CAPÍTULO 2: ALIMENTAÇÃO, DIGESTÃO E ABSORÇÃO. Flashcards

Estratégias alimentares. Hidrólise digestiva. Secreções glandulares. Absorção intestinal.

1
Q

Como é que é usada a energia dos alimentos?

A

A energia dos alimentos é usada para regenerar e produzir novos tecidos, para se reproduzir e para processo em curso como metabolismo e movimentação. Deste modo, a grande diversidade de tubos digestivos vai depender dos hábitos alimentares.

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2
Q

Quais as classificações dos animais quanto aos seus hábitos alimentares?

A

De acordo com os hábitos alimentares na natureza, os animais são classificados como:
* Herbívoros
* Carnívoros
* Omnívoros
* Detrítivoros

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3
Q

Como é que a domesticação alterou os hábitos alimentares dos gatos? Explicita as suas necessidades e como ocorre esta alteração

A
  • O gato é classificado como carnívoro obrigatório na natureza (o cão é carnívoro não obrigatório) → precisam de uma dieta com alto teor em proteína (usam aminoácidos como fonte de enrgia). Precisam de taurina, ácido araquidónico e vitamina A pré-formada. Têm também capacidade limitada para converterem o triptofano em niacina. Estes compostos são encontrados em alimentos de origem animal. No entanto, é comum encontrar alimentos para gatos com elevada proporção de grãos cereais, ou até mesmo alimentos vegetarianos ou vegan → é precisa uma forte suplementação, como por exemplo, uma fonte de taurina. Isto é evidência da alteração de hábitos alimentares por domesticação. Hoje em dia, adicionam-se aromatizantes que aumentam a palatibilidade do alimento, tornando-o mais apetecível para o animal.
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4
Q

Como foi sustentada a aquacultura alterando os hábitos alimentares de peixes carnívoros?

A

Sustentabilidade da aquacultura de peixes carnívoros é outro exemplo, que tem a ver com a sustentabilidade da produção (aquacultura de peixes carnívoros). A truta é um peixe carnívoro. A fonte proteica mais utilizada na aquacultura → farinha de peixe → não é sustentável porque há limitações à pesca, o que significa que maior parte do peixe que consumimos vem da aquacultura. São criadas alternativas de
origem vegetal para alimentar peixes carnívoros, mas é necessário suplementação de aminoácidos de síntese como a lisina.

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5
Q

Quais são as hipóteses de vivência para os animais?

A

Vida em grupo vs Vida solitária: Dependendo dos fatores do ambiente, pode ser preferível um em relação ao outro. Os animais optam pela opção que lhes permite obter alimento com o menor fator de risco possível.

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6
Q

O comportamento alimentar está também dependente de…

A

Tamanho da presa disponível: se as presas são pequenas, os animais vão ser solitários → não há alimento suficiente para partilhar com um grupo;
* Tamanho do predador: Um animal sozinho não é capaz de caçar uma presa muito maior que ele, favorecendo-se a vida em grupo
* Técnica de caça: é dependente da presa, do ambiente, das necessidades nutricionais vs energia despendida na caça. Os animais podem caçar de várias formas de maneira a aumentar a eficiência da sua caça: uso de camuflagem; uso de embuscada; caçando presas mais frágeis ou doentes, …
* Habitat: é um fator que condiciona a técnica de caça, o tipo de presa disponível e os recursos disponíveis.
* Outros predadores e perigos: caçar em grupo, leva à proteção das presas contra competidores; o Predador pequeno pode tornar-se presa, tornando a vida em grupo favorável; a disponibilidade de esconderijos, dá vantagem à vida solitária; A vida solitária previne doenças transmissíveis; Criação dos filhotes; Nenhuma das situações é favorável, vida em grupo ou vida solitária, sendo que ambas apresentam vantagens e desvantagens.

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7
Q

Benefícios e custos da vida em grupo:

A

Benefícios:
* Proteção contra predadores;
* Deteção de predadores;
* Efeito diluição: se um predador atacar um grupo é mais fácil para o animal fugir.
* Possibilidade de capturar presas maiores;
* Defesa dos recursos;
* Cuidados parentais;
* Estabelecimento de uma hierarquia
Custos:
* Maior competição pelos recursos;
* Maior transmissão de parasitas;
* Mais facilmente detetados por predadores

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8
Q

Benefícios e Custos da vida solitária:

A

Custos:
* Não Proteção contra predadores;
* Não Deteção de predadores;
* Sendo só um é mais difícil escapar ao predador.
* Não consegue capturar presas grandes;
* indefesa dos recursos;
Benefícios:
* menor competição pelos recursos;
* menor transmissão de parasitas;
* menos facilmente detetados por predadores

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9
Q

Como a domesticação altera comportamentos alimentares do gato?

