CAPÍTULO 3: SISTEMA NERVOSO. Flashcards

Estrutura das células nervosas. Transmissão sináptica. Integração nervosa. Sistemas nervosos. Mecanismos sensoriais. Recetores celulares. Comportamento instintivo. Orientação animal.

1
Q

Qual a função do sistema nervoso?

A

A prosperidade e sobrevivência dos animais depende da sua capacidade de responder apropriadamente e efetivamente aos estímulos ambientais e internos. O sistema nervoso coordena e comanda todas as operações de todos os animais, vai identificar os estímulos provenientes do meio ambiente e produzir respostas para que o corpo se adapte aos mesmos.

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2
Q

Como acontece a resposta do sistema nervoso?

A

Para produzir uma resposta, o sistema nervoso tem de processar a informação → sistema que lida com coisas muito simples de forma muito complexa. Lida com tratamento de informação, tomadas de decisão e programação de respostas (por exemplo, movimento).
Para obtermos uma resposta, primeiro os órgãos sensoriais observam a informação → informação levada para a integração → tomada a decisão → programa os movimentos. Uma resposta adequada pode significar a sobrevivência do animal.

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3
Q

O sistema nervoso encontra-se organizado em 2 sistemas:

A

Sistema nervoso central e Sistema nervoso periférico.

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4
Q

O que é o sistema nervoso central?

A

Processamento e integração de informações. É o processador onde se recebe e integra informação e é também o local onde se armazena a memória. Dentro do sistema nervoso central, temos a medula espinal e o encéfalo, sendo que este é constituído pelo cérebro, pelo tronco
encefálico e pelo cerebelo. Cada uma destas partes do encéfalo têm uma função específica que interatua com as outras partes. O tronco encefálico está ligado a sensores vitais, regulação do sono e do estado de vigília e faz ainda a ponte para a passagem de informação entre o cérebro o resto do corpo. É protegido pelas meninges. Tudo o que não é protegido pelas meninges não faz parte do sistema nervoso central.

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5
Q

O que é o sistema nervoso periférico?

A

constitui os canais de condução de informações de estímulos desde órgãos recetores até ao sistema nervoso central e destes aos órgãos efetores (glândulas, musculos). Este inclui todos os feixes nervosos que não estão incluídos no sistema nervoso central.

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6
Q

O que são os nervos cranianos? Explica alguns exemplos.

A

Os nervos cranianos emanam diretamente do cérebro, podendo partir de outros locais do sistema central também. O nervo olfativo é o único nervo que está desprotegido e em direto contacto com o exterior.
O nervo vago está envolvido numa série de funções, tem uma componente sensitiva que leva informações de uma série de órgãos internos (por exemplo, o intestino que se não estiver a funcionar bem pode provocar alterações a nível do cérebro). Para além disso é muito importante para o funcionamento do sistema nervoso autónomo, nomeadamente para as respostas de regulação rápida face ao stress ou para funções mais relacionadas com o suporte (situações mais calmas). Tem ainda uma componente motora capaz de regular ao mesmo tempo o coração, os pulmões, o palato, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios e o trato gastrointestinal em situações como e sem stress.

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7
Q

Enumera os nervos cranianos e a sua função.

A

Do encéfalo partem doze
pares de nervos cranianos:
* 3 sensoriais (I, II, VIII)
* 5 motores
* 4 mistos
I-OLFATÓRIO
sensitiva
Percepção do olfato.
II-ÓPTICO
sensitiva
Percepção visual.
III-OCULOMOTOR
motora
Controle da movimentação do globo ocular, da
pupila e do cristalino.
IV-TROCLEAR
motora
Controle da movimentação do globo ocular.
V-TRIGÊMEO
mista
Controle dos movimentos da mastigação (ramo
motor);
Percepções sensoriais da face, seios da face e dentes
(ramo sensorial).
VI-ABDUCENTE
motora
Controle da movimentação do globo ocular.
VII-FACIAL
mista
Controle dos músculos faciais – mímica facial (ramo
motor);
Percepção gustativa no terço anterior da língua
(ramo sensorial).
VIII-VESTÍBULO-COCLEAR
sensitiva
Percepção postural originária do labirinto (ramo vestibular);
Percepção auditiva (ramo coclear).
IX-GLOSSOFARÍNGEO
mista
Percepção gustativa no terço posterior da língua, percepções sensoriais da faringe,
laringe e palato.
X-VAGO
mista
Percepções sensoriais da orelha, faringe, laringe, tórax e vísceras. Inervação das
vísceras torácicas e abdominais.
XI-ACESSÓRIO
motora
Controle motor da faringe, laringe, palato, dos músculos esternoclidomastóideo e
trapézio.
XII-HIPOGLOSSO
motora
Controle dos músculos da faringe, da laringe e da língua.

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8
Q

O que são os nervos raquidianos?

A

Os nervos raquidianos emanam da medula espinal, podendo ser divididos em zonas: cervical, torácica, lombar e sagrada ou do cóccix, dependendo da zona em que saem. Todos os nervos que partem da medula espinal são considerados SNP por definição (tem menos proteção, daí a probabilidade de ocorrência de lesão seja maior).

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9
Q

Difere o sistema nervoso simpático e parassimpático.

A

Para além de diferirem na sua função, estes dois sistemas diferem a nível anatómico e a nível funcional. No sistema nervoso simpático, todas as conceções nervosas que enervam os órgãos alvo vão emanar de uma porção torácico-lombar da medula espinal e projetam para os gânglios que se encontram muito próximos da medula espinal, isto porque a resposta é levada pelos neurónios até ao gânglio que por sinapse transmite a informação a outros neurônios, agora pós-gânglio, que podem levar essa informação a diferentes alvos. É uma anatomia que permite uma resposta rápida. O sistema nervoso parassimpático faz basicamente o contrário do simpático uma vez que este é responsável pelas respostas que ocorrem quando não há situações de stress. Aqui, os gânglios nervosos ou estão dentro dos órgãos ou então estão em contacto/muito próximos com os órgãos.

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10
Q

Que componentes protegem o sistema nervoso?

A

A proteção do sistema nervoso é feita pelas meninges, líquido cefalorraquidiano e células da microglia (função imunitária).

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11
Q

O que são as meninges?

A

As meninges são membranas feitas de tecido conjuntivo ou mais denso (dura mater) ou mais frouxo (aracnoide e pia mater). A dura mater adjacente e em contacto com o osso e serve de proteção mecânica para a parte mais inferior. A aracnoide é uma fina camada de tecido em contacto com a dura mater que contem umas traves que formam um reticulado até chegar à pia mater. Entre estas duas camadas existe o espaço subaracnóideo que está carregado de capilares e de líquido que formam uma almofada hidrólica contra acelerações, desacelerações, impactos. Existe ainda uma especialização muito importante chamada barreira hematoencefálica que protege contra químicos e patogénios, sendo uma barreira funcional que permite o controlo das substâncias que são trocadas entre o sangue e os neurónios. Estes capilares perdem as meninges, mas têm um tecido epitelial muito fechado e estão em contacto com células de suporte chamadas astrócitos. Estes últimos são responsáveis por filtrar as substâncias que vão chegar aos neurónios.

