Caso 6: Anemia Flashcards
ANEMIA
+ BACELAR
A anemia pode ser resultante de vários processos patológicos que podem atuar de
forma isolada ou associada. Com a finalidade de estreitar as possibilidades diagnósticas, as anemias podem ser classificadas de acordo com a morfologia e a fisiologia:
- são considerados valores normais de reticulócitos
A anemia pode ser resultante de vários processos patológicos que podem atuar de
forma isolada ou associada. Com a finalidade de estreitar as possibilidades diagnósticas, as anemias podem ser classificadas de acordo com a morfologia e a fisiologia:
- Morfologia: As hemácias são categorizadas levando em consideração, principal-mente, seu tamanho, avaliado pelo volume corpuscular médio (VCM), e também pela aparência, cujas alterações podem ser evidenciadas por meio do esfregaço do sangue periférico. As anemias são então classificadas em microcíticas (VCM baixo), normocíticas (VCM normal) e macrocíticas (VCM elevado). O VCM varia com a idade, porém de modo geral é considerado normal quando os valores são de 75-100 μm3
. - Fisiologia: As anemias podem ser produzidas por três mecanismos básicos: 1. Diminuição da produção de eritrócitos: Por falta de tecido eritropoético, invasão da medula óssea por elementos estranhos e deficiência de elementos essenciais à formação da hemácia, como ferro, folatos, vitamina B12 (p. ex., anemias carenciais).
, vitamina B6 e vitamina C
2. Excesso de destruição dos eritrócitos: Ocorre na hemólise, que acontece por agres-são à hemácia (veneno, toxinas, mecanismo imunológico etc.) ou por defeito do eritrócito, nas seguintes situações: defeito na arquitetura da membrana (p. ex., esfe-rocitose); alterações na formação da hemoglobina (p. ex., anemia falciforme, talas-semias etc.); alterações no setor enzimático (p. ex., deficiência de G6PD).
3. Perdas hemorrágicas: Sangramentos agudos e crônicos.
São considerados normais valores percentuais de reticulócitos entre 0,5-1,5% e va-. Quando os reticulócitos estão aumentados,
lores absolutos entre 25.000-75.000/mm3 pode haver aumento do VCM.
HEMOGRAMA ANEMIAS EM GERAL
- eritrocitos
- VCM
- RDW
- esfregaço sanguíneo
O hemograma evidenciará redução no número de eritrócitos, assim como no valor da hemoglobina (abaixo do esperado para cada faixa etária, de acordo com os valores demonstrados no Quadro 7.1). Os contadores eletrônicos avaliam o volume corpuscular médio de forma mais fidedigna, permitindo a classificação das anemias em microcíticas (anemia ferropriva, intoxicação por chumbo, síndromes talassêmi-cas), macrocíticas (deficiência de vitamina B12
e ácido fólico) e normocíticas (anemias
hemolíticas congênitas e adquiridas, perda sanguínea aguda etc.)
O RDW (coeficiente de variação eritrocitária), obtido nos contadores eletrônicos, é um elemento útil no diag-nóstico diferencial das anemias. É uma medida quantitativa da anisocitose, com valo-res normais entre 11,5-14,5%. Na talassemia encontramos anemia microcítica, porém RDW normal, já que a microcitose é homogênea. Na anemia ferropriva há hete-rogeneidade no tamanho das hemácias, o que nos faz encontrar anemia microcíti-ca com RDW elevado. O RDW também está elevado na hemoglobinopatia H e na B-S-talassemia
O esfregaço sanguíneo fornece dados importantes na avaliação do paciente anêmico.
O primeiro aspecto analisado é a morfologia das hemácias, em que se pode observar a presença de microcitose ou macrocitose. Esferócitos, ovalócitos ou eliptócitos sugerem o diagnóstico de processo hemolítico por alteração da membrana celular. O encontro de células falcizadas no esfregaço encaminha para o diagnóstico de anemia falciforme ou hemoglobinopatia C.
ANEMIAS CARENCIAIS
ocorrem em decorrência de
Ocorrem em decorrência de múltiplas etiologias, desde deficiências nutricionais, perdas sanguíneas, processos infecciosos e patológicos concomitantes, uso de medicações específicas que impeçam ou prejudiquem a absorção do ferro e outros nutrientes essenciais
definições
anemia, anemias carenciais, anemia por deficiência de ferro, anemia megaloblástica
Anemia: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a condição na qual a concentração sanguínea de hemoglobina (Hb) se encontra abaixo dos valores esperados (inferior a –2DP), tornando-se insuficiente para atender às necessidades fisiológicas exigidas de acordo com idade, sexo, gestação e altitude.
