Caso 4: Leucemia e linfoma Flashcards
fLEUCEMIA- INTRODUÇÃO
epidemio geral
e quais tipos mais comuns
As leucemias são as neoplasias malignas mais comuns da infância, correspondendo a aproximadamente 28% de todos os tipos de câncer na faixa etária pediátrica.1 Associadas a outras neoplasias malignas da infância, são as doenças com maior índice de mortalidade no Brasil e nos demais países.
As leucemias linfoides agudas são as mais comuns, correspondendo de 75-80% dos casos, seguidas pelas leucemias mieloides agudas (15-20%). As leucemias mieloides crônicas são incomuns, variando de 2-5% na infância e adolescência
LEUCEMIA- INTRODUÇÃO
A etiologia ainda é desconhecida, entretanto existem fatores de risco que podem estar relacionados às leucemias na infância: 4 topicos no geral
Radiação ionizante: exposição pré-natal a radiografias, irradiação terapêutica.
Agentes quimioterápicos: alquilantes e epipodofilotoxinas aumentam o risco para leucemia mieloide aguda.
Condições genéticas: síndrome de Down, neurofibromatose tipo 1, síndrome de Klinefelter, síndrome de Kostmann, anemia de Fanconi.
Tabagismo paterno e materno
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA- EPIDEMIOLOGIA
- faixa etária de maior incidência
- predominio por sexo
A faixa etária de maior incidência é do 2º ao 5º ano de vida, sendo rara no recém-nascido. Há discreto predomínio no sexo masculino (1,2:1).
considerando que as leucemias representam cerca de 28% das neoplasias malignas, e destas aproximadamente 80% correspondem a leucemia linfoide aguda (LLA)
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA- biologia e patologia
A LLA é uma neoplasia maligna com origem na medula óssea, decorrente da expansão clonal de células progenitoras, associada a mutações que inibem a apoptose. Em consequência à multiplicação desordenada de células anormais (linfoblastos), ocorre diminuição na produção de precursores de eritrócitos, leucócitos normais e plaquetas.
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- sinais e sintomas são decorrentes de
- evolução
Os sinais e sintomas da LLA são decorrentes da infiltração neoplásica (linfoblastos) na medula óssea e da disseminação dessas células através da corrente sanguínea, para outros órgãos e sistemas.
Geralmente a evolução ocorre em dias ou semanas, com piora gradativa ou mesmo súbita
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- dor óssea características
A dor óssea é frequente, geralmente ocorre em membros, principalmente inferiores, e pode tornar-se muito intensa, impedindo a deambulação. Ocorre em qualquer horário, diurno ou noturno, sendo de difícil controle com analgésicos habituais. Artralgias e eventualmente artrites, resultantes de infiltrações articulares, podem ser confundidas com doenças reumatológicas
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- pode ser visto em RX da acometimento da coluna
Alguns pacientes podem apresentar dor em determinado segmento de coluna vertebral, geralmente toracolombar, e à radiografia pode ser observado colapso vertebral.