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12
Q

O que é o líquido cefalorraquidiano?

A

O líquido cefalorraquidiano que tem uma constituição bem determinada e iso-osmótica. Circula á volta do cérebro e de todo o sistema nervoso central → responsável pela homeostasia celular nos espaços entre as células (importante a nível das sinapses, no SNP) e pela proteção mecânica. No espaço subaracnoide há muitos vasos sanguíneos, mas também líquido que serve como almofada, conferindo proteção hidráulica a acelerações, desacelerações, impactos, … É produzido no plexo coroide, pelas células ependimárias que podem ou não ter cílios e que lhe conferem movimento. É absorvido pelas vilosidades da aracnoide. Este líquido é produzido e eliminado a um ritmo de 600 mL/dia, sendo que só estão em circulação cerca de 150 mL.

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13
Q

O que são células de microglia?

A

Por fim, as células da microglia são células neuronais com função imunitária equivalente à dos macrófagos na periferia, que fagocitam, reconhecem partículas estranhas, destroem bactérias, destroem poeiras (função de proteção mais ativa). Uma célula da microglia normal tem uma estrutura muito ramificada para que possa “chegar” a vários locais no SNC e detetar possíveis ameaças (o SNC é muito compacto e o movimento destas células é muito reduzido). Estas células estão carregadas de recetores e libertam substâncias que interagem com outras células da microglia. Quando há uma lesão, estas células começam a ramificar, incham e, por fim, começam a fazer fagocitose, pinocitose, etc → havendo uma proliferação da microglia. Acredita-se que todos as doenças neroudegenerativas estão em grande parte relacionadas com a infamação da microglia.

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14
Q

Qual a função do lobo frontal?

A

Lobo frontal: principal lobo e tem uma variedade de funções. É composto por um córtex motor, responsável pelo movimento →coordena a ação motora. Ao lado temos o córtex integrador
motor que é uma área integradora motora → área que pensa sobre a ação motora (área integradora → área que pensa sobre determinada ação).

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15
Q

Qual a função do córtex pré-frontal?

A

O córtex pré-frontal recebe informações de muitas outras áreas do cérebro, nomeadamente sensoriais e memórias. Pensa-se que aqui reside a nossa personalidade e onde está a consciência de si e do exterior (perceber que está vento ou interações sociais). É ainda aqui que estão guardadas as memórias de longo prazo.

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16
Q

Qual a função do lobo parietal?

A

Lobo parietal: é uma zona que contem o córtex sensorial somático I → tudo o que é projeções de sensações e órgãos sensitivos está associado este córtex → informação é integrada no córtex associativo somático → vai para o córtex integrativo → permite perceber os estímulos. Existe uma zona que permite perceber a linguagem → ligada ao córtex auditivo.

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17
Q

Qual a função do lobo occipital?

A

Lobo Occipital: este lobo recebe a informação visual → gere essa informação no córtex associativo visual → Lobo especializado na visão.

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18
Q

Qual a função do lobo temporal?

A

Lobo temporal: para além de ter o córtex auditivo (recebe informação auditiva), tem também o córtex associativo da audição (associar som ao que se está a passar). Zona especializada chamada hipocampo → responsável pela memória de curto prazo que entra por esta zona → é projetada para outras zonas (córtex pré-frontal).

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19
Q

O que é a zona de Wernicke?

A

A zona de Wernicke é a área sensorial da linguagem que permite perceber a linguagem que é ouvida e está envolvida na componente de contexto → permite fazer frases com sentido.

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20
Q

Como varia a densidade dos neurónios no corpo?

A

A densidade de neurónios varia nas diferentes partes do corpo, facilmente observado pela densidade de discriminação (capacidade de distinguir a picada de duas agulhas como duas picas e não como uma), a qual é mais curta na cara (2 mm) do que nas costas (70 mm) → existem mais neurónios na cara (complexidade de comunicação). A distribuição é muito diferente ao longo do corpo, sendo maior nas zonas das mãos e da face.

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21
Q

O que entendes por plasticidade cortical?

A

Plasticidade cortical: capacidade que o cérebro tem em que determinadas zonas assumem funções que antes não tinham em resposta, por exemplo, a uma lesão. Está ligada a outro tipo de plasticidade que vamos ver mais à frente - a das sinapses, onde podem potenciar determinadas sinapses em detrimento de outras de maneira a poderem assumir a função que não lhe competia.

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22
Q

O que difere o lado direito e esquerdo do cérebro?

A

De forma genérica, o lado esquerdo do cérebro está relacionado com atividades mais rotineiras como: falar sem pensar muito ou sem dar expressão, raciocínio linear de 2,5 palavras por segundo (o raciocínio não linear é mais rápido). A parte mais criativa e emocional pensa-se que está ligado ao lado direito do cérebro que lida com as emoções, mudanças de humor, capacidade de mentir → coisas relacionadas com o lado criativo. Há ainda uma crescente complexidade da parte de trás para a parte da frente do cérebro.
Lado direito do cérebro é mais intuitivo, criativo e artístico, e o lado esquerdo é mais racional, lógico, matemáticas. É possível trabalhar mais um lado do cérebro que o outro, mas tem uma componente genética. A personalidade pode estar ligada a morfologia.

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23
Q

A que está associado o córtex frontal?

A

O córtex associativo frontal está associado à personalidade. Phineas Cage teve um acidente de trabalho levando à perda de uma parte do seu córtex frontal. Após a sua recuperação, a sua personalidade tinha mudado completamente. Ele já não era capaz de:
* Planeamento do futuro
* Iniciativa e criatividade
* Adaptação ao contexto social
* Organização do raciocínio
* Envolvido na memória de longo prazo

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24
Q

O que fez Egas Moniz?

A

Egas Moniz introduziu a lobotomia para tratar casos de esquizofrenia. Removiam parte do lobo frontal para tornar os doentes mais calmos, no entanto, eles ficavam com os mesmos problemas que Phineas Cage.

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25
Q

O que é o neurónio?

A

É a unidade estrutural e funcional do sistema nervoso, é eletricamente excitável, gerando sinais elétricos na membrana, que transmite a outras células sem perda de corrente através do movimento de iões. O neurónio recebe, processa, analisa e gera uma resposta. O seu funcionamento é semelhante em todos os animais.

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26
Q

Diz duas características particulares dos neurónios:

A
  • Dendrites: tornam-se mais finas à medida que se ramificam (recebem entre 1000 a 100.000 conexões)
  • Axónio:
    o Prolongamento único;
    o Especializado na condução de impulsos que transmitem informação do neurónio para outras células (nervosas, musculares, glandulares);
    o Diâmetro constante;
    o Muitos estão revestidos por uma bainha isolante de mielina;
    o Plasma do axónio – axoplasma;
    o Porção final do axónio é em geral muito ramificada – telodendrites (terminais)
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27
Q

Quais os tipos de neurónios? (de acordo com a sua morfologia)

A

Neurónios bipolares (retina): dois prolongamentos celulares (dendrite e axónio);
* Neurónios multipolares (células piramidais do córtex): mais de dois prolongamentos celulares; maioria dos neurónios
* Neurónios pseudo-unipolares (gânglios raquidianos): o prolongamento único que se divide em dois (um dirige-se para a periferia e outro para o SNC); os dois prolongamentos com características morfológicas e electrofisiológicas de axónios; as arborizações
terminais do ramo periférico recebem estímulos e funcionam como dendrites; o estímulo passa diretamente das dendrites para o terminal axónico.