A

O gato é um caçador solitário de presas de pequeno tamanho. Um rato fornece pouca energia a um gato (~30Kcal) → gato tem que comer muitos ratos ao longo do dia e da noite (mais durante a noite que é quando as presas estão mais ativas) → faz refeições múltiplas,
mas pequenas. Quando o gato é domesticado, se colocar-se a comida á disposição do gato sem restrições, o comportamento natural vai manifestar-se. Se a comida for colocada de manhã e à noite, o comportamento é alterado.

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10
Q

Como a domesticação altera comportamentos alimentares do cão?

A

Os cães têm um apetite muito mais glutão → tende a fazer refeições maiores, mas menos ao longo do dia. Há raças que têm um apetite maior que outros. Por exemplo, os labradores antigamente eram usados como cães de trabalho e por isso eram treinado, usando reforço positivo (comida) → cães com mais apetite eram os mais bem treinados. Se isto for aplicado hoje em dia, o cão seria obeso, pois a quantidade de exercicio diminui.

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11
Q

Fatores que condicionam o comportamento animal?

A

Nomeadamente a existência ou ausência de determinadas características como:
* Força;
* Patas;
* Garras;
* Dentes;
* Técnica de salto;
* Morte da presa por asfixia;
* Estamina (velocidade ou endurance);
* Entre outros.

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12
Q

O que é alterado nas aves conforme o tipo de alimentação?

A

As aves, na ausência de dentes, possuem bicos de várias formas e tamanhos, adaptados ao tipo de alimentação que têm e às formas de obter esse alimento.

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13
Q

Quais os métodos de alimentação sésseis?

A

Absorção, Filtração, Captura

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14
Q

Como funciona a absorção como método de alimentação?

A

O método de alimentação mais rudimentar é a absorção através da superfície corporal exterior. Não está dependente da captura especializada nem de mecanismos digestivos. O animal alimenta-se de moléculas simples diretamente a partir da superfície corporal exterior. Muitos destes animais vivem em contacto com os fluidos digestivos do hospedeiro. Temos como exemplo os protozoários, endoparasitas e invertebrados aquáticos.

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15
Q

Como funciona a endocitose como método de alimentação?

A

A endocitose já é mais ativa. Ocorre a nível celular, pode ser por fagocitose ou pinocitose. Independentemente da forma, há formação de vacúolos digestivos que se fundem com lisossomas que contem enzimas. As enzimas digerem a partícula alimentar. O material digestível é aproveitado pelas células e o material indigestível é expulso.

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16
Q

Como funciona a filtração como método de alimentação? Explicita os exemplos

A

O método por filtração consiste na captação de partículas alimentares que estão suspensas na água. Ou seja, os animais captam as partículas da corrente de água que pode ser natural ou gerada pelo animal através de cílios ou flagelos. Animais que se alimentas assim (ex: esponjas) tiram partido do efeito de Bernuoulli. Nas esponjas, a água com as partículas suspensas entra pelos ostia. Os coanócitos (células flageladas) têm duas funções: aumentam a corrente de água (aumentando a velocidade aumentam a entrada de alimentos) por serem flageladas e digerem as partículas alimentares. A água depois sai pelo oscolo. Esta filtração também ocorre em bivalves, batimento ciliar ajuda a criar uma corrente de água através do sifão inalante que é depois conduzida às brânquias. As partículas alimentares capturadas pela boca com ajuda do muco segregado pelas brânquias. As baleias são animais filtradores móveis. Têm placas ósseas na boca que suportam filamentos paralelos que funcionam como filtros. O krill aí retido é engolido quando as mandíbulas fecham e a água é expelida. Nos arcos branquais dos peixes existem rastos braquias que estão mais ou menos desenvolvidos consoante os hábitos alimentares dos deixes. Quando abrem a boca, a água entra e depois sai, mas as partículas alimentares ficam presas nos rastos braquiais. Outro exemplo é o flamingo.

