivo, mas CV baixa e ALT normal
    -> acompanhar semestralmente com sorologia, transaminases e USG abdome e tratar se alterados OU idade > 30 anos
  • hepatite crônica replicativa
    -> HBeAg positivo, CV alta e ALT alterada
  • infecção crônica não replicativa
    -> HBeAg negativo, CV baixa e ALT normal
  • hepatite crônica mutação pré-core
    -> HBeAg negativo, mas CV alta e ALT alterada
    -> o vírus sofreu mutação e “se escondeu” do anti-HBe, conseguindo se multiplicar mesmo com HBeAg negativo
64
Q

HEP B

Indicações de tratamento

A
  • ALT > 1,5x e um dos abaixo:
    -> HBeAg positivo
    -> CV > 2.000
    -> fibrose (biópsia ou USG)
  • coinfecção com HIV ou hep C
  • manifestações extra-hepáticas (poliarterite nodosa)
  • infecção crônica replicativa em paciente > 30 anos
    -> acompanhar com sorologias, transaminases e USG abdome de 6/6m
65
Q

REUMÁTICA

Valvopatias sequelares

A
  • lesão mitral (insuficiência = agudo / estenose = crônico)
    -> típico = estenose mitral!
  • lesão aórtica (estenose ou insuficiência)
  • estenose tricúspide
66
Q

AÓRTICA

Estenose aórtica

A

=> Causas
- senilidade
- amigdalite (febre reumática)
- duas (valva aorta bicúscpide)

=> Clínica
- síncope
- angina
- dispneia
- síndrome de Heyde: estenose aórtica + disfunção plaquetária + HDB por angiodisplasia (cisalhamento dos fatores plaquetários)

=> Exame físico
- sopro sistólico em diamante (crescendo-decrescendo) que melhora ao handgrip
- hipofonese de B2 (casos graves)
- pulso parvus et tardus

67
Q

AÓRTICA

Insuficiência aórtica

A

=> Etiologias
- ectasia de aorta proximal (espondiloartropatia axial)

=> Exame físico
- sopro diastólico aspirativo com B2 hipofonética/ausente (as válvulas não se fecham)
- sopro que piora ao handgrip (esforço isomérico que aumenta a RVP)
- sopro de Austin Flint (estenose mitral funcional, pois o sangue refluído da aórtica dificulta a abertura do folheto anterior da mitral)
- pulso em martelo dágua
- PA divergente
- sinais de pulsação (Musset = cabeça / Muller = úvula / Quincke = leito ungueal)

68
Q

MITRAL

Estenose mitral: etiologia e clínica

A

=> Etiologia
- febre reumática (95% dos casos!)

=> Clínica
- IC com hipertensão pulmonar (dispneia, ortopneia, DPN)
- hemoptise
- síndrome de Ortner = disfonia causada pela compressão do n. laríngeo recorrente pelo átrio esquerdo aumentado
- disfagia (compressão do esfôfago)

=> Exame físico
- sopro diastólico em ruflar
- estalido de abertura (antes do sopro) e reforço pré-sistólico (após o sopro)

69
Q

MITRAL

Estenose mitral: exames complementares e tratamento

A

=> Complementares
- RX tórax:
-> sinal do duplo contorno (AD e AE na silhueta direita)
-> sinal do 4o arco (arco da aorta, tronco pulmonar, AE e VE na silhueta esquerda)
-> sinal da bailarina (elevação do brônquio esquerdo pelo AE aumentado)
- ECG: sobrecarga de AE (Morris e onda P alta), de VD (S aumentada em V5 e V6) e de AD (onda P comprida)

=> Tratamento
- betabloqueador +/- diurético (uma das pouca indicações de tratamento clínico em valvopatias)

70
Q

MITRAL

Insuficiência e prolapso mitral

A

=> Insuficiência
- sopro sistólico regurgitativo
-> diferenciado do sopro de insuficiência tricúspide (também regurgitativo) pela menobra de Rivero-Carvalho = inspiração profunda > aumento do retorno venoso > piora dos sopros à direita

=> Prolapso
- sopro sistólico com clique
- síndrome do prolapso mitral: ativação hiperadrenérgica causando palpitação, precordialgia e dispneia, mais comum em mulheres jovens
-> tratamento: betabloqueador