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28
Q

Quais os tipos de neurónios? (de acordo com a sua função)

A
  • Neurónios sensoriais ou aferentes: Recolhem a informação do meio exterior ou interior e conduzem-na ao sistema nervoso central, isto é, transportam a mensagem da periferia à espinal medula e ao cérebro. Um lado do axónio – Sensores que captam os estímulos. Outro lado – Telodendrites. O corpo celular localiza-se sensivelmente a meio do axónio.
  • Neurónios conectores ou interneurónios: Transmitem o sinal desde os neurónios sensitivos ao sistema nervoso
    central. Ligam neurónios motores entre si. Axónio bastante reduzido, em que o corpo celular e as dendrites estão ligadas diretamente à arborização terminal, onde se localizam as telodendrites.
  • Neurónios motores ou eferentes ou efetores: Transmitem o sinal desde o sistema nervoso central ao órgão efector para que este realize a ação que foi ordenada pelo encéfalo ou pela medula espinal
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29
Q

O que são oligodendrócitos?

A

Os oligodendrócitos produzem as bainhas de mielina (às vezes envolvendo mais que um neurónio). Isto é uma característica única (as células de schwann apenas envolvem um neurónio enquanto os oligodendrócitos podem envolver vários). São isolantes elétricos para os neurónios do sistema nervoso central (>velocidade de condução 200 m/s) e têm prolongamentos que se enrolam em volta dos axónios formando camadas de isolamento.

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30
Q

O que são as células de Schwann?

A

As células de schawnn têm a mesma função dos oligodendrócitos, mas localizam-se em volta dos axónios do sistema nervoso periférico. Estas diferem dos oligodendrócitospois por estarem associados a um único axónio. Estas células contactam com os neurónios não mielinizados, mas não envolem o axónio.

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31
Q

O que são as bainhas de mielina?

A

As bainhas de meielina são extensões dos oligodendrocitos ou células de schwann que se enrolam repetidamente em torno de um segmento de um axónio de modo a formar
membranas fortemente apertadas. A bainha possui falhas/interrupções que se chamam nódulos de ranvier. Os axónios não mielinizados, apoiam-se numa invaginação dos olidendrocitos ou células de shwann e são rodeados por uma extensão de citoplasma, mas não estão no interior das células.

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32
Q

O que são os astrócitos?

A

Os astrócitos são constituintes do tecido nervoso que têm dois tipos de funções:
* Têm funções metabólicas:
o Captam os neurotransmissores: permite terminar a sinalização química de forma rápida e permite que esta sinalização não perdure no tempo de modo que ocorra a excito-toxicidade – a excitação prolongada pode danificar o bom funcionamento dos neurónios.
o Sintetizam fatores neurotróficos: produzem moléculas que fazem com que os neurónios sobrevivam e que controlam a neurogénese, ou seja, a criação e o recrutamento de novos neurónios para a via neuronal. Os neurónios quando estão sozinhos normalmente morrem por falta dos fatores tróficos.
* Função protetora: compõem a barreira hematoencefálica. Têm prolongamentos inseridos nos vasos sanguíneos.

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33
Q

Quais as funções das diferentes partes do neurónio?

A

Dendrites: recebe o estímulo e transmite-os ao corpo celular (impulsos de natureza excitatória ou inibitória
Corpo celular: a ponderação de resposta chega ao corpo celular e pode ou não dar origem a um impulso nervoso. Tem funções metabólicas como qualquer célula (síntese de proteínas, por exemplo), mas também tem a função de passar a informação para o cone de iniciação de propagação.
Axónios: especializados no processo de condução da informação sem perdas da força de sinal
Axónios terminais: ramificações do axónio que permitem transmitis o sinal simultaneamente a várias células (plasticidade sináptica). é o local onde vão ser ativados os mecanismos de libertação dos neurotransmissores nos terminais nervosos.

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34
Q

Qual a ordem de circulação de informação entre neurónios?

A

O circuito neuronal é constituído pelo neurónio aferentes, os quais recebem informações dos órgãos sensoriais, os inter-neurónios põem em contacto os neurónios aferentes e eferentes, os quais vão levar o sinal aos órgãos efetores.

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35
Q

Quais os dois tipos de propriedades elétricas da membrana do neurónio?

A

A. Propriedades eléctricas Passivas (comuns a outros
condutores eléctricos e que dependem da parte
estrutural da membrana)
* Capacitância
* Condutância
B. Propriedades eléctricas Activas:
Capacidade de condução dos sinais eléctricos sem perda de sinal
Dependem da presença de canais iónicos dependentes de
voltagem distribuídos em locais da MC com função de sinalização
(membranas axonais)

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36
Q

Propriedades elétricas das membranas:

A

Resistência, Condutância e Corrente

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37
Q

Diz o que entendes por resistência das membranas?

A

Resistência (R): Impermeabilidade à passagem de iões (cargas) atravessarem a membrana através de canais iónicos; A membrana biológica só com fosfolípidos tem uma resistência muito grande, mas a resistência real é muito menor porque esta também é composta por proteínas. A resistência da membrana diminui porque as proteínas conferem permeabilidade aos iões.

38
Q

Diz o que entendes por condutância das membranas.

A

Condutância (g): Permeabilidade da membrana à passagem de iões (cargas) através de canais iónicos. A condutância é o inverso da resistência. Pode-se pensar nele como um canal fechado ou aberto. Se estiver fechado → condutância diminui; se estiver aberto → condutância aumenta. É usada para medir, sob certas condições, o que é que a célula é capaz de conduzir.

39
Q

Diz o que entendes por corrente das membranas.

A

Corrente (I): Fluxo de iões (cargas) através de canais iónicos. 𝐼 = 𝑉/𝑅 = 𝑔. 𝑉 (lei de Ohm), onde V é a força eletromotriz. O que passa pelos canais é um fluxo de iões que constitui uma corrente de cargas elétricas. Os iões que passam pelos canais, como levam cargas com eles, geram corrente e que é passível de ser medida (sabemos o que está a passar, o que não está a passar e como é que está a passar e podemos determinar a corrente). Esta corrente é tanto maior quanto maior for a força motriz e quanto menor for a resistência. A força motriz só vai passar se o canal estiver aberto. Se o canal estiver fechado, a força pode ser enorme, mas não vai haver corrente.

40
Q

Temos membranas biológicas com permeabilidades seletivas (canais abertos ou fechados). Olhando só para o K+ o que deverá acontecer?

