Cefaleias Flashcards

1
Q

Qual a cefaleia mais comum no mundo e qual a cefaleia mais comum no consultório?

A
  • No mundo: cefaleia tensional

- No consultório: enxaqueca (mais intensa, pessoas procuram médico)

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2
Q

Como são classificados os tipos de cefaleia?

A
  • Primária: sem alterações orgânicas subjacentes. tensional, enxaqueca, em salvas, hemicrania paroxística
  • Secundárias: HSA, HIC, trombose, meningite, neoplasia
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3
Q

O que é importante investigar na história clínica do pct com queixa de cefaleia?

A
  • Idade de início da dor: as primárias geralmente começam qd a pessoa é jovem
  • Localização: caráter migratório é indicativo de benignidade
  • Caráter: compressão, pulsátil
  • Intensidade
  • Duração
  • Agravamentos
  • História familiar
  • Uso de medicamentos: estrógenos, corticoide em dose imunossupressora, anticoagulantes
  • Doenças coexistentes
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4
Q

O que é importante fazer no exame físico da pessoa com queixa de cefaleia?

A
  • PA
  • Temperatura
  • Palpação do crânio
  • Percussão dos seios da face
  • Ausculta das carótidas
  • Percussão da mastoide
  • Exame neurológico
  • Fundo de olho
  • Sinais meníngeos
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5
Q

Quais os sinais de alerta para cefaleia secundária, significando que deve ser investigada com exames laboratoriais, imagem e líquor?
IMPORTANTE

A

S: sinais sistêmicos - toxemia, rigidez de nuca, rash cutâneo, portadores de neoplasias ou hiv, usuários de imunossupressores
N: Déficits neurológicos focais, edema de papila, convulsão
O: > 50 anos
O: início súbito ou primeira cefaleia
P: mudança de padrão da cefaleia prévia ou cefaleia progressiva ou cefaleia refratária

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6
Q

Qual o principal diagnóstico diferencial de cefaleia súbita e excruciante?

A

HSA - ruptura de aneurisma

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7
Q

Como é definida a enxaqueca?

A

Reação neurovascular anormal, relacionada à herança genética multifatorial, desencadeada por fatores ambientais (gatilhos).

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8
Q

Qual a fisiopatologia da enxaqueca?

A

Gatilho –> vasodilatação + ativação do sistema trigeminal –> liberação de neuroquinina A, subst. P e CGRP –> ativação dos núcleos sensitivos no tronco cerebral –> sensibilização central da dor

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9
Q

Qual a epidemiologia da enxaqueca?

A
  • História familiar positiva
  • Mulheres
  • Jovens
  • Segunda causa mais comum de cefaleia
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10
Q

Quais são as fases da enxaqueca?

A
  • Pródromos: irritabilidade, dificuldade de concentração, sonolência excessiva. Pode durar algumas horas a dias
  • Aura: sinais focais reversíveis que ocorrem em 20% dos pacientes, podendo ser visual (escotomas ou cintilações), sensorial (parestesia) ou hemiplégica (raro). Dura 5-60 minutos. Pode ocorrer antes, durante ou depois da cefaleia
  • Fase álgica: cefaleia intensa, podendo durar de 4-72h
  • Fase de recuperação: sintomas semelhantes aos pródromos, após a crise
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11
Q

Quais os possíveis fatores desencadeantes da enxaqueca?

A
  • Privação de sono ou sono em excesso
  • Jejum prolongado
  • Estresse
  • Alimentos gordurosos
  • Alimentos ácidos
  • Bebida alcóolica
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12
Q

Quais os critérios diagnósticos da enxaqueca sem aura?

A
  • Pelo menos 5 episódios preenchendo os critérios abaixo:
  • Cefaleia de 4-72h
  • Pelo menos 2/4 das características: unilateral, pulsátil, dor moderada a grave, agravada por atividade física rotineira
  • Pelo menos 1 dos seguintes durante a cefaleia: náusea e/ou vômitos, fotofobia + fonofobia
  • Não é explicada por outro diagnóstico
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13
Q

Quais os critérios diagnósticos para enxaqueca com aura?

A
  • Pelo menos 2 episódios preenchendo critérios abaixo
  • Um ou mais dos seguintes sintomas de aura, sendo REVERSÍVEIS: visual, sensitivo, fala e/ou linguagem, motor, tronco cerebral, retiniano
  • Pelo menos 3/6 características: pelo menos um sintoma de aura alastra gradualmente em 5 ou mais minutos, 2 sintomas de aura ocorrem sucessivamente, cada sintoma individual dura 5-60 minutos, pelo menos um sintoma é unilateral, pelo menos um sintoma é positivo, aura é acompanhada ou seguida em 60 minutos por cefaleia
  • Não melhor explicada por outro diagnóstico
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14
Q

Quais as opções de remédios para o tratamento da fase aguda da enxaqueca?

