Cirurgia Flashcards
Radiografias obrigatórias em politraumatizados
- Coluna cervical
- Tórax
- Pelve
Sequência rápida de intubação (SRI): etapas
- Oxigenação
- Analgesia (opcional)
- Sedação
- Relaxamento muscular
SRI: principal droga utilizada na analgesia
Fentanil
SRI: opções de drogas na sedação
- Etomidato
- Propofol
- Quetamina
SRI: principal droga utilizada para bloqueio muscular
Succinilcolina
IOT: qual a melhor droga para sedação em quadros de broncoespasmo?
Quetamina (efeito broncodilatador)
Manobras utilizadas durante a IOT
- Manobra de Sellick
- Manobra de BURP
IOT: qual a função da manobra de Sellick? Quando iniciar e parar?
Permitir a compressão do esfôfago e evitar broncoaspiração
Iniciar logo após a pré-oxigenação e parar após auscultar o epigástrio e tórax
SRI: sequência correta
- Oxigenar o doente com oxigênio a 100%
- Manobras de Sellick e BURP
- Administrar um analgésico (ex: fentanil)
- Administrar um sedativo (ex: etomidato)
- Administrar um bloqueador neuromuscular (ex: succinilcolina)
- Intubação por via orotraqueal, com laringoscopia e visualização direta das pregas vocais
- Insuflar o balonete
- Auscultar o epigástrio e tórax
- Interromper a compressão da cartilagem cricoide
Principais causas de dessaturação em pacientes intubados?
- Deslocamento do tubo
- Obstrução por secreção
- Pneumotórax
- Falha na técnica ou equipamento
- Sedação
Se IOT inviável, qual a primeira conduta?
Máscara laríngea ou combitubo
Se IOT inviável e não tenho máscara laríngea ou combitubo, o que fazer?
Cricotireoidostomia (cirúrgica em maiores de 12 anos e por punção em menores de 12 anos)
Pneumotórax hipertensivo: sinais e sintomas
- Dor torácica súbita e/ou dispneia
- Hipotensão
- Hipertimpanismo
- Desvio traqueal contralateral ao lado acometido
- MV diminuído/abolido
- Turgência jugular
- Enfisema subcutâneo
Pneumotórax hipertensivo: conduta imediata
Toracocentese de alívio (punção
ATLS 10ª ed: 4-5º EI entre a linha axilar anterior e a linha axilar média
Pneumotórax hipertensivo: conduta definitiva
Toracostomia (drenagem em selo d’água), no 5º EI entre a linha axilar anterior e a linha axilar média
Causa mais comum de pneumotórax hipertensivo?
Ventilação mecânica em paciente com lesão pleuropulmonar
Pneumotórax simples
Pneumotórax formado por lesão <1/3 do diâmetro da traqueia, sem instabilidade hemodinâmica (não-hipertensivo)
Qual a condição para formação de um pneumotórax aberto?
Trauma penetrante >2/3 do diâmetro da traqueia (a resistência à entrada de ar será menor na lesão do que pela traqueia)
Pneumotórax aberto: o que acontecerá se oclusão completa da lesão?
Pneumotórax hipertensivo
Pneumotórax aberto: conduta
- Imediata: curativo de 3 pontas
- Definitiva: toracostomia (drenagem em selo d’água) no 5º EI entra a linha axilar anterior e a linha axilar média
Trauma de baço: sinal sugestivo?
Sinal de Kehr
exemplo de dor referida, ou seja, a irritação do diafragma é sinalizada como dor na região supraclavicular esquerda
Trauma de baço: quando é possível tratar clinicamente?
Paciente estável + lesão grau I-III + boas condições de observação/intervenção
Trauma de baço: quando realizar esplenectomia?