Anemias carenciais: são anemias causadas pela deficiência de micronutrientes, entre eles, mais frequentemente, ferro, vitamina B12 e ácido fólico.
Anemia por deficiência de ferro: essa é a principal causa das anemias carenciais. Atualmente está associada a mais de 60% dos casos em todo o mundo. No Brasil, constitui problema de saúde pública.
Anemia megaloblástica: causada pela deficiência de vitamina B12 e/ou ácido fólico
ANEMIAS CARENCIAIS - ANEMIA FERROPRIVA- ANEMIA MICROCÍTICA
epidemiologia
A deficiência de ferro é a principal causa da anemia, considerada o distúrbio nutricional mais prevalente em todo o mundo. Estima-se que 33% das mulheres não grávidas, 40% das mulheres grávidas e 42% das crianças apresentem anemia ferropriva em todo o mundo, segundo a OMS
Porém, publicação de 2021, baseada em estudo de metanálise, que incluiu 134 publicações entre 2007 e 2020, observou prevalência estimada de anemia de 33% em crianças brasileiras, saudáveis e menores de 7 anos. Esses resultados são considerados muito altos, mesmo considerando as características de países latino-americanos, e indicam a necessidade de abordagem clara, ampla e com medidas de curto, médio e longo prazos, visando à prevenção e ao tratamento adequado da deficiência de ferro em nosso país
Tabela 1 Valores hematológicos normais, por faixa etária
Tabela 1 Valores hematológicos normais, por faixa etária
ANEMIAS CARENCIAIS - ANEMIA FERROPRIVA
Fisiopatologia da deficiência de ferro
- função, armazenamento e transporte
* procurar mais
O ferro exerce importantes funções no organismo, como o transporte de oxigênio, a síntese de DNA e o metabolismo muscular. Seu metabolismo, desde a absorção, utilização e mecanismos de armazenamento, é complexo e interligado. O corpo humano contém aproximadamente 3 a 4 g de ferro, sendo a maior parte (2 a 2,5 g) ligada à hemoglobina, seguida por partes ligadas à mioglobina, citocromos e enzimas
A transferrina plasmática é responsável pelo transporte de ferro e a ferritina e pelo armazenamento do ferro em tecidos. Somente pequena quantidade de ferro (1 a 2 mg) entra e sai do corpo diariamente através da descamação de enterócitos ou queratinócitos.
ANEMIAS CARENCIAIS - ANEMIA FERROPRIVA
Fisiopatologia da deficiência de ferro
- fatores que influenciam na absorção
A absorção de ferro aumenta na deficiência de ferro e é variável de acordo com as fontes alimentares de ferro. O ferro heme, presente em peixes, aves e carnes, tem biodisponibilidade melhor que as fontes não heme (vegetais); fatores intraluminais e polimorfismos genéticos de genes reguladores do metabolismo do ferro podem afetar a absorção; substâncias ácidas facilitam a absorção de ferro não heme, enquanto os tanatos (chás), lactatos e fitatos a dificultam. Medicamentos podem afetar a absorção de ferro, como demonstrado pela redução da absorção de ferro em indivíduos tratados com inibidores da bomba de prótons (IBP)
ANEMIAS CARENCIAIS - ANEMIA FERROPRIVA
Fisiopatologia da deficiência de ferro
- regulação da absorção, armazenamento e utilização do ferro
- qual enzima se encontra elevada
A regulação da absorção, armazenamento e utilização do ferro no organismo humano envolve uma série de fatores, desde receptores de membrana, proteínas, características da microbiota intestinal, apresentação da molécula de ferro (Fe2+, ferroso, tem maior absorção que o Fe3+, férrico) e estímulos fisiológicos específicos. Nesse processo de regulação, a hepcidina, proteína de síntese hepática, um dos principais marcadores, encontra-se elevada na deficiência de ferro. O ferro é excretado em quantia insignificante nas fezes e urina
ANEMIAS CARENCIAIS - ANEMIA FERROPRIVA
Diagnóstico da anemia ferropriva,
A investigação de crianças e adolescentes com suspeita ou anemia confirmadas deve seguir raciocínio clínico, baseado em anamnese detalhada e exame clínico completo, que definirão os exames laboratoriais a serem solicitados.
A anamnese deve contar com:
Identificação: nome, idade, origem étnica, procedência remota e atual, confiabilidade de informações dos cuidadores, relações familiares.