Embora o diagnóstico da doença seja realizado pela punção aspirativa de medula óssea (mielograma), as lesões ósseas podem preceder os achados clínicos
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- febre característica e relacionada à
- são comuns na fase inicial da doença
A febre também é um sintoma prevalente, que ocorre em cerca de 50-60% dos casos, sendo uma manifestação relacionada à produção de citocinas pelas células normais ou leucêmicas. Frequentemente pode estar associada a infecção bacteriana, relacionada à neutropenia presente ao diagnóstico
Palidez, astenia, petéquias e equimoses são comuns na fase inicial da doença
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- exame clínico
No exame clínico, além da palidez, fenômenos hemorrágicos e febre, frequentemente se observam hepatomegalia, esplenomegalia e linfonodomegalias generalizadas. Outros órgãos, como timo, rins, pele, ovários, testículos e sistema nervoso central (SNC), também podem estar acometidos. Cerca de 5% das crianças apresentam infiltração no SNC ao diagnóstico, porém raramente apresentam sintomas neurológicos como cefaleia, vômitos, distúrbios visuais ou crises convulsivas
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Pacientes com subtipo de linfoblasto da linhagem de células T podem apresentar
- torna-se imprescidivel realização de qual exame de imagem para pacientes que apresentem essa sintomalogia
Pacientes com subtipo de linfoblasto da linhagem de células T podem apresentar sintomas respiratórios, como tosse, taquipneia e dispneia, devido à presença de massa (aglomerados de linfonodos) no mediastino. Torna-se imprescindível a realização de radiografia de tórax nos pacientes que apresentem essa sintomatologia
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA- Exames complementares para o diagnóstico
- características do hemograma 8
Ao diagnóstico o hemograma revela várias alterações sugestivas da doença. A anemia é evidente em praticamente todos os casos, sendo, em geral, normocrômica e normocítica, com diminuição do número de reticulócitos. Pode ser leve, moderada ou grave. O número de leucócitos está quase sempre aumentado, não sendo rara a leucopenia. Em algumas crianças pode ser observada hiperleucocitose, acima de 50 mil leucócitos/mm3, o que indica maior gravidade. Os blastos (linfoblastos) quase sempre serão descritos, em porcentagens variadas. Linfocitose poderá ocorrer, e em grande número de pacientes se observa neutropenia. Considera-se neutropenia grave quando a contagem absoluta de neutrófilos está abaixo de 500/mm3, relacionada a maior risco de infecção. Os outros tipos de leucócitos (eosinófilos, monócitos e basófilos) geralmente estão diminuídos ou ausentes. A trombocitopenia ocorre na maioria dos pacientes, e aproximadamente 75% têm níveis abaixo de 100 mil plaquetas/mm3. Entretanto, trombocitopenia isolada é um evento raro. A gravidade do sangramento se correlaciona ao grau da trombocitopenia
EM RESUMO: anemia, leucócitos aumentados ou hiperleucocitose, blastos descritos, linfocitose, neutropenia, outros tipos de leucócitos diminuidos, trombocitopenia
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA- Exames complementares para o diagnóstico
Outras alterações laboratoriais devem ser avaliadas, podendo refletir o grau do excesso da proliferação e destruição das células leucêmicas
são elas:
- primeira avaliação 8
- sorologias 7
- - caso tenha febre 3
Na primeira avaliação deverão ser incluídos ureia, creatinina, eletrólitos, ácido úrico, gasometria, enzimas hepáticas, albumina, desidrogenase lática e sorologias para toxoplasmose, citomegalovírus, rubéola, herpes simples, vírus da imunodeficiência humana (HIV), hepatites e sífilis. Caso o paciente tenha histórico de febre, também deverão ser solicitadas hemoculturas, uroculturas e proteína C-reativa (PCR)
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA- Exames complementares para o diagnóstico
O envolvimento extramedular da doença pode ser detectado clinicamente ou demonstrado por meio de exames e procedimentos específicos. Os sítios mais comuns são 6
Os sítios mais comuns são SNC, testículos, fígado, rins, linfonodos e baço
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA- Exames complementares para o diagnóstico
A infiltração no SNC é observada em 5% dos pacientes, sendo analisada por meio do
outros exames que podem ser passados em relação ao SNC
liquor
Eletroencefalograma, tomografia computadoriza e ressonância magnética de crânio e/ou de coluna vertebral podem ser indicados em situações eventuais e específicas, conforme as apresentações clínicas.
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA- Exames complementares para o diagnóstico
qual outra sintomatologia pode ser apresentada em relação ao homem e como se manifesta
Doença testicular raramente é demonstrada clinicamente ao diagnóstico e geralmente se manifesta como aumento de volume indolor, sendo mais frequente a unilateral
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA- Exames complementares para o diagnóstico
A confirmação do diagnóstico é realizada pelo:
qual valor?
A confirmação do diagnóstico é realizada pelo mielograma, avaliando-se as características citomorfológicas dos blastos. Para o diagnóstico de LLA, devem ser observados no mínimo 25% de linfoblastos na medula óssea.