Lesão hilar ou pulverização (graus IV*/V)
- se estável e com blush arterial é possível realizar angioembolização
Trauma penetrante em transição toracoabdominal: conduta
- Videolaparoscopia diagnóstica ou observação clínica seriada
- Na ausência de envolvimento de estruturas nobres, somente a rafia das lacerações diafragmáticas (quando presentes) é realizada
- TC não avalia bem lesões diafragmáticas
Trauma abdominal contuso: órgão mais acometido?
Baço
Trauma abdominal penetrante: órgão mais acometido?
Fígado (arma branca)
Delgado (arma de fogo)
Trauma hepático: quando é possível tratar clinicamente?
Estabilidade + lesão grau I-V
Trauma hepático: quando tratar cirurgicamente?
Instabilidade hemodinâmica ou lesão grau VI ou mais
Manobra de Pringle
Clampeamento do hilo hepático para controle vascular em sangramentos hepáticos
*hilo hepático: tríade portal (veia porta, artéria hepática e via biliar comum)
O dueno é em sua maior parte um órgão ___ (peritoneal/retroperitoneal)
Retroperitoneal (2ª e 3ª porções)
- assim como o pâncreas, o duodeno é mais difícil de ser acometido
Mecanismo clássico de trauma duodenal
Acidentes de bicicleta (guidão em abdome superior) ou coide de cavalo em epigástrio
Trauma de duodeno: sinais radiológicos (RC/TC)
Gás no retroperitônio (retroperitônio delineando rins)
Quadro clínico clássico de trauma no duodeno
Paciente come e vomita (pois o hematoma da parede duodenal vai levar a um afinamento da luz, causando um quadro de obstrução alta)
Trauma duodeno: conduta
Pode ser conservadora, de jejum oral por 2 semanas, com dieta por sonda nasoenteral e descompressão gástrica (sonda nasogástrica aberta)
- Se retropneumoperitônio (perfuração): conduta cirúrgica sempre
Segmento do cólon mais afetado por trauma
Transverso (por ser mais anteriorizado e transverso ao abdome)
Trauma abdominal aberto: critérios que devem nortear a decisão cirúrgica
- Tipo de trauma aberto (arma de fogo ou arma branca)
- Existência ou não de instabilidade hemodinâmica
- Existência ou não de sinais de irritação peritoneal
Ferimento abdominal por arma de fogo: conduta
Laparotomia (independente se instável ou instável hemodinamicamente)
A exceção descrita é em vítimas estáveis hemodinamicamente, com ferimentos tangenciais, onde o orifício de entrada se encontre no máximo há 10 cm do orifício de saída, que serão passíveis de observação e acompanhamento sem a cirurgia ser automaticamente indicada
V ou F: ao contrário das feridas por arma de fogo, as ocasionadas por arma branca tem menor probabilidade de causar lesão em vísceras abdominais
Verdadeiro
*nos ferimentos por arma branca, o conceito de diferenciar entre vítimas estáveis e instáveis começa a ganhar importância
Lesão abdominal por arma branca: indicações de laparotomia exploradora
- Instabilidade hemodinâmica
- Evisceração
- Sinais de peritonite
- se paciente evoluir com um desses durante a observação hospitalar encaminhar para lapartomia
Lesão abdominal em abdome anterior por arma branca: conduta quando não há indicação imediata de laparotomia
Exploração digital da ferida sob anestesia local (para determinar se houve ou não violação da cavidade peritonea)
- nos ferimentos de dorso e flanco não está indicada (musculatura mais espessa e maior possibilidade de lesão retroperitoneal)
Lesão abdominal em dorso ou flanco por arma branca: conduta quando não há indicação imediata de laparotomia
Tomografia de abdome de triplo contraste (intravenoso, oral e retal)
V ou F: Na avaliação de traumas penetrantes no dorso e em flanco, a exploração digital da
ferida, a Ultrassonografia (USG) e a laparoscopia diagnóstica não são métodos precisos
Verdadeiro
Trauma de abdome anterior por arma branca: conduta se exploração digital negativa (aponeurose íntegra)?