Queixas e duração: tempo de diagnóstico e situação atual.
História pregressa da doença atual: alterações de sono e atividade, percepção de palidez, apatia, diagnóstico anterior, tratamentos recebidos, medicações e doses, forma de administração, aceitação pelo paciente e família.
Dieta (detalhada):
Aleitamento materno: exclusivo até 6 meses? Prolongado?
Alimentação complementar: introdução, qualidade e aceitação, horários e mamadas, desmame.
Recordatório alimentar (dias na rotina).
Puericultura: resultado da triagem neonatal (teste do pezinho), vacinação, acompanhamento regular nas consultas, desenvolvimento neuropsicomotor, dores ósseas, medicações em uso regular ou esporádico, uso de substâncias ilícitas. Em adolescentes: menarca e características de ciclos menstruais.
Antecedentes pessoais, condições de gestação e parto: idade gestacional, peso ao nascimento, icterícia neonatal, intercorrências, prematuridade, gemelaridade, restrição de crescimento intrauterino, comorbidades associadas.
Antecedentes familiares: anemias na família, icterícia, litíase biliar, doenças crônicas e degenerativas.
Epidemiologia: condições de moradia e ambiente, exposição a agentes tóxicos, viagens recentes.
ANEMIAS CARENCIAIS - ANEMIA FERROPRIVA
Diagnóstico da anemia ferropriva
No exame físico, atentar para 3 em geral
Palidez, icterícia, peso e estatura, desenvolvimento psicomotor, malformações em mãos, pés, segmento craniano, pesquisar hepatomegalia, esplenomegalia e adenomegalias.
Ausculta cardíaca: frequência cardíaca, presença de sopros, principalmente terceira bulha e ritmo de galope, sinais sugestivos de insuficiência cardíaca.
Fâneros: pele, unhas, cabelos, queilites angulares (boqueiras), língua.
ANEMIAS CARENCIAIS - ANEMIA FERROPRIVA
Diagnóstico da anemia ferropriva
A investigação laboratorial inclui: 6
resultados hemograma
-hemoglobina
-hematrimetricos
- tipo da anemia
- RDW
- reticulocitos
Hemograma: a partir da identificação de anemia ao hemograma, observar a classificação de anemias microcíticas, macrocíticas ou normocíticas.
Reticulócitos: indicam a capacidade de proliferação do tecido hematopoiético. Classificam as anemias em hiper ou hipoproliferativas.
Atualmente, aparelhos podem fornecer reticulócitos-He (Ret-HE), que informam a quantidade de hemoglobina em cada reticulócito, considerado um bom marcador de resposta à terapêutica com ferro.
Avaliação do ferro circulante: ferro sérico, capacidade total de ligação do ferro (CTLF) e saturação da transferrina. Importante lembrar que a dosagem de transferrina isolada não avalia o ferro circulante, somente a saturação dela (saturação de transferrina = Fe/CTLF x 100).
Reservas de ferro: ferritina. Importante lembrar que a ferritina é também uma proteína de fase aguda e se encontra elevada em infecções, inflamações e doenças crônicas.
Hepcidina: elevada em situações de necessidade de suplementação de ferro (pouco utilizada em nosso meio).
Receptor de transferrina: aumentados em deficiência de ferro (pouco utilizados em nosso meio).
Outros: demais exames devem seguir diagnósticos prováveis segundo anamnese e exame físico, considerando diagnósticos diferenciais.
+ BACELAR
A confirmação diagnóstica ocorre com o resultado do hemograma, que evidencia queda da hemoglobina e alterações dos índices hematimétricos: VCM, HCM e CHCM baixos, ca-racterizando anemia microcítica e hipocrômica. Conforme discutido anteriormente, o RDW estará elevado, traduzindo a intensa anisocitose. A contagem de reticulócitos é normal e, com certa frequência, observa-se aumento da contagem de plaquetas, o que parece ser devido a um efeito inespecífico da eritropoetina. Nas anemias ferroprivas é prudente a realização do parasitológico de fezes, que poderá evidenciar parasitos espoliadores de sangue
ANEMIAS CARENCIAIS - ANEMIA FERROPRIVA
Quadro 1 Fatores de risco para deficiência de ferro
- Relacionadas à gestação e ao parto: 8
- Aporte dietético: 8
Relacionadas à gestação e ao parto: gestações múltiplas próximas, gestantes com deficiência de ferro e sem suplementação adequada, hemorragias na gestação, recém-nascidos prematuros, gemelares, com restrição de crescimento intrauterino e em velocidade de crescimento acelerada (> p90), clampeamento precoce de cordão umbilical (< 1 minuto de vida).