A
  • Havendo dois compartimentos com concentrações iguais, o fluxo é zero e por causa disso, o potencial também é zero.
  • No entanto, se aumentarmos a concentração num dos lados, devido à lei da ação das massas, há tendência dos iões de passarem do lado de maior concentração para o lado de menor concentração. Nesta mobilização, os iões de K+ levam consigo a carga positiva e gera-se uma maior densidade de cargas positivas do lado para onde os iões vão e uma maior densidade de cargas negativas do lado de onde eles saem. Gera-se automaticamente uma força eletromotriz de atração de cargas positivas e negativas dos diferentes lados que tende para um equilíbrio. O K+ passa para o lado onde a concentração menor, mas, devido à atração de cargas, o K+ tem tendência a voltar para o compartimento de onde saiu porque é atraído pelas cargas negativas. A força eletromotriz (fem) então produzida compensa a tendência do K + se difundir contra o gradiente de concentração - equilíbrio eletroquímico.
  • Se aplicarmos uma força eletromotriz externa, ex. uma bateria, podemos contrariar o gradiente de concentração químico:
    o Como o Cl não se difunde através da membrana, este não influencia o estado de equilíbrio.
    o Não ocorre nenhuma alteração da concentração de KCl nos dois compartimentos durante o processo.
    o O número de iões K+ que atravessa a membrana para o compartimento II é igual ao que passa para o I pela força eletrostática.
41
Q

Potencial de equilíbrio: Equação de Nernst. Diz o que entendes por ela.

A

O potencial de equilíbrio (Ex) é uma voltagem teórica (para um só ião x) correspondente à força elétrica de atração de cargas com valor igual ao da força do gradiente de difusão. Esta equação depende das concentrações e permite calcular o potencial de equilíbrio. Potencial de equilíbrio para o ião K+ será = -94 mV para uma célula com uma concentração de K+ intracelular de 150 mM e extracelular de 4,5 mM. O Ex depende da Temperatura absoluta (kelvin), da carga do ião permeante e da razão entre as concentrações iónicas dentro e fora da membrana.
A representação do potencial de equilíbrio mostra que uma pequena variação na concentração extracelular provoca alterações muito grandes no potencial (os valores tornam-se muito menos eletronegativos). Podemos alterar as características das células alterando a concentração extracelular de iões. O cálcio tem uma tendência enorme para despolarizar membranas devido ao seu alto potencial de equilíbrio. No entanto, a equação de Nernst tem limitações: só funciona quando estamos a ter em conta um único ião. No entanto, a membrana plasmática é permeável a vários iões, que contribuem para a diferença de potencial da membrana. Ou seja, esta equação não é aplicável em situações reais. Para além disso, as diferenças de concentração são mantidas por transporte ativo, com gasto de energia. Como o gradiente de concentração é estável, estamos perante um estado estacionário e a equação de Nernst só se aplica em situações de equilíbrio.

42
Q

Potencial de equilíbrio: Equação de Goldman. Diz o que entendes por ela.

A

Surge então a equação de Goldman que tem conta os vários equilíbrios que contribuem para o potencial de membrana, mostrando assim de forma mais fidedigna o que acontece em situações reais. Esta equação dá-nos o potencial de estado estacionário (Vm), sendo que este é dependente da permeabilidade e concentração extracelular e intracelular das espécies iónicas permeantes. Para o potássio, verifica-se que a equação de Nernst e a equação de Goldman acabam por convergir para valores mais elevados de concentração. Isto porque o potássio tem um papel muito predominante na manutenção do potencial da membrana no estado de repouso.

43
Q

Como se mede a diferença de potencial de duas membranas?

A

Uma célula eletricamente excitável responde a variações do potencial elétrico e gera um potencial de ação, o qual pode ser medido por elétrodos. Existe uma diferença de potencial elétrico (V) através da MC de todas as células animais: V=Vin-Vext= (-9 a -99mV). Apenas células eletricamente excitáveis (neurónios e fibras musculares) podem responder a alterações do seu potencial transmembranar através de um potencial de ação (PA).
Um fluxo de iões através da membrana pode ser detetado como corrente elétrica usando elétrodos. Colocam-se 2 elétrodos, um no citosol, outro no meio extracelular, e regista-se a diferença de potencial através da membrana, designado por potencial de através da membrana (em voltes). O valor de -70 mV é o normal para o potencial de membrana.

44
Q

O que é o potencial de repouso?

A

O potencial de membrana de uma célula excitável em repouso, isto é, que não está a transmitir informação varia de -40 a -99 mV (interior com excesso de cargas negativas). Este potencial é determinado principalmente por:
* Diferente permeabilidade da membrana para o sódio e o potássio (maior saída de K+ da célula);
* Diferentes gradientes eletroquímicos entre os dois lados da membrana para o sódio e o potássio mantidos através da bomba de sódio-potássio (3 Na+ bombeados para fora e 2 K+ para dentro da célula). Apesar de esta bomba consumir cerca de 25% de toda a energia do organismo, esta usa apenas 1 ATP para mover 5 iões, o que é muito rentável.

45
Q

Como acontece o fluxo de iões do momento de repouso da membrana?

A

Na membrana em repouso, os canais iónicos dependentes de voltagem, maioritariamente localizados nos axónios, estão fechados. A alta permeabilidade da membrana a um ião dirige o potencial de membrana para próximo do potencial de equilíbrio eletroquímico desse ião. Assim uma alta permeabilidade da membrana ao K+ no repouso gera o potencial de repouso (Vr) → flui em direção ao seu potencial de equilíbrio eletroquímico gera a maior parte do potencial de repouso. No potencial de repouso, a permeabilidade da membrana ao K+ é cerca de 50x maior do que a do Na+ → quantidade de K+ qua sai por difusão é 50 vezes maior que a quantidade de Na que entra → uma maior densidade de cargas positivas fora da célula e uma maior densidade de cargas negativas no interior da célula.
Considerando que no repouso existe um efluxo de K+ e um influxo de Na+ , as células mantêm o gradiente de concentração através da atividade de bomba Na+ /K+ - ATPase.

46
Q

Para que os neurónios possam exercer a sua função de transmissão de sinal, as suas membranas sofrem alterações ao estado de equilíbrio que podem ser de dois tipos:

A
  • Hiperpolarização: Aumento da magnitude da diferença de potencial ao longo da membrana. Ocorre quando o interior da célula fica mais negativo. Isto consegue-se por entrada de cloro em zonas em este existe em maior quantidade no meio extracelular por canais de cloro ou aumentando a saída de potássio através do aumento do número de canais. A célula fica mais polarizada.
  • Despolarização: diminuição da magnitude da diferença de potencial ao longo da membrana. A célula fica menos eletronegativa que o estado de repouso. Ocorre através da entrada de cargas positivas (Na+ e Ca 2+) - é por isso que é preciso ter maior gradiente de Na+ e Ca 2+ (que vale por dois pois é 2+ e tem também o maior gradiente) no exterior. A entrada de cargas positivas despolariza a membrana. Ou diminuir o número de canais de K + abertos - há uma menor saída de K + da célula e perde a densidade negativa que gera o potencial.
47
Q

Como ocorre a mensagem no neurónio?