Sutura + alta hospitalar
Conduta se a exploração digital da ferida de abdome anterior por arma branca for positiva ou duvidosa
- Internar para observação por 24h
- Exame físico seriado
- Hemoglobina a cada 8h
Paciente vítima de trauma por arma branca em região abdominal anterior. Após exploração digital positiva (violação do peritônio), qual a conduta se paciente em observação evoluir com queda da Hb>3 ou surgimento de leucocitose?
- TC de abdome ou LPD (em caso de positividade: laparotomia exploradora)
Estrutura mais acometida em traumas penetrantes em transição toracoabdominal?
Diafragma
*esta lesão ocasiona as famosas hérnias traumáticas do diafragma, que podem surgir imediatamente após o acidente ou se desenvolver lentamente ao longo do tempo
Trauma abdominal fechado: conduta se estabilidade hemodinâmica
Tomografia de abdome
No trauma abdominal contuso, qual a conduta se instabilidade hemodinâmica?
- Se vítima de politrauma: FAST ou LPD* (para confirmar a fonte do sangramento)
- Se somente lesão abdominal: lapatoromia direto
- se positivos: laparotomia
Trauma abdominal fechado: conduta na admissão se sinais claros de peritonite
Laparotomia
Trauma abdominal fechado: conduta se ausência de peritonite na admissão (ou impossibilidade de avaliar)
- Se paciente estável hemodinamicamente: TC de abdome
- Se instável: FAST ou LPD
Trauma abdominal fechado: qual a função da TC nos pacientes estáveis?
- Verificar líquido na cavidade
- Verificar pneumoperitônio
- Diagnosticar ou graduar lesões de vísceras parenquimatosas
- Avalia lesões orgânicas específicas e o retroperitônio
Trauma de abdome fechado: a ausência de pneumoperitônio pode indicar ______
Lesão de víscera parenquimatosa
Trauma contuso fechado: a ausência de líquido livre na TC pode indicar _____
Lesão de órgão sólido
Trauma abdominal fechado: na presenta de líquido livre na TC deve-se suspeitar de _____
Lesão de mesentério ou de vísceras ocas
O FAST possui alta ____ e baixa ___ (sensibilidade/especificidade)
Alta sensibilidade e baixa especificidade
*consegue dizer de há líquido livre na cavidade, mas não identifica a origem do líquido (sangue, líquido entérico, bile, urina, etc)
O FAST é bastante útil para detecção de sangramento proveniente de ______, mas tem baixa acurácia para lesões de _____
Bastante útil para detecção de sangramento proveniente de vísceras parenquimatosas (baço e fígado), mas tem baixa acurácia para lesões de vísceras ocas (estômago, delgado e cólon)
sua sensibilidade é alta quando há pelo menos 250-300 ml de líquido livre na cavidade
- o FAST avalia líquido livre na cavidade peritoneal. Portanto, lesões retroperitoneais (Ex: pâncreas e duodeno) podem existir mesmo com FAST negativo
Janelas do FAST
- Saco pericárdico: avalia tamponamento cardíaco
- Espaço hepatorrenal (espaço de Morrinson)
- Espaço esplenorrenal (quadrante superior esquerdo)
- Janela suprapúbica (fundo de saco de Douglas)
*e-FAST: inclui espaço pleural
Exame mais sensível para hemorragia intra-abdominal?