71
Q

VERRUCOSAS

Diagnósticos de lesões úlcero-verrucosas

A
  • PLECT
    -> PBmicose: estomatite moriforme, roda de leme à microscopia
    -> leishmaniose: úlcera arredondada de bordas elevadas e fundo limpo, que cicatriza em aspecto apergaminhado / AP com infiltrado granulomatoso e plasmocitário
    -> esporotricose: linfangite em rosário (trajeto dos vasos linfáticos), epidemiologia com gato
    -> cromomicose: estruturas amarronzadas em grãos de café à microscopia
    -> tuberculose cutânea
72
Q

AMIODARONA

Efeitos da amiodarona

A
  • pulmão: fibrose pulmonar e bronquiolite
  • pele: hiperpigmentação e coloração azulada
  • olhos: depósitos corneanos
  • neurológico: extrapiramidal
  • arritmia: QT prolongado
  • tireoide: hipotireoidismo e hipertireoidismo
    -> o HIPERtireoidismo pode ser do tipo 1 (estimula a produção endógena pela tireoide, tratado com metimazol) ou tipo 2 (tireoidite com destruição dos folículos e liberação dos hormônios já produzidos anteriormente, tratado com corticoide) = diferenciados pela cintilografia de tireoide
73
Q

DIARREIA

Exames diagnósticos de intolerância à lactose, celíaca, pancreatite crônica

A

=> Intolerância à lactose
- teste do H expirado após consumo de lactose
-> existe o H expirado após consumo de lactulose para diagnóstico de SIBO
- teste da curva glicêmica

=> Celíaca
- rastreio: antitransglutaminase IgA + IgA total +/- antiendomísio IgA
-> se deficiência de IgA = fazer IgG
- confirmação: EDA com biópsia de duodeno com atrofia de vilosidade e hiperplasia de criptas

=> Pancreatite crônica
- balanço de gordura nas fezes > 7g/d
- elastase fecal < 200
- imagem compatível

74
Q

CLOSTRIDIOIDES

Clínica, diagnóstico e tratamento

A
  • fator de risco: ATB de amplo espectro (mais comum clindamicina), internação prolongada, qualquer alterção na flora
  • diagnóstico: glutamato desidrogenase/GDH + toxinas A e B OU PCR (se dois primeiros discordantes)
    -> GDH (indica presença, mas não diferencia colonização de infecção)
    -> toxinas A e B (indica que são cepas toxigênicas)
    -> colonoscopia (pseudomembranas)
  • tratamento: metronidazol (leve) OU vancomicina VO (grave)
    -> isolamento de contato e lavar com água e sabão (álcool não mata!)
75
Q

CARDIOMIOPATIA

Cardiomiopatia hipertrófica

A

=> Fisiopatologia
- doença genética autossômica dominante
- hipertrofia de septo interventricular com obstrução da via de saída do VE

=> Clínica
- principal causa de morte súbita em jovem atleta
- sopro sistólico ejetivo em foco aórtico (~ estenose aórtica) que piora ao Valsalva

=> Exames
- EcoTT: hipertrofia assimétrica de septo
- ECG: sobrecarga de VE, ondas Q, alteração de repolarização

=> Tratamento
- betabloqueador
-> segunda linha: BCC não diidropiridínico (verapamil)

76
Q

COAGULOPATIA

Causas com base nos exames

A
  • PLTs, TP e TTPa normais:
    -> doença de von Willebrand
    -> Bernard-Soulier
    -> deficiência do fator XIII
  • apenas TP/RNI alterado:
    -> deficiência de vitamina K
    -> cirrose inicial
  • apenas TTPa alterdo:
    -> hemofilia (VIII, IX e XI)
    -> doença de von Willebrand tipo 3 (reduz fator VIII)
    -> “hemofilia adquirida” (fatores inibidores secundários a neoplasia, doença autoimune, puerpério)
  • TP/RNI e TTPa alterados:
    -> cirrose avançada
    -> CIVD
    -> deficiência de fator V, X e fibrinogênio
77
Q

PARASITOSES

Tratamento

A
  • protozoários (amebíase e giardíase) = metronidazol
  • platelmintos (teníase/cisticercose e esquistossomose) = praziquantel
    -> teníase = praziquantel + albendazol
    -> esquistossomose = praziquantel + oxamniquina
  • nematelmintos (exceto estrongiloidíase e tricuríase) = albendazol
    -> estrongiloidíase = ivermectina
    -> tricuríase = mebendazol
78
Q

PARASITOSES

Síndrome de Loeffler

A

=> Fisiopatologia
- manifestações clínicas do ciclo de Loss = larvas penetram o pulmão, sobem pela via aérea, são deglutidas e alcançam o TGI
- agentes = NASA: Necator, Ascaris, Strongiloides e Ancilostoma
-> mais comum é o ascaris!