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17
Q

Como funciona a alimentação de fluídos como método de alimentação? Explicita os exemplos

A

Platemintos, nematodes, anelídeos (sanguessuga) e artrópodes (mosquitos e piolhos) picam e sugam o alimento no estado líquido do organismo de outros animais. Muitos deles segregam anticoagulantes ou enzimas que lançam ao hospedeiro como a hirudina que é um inibidor da trombina e a hirustasina que é um analgésico e anti-inflamatório. Estas substâncias que são libertadas podem por vezes ser usadas em terapias com a hirudoterapia, cirurgias e cirurgias plásticas. Morcegos vampiros (morcegos hemarófagos) e lampreias são animais que cortam e lambem outros animais para se alimentar. Estes animais produzem anticoagulantes e anestésicos para anestesiar a vítima.

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18
Q

Como funciona a apreensão como método de alimentação? Explicita os exemplos

A

Os animais recorrem a vários tipos de aparelhos bucais e outros apêndices para capturar e processar o alimento, por exemplo, alguns utilizam toxinas para imobilizar a presa.
o Os invertebrados, como não têm dentes, desenvolveram estruturas quitinosas para morder ou comer, como as pinças de caranguejos e lagostas que permitem
rasgar e esmagar a presa. Outros animais desenvolveram acessórios bucais em forma de agulha ou dentes afiados.
o Animais vertebrados não mamíferos geralmente têm dentes indiferenciados. Algumas cobras possuem dentes modificados que são utilizados para injetar veneno. As mandíbulas estão unidas por ligamentos elásticos que permitem o grande ângulo de abertura necessário à ingestão de pressas inteiras de diâmetro superior ao da sua cabeça. Já no caso dos mamíferos, estes utilizam os dentes para rasgar e mastigar a presa. A evolução dos diferentes mamíferos levou ao desenvolvimento de vários tipos de dentes. Exemplo: os felinos têm dentes carnássios e garras.
o As aves, na ausência de dentes, possuem bicos de várias formas e tamanhos, adaptados ao tipo de alimentação que têm e às formas de obter esse alimento.
o No caso dos peixes, é possível inferior sobre o seu tipo de alimentação, tendo em conta a posição da sua boca. Se a boca está na posição inferior, o peixe alimenta-se de organismos que estão no fundo da água. Se a boca está na posição superior, o peixe alimenta-se de organismos que estão à superfície da água. Se a boca
está na posição terminal ou subterminal, o peixe alimenta-se de organismos que estão a meio do
corpo de água onde vivem. Para além disto, os peixes podem ainda ter outras características bucais que permitem a fácil identificação do tipo de alimentação. A protratibilidade é a capacidade de produzir uma forte sucção permitindo-lhes capturar presas à distância. Isto aumenta as chances de captura do alimento.
o De maneira subjugar presas ou a afastar predadores, muitos animais libertam toxinas que são geralmente proteínas, sendo que a maioria atua nas sinapses do sistema nervoso. Os nematocistos injetam toxinas paralisantes nas presas, o que é útil para o predador uma vez que este contem enzimas proteolíticas que destroem as toxinas, tornando-as eficazes apenas contra as presas.

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19
Q

De que diferentes maneiras os herbívoros estão equipados para o seu tipo de alimentação?

A

o Nos mamíferos do tipo herbívoro, a dentição está adequada à preensão e moenda dos alimentos grosseiros que constituem a fração mais importante da sua dieta alimentar.
o Os herbívoros têm acessórios bucais especializados na ingestão de material vegetal. Entre os incisivos e os molares os herbívoros não têm dentes, apenas um espaço chamado barra ou diastema. Apresentam ainda incisivos muito rudimentares, sendo que este tipo de dentição é adaptado ao seu regime alimentar.
o Gastrópodes apresentam a rádula que permite que o animal raspe o alimento de rochas.
o Roedores como os ratos têm dentes de crescimento contínuo que precisam de ser desgastados. Algo que na natureza os animais fazem instintivamente.
o Os movimentos bucais em carnívoros e omnívoros são para cima e para baixo, enquanto em herbívoros, estes movimentos são laterais e para a frente e para trás.

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20
Q

Diferentes tipos de sistema de alimentação…?