Lavado peritoneal diagnóstico (LPD)
- assim como o FAST, o LDP avalia somente a cavidade peritoneal
Indicativos de positividade no lavado peritoneal diagnóstico
- Fácil aspiração de sangue ou conteúdo intestinal (>10mL)
- Hemácias >100.000
- Leucócitos >500
- Conteúdo entérico, bilioso ou fecaloide (fibras alimentares)
- Presença de bactérias gram +
Trauma penetrante em transição toracoabdominal: conduta
Videolaparoscopia diagnóstica ou observação clínica seriada
Se instabilidade hemodinâmica, deve-se realizar cirurgia aberta (contraindicação a videolaparoscopia)
- TC não avalia bem lesões diafragmáticas
Indicações absolutas de laparotomia no traume de abdome
(aberto x fechado)
- Penetrante: choque, peritonite ou evisceração
- Contuso: peritonite, retro/pneumoperitônio
“Abdome cirúrgico”
Conduta na lesão traumática de intestino delgado
- <50% da circunferência da alça: rafia primária
- > 50% da circunferência: ressecção (enterectomia) + anastomose primária
- a sutura de grandes lesões não pode ser realizada devido ao risco de estenose
Trauma de intestino grosso: indicações de rafia primária
- Lesão <50% da parede
- Menos que 4-6h do trauma
- Sem acometimento vascular
- Demandou <6 concentrados de hemácias para estabilização
Trauma vascular abdominal
Lesão de grandes vasos localizados no retroperitônio e nos mesentérios (vasos superiores e inferiores)
*como os grandes vasos estão situados em retroperitônio, em um primeiro momento tecidos retroperitoneais podem tamponar o sangramento decorrente da lesão vascular, fenômeno que determina a formação de uma hematoma retroperitoneal (por esse motivo, os pacientes não apresentam franco choque hemorrágico nem líquido livre na cavidade peritoneal)
Hematoma retroperitoneal em zona 1: possíveis vasos lesados e conduta
- Aorta ou de seus ramos principais (artéria mesentérica superior, tronco celíaco)
- Abordagem cirúrgica imediata (independente do tipo de trauma)
Hematomas da zona 2: conduta
- Se lesão penetrante: cirurgia
- Se ferimento contuso: explorar cirurgicamente somente se hematoma em expansão ou sangramento ativo
Hematoma zona 3: conduta
Conduta não cirúgica (embolização ou packing pré-peritoneal)
*de forma geral, não devem ser explorados cirurgicamente, pois seu destamponamento determina intenso sangramento
Cirurgia para controle de danos: o que previne?
Tríade letal:
1. Hipotermia
2. Acidose metabólica
3. Coagulopatia
Cirurgia para controle de danos: etapas
- Lapatotomia abreviada (controle de lesões grosseiras e controle da contaminação da cavidade)*
- Tratamento clínico em UTI
- Reoperação planejada (cirurgia definitiva)
Hipertensão intra-abdominal
Pressão intra-abdominal (PIA) maior ou igual a 12mmHg
- valor normal: 5-7
Síndrome compartimental abdominal (SCA)
PIA >20mmHg (graus 3 ou 4) + disfunção orgânica (IRA, IRPa, hipotensão, HIC)
Síndrome compartimental abdominal: diagnóstico
Mensuração da pressão intravesical* (injeção de 100ml de solução salina na bexiga através do cateter de Foley)
*medida indireta da PIA, com boa correlação
Síndrome compartimental abdominal: tratamento
Padrão-ouro: descompressão cirúrgica por laparotomia xifopúbica mediana
Medidas ajuvantes:
1. Posição supina
2. Repoisição hídrica cautelosa
3. Drenagem de coleções (hematoma, renal, gástrica, etc)
4. Analgesia e sedação
Hemotórax: sinais
- Macicez à percussão
- ↓ murmúrio vesicular
- Jugular colabada*
*devido a hipovolemia
Hemotórax: indicações de toracotomia imediata
- Drenagem inicial >1.500ml
- Débito constante >200ml/h, em 2-4 horas
- Necessidade persistente de hemotransfusão
*hemotórax maciço
V ou F: a toracostomia estará sempre indicada no hemotórax
verdadeiro
- torcostomia # toracotomia
Tamponamento cardíaco
acúmulo de mais de 100-150ml de líquido no espaço pericárdico
Tamponamento cardíaco: clínica
- Tríade de Beck (hipotensão, hipofonese de bulhas e turgência jugular)
- Pulso paradoxal: redução da PA em >10mmHg durante a inspiração
- Sinal de Kussmaul: ↑ turgência jugular à inspiração
Tamponamento cardíaco: conduta imediata e definitiva
- Imediata: pericardiocentese
- Definitiva: toracotomia
Pressão de perfusão cerebral: fórmula
PPC = PAM - PIC
O que avaliar no “D” do ATLS?