A

A propagação do estímulo através do neurónio dá-se através de flutuações nos estados de equilíbrio dos gradientes dos vários iões (Na+ , K+ , Cl- , Ca2+) que são mantidos direta ou indiretamente pela bomba Na+ /K+ - ATPase (2/3 da energia livre das células é canalizada para a manutenção destes canais). Estes gradientes permitem exercer trabalho e sinalização. Assim, os canais iónicos são a principal ponte de fluxo do gradiente elétrico e podem ser divididos em 3:

48
Q

Como podem ser divididos os canais iónicos?

A
  • Canal com portão de voltagem (CPV): uma diferença de potencial faz com que os canais abram alterando a atividade da célula
  • Canal com portão de ligante (CPL): é o mecanismo mais comum em quase todos os neurotransmissores. Há uma proteína que quando recebe os neurotransmissores abre o poro
  • Canal com portão mecânico: são ativados por forças aplicadas às membranas.
49
Q

Qual a característica particular dos canais de sódio?

A

Os canais de sódio são sensíveis à voltagem e geram o potencial de ação. Têm uma característica particular: têm duas comportas – de ativação e de inativação – que lhe permitem responder de forma específica à passagem do estímulo nervoso.
1. Fechado (repouso): A porta de ativação está fechada e a porta de inativação está aberta.
2. Aberto (despolarização): A porta de ativação abre e o sódio passa para dentro de célula
3. Inativado (Dessensitibilizado): A
porta de inativação fecha passado algum tempo e o sódio deixa de passar. A porta de ativação continua aberta.

50
Q

Características dos canais de potássio:

A

Os canais de potássio respondem mais lentamente a alterações de voltagem. A condutância do ião K + varia pouco até que o PA está próximo do pico. Após o pico do PA a condutância do ião K+ mantém-se elevada até que o K+ atinja o potencial de equilíbrio e a membrana seja repolarizada; O efluxo de K+ conduz à reposição do Vm normal do potencial de repouso, à medida que a condutância do ião K+ diminui. Existem alguns canais de potássio que são sensíveis à voltagem, mas estes são menos que os que estão constitutivamente abertos.

51
Q

Características dos canais de cálcio.

A

Os canais de cálcio despolarização da membrana juntamente com o Na+ . Em algumas células é responsável por toda a corrente elétrica que entra na célula e, portanto, pela despolarização (fibras lisas e cardíacas). Os canais de Ca2+ são mais lentos e normalmente são ativados pelos canais de Na+ durante a despolarização.

52
Q

Qual a importância dos canais de sódio?

A

Os canais de sódio sensíveis a voltagem abrem e vão até ao terminal, no qual os últimos canais a abrir são os de cálcio → inundam o terminal com cálcio → libertem os neurotransmissores. Tem duas funções importantes:
* Propagar um impulso nervoso: também levam carga com eles e podem contribuir para o impulso elétrico.
* Atuar como mensageiro intracelular: no caso da libertação de neurotransmissores

53
Q

O que acontece no potencial de ação?

A

Potencial de ação deve-se a alterações da condutância iónica através da membrana:
1. Aumento rápido da condutância (g) do Na+ (gNa+ );
2. Diminuição da condutância do Na+ (inativação canais) e aumento lento da gK+ ;
3. Hiperpolarização devido à permanência de uma condutância de K+ elevada por algum tempo

54
Q

O que é o período refratário?

A

período refratário é o período após um PA em que é impossível ou muito difícil desencadear outro PA.

55
Q

Quais os tipos de períodos refratários?

A
  • Período refratário absoluto: Se um estímulo é desencadeado um PA ou imediatamente após não origina um segundo PA uma vez que a porta de dessensibilização está fechada e não vai permitir a abertura dos canais de sódio;
  • Período refratário relativo: Se um estímulo é desencadeado ligeiramente mais tarde, pode desencadear um segundo PA desde que esteja acima do limiar da estimulação, a resposta vai ser de amplitude mais reduzida. Este ocorre porque a porta de dessensibilização já está aberta.
    Aqui não se aplica a lei do tudo ou nada uma vez que os canais de sódio e os canais suplementares de potássio estão abertos.
56
Q

O que é uma sinapse?

A

Uma sinapse é a união entre 2 neurónios ou entre um neurónio e uma fibra muscular. A passagem de informação pode dar-se a vários níveis.

57
Q

Niveis de passagem de informação das sinapses:

A
  • Axodendrítica: entre axónio e dendrite (mais comum);
  • Axossomática: entre axónio e corpo celular;
  • Axoaxónica: entre axónio e axónio (é comum quando temos um neurónio excitatório que tem de ser regulado. Então, há um neurónio inibitório que faz sinapse axónio-axónio para que a estimulação seja inibida antes de chegar à célula);
  • Dendrocendrítica: entre dendrite e axónio.
58
Q

O que postularam Galvani e Volta?

A

Galvani (1791) e Volta (1792): postulam a existência de um “fino fluido elétrico” entre o nervo e os músculos esqueléticos (rã). Volta, ao observar a estrutura anatómica do torpedo (composto por 514 células justapostas chamadas eletrócitos que recebem enervação em quantidade gigantesca) isto deu origem à pilha (inicialmente um órgão de torpedo artificial).

59
Q

O que descobriu Bois-Reymond?

A

Bois-Reymond: descobriu que o potencial de ação e sugeriu a existência “de uma secreção estimulatória constituída por uma fina camada de amónia, ácido láctico, ou outra “poderosa substância”. Surge então a questão: “Será esta passagem de natureza química ou elétrica”.

60
Q

O que descobriu Camillo Golgi?

A

Camillo Golgi, 1843-1926: SNC constituído por uma rede de células em anastomose (sincício, em contacto). Fez isto através da coloração com nitrato de prata que não era perfeita e lhe deu imagens que sugeriam que as células estavam em sincício. Doutrina Reticular

61
Q

O que descobriu Santiago Ramón y Cajal?

A

Santiago Ramón y Cajal, 1852-1934: neurónio como unidade estrutural e funcional do SNC. Defendia que não havia sincício, ou seja, os neurónios eram separados por pequenos
espaços e não estavam em contacto uns com os outros. Usou nitrato de prata em menor quantidade e mais diluída, o que lhe permitiu obter imagens mais nítidas. Doutrina Neuronal

62
Q

O que demonstrou Sir Charles Sherrington?

A

Sir Charles Sherrington, 1857-1952: chama sinapse às sinapses (do grego synapto que significa agarrar com firmeza) Partilhou das ideias de Cajal e disse que a sinapse era uma zona de contacto muito estreita/muito agarrada. Demonstrou que envia o reflexo espinal, percebeu que o fluxo de informação era unidirecional e que haia um atraso sináptico, o que não ia de acordo com a teoria do sincício. Descobriu também a existência do atraso sináptico. Devido a este atraso, postulou-se que a transmissão teria uma natureza química (não havia qualquer outro motivo para a existência de um atraso). Chama-se à primeira metade do século: guerra das centelhas (aqueles que diziam que a natureza era elétrica) e das sopas (aqueles que diziam que a natureza era química).