Aporte dietético: sem aleitamento materno, aleitamento materno exclusivo prolongado (superior a 6 meses), introdução alimentar inadequada, dietas pobres em ferro ou de baixa biodisponibilidade, utilização de leite de vaca no 1º ano de vida, consumo exagerado de lácteos, dietas vegetarianas ou veganas, sem acompanhamento e suplementação necessárias.
ANEMIAS CARENCIAIS - ANEMIA FERROPRIVA
Quadro 2 Causas de deficiência de ferro
- dificuldade de absorção 6
- Deficiência ou dificuldade de acesso às reservas de ferro:
Dificuldade de absorção: ferro de baixa biodisponibilidade (férrico); uso de antiácidos, ingestão alta de farelos, tanatos, fitatos e lácteos.
Deficiência ou dificuldade de acesso às reservas de ferro:
Perdas sanguíneas: traumas, cirurgias, epistaxes recorrentes, gastrites, divertículo de Merckel, doenças inflamatórias intestinais, infecção por Helicobacter pylori, parasitoses, colites alérgicas; gastrites e úlceras hemorrágicas, refluxo gastroesofágico grave, hemorroidas, ciclos hipermenorrágicos, hematúrias, hemossiderose pulmonar idiopática, síndrome de Goodpasture, bronquiectasias, discrasias sanguíneas, tumores.
Doenças inflamatórias e infecciosas, defeitos na captação intestinal de ferro (deficiência de TMPRSS6), atransferrrinemia, anticorpos antitransferrina, defeitos na síntese do heme e da captação de ferro pelas células (raros).
Comprometimento da absorção do ferro: doença celíaca, gastrite atrófica, cirurgia gástrica (bariátrica, ressecção gástrica), redução da acidez gástrica (antiácidos, bloqueadores H2, inibidores de bomba de prótons).
ANEMIAS CARENCIAIS - ANEMIA FERROPRIVA
TRATAMENTO
O tratamento deve ser individualizado, baseado na etiologia e no controle da causa-base, identificando e tratando as doenças associadas e corrigindo os distúrbios alimentares.1,3,8,10 Deve-se também observar a adesão da criança e da família à terapia proposta, discutir melhores opções entre os diferentes sais de ferro encontrados no mercado, seus custos e tratamentos anteriores realizados. E reforçar para a família a importância de corrigir a anemia e as reservas de ferro.
Na deficiência de ferro sem anemia, a suplementação de ferro é realizada como na anemia ferropriva, até a normalização dos estoques.1,3,8 As doses utilizadas são:
- ferro VO e parenteral
Ferro via oral: 3 a 6 mg/kg/dia de ferro elementar, considerando a dose máxima 200 mg/dia. O sulfato ferroso deve ser administrado longe das refeições e mamadas; ferro polimaltosado e ferro quelado não necessitam dessa orientação.1,3,8
Ferro parenteral: deve ser administrado em ambiente hospitalar, infusão lenta e sob supervisão. As indicações para sua administração estão descritas no Quadro 4.
Quadro 3 Diagnóstico laboratorial da deficiência de ferro e diagnósticos diferenciais
Quadro 3 Diagnóstico laboratorial da deficiência de ferro e diagnósticos diferenciais
ANEMIAS CARENCIAIS - ANEMIA FERROPRIVA
TRATAMENTO
Quadro 4 Indicações de ferro endovenoso em crianças e adolescentes 6
Falha terapêutica do tratamento oral, em situações de dose adequada, boa adesão ao tratamento e afastados diagnósticos diferenciais de anemia ferropriva refratária (excepcionais)
Perdas sanguíneas significativas sem controle
Doenças inflamatórias intestinais: doença de Crohn, retocolite ulcerativa
Tratamentos oncológicos e dialíticos
Pós-operatório de ressecções cirúrgicas amplas do trato gastrointestinal
Irida (anemia por deficiência de ferro refratária – deficiência de TMPRSS6)
ANEMIAS CARENCIAIS - ANEMIA FERROPRIVA
TRATAMENTO
Recomenda-se a investigação laboratorial da deficiência de ferro, com ou sem anemia, aos X meses de vida. Porém, no caso de identificação de fatores de risco ou suspeita clínica (sinais clínicos), devem ser solicitados os exames laboratoriais e iniciar tratamento, caso seja positiva a pesquisa
X:12
ANEMIAS CARENCIAIS - ANEMIA FERROPRIVA
TRATAMENTO
o que é recomendado para lactentes
Em lactentes é recomendado início da terapia com ferro oral mesmo sem a realização de exames laboratoriais, pois espera-se que os estoques se esgotem entre 4 e 6 meses de idade, sendo necessária a reposição de acordo com fatores de risco maternos, gestacionais e do bebê.