- Glasgow
- Pupilas
- Movimentação de extremidades
Escala de Coma de Glasgow: variáveis avaliadas
- Abertura ocular
- Resposta verbal
- Resposta motora
A Escala de Coma de Glasgow varia entre…
3 a 15
Escala de Coma de Glasgow: classificação segundo gravidade
- Leve: 13 a 15 pontos
- Moderada: 9 a 12 pontos
- Grave: ≤8 pontos
Glasgow: abertura ocular (1 ponto)
Ausente
Não abre os olhos, apesar de ser fisicamente capaz de abri-los
Glasgow: abertura ocular (2 pontos)
Ao estímulo doloroso
Paciente abre os olhos após pressão na extremidade dos dedos (aumentando progressivamente a intensidade por 10 segundos)
Glasgow: abertura ocular (3 pontos)
Ao som
Abre os olhos quando é chamado
Glasgow: resposta verbal (1 ponto)
Ausente
Não reproduz sons, apesar de ser fisicamente capaz de realizá-los
Glasgow: abertura ocular (4 pontos)
Espontânea
Abre os olhos sem necessidade de estímulo externo
Glasgow: resposta verbal (2 pontos)
Sons incompreensíveis
Somente gemidos
Glasgow: resposta verbal (3 pontos)
Palavras
Não consegue falar frases, mas interage com palavras
Glasgow: resposta verbal (4 pontos)
Confuso
Não responde corretamente as perguntas de nome, local e data
Glasgow: resposta verbal (5 pontos)
Orientado
Consegue responder adequadamente o nome, local e data
Glasgow: resposta motora (1 ponto)
Ausente
Não há resposta motora dos membros superiores e inferiores, apesar do paciente ser fisicamente capaz de realizá-la
Glasgow: resposta motora (2 pontos)
Extensão anormal
Descerebração
Glasgow: resposta motora (3 pontos)
Flexão anormal (decorticação)
A mão não alcança a fonte do estímulo, mas há uma flexão lenta do braço na direção interna do corpo
Glasgow: resposta motora (4 pontos)
Flexão normal (retira à pressão)
A mão não alcança a fonte do estímulo (não localiza a dor), mas há uma flexão rápida do braço ao nível do cotovelo e na direção externa do corpo
Glasgow: resposta motora (5 pontos)
Localiza a dor (tenta interromper o estímulo)
Glasgow: resposta motora (6 pontos)
Obedece comandos
Aperta a mão, coloca a língua para fora
TCE + midríase unilateral: pensar em
Herniação de uncus ipisilateral à pupila midriática
- Também pode haver hemiplegia contralateral
Fraturas de base de crânio: sinais
- Equimose periorbital bilateral (Sinal do Guaxinim)
- Equimose retroauricular (sinal de Battle)
- Hemotímpano (hemorragia no ouvido médio)
- Rinorreia
- Otorreia liquórica
Qual a modalidade mais comum de TCE?
Concussão
Concussão cerebral: Mecanismo da lesão? Clínica? Conduta?
- Lesão por desaceleração súbita (“nocaute”)
- Perda da consciência <6 horas
- Autolimitada, somente observar
Lesão Axonal Difusa (LAD): Mecanismo da lesão? Clínica?
- Desaceleração e rotação súbitas, lesão cerebral por cisalhamento
- Perda súbita da consciência >6h
TCE com glasgow baixa + TC inocente, pensar em…
LAD
Lesões intracranianas difusas (concussões, LAD) não apresenta lesões focais na TC
Localização do espaço epidural? O que há nele?
- Entre a calota craniana e a dura-máter
- Artérias meníngeas
Localização do espaço subdural? O que há nele?