=> Clínica
- sintomas respiratórios
- infiltrado pulmonar migratório
- eosinofilia

=> Tratamento
- tratamento sintomático + NÃO faz antiparasitário nesse momento -> quando atingem o pulmão, os parasitas estão na forma de larvas, contra as quais os medicamentos não tem ação
- EPF após 1-2 meses para identificar o agente e, agora sim, tratar

79
Q

LEISHMANIOSE

Fisiopatologia, clínica, diagnóstico e tratamento

A

=> Fisiopatologia
- infecção pelo L. chagasi veiculada pelo mosquito palha
-> a L. tegumentar é causada por L. braziliensis, amazonensis e guyanensis

=> Clínica
- febre e síndrome consumptiva
- esplenomegalia
- pancitopenia
- comemorativos de infecção/inflamação: hipergama, hipoalbuminemia

=> Diagnóstico
- teste rápido e sorologia
- certeza: aspirado de baço, linfonodo ou MO com visualização direta

=> Tratamento
- anfotericina B lipossomal

80
Q

COVID

Diagnóstico e tratamento

A

=> Diagnóstico
- RT-PCR do 3-7o dia
- sorologia após o 8o dia

=> Tratamento
- ambulatorial sem comorbidades: suporte
- ambulatorial com comorbidades: paxlovid
- hospitalar com necessidade de O2: dexametasona 6 mg/d por 10 dias +/- tocilizumabe (se muito grave)

81
Q

TEP

Manejo

A

=> Estratificação
- alto risco = instabilidade hemodinâmica
- risco intermediário = BNP/troponina alterados OU imagem alterada com sobrecarga de VD
- baixo risco

=> Conduta
- alto risco = alteplase (trombólise)
- risco intermediário = anticoagulação internado
- baixo risco = calcular o escore PESI
-> PESI 86+ = anticoagulação internado
-> PESI =< 85 = anticoagulação ambulatorial

82
Q

HIV

Diagnóstico

A

=> Sempre 2 testes
- 2 testes rápidos
- 1 imunoensaio 3/4a gerações (elisa) + 1 western blot
- 1 imunoensaio 3/4a gerações (elisa) + 1 carga viral
-> primeiro a positivar = carga viral
-> segundo a positivar = imunoensaio 4a geração (15 dias)
-> os demais demorar de 1-3 meses

83
Q

HÉRNIA

Localizações e tratamento

A
  • foraminal: comprime a raiz emergente referente à vértebra superior
  • posterior: comprime a raiz transeunte, que desce e emerge no forame inferior, portanto referente à vértebra inferior
  • ex: hérnia entre L4-L5:
    -> foraminal = comprime L4
    -> posterior = comprime L5
  • tratamento de hérnia de disco = conservador por 6 semanas
    -> cirurgia apenas se refratário!
84
Q

HIPOTIREOIDISMO

Tratamento de hipo subclínico

A

=> TSH 4,5-10 E < 65 anos

  • sintomático
  • alto risco cardiovascular
  • alto risco de progressão para hipo franco (antiTPO, USG alterado)
    -> NÃO tratar se idade > 65 anos

=> TSH > 10

  • sempre tratar
    -> única indicação de tratar se > 65 anos
85
Q

TARV

Coinfecção HIV e TB e outras infecções

A

=> Tuberculose

  • TB pulmonar: iniciar TARV em até 7 dias
  • neuroTB: iniciar TARV após 4-6 sem
  • esquema padrão com dose dobrada de dolutegravir (rifampicina é indutor do metabolismo)

=> Outras

  • pneumocistose: em até 14 dias
  • neurotoxo: em até 14 dias
  • CMV: em até 14 dias
  • neurocripto: após 4-6 sem
86
Q

SDRA

Novos critérios

A
  • IRespA com evolução em até 7 dias
  • opacidades (RX) ou linhas B (USG) bilateralmente e não explicadas por IC
  • relação PaO2/FiO2 < 300 OU satO2/FiO2 < 315
    -> não é obrigatório estar em IOT, agora conta se VNI ou CNAF
  • gravidade:
    -> satO2/FiO2 235-315 = leve
    -> satO2/FiO2 148-235 = moderado
    -> satO2/FiO2 < 148 = grave
87
Q

DM2

Novos critérios, rastreamento e RCV

A

=> Diagnóstico
- glicemia de jejum: =< 99 / 100-125 / 126+
- HbA1C: =< 5,6 / 5,7-6,4 / 6,5+
- TOTG 1h: =< 154 / 155-208 / 209+
- TOTG 2h: =< 139 / 140-199 / 200+
-> assintomático = 2 exames / sintomático = 1 exame (ou glicemia aleatória > 200)