A
  • Analgésicos: paracetamol, dipirona
  • AINES: AAS, ibuprofeno
  • Triptanos: sumatriptano, naratriptano. Fazem vasoconstrição
  • Ergóticos: ergotamina. Usar até 4h após o início da dor. Vasoconstritores
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15
Q

Quais as contraindicações dos triptanos?

A
  • HAS
  • DAC
  • DAOP
  • AVC prévio
  • Gravidez e amamentação
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16
Q

Quais as contraindicações dos ergóticos?

A
  • DAC
  • AVE
  • HAS grave
  • Gravidez e amamentação
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17
Q

Quais as indicações para a profilaxia da enxaqueca?

A
  • Ataques que interferem significativamente na rotina
  • 4 ou + crises por mês
  • Contraindicação ou falência das medicações agudas
  • Alguns subtipos de auras
  • Preferência do pct
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18
Q

Qual a duração da profilaxia para enxaqueca?

A
  • 6 meses a 4 anos (média de 1 ano)

- Reavaliação no mínimo após 6 semanas

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19
Q

Quais as opções de fármacos e seus efeitos colaterais para profilaxia da enxaqueca?

A
  • Betabloqs - bradicardia, sonolência, hipotensão postural, impotência sexual
  • Antidepressivos tricíclicos - Ganho de peso, boca seca, retenção urinária
  • Anticonvulsivantes - ganho de peso, tremor, epigastralgia, náusea, perda de peso e parestesias (topiramato)
  • BCC: arritmia, rubor facial
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20
Q

Qual o uso da toxina botulínico no tratamento da enxaqueca?

A
  • Reservado para pacientes refratários ao tratamento ou que não toleram medicações profiláticas
  • Reduz a tensão muscular associada a cefaleia, inibe a hiperexcitabilidade trigeminal
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21
Q

Obs: pasurta é o anticorpo monoclonal recentemente desenvolvido para o tto da enxaqueca, ele inibe o CGCRP. Não é disponível no brasil ainda.

A

ok

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22
Q

Quais os critérios para diagnóstico de cefaleia tensional?

A
  • Pelo menos 10 episódios de cefaleia ocorrendo em < 1 dia no mês (< 12 dias no ano), preenchendo os critérios abaixo:
  • Duração de 30minutos a 7 dias
  • Pelo menos duas das seguintes características: bilateral, em pressão ou aperto, intensidade ligeira a moderada, não agravada por atividade física rotineira
  • Acompanhada por: ausência de náuseas e vômitos; fotofobia OU fonofobia
  • Não melhor explicada por outro diagnóstico
23
Q

Como é a classificação da cefaleia tensional quanto a frequência das crises?

A
  • CTT EPISÓDICA: pouco frequente (< 1 dia/mês - mais comum!) ou frequente (1-14 dias/mês)
  • CTT CRÔNICA: crises em pelo menos 15 dias a cada mês
24
Q

Qual o tratamento da cefaleia tensional de fase aguda?

A
  • Orientar
  • Medidas educativas: sono regular, controle do estresse
  • Prescrição de analgésicos e/ou AINES (paracetamol, dipirona, ibuprofeno).

Obs: o ideal nas cefaleias é iniciar o medicamento logo no início da crise, porque uma vez deflagrada, é difícil reverter a cefaleia com medicamentos

25
Q

Qual a indicação para profilaxia de cefaleia tensional?

A
  • Cefaleia tensional crônica (por mais de 3 meses)
26
Q

Quais os medicamentos disponíveis para profilaxia da cefaleia tensional?

A
  • Antidepressivos tricíclicos (1a linha)
  • Mirtazapina
  • Topiramato
  • Auxílio psicológico ou psiquiátrico
27
Q

Quais abordagens acessórias podem ser utilizadas na cefaleia tensional?

A
  • Terapia cognitivo-comportamental
  • Técnicas de relaxamento
  • Fisioterapia: alongamento cervical
  • Uso de aparelhos ortodônticos
  • Acupuntura
  • Exercícios aeróbicos
28
Q

Quais os principais tipos de cefaleias trigemino-autonômicas?

A
  • Cefaleia em salvas

- Hemicrania paroxística

29
Q

Como se caracterizam as cefaleias trigemino-autonômicas?

A
  • Terminações do nervo trigêmeo são excitadas, causando dor
  • Manifestações autonômicas, como sudorese, lacrimejamento
  • Precisam ser investigadas, uma vez que o exame físico é alterado - é sempre importante afastar quadro secundários
30
Q

Como é definida a cefaleia em salvas?

A

Surtos de dor que desaparecem num prazo de sete dias a um ano, separados por períodos livres de dor superiores a 14 dias
- Crises paroxísticas

31
Q

Qual a epidemiologia da cefaleia em salvas?

A
  • Rara
  • Início entre 20 e 40 anos
  • Mais comum em homens
  • Sazonal
32
Q

Como é a forma crônica da cefaleia em salvas?

A
  • Crises ocorrem por períodos superiores a 1 ano, sem remissões ou com remissões inferiores a 14 dias (se não tratada)
33
Q

Quais os critérios diagnósticos para cefaleia em salvas?