- Entre a dura-máter e a aracnoide
- Veias pontes
Localização do espaço subaracnoideo? O que há nele?
- Entre a aracnoide e a pia-máter
- LCR
Hemorragia subdural: fatores de risco
Atrofia cortical (idosos/etilistas)
O intervalo lúcido é uma característica de qual hemorragia intracraniana?
Epidural
*perda da consciência no momento do trauma seguida de melhora parcial ou completa e, finalmente, piora neurológica súbita (após 1 a 2 horas)
Hemorragia epidural: mecanismo da lesão
Trauma direto em região temporoparietal
*lesão da artéria maníngea média
Complicações da hemorragia epidural:
- Tríade de Cushing* (hipertensão arterial, bradicardia e bradipneia)
- Herniação do uncus (atinge o cerebelo e para o centro respiratório
*O aumento da PIC comprime o tronco encefálico, tendo como consequências uma desregulação no centro respiratório e isquemia, vasoconstrição sistêmica e aumento do tônus vagal
A clínica é progressiva na hemorragia___ (epidural/subdural)
Subdural
Nos casos de hipertensão intracraniana grave, na iminência de herniação, podemos ver a _____
Tríade de Cushing: hipertensão arterial, bradicardia e bradipneia
Hemorragia subdural: mecanismo
Queda ou desaceleração
V ou F: O hematoma subdural agudo costuma estar associado a outras lesões parenquimatosas adjacentes, que costumam ser mais graves que o próprio hematoma subdural
Verdadeiro
Lesão típica do TCE secundário a maus tratos em crianças?
Subdural
TCE: objetivos do tratamento
- PAS > 100-110 mmHg
- SatO2 > 95-98%
- PaO2 >100%
- prevenção de lesão secundária
Deve-se realizar TC de crânio para todo TCE em pacientes acima de ….
65 anos
TCE moderado: conduta
- TC de crânio
- Avaliação da neurocirurgia
- Encaminhar para UTI
TCE grave: conduta
- Sedação
- IOT
- Manter PPC >60mmHg
- Profilaxia de úlcera de estresse (IBP)
Medidas para manter a PPC>60mmHg no TCE grave
- Elevação da cabeceira (30-45º)
- Manter a PAS>100mmHg
- Sedação (avaliado pelo RASS)
- Manitol (não dar se paciente hipotenso)
- Solução salina hipertônica (pode ser utilizado em pacientes hipotensos)
- Cateter de PIC +- drenagem liquórica
- Hiperventilação em refratários (leve e por curto período de tempo)
Critérios NEXUS para baixa probabilidade de lesão cervical
- Sem dor em linha cervical média, tanto à palpação quanto à movimentação (passiva e ativa)
- Sem déficit neurológico focal
- Paciente com glasgow 15, alerta e consciente
- Sem intoxicação exógena
- Sem lesões distrativas (ex: fratura de fêmur)
O exame de escolha para avaliação cervical após trauma de coluna cervical é…
TC de coluna cervical
*se não disponível, pode ser feita uma radiografia lateral (com visualização completa de todas as vértebras cervical ) + radiografia anteroposterior + radiografia transoral (para visualização do processo odontoide)
Hérnia: principal fator de risco
Obesidade
(aumento do conteúdo abdominal, aumentando o calibre dos defeitos)
Hérnia encarcerada (não redutível): potenciais complicações subsequentes
- Obstrução intestinal
- Estrangulamento (isquemia de uma hérnia encarcerada)
Quando suspeitar de estrangulamento numa hérnia encarcerada?