=> Rastreamento:
- idade > 35 anos OU sobrepeso + 1 fator de risco
- exames a cada 3 anos
-> exceção: se 3+ fatores de risco ou pré-DM, faz anualmente

=> Tratamento
- se DCV estabelecida ou alto/muito alto RCV = já há indicação de metformina + aGLP1 / iSGLT2

88
Q

HAS/RCV

Diagnóstico de HAS e classificação de RCV

A

=> Diagnóstico
- no consultório: >= 180/110 OU >= 140/90 com LOA
- nos demais casos: o diagnóstico deve ser confirmado com MRPA/MAPA

=> Risco CV
- fatores de risco:
-> HAS
-> idade > 50 (H) e 56 (M)
-> DM2 com 10+ anos
-> tabagismo
- se DM2 + 1/2 fatores = alto risco
- se DM2 + 3 fatores = muito alto risco

89
Q

TUBERCULOSE

Diagnóstico de ILTB e indicações de tratamento

A

=> Diagnóstico
- PPD/IGRA + RX tórax
-> se RX tórax alterado: investigar TB ativa com escarro => se normal, tratar como ILTB
-> se PPD normal: NÃO suspender investigar, repetir PPD em 8 sem (positivo se aumento de 10 mm)

=> Indicações
- independente do PPD: HIV contactante
- PPD >= 5: contactante, imunossuprimido, antes de iTNF-alfa ou transplante
- PPD >= 10: DM2, DRC, neoplasia

90
Q

INCIDENTALOMA

Manejo

A

-> investigar apenas se > 1 cm

=> Exames obrigatórios
- TC com contraste (densidade > 10UH e heterogêneo sugere malignidade)
- cortisol matinal pós supressão com dexametasona
- potássio

=> Exames adicionais:
- metanefrinas urinárias: apenas se TC suspeita de feocromocitoma
- aldosterona / atividade plasmática de renina: apenas se hipocalemia

91
Q

CEFALEIA

Tratamento abortivo e profilaxia

A

=> Migrânea
- abortivo: analgesia + AINEs + metoclopramida
-> se grave: triptano + dexametasona
- profilaxia:
-> valproato (evitar em mulher em idade reprodutiva) ou topiramato (emagrecimento, porém declínio cognitivo)
-> propranolol ou metoprolol ou candesartana
-> amitriptilina ou venlafaxina
-> antagonista de CGRP (imunobio - ….pant)

=> Tensional
- abortivo: analgesia + AINEs
- profilaxia: amitriptilina

=> Salva
- abortivo: oxigênio + triptano (não enteral)
- profilaxia: BCC (verapamil)
-> prednisona por 10 dias

92
Q

MPOX

Etiologia, clínica e tratamento

A

=> Etiologia
- vírus orthoproxvirus
- transmissão por gotículas e fluidos corporais

=> Clínica
- pseudopústulas de centro necrótico/umbilicado, pápulas, vesículas, crostas
- lesões extremamente dolorosas em região perineal e face
- sintomas sistêmicos (febre, adenomegalia, mialgia)

=> Tratamento
- sintomático
- isolamento de contato e gotículas até substituição das crostas por pele sadia

93
Q

TABAGISMO

Tromboangeíte obliterante

A
  • homem < 45 anos
  • tabagista!
  • claudicação de membros, isquemia digital, gangrena
  • sem tratamento específico (cessar tabagismo)
94
Q

VASCULITES

Palavras-chave das vasculites de grandes vasos

A

=> Arterite de Takayasu
- claudicação de MS, estenose carotídea, alteração de pulso

=> Arterite de grandes vasos
- claudicação de mandíbula, cefaleia, perda visual
- polimialgia reumática

=> Poliarterite nodosa
- lesões de pele, mononeurite múltipla, dor testicular
- hepatite B
- NÃO acomete pulmão ou rim

95
Q

VASCULITES

Palavras-chave das vasculites de pequeno vaso

A

=> GPA
- nódulos pulmonares, rinossinusopatia, GNRP
- c-ANCA

=> GEPA
- asma, rinite
- eosinofilia e IgE aumentada
- p-ANCA

=> Poliangeíte microscópica
- síndrome pulmão rim
- p-ANCA

=> Crioglobulinemia
- hepatite C
- consumo de complemento

=> Behçet:
- úlceras orais e genitais muito dolorosas
- aneurismas de artéria pulmonar