63
Q

Outras descobertas:

A

Langley, 1905: define o primeiro recetor estimulado por nicotina e inibido pelo curare. Definiu o que era um recetor e o que era um antagonista.
Otto Loewi: demonstrou que havia transmissão química na estimulação do nervo vago de um coração e recolhendo o superfogado desse coração e colocando noutro coração, observava-se um efeito de braquicardia (diminuição da frequência cardíaca) - ligação química e elétrica.
Feldberge Fessardem, 1941: transmissão colinérgica no órgão elétrico de Torpedo dura ~ 2 ms: demasiado rápida para ser “apenas química”.
Eccles, 1936: 1º transmissão elétrica e depois química 200-400Hz (frequência muito elevada). Esta frequência era demasiado rápida para a sinapse ser química. Tinha de ser elétrica.
Kuffler, 1942: O atraso sináptico (tempo de latência entre estímulo e resposta) não pode ser reduzido.
Fatt & Katz, 1951: Era a acetilcolina induz Influxo de Na+ para dentro dos terminais nervosos e inibidores da AChE (acetilcolina esterase – cliva a acetilcolina e inativa-a) prolongam o potencial.
Eccles, 1950: Demonstra inibição pré-sináptica (há possibilidade de haver inibição a nível dos terminais nervosos) e, como consequência, que a maioria das sinapses é química.

64
Q

O que acontece numa sinapse?

A

Na transmissão química rápida, há a invasão do terminal nervoso por um potencial de ação que despolariza os terminais causando a entrada de Na+ e de Ca2+. Os iões Ca2+ vão entrar no terminal com a força acumulada da componente química (gradiente – concentração mais elevada fora, tendência para entrar) e da componente elétrica (atração das cargas negativas dentro do terminal devido à hiperpolarização). Esta combinação leva à entrada de cálcio em locais específicos chamados microdomínios que vão atingir concentrações muito elevadas em espaços muito pequenos. Esta é a zona ativa onde existe a maquinaria para a libertação de neurotransmissores. Após a entrada, a acetilcolina é libertada para a fenda → difunde-se e liga-se aos recetores → recetores abrem → entrada de sódio na membrana pós-sináptica → potencial de ação.

65
Q

Para que o potencial não perdure, é preciso terminar a mensagem. Há dois fatores que contribuem para um potencial breve. Quais?

A
  • Os canais de cálcio abrem e fecham rapidamente – como estamos na fase de hiperpolarização, os canais têm tendência para fechar. Os mediatoforos libertam a acetilcolina que vão ativar os recetores. Estatisticamente, cada recetor só é ativado uma vez, sendo que estes são muitos e estão todos muito próximos. O trocador Ca2+/H+ remove o cálcio, colocando-o nas vesículas. Esta diminuição da [Ca2+] contribui para o fechamento dos canais de Ca2+ .
  • Ação da acetilcolina esterase (AChE – tem várias formas e existe em grande quantidade). Os recetores de acetilcolina ligam duas destas moléculas para efetuar o transporte máximo. A AChE é capaz de hidrolisar a acetilcolina quando esta ainda está ligada ao recetor, o que faz com que o neurotransmissor não consigo ligar-se a outro recetor. A acetilcolina é hidrolisada em acetato e colina, que não ativam o recetor.
66
Q

Existem duas formas de libertar o neurotransmissor para a fenda sináptica. Como funciona a via dependente do cálcio:

A
  • Mediatoforo: há um impulso, ativação dos canais de cálcio, este entra muito depressa num curto período de tempo. O mediatoforo é ativado e a acetilcolina é libertada (127 mM). Esta liga-se ao recetor nicotinico, deixa passar sódio (corrente) e depois pode ou não dar origem a um potencial de ação. Por fim, a acetilcolina é desativada pela AChE. A colina resultante é recuperada por um transportador para voltar a formar acetilcolina. Por fim, o trocador Ca2+/H+ diminui a quantidade de cálcio na zona ativa e diminui a duração do sinal.
  • Exocitose: os neurotransmissores que estão dentro da vesicula sináptica são libertados para a fenda por fusão da membrana da vesícula com a membrana. Pensa-se que esta via é usada por todos os neurotransmissores, mas não de forma tão rápida.
67
Q

Existem duas formas de libertar o neurotransmissor para a fenda sináptica. Como funciona a via independente do cálcio:

A
  • Reversão do transportador de alta afinidade: o GABA e o glutamato podem ser libertados de forma dependente de cálcio ou de forma independente de cálcio. na via independente, estes são libertados por reversão de um transportador que são responsáveis pelo termino da resposta. Em condições normais, o transportador é responsável por recuperar os neurotransmissores, enviando-os novamente para dentro do terminal. No entanto, quando a estimulação é muito forte, há uma acumulação grande de sódio e o trocador pode funcionar ao contrário, pegando no neurotransmissor e enviando-o para fora.
  • Hemicanais: podem ser ativados por recetores ou não (conexinas e panexinas) e são descritos em associação com neurotransmissores como as purinas e o ATP. A ativação dos recetores induz a ativação/abertura das conexinas e as panexinas que permitem a libertação dos neurotransmissores.
  • Síntese local: alguns neurotransmissores são gases que são permeantes às membranas. Desta forma, a maneira de o “libertar” é fazer a sua síntese local. Por exemplo, a síntese local ao nível da membrana dos endo-canabinoídes
    (glicerol) que são resultantes da síntese de NO que funciona como neurotransmissor. Também funciona com lípidos (ácidos gordos).
68
Q

Como termina a sinalização?

A

A sinalização termina por 3 meios:
* Difusão: é o mais comum, no entanto, pode não ser suficiente em alguns meios
* Catabolismo enzimático (AChE): sem esta, a frequência de 400 Hz não é possível
* Transporte: transportadores de elevada afinidade.

69
Q

Distingue sinapses fásica e sinapse tónica

A

Neste tipo de sinapses, a transmissão é tanto mais rápida quanto mais próximas forem as sinapses. No entanto, quanto mais próxima for a sinapse, menor será a especificidade dos recetores, sendo que para sinapses mais distantes têm recetores em menores quantidades como uma afinidade maior para um neurotransmissor específico. Veio-se então a descobrir que nestas sinapses são libertados vários tipos de neurotransmissores em quantidades diferentes e a sua perceção está dependente dos recetores. A neuro-transmissão ponto a ponto, muito intensa e breve é chamada de sinapse fásica. A neuro-transmissão mais difusa, mais lenta e mais constante é chamada sinapse tónica e implica recetores com maior afinidade.

70
Q

Explica a sinapse química rápida

A

Neurotransmissores libertados na zona ativa atuam diretamente sobre canals iónicos ativados por ligandos na membrana pós-sinaptica, alterando a sua condutância iónica: pequenas moléculas orgânicas sintetizadas e armazenas nos terminals dos axónios: acetilcolina.
Temos a ACh (27 mM) a ser libertada pelos mediatoforos ou outros neurotransmissores libertados por exocitose e a ativarem os recetores nicotinicos que deixam passar sódio.
Exemplo prático num ganglio: temos um impulso e libertação de ACh. O recetor nicotinico recebe a informação, pondera os sinais e quando se atinge o limiar de ação gera-se o potencial de ação (é breve). Logo de seguida, na mesma sinapse há ativação de recetores inibitórios muscarinicos M2 (são colinérgicos- responde à ACh). Um pouco depois são ativados os M, que são excitatórios. Ainda mais tarde, são libertados péptidos com ação excitatória e que têm um mecanismo de ação semelhante a M1.