A
  • Reator Batch: O sistema de alimentação de reator de batch apresenta apenas um orifício pelo qual ocorre a captura e a excreção de alimento de forma pulsátil. Não há absorção nem excreção continua de alimento, pelo que a composição se
    altera ao longo do tempo. Um exemplo é a hidra.
  • Reator de tanque agitado de fluxo continuo: Este sistema de alimentação tem dois orifícios, um deles recebe o alimento e o outro excreta os produtos. A absorção e a excreção são feitas de forma contínua, sendo que no ponto de equilíbrio a composição do sistema é constante. Um bom exemplo deste sistema é o rúmen de um animal ruminante.
  • Reator de tomada: Este sistema tem uma entrada e saída de alimento contínua, no entanto, a digestão do alimento ocorre ao longo do tubo digestivo. A composição do conteúdo é uniforme em cada secção do tubo, no entanto, esta não é constante ao longo do tubo. Um exemplo deste tipo de sistema é o intestino delgado.
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21
Q

Como é que o tempo de digestão se relaciona com a qualidade do alimento?

A

O tempo de digestão varia consoante a digestibilidade do alimento, por exemplo, o intestino de um herbívoro é maior que o de um carnívoro uma vez que o alimento ingerido por herbívoros necessita de mais tempo para ser digerido. Quanto maior a digestibilidade do alimento, maior é a sua qualidade.
Presença de

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22
Q

Como é que o comprimento do intestino varia com a alimentação do animal? Explicita!!

A

Peixes herbívoros não têm estômago, mas têm um intestino de maior comprimento para poderem digerir alimento de má qualidade. Nos intestinos, as pregas longitudinais aumentam a velocidade de passagem do alimento. Quando este é de menor qualidade, ele precisa de mais tempo para ser digerido, sendo necessária uma maior retenção no intestino. Para isto são indicadas as pregas transversais cuja função é reter o alimento e não ajudar à sua passagem.
Os carnívoros têm no seu intestino pregas transversais de maneira a atrasar a passagem de alimento e diminuir o trânsito intestinal. Se tivessem pregas longitudinais, a área de absorção seria muito curta e passagem do alimento seria muito rápida. Como resultado, não haveria tempo para o alimento ser digerido.

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23
Q

Para que serve a válvula espiral em certos peixes?

A

O intestino dos elasmobrânquios como tubarões e raias, é relativamente curto e volumoso e possui um sistema exclusivo, a válvula espiral, assim chamada porque contém dobras membranosas normalmente dispostas na forma de uma espiral. A sua função é reduzir a velocidade de circulação do alimento, o que aumenta a duração da digestão e, ao mesmo tempo, aumenta a superfície de absorção de nutrientes sem alongar o intestino. Permite ainda conservar espaço para o fígado e para a reprodução (por exemplo, desenvolvimento de embriões).

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24
Q

Quais os tipos de pregas da mucosa intestinal?

A

Existem dois tipos de pregas no intestino:
* Pregas longitudinais: que aumentam o trânsito intestinal;
* Pregas transversais: que diminuem o trânsito intestinal.
Os peixes conseguem alterar a estrutura e propriedades absortivas do seu sistema digestivo em resposta a mudanças na dieta. Outro facto que condiciona a morfologia das pregas no intestino é o tipo de substratos dos quais o animal é mais dependente. Por exemplo, animais omnívoros e herbívoros ingerem mais hidratos de carbono, o que se traduz em pregas de maior comprimento.

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25
Q

O trânsito intestinal varia com o quê?

A

O trânsito intestinal varia com a anatomia do canal alimentar (relacionado ainda com a qualidade do alimento usualmente ingerido), mas também com a massa corporal e a temperatura. O trânsito intestinal pode ser referido de duas formas:
* Maior trânsito implica que a digestão ocorre rapidamente;
* menor trânsito implica um maior tempo de permanência do alimento no intestino.
Neste último caso em específico, quanto maior a massa corporal, maior é o trânsito intestinal. Por outro lado, quanto maior é a temperatura corporal, menor é o trânsito intestinal. Isto porque uma maior temperatura implica uma maior atividade enzimática/taxa metabólica. No entanto, o aumento da temperatura depende da disponibilidade do alimento.

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26
Q

Como é a organização do canal alimentar ?

A

O canal alimentar apresenta uma organização tubular, o que lhe permite:
* Ter regiões especializadas em tarefas digestivas particulares;
* Ocorrência simultânea de secreções ácidas e alcalinas;
* Diferentes tipos de ação digestiva.

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27
Q

Quais as subdivisões do canal alimentar?

A

Assim, este apresenta várias subdivisões:
* Headgut (Região cranial): com a função de receber o alimento;
* Foregut: com função de condução, armazenamento e digestão;
* Midgut: com função de digestão e absorção; Hindgut: com função de absorção de água e armazenamento do material indigestível.

