Climatério Flashcards
O que é climatério
De acordo com a OMS é o período de transição entre o final da vida reprodutiva (↓ da função ovariana) da mulher e a senilidade, iniciando-se, geralmente, entre a metade e o fim da quarta década e durando aproximadamente 4 anos.
Perimenopausa
Período do climatério que se inicia a irregularidade menstrual e vai até 12 meses da menopausa
Menopausa
É a data da última menstruação. Para ser considerado menopausa é necessário amenorréia por 1 ano. Diagnóstico retrospectivo.
Pós-menopausa
é o período dos 12 meses após a última menstruação (menopausa) até 65 anos. Caracterizada por amenorreia e infertilidade
Senilidade
Período a partir dos 65 anos
Fisiopatologia
Desde o 5º mes de vida IU inicia-se a atresia folicular, ocorrendo em todos os ciclos sucessivos. Na perimenopausa há um decréscimo maior no números de fóliculos e consequentemente queda da inibida -> maior estimulo folicular pelo aumento de FSH e LH. No início da perimenopausa esse estímulo leva há uma maior liberação de estrógenos (estradiol está NORMAL ou AUMENTADO) + ciclos irregulares. Porém com o tempo as células da granulosa junto com os folículos vão reduzindo -> maior queda da inibida -> aumento de FSH sem resposta para o aumento de estrógeno (ESTRADIOL REDUZIDO) - pós menopausa. A teca continua sendo estimulada pelo LH e a produção de androgênio continua. Com a falta de células da granulosa os androgênios não são convertidos nos ovário em estradiol e a conversão períferica vai gerar mais estrona (principal hormônio da mulher no climatério)
Manifestações clínicas
Fogachos (sensação de calor -> frio -> sudorese que acontece mais durante a noite)
Irregularidade Menstrual
Palpitações
Distúrbios do sono
Alterações do humor
Alterações na pele (ressecamento, desidratação)
Dispareunia
Sintomas urinários (ITU de repetição, disúria)
Atrofia genital (ressecamento, paredes finas, aumento de pH)
Osteoporose
Aumento da gordura central (aumento de LDL e ↓HDL)
Diagnóstico
Clínico:
1) > 45 anos, sem precisar de FSH já pode dar o diagnóstico de transição menopausal:
a) Perimenopausa: Rubor facial com ondas de calor associado a períodos menstruais irregulares, - pode diagnósticas transição menopausal
b) Amenorreia >12 meses sem ACO
c) sintomas em paciente sem útero
2) Necessidade da dosagem de FSH:
a) < 40 com sintomas -> medir FSH -> se alto (3 - 4x o valor de referência) não pode confirmar -> repetir o exame em 4 - 6 semanas pois pode ter sido um estado provisório
b)40-45 com sintomas menopausais incluindo uma mudança nos ciclos menstruais
OBS: Fazer diagnóstico diferencial com outras causas de amenorreia secundária
Qual exames são solicitados para rastreio de doença crônica? (10)
Anualmente as pacientes devem fazer
1) Perfil lipídico
2) mamografia
a) > 40 anos FEBRASGO
b) > 50 anos MS e 40 cm HF
3) Hemograma
4) TSH e T4 livre
5) 25 (OH) vitamina D
6) EAS
7) Pesquisa de sangue oculto nas fezes
a) A partir do 50 anos de idade.
b) Se normal deve ser repetido anualmente
8) Colonoscopia
a) A partir do 50 anos de idade.
b) Se normal deve ser repetido a cada 10 anos
9) Colpocitologia oncótica
a) De acordo com a OMS, deve ser realizado entre os 25 aos 64
b) > 64 com 2 exames negativos nos últimos 5 anos ela pode parar de fazer (OMS)
10) Densitometria óssea
a) > 65 anos
b) < 65 anos se tiver fatores de riscos maiores
Quando se deve ser realizado USG TV?
Em pacientes com sangramento pós menopausa e pesquisa para alterações no endométrio
Indicações de tratamento
1) terapia hormonal Indicada para pacientes com sintomas vasomotores (fogachos associado à sudorese) - moderados a intensos (que atrapalham a qualidade de vida) - INDICE DE KUPPERMAN
2) Ressecamento vaginal, atrofia vaginal, ITU de repetição, dispareunia, disúria, urgência miccional - terapia hormonal tópica
3) terapia hormonal indicada em pacientes com menopausa precoce (<45) para prevenção de doença cardiovascular e de osteoporose em pacientes com sintomas vasomotores
janela de tratamento
Idade de 50 - 59 anos ou com menos de 10 anos de pós menopausa. Acima de 60 anos e mais de 10 anos as paciente apresentam mais infarto, câncer de mama, TEV e AVC ao usar o hormônio então não se deve usar mesmo com indicação - uso de outros métodos.
Vias de Terapia Hormonal
1) Via oral (17-beta estradiol mais utilizada)
a) 1 escolha + menor custo
b) Começa com 1 mg dia, se a paciente melhorar os sintomas deixa só com essa dose não aumenta.
c) Malefícios: HAS, DM – devido a passagem hepática, aumenta risco de trombose
d) aumenta HDL e triglicérides ediminuição de LDL
2) Via parenteral
a) Inclui via **transdermica (bom para pacientes com moderado risco CV, reduz os TG e risco tromboembólico), vaginal, IM, subdermica e nasal - não IV
b) Evita passagem hepática e não interfere nos triglicérides
Como usar a terapia hormonal
1) Estrogênio puro: mulheres histerectomizadas; uso tópico para atrofia vaginal (mínima absorção sistêmica);
2) Estrogênio + progesterona (terapia combinada): mulheres com útero, a progesterona faz proteção endometrial dos efeitos estrogênicos de hiperplasia -> CA endometrial // a progesterona pode aumentar risco CV, CA de mama e demência
3) Testosterona: Se a paciente com indicação de terapia hormonal não melhorou com os hormônios de cima pode ser usado a testosterona. Avaliar outros fatores que podem interferir na testosterona e na libido.
CI absolutas para terapia hormonal
Antecedentes recentes de CA de mama e endométrio; TE agudo, porfiria, doenças hepáticas ativas e graves, sangramento genital de origem indeterminada