- Dor intensa
- Sinais flogísticos locais
- Piora inflamatória laboratorial
Hérnias: conduta diagnóstica
- Diagnóstico clínico (anamnese + exame físico)
- Se dúvida diagnóstica: USG de parede abdominal
- Se persistência da dúvida, hérnias complexas, necessidade de medidas e planejamento de grandes cirurgias: TC abdome (RNM é superior na investigação)
Tratamento para hérnias encarceradas
Cirúrgico com exploração do conteúdo para avaliação da viabilidade do saco hérniário (risco de estrangulamento)
redução apenas de exceção, num encarceramento muito recente (<2h)
Hérnia com estrangulamento: tratamento
- Cirurgia com avaliação do conteúdo herniário
- Se conteúdo inviável (isquemia irreversível/necrose), fazer enterectomia segmentar local
- Se perfuração e contaminação cavitária, fazer uma laparotomia mediana para adequada limpeza da cavidade e avaliação do conteúdo
Obstrução intestinal por hérnia encarcerada: conduta
Cirurgia com avaliação do conteúdo herniário seguida de redução (caso viável) e hernioplastia
Hérnias: indicações de tratamento cirúrgico
- Hérnias sintomáticas
- Hérnias encarceradas ou estranguladas (urgência/emergência)
- Hérnias de crescimento progressivo
Canal inguinal: estruturas que transitam em seu interior (em homens e mulheres)
Homens: cordão espermático
Mulheres: ligamento redondo do útero
Hérnia mais comum na virilha?
Inguinal indireta direita
A hérnia inguinal indireta se anuncia pelo
Anel inguinal interno
A hérnia inguinal ____ ocorre devido à patência (não fechamento) do conduto peritônio-vaginal
Indireta
defeito congênito
A hérnia inguinal é um resultado de alterações ____ (congênitas/adquiridas), ocorrendo devido ao ____
- Adquiridas
- Enfraquecimento da musculatura da parede posterior do canal inguinal (triângulo de Hesselbach)
A parede do triangulo de Hesselbach é formada apenas pela fáscia tranversalis
Quais são os limites do trígono de Hesselbach?
- Músculo reto abdominal
- Vasos epigástricos inferiores
- Ligamento inguinal (Poupart)
- O ligamento inguinal é formado pela aponeurose do m.oblíquo externo do abdomne, que deflete sobre si mesmo formando o ligamento
Como a diferenciação entre hérnia inguinal direta e indireta pode ser sugerida no exame físico
- Teste do dedo fletido
- Manobra de Landivar
Na avaliação de uma hérnia inguinal, ao introduzir o dedo no anel inguinal externo através da bolsa escrotal e com o paciente realizando a manobra de Valsalva, uma protusão sentida na ponta do dedo sugere uma hérnia ____, enquanto a protusão sentida na polpa do dedo sugere uma hérnia ____
Indireta e direta
Como é feita a manobra de Landivar
Obstrui-se o anel interno por cima da pele e pede para o paciente realizar Valsalva. Se houver abaulamento suspeita-se de hérnia direta
Como ocorre a diferenciação definitiva entre hérnia direta e indireta
Durante a abordagem cirúrgica, com o limite pelos vasos epigástricos inferiores
Hérnia direta: medial
Hérnia indireta: lateral
A hérnia inguinal ____ (direta/indireta) tem maior risco de encarceramento
Indireta
Hérnia inguinoescrotal
Hérnia que progride ao longo do canal inguinal, atingindo o saco escrotal pelo anel inguinal externo
Hérnia femoral: onde se anuncia
Canal femoral (estrutura inelástica localizada abaixo do ligamento inguinal e medial aos vasos femorais)
A hérnia femoral é mais comum em ____ (homens/mulheres) e à _____ (direita/esquerda)
Mulheres e à direita
A hérnia femoral possui ___ (maior/menor) risco de encarceramento e estrangulamento
Maior (devido a rigidez do canal femoral)
Qual a técnica mais indicada para correção de hérnias femorais?
McVay (sutura do arco aponeurótico dos músculos oblíquo e transverso ao ligamento de Cooper)
Classificação de Nyhus
A hérnia ___ (direta/indireta/femoral) constitui a maioria das recidivas
Direta
Tratamento clássico da hérnia inguinal
Hernioplastia inguinal a Lichtenstein
Uso de tela de polipropileno em técnica livre de tensão
Na hérnia inguino-femoral, quais situações indicam a abordagem posterior (espaço pré-peritoneal)? Técnicas que podem ser utilizadas?