71
Q

Explica a sinapse química lenta

A

Neurotransmissores ativam a via bioquímica na membrana pós-sinaptica, que alteram canais iónicos através de mensageiros secundários libertados intracelularmente: moléculas grandes (aminas biogénicas e neuropeptidos) sintetizadas no corpo celular
Temos uma libertação que não precisa de ser necessariamente no local da sinapse, mas que se difunde até lá. Temos outro tipo de recetores-os recetores metabotrópicos (recetores que alteram o metabolismo da célula).
Há uma cascata de amplificação de sinal. Uma só molécula consegue gerar um sinal que é ampliado muitas vezes. O que é tipico destas sinapses mais lentas

72
Q

Explica as sinapses elétricas

A
  • A informação flui diretamente do citosol da célula pré-sináptica para a célula pós1sináptica via gap junctions (junções de hiato) entre 2 células próximas (3,5 nm de distância, canal de 2 conexões = 2 nm diâmetro). A informação passa através de proteínas canal chamadas conexinas.
  • Menos numerosas, permitem passagem de
    mololéculas hidrossolúveis de peso molécular inferior a 1200-1500 e de corrente elétrica.
  • Conduzem o impulso bidireccionalmente (comunicação entre citoplasma das 2 células por canais constantemente abertos)
  • Não promovem atraso sináptico (condução mais rápida)
  • Origina potenciais eletrotónicos graduais cuja amplitude Vm depende da intensidade do estímulo e da resistência e capacitância da membrana.
  • São sinais elétricos que vão perdendo sinal à medida que são transmitidos porque os canais estão sempre abertos
  • Funcionam para distâncias neuronais curtas
  • Ex. Córtex, retina e Neurónios sensoriais -Pressão sobre a pele
    Pensa-se que servem para coordenar um grupo de neurónios de maneira a enviar o sinal ao mesmo tempo.
73
Q

Explica de um modo geral as sinapses químicas.

A
  • Transmissão do impulso a longas distâncias envolvendo a libertação pré-sináptica de um Neurotransmissor que se liga a recetores pós-sinápticos, alterando o potencial de membrana.
  • Mais numerosas
  • Conduzem o impulso unidirecionalente através da fenda sináptica (cerca de 30 nm)
  • Promovem um atraso sináptico de ~ 0,5 m/s (condução + lenta), relativamente à condução axonal (cerca de 150 m/s)
  • Permitem a Integração sináptica: o potencial de ação (resposta neuronal binária) resulta da integração de múltiplos sinais (excitatórios e inibitórios). Este aspeto é fundamental para a ponderação do estímulo e para dar a resposta adequada.
74
Q

Que tipo de neurotransmissores podem existir?

A

As caltecolaminas funcionam em grupo e têm uma função importante na regulação do humor, da concentração, do prazer, …. Os neurotransmissores podem ser excitatórios (acetilcolina, glutamato – abrem os canais pos-sinapticos de Na+ ou inibitórios (GABA- abre canais de K+ ou de Cl-, levando a hiperpolarização da membrana) e de resposta rápida ou lenta. Os neurotransmissores são libertados na fenda sináptica e ligam-se a recetores pós sinápticos. A resposta do outro neurónio vai depender do neurotransmissor que se difunde, do recetor que se liga, do ião que entra/sai do neurónio pós-sináptico e do potencial da membrana.

75
Q

Como é regulada a quantidade de neurotransmissor que é libertada?

A

Nas sinapses químicas, a regulação da quantidade de neurotransmissor que é libertada é controlada pela Ca2+-calmodulina proteína cinase, a qual permite a libertação de neurotransmissores com a entrada de Ca2+ na célula. A remoção do transmissor ocorre ou por difusão para fora da fenda sináptica, segundo gradiente de concentração, ou por degradação enzimática (ex: acetilcolinesterase degrada acetilcolina) ou por recaptura por transportadores para o interior da célula pré sináptica.

76
Q

Para que é usada a acetilcolina?

A

usada pelos neurónios motores, do SNA e do sistema nervoso simpático. Estes neurónios dizem-se colinérgicos. A acetilcolina é sintetizada nos terminais sinápticos a partir de colina e acetil CoA, atravésda colina acetil trasnferase, e deve ser removida rapidamente após a sua libertação, para permitir que ocorra repolarização. A sua hidrolise é realizada pela enzima acetilcolinesterase. A sua acumulação é feita em vesiculas e aquando da sua libertação pode interagir com 2 recetores:
* Recetor nicotinico: que funciona como canal iónico (agonista - nicotina; antagonista - curare)
* Recetor muscarinico (recetor metabotropico): que tem o agonista muscarina e o antagonista atropina.

77
Q

Para que serve a norepineriferina?

A

amina biogénica usada pelos neurónios do SNA simpático; pode ter um efeito excitatório ou inibitório, dependendo da célula pós-sináptica. é sintetizada nos neurónios a partir da tirosina. A síntese final ocorre nas vesiculas sinápticas. Após a sua libertação na fenda sináptica, alguma é reabsorvida, outra é desativada por metilação e removida pela circulação sanguínea.

78
Q

O que entendes por mecanismos agonistas?

A

Mecanismos agonistas: é percursor do neurotransmissor, que estimula a libertação do NT. Bloqueia autorecetores, aumenta a sintese ou libertação do NT. Estimula os recetores pós sinápticos. Bloqueia a recaptação do NT, bloqueando os transportadores. Inativa aa enzima que degrada o neurotransmissor, aumentando o tempo de permanecia do neurotransmissor na sinapse

79
Q

Diz o que entendes por mecanismos antagonistas?

A

Mecanismo antagonistas: previne o armazenamento do neurotransmissor em vesiculas (diminui a quantidade disponível para ser usada aquando de um estimulo); inibe a libertação do neurotransmissor. Bloqueia recetores pós-sinapticos. Inativa a enzima de sintese, inibindo a sintese do NT. E estimula autorrecetores, inibindo a sintese ou libertação do NT

80
Q

neurórinos coligernénicos:

A

A acetilcolina é o neurotransmissor na junção neuromuscular dos vertebrados. Os neurónios que libertam acetil colina dizem-se neurónios colinérgicos. Moléculas que têm características parecidas com a acetilcolina, análogos de acetilcolina, podem atuar nas sinapses colinérgicas (Ex: carbachol), sendo por isso agonistas na sinapse. No entanto moléculas análogas que boqueiam a ligação do neurotransmissor pela sua própria ligação são chamadas de antagonistas (Ex: D-tubocurarine).

81
Q

3 exemplos de agonistas colinérgicos:

A

Agonistas (Mimetizam a ação):

Nicotina:

Alcaloide encontrado no tabaco.
Age como um agonista, mimetizando a ação da acetilcolina nos receptores nicotínicos.
Muscarina:

Alcaloide produzido pelo cogumelo Amanita muscaria.
Age como um agonista, estimulando os receptores de acetilcolina da classe muscarínica.
α-Latrotoxina:

Proteína produzida pela aranha “viúva negra”.
Induz a liberação maciça de acetilcolina, possivelmente atuando como um ionóforo de Ca2+ ou canal de ACh.