ANEMIAS CARENCIAIS - ANEMIA FERROPRIVA
TRATAMENTO
- Lactentes em aleitamento materno exclusivo até o sexto mês, sem fatores de risco:
-Lactentes em aleitamento materno, com fatores de risco:
- Recém-nascidos (RN) prematuros (idade gestacional inferior a 37 semanas) ou com peso inferior a 2,5 kg ou prematuros com peso superior a 1,5 kg:
- RN prematuros com peso entre 1 e 1,5 kg:
-RN prematuros com peso inferior a 1 kg:
-
Lactentes em aleitamento materno exclusivo até o sexto mês, sem fatores de risco: iniciar a suplementação medicamentosa profilática, com 1 mg/kg/dia de ferro elementar, a partir dos 180 dias de vida, até o final do segundo ano.
Lactentes em aleitamento materno, com fatores de risco: iniciar 1 mg/kg/dia aos 90 dias, independentemente do tipo da alimentação.
Recém-nascidos (RN) prematuros (idade gestacional inferior a 37 semanas) ou com peso inferior a 2,5 kg ou prematuros com peso superior a 1,5 kg: iniciar aos 30 dias com 2 mg/kg/dia até 12 meses e 1 mg/kg/dia até completar 2 anos de idade.
RN prematuros com peso entre 1 e 1,5 kg: 3 mg/kg/dia a partir de 30 dias até 12 meses e 1 mg/kg/dia até 2 anos de idade.
RN prematuros com peso inferior a 1 kg: 4 mg/kg/dia a partir de 30 dias até 12 meses e 1 mg/kg/dia até 2 anos de idade.
RN e lactentes que tenham recebido transfusões de concentrado de hemácias precisam de abordagem individualizada e controles laboratoriais para checagem de reservas de ferro normais ou elevadas, antes de se indicar a suplementação.
ANEMIAS CARENCIAIS - ANEMIA FERROPRIVA
TRATAMENTO
espera-se resposta a reposição do ferro com aumento de quanto na hemoglobina e após quantas semanas de tratamento
Espera-se resposta à reposição de ferro com aumento de 1 g/dL de hemoglobina após 4 a 6 semanas de tratamento
ANEMIAS CARENCIAIS - ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
definição
caracterizada por – levando a 3
causada por
A anemia megaloblástica é uma anemia macrocítica usualmente acompanhada de leucopenia e trombocitopenia.
Caracterizada por uma morfologia megaloblástica na medula óssea que afeta os precursores eritroides, mieloides e plaquetários, levando a anemia, trombocitopenia e leucopenia com neutrófilos hipersegmentados
é causada por defeito na síntese de DNA, com poucas alterações no RNA e síntese de proteína, levando a um estado de crescimento celular desbalanceado e divisão celular comprometida.
ANEMIAS CARENCIAIS - ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
o que é a macrocitose? quais principais causas de anemia ( quadro 5) mas as mais comuns 2
Macrocitose é o aumento do volume das hemácias (VCM) acima do valor de referência para a idade (Tabela 1)
A anemia megaloblástica tem diversas causas (Quadro 5), sendo as mais comuns as deficiências nutricionais de folato ou vitamina B12 (cobalamina), vitaminas essenciais para síntese de DNA
ANEMIAS CARENCIAIS - ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
No sangue periférico evidenciam-se 3
a medula óssea é usualmente 2
a DHL é – pela –
2 ocorrem frequentemente em anemia megaloblástica grave, mas podem ocorrer mesmo na ausência de anemia.
No sangue periférico evidenciam-se neutrófilos hipersegmentados, com macrócitos ovais e eritroblastos policromatófilos.
A medula óssea é usualmente megaloblástica e hiperplásica, não sendo necessária para o diagnóstico.
A desidrogenase láctica (DHL) é usualmente elevada pela eritropoiese inefetiva.
Neutropenia e trombocitopenia ocorrem frequentemente em anemia megaloblástica grave, mas podem ocorrer mesmo na ausência de anemia