- No caso de recidiva ou em hérnias bilaterais
- Técnicas: Stoppa ou via videolaparoscópica
Técnicas videolaparoscópicas de tela pré-peritoneal
- TEP (totalmente extraperitoneal)
- TAAP (transabdominal pre-peritoneal)
A técnica de tela pré-peritoneal cobre todo o orifício miopectíneo de Fruchaud. Logo, ela é util para as hérnias inguinais diretas, indiretas, e hérnias femorais
Principais complicações da correção cirúrgica de hérnias inguinais
- Infecção da ferida operatória
- Orquite isquêmica (trombose do plexo pampiniforme)
- Inguinodinia (lesão de ramos nervosos): hiperestesia da face interna da coxa + bolsa escrotal/grandes lábios
Correção de hérnias inguinais por cirurgia laparoscópica: áreas de risco
- Trígono do desastre: pode haver lesão dos vasos ilíacos externos, manifestando complicação de sangramento intraoperatório catastrófico e desastroso
- Trígono da dor: pode haver lesão do nervo cutâneo femoral lateral, manifestando complicação de dor crônica neuropática, porém mais localizada na face lateral da coxa
Hérnia umbilical na infância: indicações cirúrgicas
- Não fechamento espontâneo até os 5 anos de idade
- > 2cm
- Hérnia inguinal concomitante
- Presença de derivação ventriculoperitoneal associada
Hérnia umbilical no adulto: tratamento
- Cirúrgico se sintomáticos ou ascite volumosa
- Se hérnias pequenas (<2cm): herniorrafia sem tela
- Se hérnias grandes (>=2cm) ou recidivadas: hernioplastia umbilical com colocação de tela
V ou F: na hérnia umbilical, raramente encontramos alças intestinais no conteúdo do saco herniário
Verdadeiro
Hérnia incisional: conduta
- Defeitos pequenos (<2cm): reparo primário
- Defeitos grandes (>2cm): reparo com tela
Hérnia de Littré
Hernia inguinal com presença de um divertícula de Meckel num saco herniário
Hérnia de Spiegel
Entre a borda lateral do músculo reto abdominal e a linha semilunar de Spiegel
Hérnia epigástrica
Na linha média, entre o processo xifoide e a cicatriz umbilical
Hérnia de Richter
- Hérnia da borda antimesentérica
- Mais típica na hérnia femoral
- Mais frequentemente apresenta-se complicada com estrangulamento
Quais são os dois tipos de hérnia que podem ter o apêndice cecal como conteúdo?
- Hérnia de Amyand (hérnia inguinal)
- Hérnia de Garengeot (hénia femoral)
Hérnias lombares
- Hérnia de Grynfelt (trígono lombar superior)
- Hérnia de Petit (trígono lombar inferior)
Hérnia inguinal na pediatria
- Indireta em 95% dos casos (sem defeito na parede posterior)
- Mais encontrada em prematuros
- Alto índice de acometimento bilateral
- Alto risco de encarceramento/estrangulamento
- Cirurgia está indicada para todos
- Sem uso de telas (somente ligadura alta do saco herniário)
Hérnia de hiato: tipos
- Tipo 1: função esofagogástrica e cárdia herniados para o tórax por deslizamento
- Tipo 2 (paraesofágica): a JEG permanece na sua posição anatômica, mas parte do fundo gástrico hernia para cima do diafragma
- Tipo III (mista): JEG e parte do estômago herniando para o tórax (deslizamento + rolamento)
V ou F: as hérnias de hiato paraesofagiana e mista têm indicação cirúrgica mesmo quando assintomáticas, pela alta taxa de complicações
Verdadeiro
A hérnia umbilica é mais frequente em..
- Crianças
- Adultos obesos
Adultos: associada à obesidade, gestação e cirrose com ascite