82
Q

4 exemplos de antagonistas colinérgicos:

A

Antagonistas (Reduzem ou bloqueiam):

Atropina e compostos relacionados:

Alcaloide produzido pela planta “dama da noite”, Atropa belladonna.
Bloqueia a ação da acetilcolina apenas nos receptores muscarínicos.
Toxina Botulínica (BOTOX):

Oito proteínas produzidas pela bactéria Clostridium botulinum.
Inibe a liberação sincronizada de acetilcolina.
α-Bungarotoxina:

Proteína produzida por cobras do gênero Bungarus.
Impede a abertura do canal receptor de acetilcolina.
d-Tubocurarina:

Ingrediente ativo do curare.
Impede a abertura do canal receptor de acetilcolina na placa motora.

83
Q

O que é o glutamato e o GABA no contexto neuronal?

A

Glutamato é o neurotransmissor excitatório na junção neuromuscular dos insetos e crustáceos. Glutamato é o neurotransmissor excitatório mais presente no sistema nervoso central dos vertebrados. Em muitas sinapses estes transmissores atuam em recetores que incluem um canal iónico. GABA é tipicamente um neurotransmissor inibitório encontrado no sistema nervoso central dos vertebrados e inibitório nas junções neuromusculares dos insetos
e crustáceos. A glicina é o neurotransmissor inibitório mais prevalente na coluna espinal. Em muitas sinapses estes transmissores atuam em recetores que incluem um canal iónico.

84
Q

Quais os efeitos da seratonina?

A

Perceção sensorial;
Regulação da temperatura;
Indução do sono;
Controlo de comportamentos e disposição;
Regulação do apetite;
Regulação da circulação sanguínea cerebral

85
Q

O que fazem estes fármacos aos recetores de sertralina?

A

(Fluoxetina) PROZAC - inibe
recaptura de serotonina 
tratamento da depressão
LSD - alucinogénio ~agonista
serotoninérgico
ativação de recetores
(5HT2A- D2)
Eletriptano pertence a um
grupo de medicamentos
designados por agonistas
dos receptores da
serotonina.
Vasoconstrição dos vasos
intracraneais e reduz
enxaqueca

86
Q

Quais os dois estímulos mecânicos?

A

Estimulo auditivo e estimulo do toque

87
Q

Como funciona o estímulo auditivo?

A

Temos células com cílios que têm canais de K+ que estão fisicamente ligados ao cílio de cima. Quando à movimentação dos cílios para a direita os canais abrem e deixam entrar k para a célula que despolariza, ativa canais de cálcio e liberta NT (serotonina) para passar informação auditiva. Isto é feito com uma sensibilidade muito alta, sendo muito eficiente. Isto acontece devido a especializações: K entra pk está mais concentrado dentro do que fora. Como a diferença de [] é muito grande, cria-se um ddp que permite que o K entre na célula contra o gradiente (não gasta energia na transdução). Os movimentos dos cílios e, por consequência, a abertura e fechamento dos canais, está em fase com a onda sonora. Isto permite que a resposta seja muito rápida. Quando entramos com a capacitância da membrana, é perdida eficiência devido à constante de tempo.

88
Q

Como funciona a sensação na pele?

A

A sensação na pele (recetores de pressão, térmicos e de dor). Na pele temos os corpúsculos de Meissener e os de Passini que sentem pressão e podem ter ou não adaptação (num estímulo continuado, alguns recetores vão deixar de responder). Se o estímulo for continuado, os terminais podem continuar a enviar sinal do estímulo - como os da dor, pois convém saber que há dor até que ela desapareça - enquanto que se tivermos um toque leve sentimos, mas se esse toque for continuado acabamos por deixar de o sentir.

89
Q

Como funciona o estímulo luminoso?

A

Estimulo luminoso: Quando há um estímulo luminoso, os canais fecham e a célula polariza (o estímulo, em vez de despolarizar, hiperpolariza). A duração depende da intensidade do estímulo. Ao nivel dos discos temos uma estrutura que contem uma proteína chamada rodopsina que no meio tem o cisretinal que é derivado da vitamina A. Este cede um fotão, passa a trans-retinal e altera a conformação da proteína que desencadeia um sinal. Uma rodopsina ativa vai ativar 800 transducinas (é a proteína G deste sistema). Neste cado, vai ativar uma fosfodiastersase que degrada cgmp em GMP. Vai haver uma diminuição de cgmp de cada vez que há um estímulo, provocando o fechamento dos canais. Cada fotão fecha cerca de 200 canais e polariza a célula em cerca de 1 mv (mais fotões aumentam a polarização) A entrada de Ca2+ faz com que este sistema esteja mais sensivel, mas quando os canais fecham, há menos Ca2+ e o olho adapta-se à luz.

90
Q

Como funciona o estímulo olfativo?

A

Estímulo olfativo: O sistema olfativo depende de proteínas G que por aumento do camp abrem um canal permeável a Na+ e a Ca2+ (sobretudo a Na+ ). Há cerca de 400 tipos de recetores odoríficos, mas com uma capacidade de distinção de odores muito elevada. A afinidade das moléculas para os diferentes recetores dá origem a uma complexidade muito grande.

91
Q

Como funciona o estímulo gustativo?

A

Estímulo gustativo: Temos 5 estímulos diferentes: doce, salgado, amargo, ácido e umami (monoglutamato de sódio - sal chinês). O seu funcionalmente é muito semelhante entre
eles. Ácidos (protões) e sais (iões) são canais permeantes a iões abertos. Quando comemos algo ácido ou salgado, os iões entram, geram um potencial de ação, o sinal é amplificado, liberta serotonina para o neurónio seguinte Para os restantes temos recetores metabotrópicos que convertem a informação numa resposta por canais do tipo TRP (transit reception potencial chanels) e que são ativados da seguinte forma: uma proteína G ativa a proteína cinase c que degrada o PIP 2 (lípido membranar com funções sinalizantes) em diacilglicerol e IP3. Esta molécula ativa os canais sensíveis de Ca IP3 do RE, libertando-o e faz com que haja ativação do neurónio.

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Q

Como funciona o estímulo do arco reflexo?

A

Arco reflexo: Se tivermos um estímulo sensitivo intenso, temos a passagem de informação até à medula espinal onde há um circuito. Há um estímulo que é enviado à medula e depois divide-se em 3: Ativação do neurónio motor numa resposta automática: faz com que o musculo efetor contraia, mas para que o musculo efetor contraia é preciso que outro relaxe; Ativação de um inter-neurónio inibitório: que liberta glicina e inibe um outro neurónio motor fazendo relaxar o musculo antagonista (oposto ao musculo contrator) - isto permite o relaxamento do musculo de baixo e a contração do musculo de cima. Resposta enviada para o cérebro depois de haver contração do musculo. Temos um estímulo ao nível do neurónio sensitivo que o leva até à medula espinal. Ativa o neurónio distensor e inibe o neurónio flexor, havendo um inter-neurónio que faz a passagem de estimulção para inibição.