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA- Exames complementares para o diagnóstico
De acordo com a classificação Franco-Americano-Britânica (FAB), existem três subtipos de blastos
qual mais comum
De acordo com a classificação Franco-Americano-Britânica (FAB), existem três subtipos de blastos (L1, L2 e L3), sendo o L1 mais comum e de melhor prognóstico.’
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA- Exames complementares para o diagnóstico
qual exame permite confirmar o diagnóstico e possibilita a detecção de doença residual
- qual antígeno mais comum em LLA e está presente em quais tipos de estágios de maturação de precursor B
A imunofenotipagem, empregando-se anticorpos monoclonais e citometria de fluxo, permite confirmar o diagnóstico e possibilita a detecção de doença residual. De acordo com a expressão de imunoglobulina citoplasmática e de superfície, podem ser indicados os três estágios de maturação de precursor B, ou seja, pró-B, pré-B e B maduro. O antígeno CD10 (CALLA: antígeno comum da LLA), presente em 90% das leucemias pró-B e 95% das pré-B, indica bom prognóstico.
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA- Exames complementares para o diagnóstico
quais antígenos estão presentes nas leucemias de células T 4
s antígenos CD2, CD3, CD5 e CD7 estão presentes nas leucemias de células T, com prognósticos mais reservados
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA- Exames complementares para o diagnóstico
- qual exame complementam a análise dos blastos
Os marcadores citogenéticos e moleculares complementam a análise dos blastos, podendo evidenciar alterações cromossômicas que interferem no prognóstico. Essas alterações podem ser numéricas ou estruturais e acometem cerca de 60-85% dos casos de LLA.
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA- Diagnóstico diferencial
Os principais diagnósticos diferenciais incluem artrite reumatoide juvenil, trombocitopenia imune primária, anemia aplástica, mielodisplasia, mononucleose infecciosa e outras infecções, leucemia mieloide aguda, neuroblastoma, linfoma não Hodgkin, rabdomiossarcoma metastático, histiocitose das células de Langerhans e síndromes hemofagocíticas.
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA- TRATAMENTO
O tratamento específico para LLA consiste em quimioterapia sistêmica e intratecal, visando à profilaxia do SNC. O progresso no tratamento está baseado na terapia ajustada ao grupo de risco, com taxas de sobrevida global ultrapassando 85% em muitos centros de tratamento.8
Os estudos moleculares têm permitido identificar alvos terapêuticos com moléculas específicas.3 O transplante de células tronco hematopoéticas (TCTH) para esses pacientes é indicado em situações específicas, entre elas para as recidivas precoces
LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA- EPIDEMIOLOGIA
A leucemia mieloide aguda (LMA) é uma neoplasia considerada rara em criança, heterogênea, com vários subtipos celulares. Tem incidência anual aproximada de 7,7 casos/milhão, de 0-14 anos de idade, com um pico de maior incidência em menores de 2 anos de idade e outro pico menor na adolescência (Figura 1).
No Brasil, as taxas estimadas para 2020 foram 6,7 para crianças de 0-14 anos e 6,57 para crianças e adolescentes de 0-19 anos
É o segundo tipo de leucemia na faixa etária pediátrica, correspondendo a 18% dos diagnósticos de leucemia pediátrica.
LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA- EPIDEMIOLOGIA
fatores de risco
Os fatores etiológicos são menos conhecidos, sendo a exposição in utero à radiação ionizante reconhecida como causa de LMA pediátrica. Síndromes genéticas são associadas a LMA, especialmente a síndrome de Down.
Em estudo brasileiro, foi identificada, em pacientes pediátricos com LMA, associação com história familial de câncer em parentes em primeiro grau
Demais fatores de risco estudados são ainda conflitantes, tais como idade paterna, perda gestacional prévia, ordem de nascimento, exposição perinatal ao álcool, tabaco, inibidores de topoisomerase II de origem da dieta, medicamentos, exposição ocupacional com benzeno e pesticidas, alto peso de nascimento e amamentação