A
  • Pelo menos 5 crises preenchendo os critérios abaixo:
  • Dor forte ou muito forte unilateral, orbitária, supra-orbitária e/ou temporal, durando de 15 a 180 minutos se não tratada.
  • Cefaleia acompanha-se de pelo menos um dos seguintes: injeção conjuntival ipsilateral e/ou lacrimejamento, congestão nasal ipsilateral e/ou rinorreia, edema palpebral ipsilateral, sudorese frontal e facial ipsilateral, miose e/ou ptose ipsilateral, sensação de inquietude ou agitação
  • Crises têm frequência de uma a cada dois dias a 8 por dia
  • Não se atribui a outra moléstia
34
Q

Quais os fatores desencadeantes da cefaleia em salvas?

A
  • Vasodilatadores periféricos
  • Ingestão de bebidas alcoólicas
  • Altitude
  • Calor ou frio
  • Apneia do sono
35
Q

Quais os fatores de alívio da cefaleia em salvas?

A
  • Compressão da artéria temporal durante a crise

- Exercícios físicos

36
Q

Qual o tratamento da fase aguda da cefaleia em salvas?

A
  • Oxigênio a 100% em máscara com fluxo de 10-12L/min durante 20 minutos
  • Sumatriptano subcutâneo se a dor não cessar
  • Evitar fatores desencadeantes
37
Q

Qual a profilaxia da cefaleia em salvas?

A
  • Verapamil (principal)
  • Lítio
  • Divalproato de sódio
  • Boa resposta!
38
Q

Como é caracterizada a hemicrania paroxística?

A
  • Crises com características similares de dor e sintomas e sinais da cefaleia em salvas,
  • Duração mais curta que a cefaleia em salvas e mais frequentes
  • Afeta mais mulheres
  • Respondem a indometacina!!!!
39
Q

Como é caracterizada a neuralgia do trigêmeo?

A
  • Paroxismos dolorosos de curta duração no território de distribuição de um ou mais ramos do NCV
  • Confunde com dor de dente
40
Q

Qual a epidemiologia da neuralgia do trigêmeo?

A
  • Início após 50 anos

- Frequência um pouco maior em mulheres

41
Q

Quais as manifestações clínicas da neuralgia do trigêmeo?

A
  • Dor lancinante, tipo choque elétrico
  • Curtíssima duração
  • Espontâneos ou desencadeados por estimulação em zonas de gatilho
  • Solicitar angioRM para excluir causas vasculares ou tumorações
42
Q

Qual o tratamento para neuralgia do trigêmeo?

A
  • Carbamazepina
  • Baclofen
  • Fenitoína
  • Se houver uma alça vascular comprimindo o trigêmeo, pode ser feita cirurgia
43
Q

Quanto às cefaleias secundárias, qual as doenças cerebrovasculares que cursam com cefaleia?

A
  • Isquêmicas
  • Hemorrágicas
  • Hemorragia intracraniana
  • HSA
44
Q

Como é observada a TC de uma HSA?

A
  • Hiperdensidade do espaço subaracnoide, inundando as cisternas
45
Q

Quais as características daa arterite temporal?

A
  • Início após 50 anos
  • Cefaleia frontotemporal latejante e persistente
  • Artéria temporal ingurgitada, hipopulsátil e dolorosa a palpação
  • Sintomas associados: anorexia, emagrecimento, febre, dores articulares
  • Essencial pensar nesse diagnóstico diferencial, pois pode cursar com perda da visão (formação de trombos e embolização) - pedir VHS!
46
Q

Como é feito o diagnóstico da arterite temporal?

A
  • VHS elevado
  • Biópsia da artéria temporal (nem sempre necessário)
  • USG da artéria temporal
47
Q

Qual o tratamento da arterite temporal?

A

Corticoide em altas doses

48
Q

Quais as causas de HIC que podem cursar com cefaleia?

A
  • Processos expansivos: tumores, abscessos, hematomas
  • Hidrocefalia
  • Edema cerebral
  • HIC benigna (pseudotumor cerebral)
49
Q

Quais as manifestações clínicas da HIC?

A
  • Cefaleia compressiva
  • Vômitos sem náusea
  • Papiledema
50
Q

Quais as causas de cefaleia por hipotensão intracraniana?

A
  • Cefaleia pós-punção lombar
  • Fístula liquórica pós TCE
  • Desidratação severa
51
Q

Quais as manifestações clínicas da cefaleia por hipotensão intracraniana?

A
  • Cefaleia bilateral, latejante ou em pressão
  • Melhora no decúbito com a cabeça baixa
  • Desencadeada por fatores posturais
52
Q

Qual o tipo de cefaleia secundária que falta citar?

A
  • Cefaleia atribuída a trauma craniano/cervical
53
Q

Qual o primeiro exame a ser solicitado diante de cefaleia secundária?

A

Neuroimagem

54
Q

Qual exame deve ser solicitado na suspeita de HSA?

A

Arteriografia - diagnóstica e terapêutica!