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28
Q

Quais as estruturas na região cranial do canal alimentar?

A

Na região anterior ou cranial, o alimento é recebido, seguindo-se a alimentação e a deglutição. Este processo é efetuado por uma série de estruturas:
* Partes bucais;
* Cavidade oral (bucal);
* Faringe;
* Dentes;
* Bico;
* Língua.

29
Q

Para que serve a língua? Explicita

A

A língua é útil para a apreensão, digestão mecânica, quimiorreceção e deglutição. Assim, é um órgão com função motora com grande flexibilidade e direção de movimento, como a retração, a protusão, a elevação e a depressão. No caso das vacas, a língua é longa e áspera, permitindo ao animal agarrar as plantas quando dobra a língua e arrancá-las com o movimento da cabeça. Tem ainda função sensorial, através das papilas gustativas que percebem o doce, o amargo, o ácido e o salgado e através da elevada enervação que permite perceber a temperatura, o toque, a dor e o sabor

30
Q

Que sabor os gatos não conseguem sentir?

A

Gatos: Sem perceção do sabor doce (gene Tas1r2 não funcional ;
recetor ao sabor doce não se
forma)forma); toleram bem o salgado; sensível ao sabor amargo; recusa alta acidez

31
Q

Aonde é produzida a secreção salivar? Explicita o local ou locais e etc

A

A secreção salivar é produzida por glândulas salivares que podem ser primárias ou secundárias. As glândulas principais incluem: parótidas, submaxilares e sublinguais. Estas contêm células acinares que transportam eletrólitos para o ácino e secretam mucina e amílase por exocitose, a água flui para o lúmen por osmose.
À medida que o fluído salivar passa pelo ducto, este sofre modificações por transporte ativo. A secreção salivar ocorre em resposta ao estímulo parassimpático (exemplo: estimulada pela presença de alimento na boca). As células dos ductos estriados das glândulas salivares aumentam a secreção e a alcalinidade em resposta à secretina, uma hormona sintetizada no duodeno.

32
Q

Como é constituída a secreção salivar?

A

A secreção salivar é constituída por:
➢Água
➢Eletrólitos (Na+, K+, Cl-, HCO3- e, em ruminantes, PO43-)
➢Ligeiramente alcalina nos ruminantes e altamente tamponada (iões bicarbonato e fosfato);
➢Mucina
➢Amilase (variável)
➢Ureia (nos ruminantes)
➢Toxinas ou anticoagulantes
➢Agentes antimicrobianos (lisozima e tiocianato)

33
Q

Como funciona a secreção das células mioepiteliais?

A

As células mioepiteliais vão apertar o ácino, levando à saída de saliva ductos.

34
Q

Para que serve a secreção salivar?

A

Esta secreção ajuda na ingestão e na digestão mecânica (e muitas vezes química), facilita a deglutição e, nos ruminantes, é essencial para a digestão microbiana no rúmen (secreção contínua das glândulas parótidas). A quantidade de saliva produzida por dia varia com a espécie animal e com a natureza e qualidade de alimento. Quanto mais alimento é ingerido, mais saliva é produzida e maior é a estimulação da mastigação. A natureza e a qualidade do alimento estão dependentes do conteúdo em fibras.

35
Q

O que é a deglutinação?

A

A deglutição é o processo pelo qual o bolo alimentar ou líquidos passam da boca para o esófago. É altamente complexo uma vez que esta passagem implica o cruzamento com vias respiratórias que têm de ser mantidas livres. A deglutição inicia-se como um ato voluntário de envio do bolo para a zona posterior da língua e torna-se um reflexo involuntário durante a sua execução quando os recetores faríngicos enviam a informação para a medula.

36
Q

A região de condução e armazenamento é constituída por o quê?

A

Esta região é constituída pelo esófago, que faz a condução do bolo alimentar (alimento + saliva) até ao estômago por movimentos peristálticos. Este órgão é fechado na junção faringo-esofágica pelo esfíncter esofágico superior e na junção com o estômago pelo esfíncter esofágico inferior.

37
Q

Como funciona a onda peristáltica? E o que é o papo?

A

A onda peristáltica ocorre do esfíncter superior para o esfíncter inferior, sendo que os movimentos de peristalsia e de segmentação recorrem à ação de músculos diferentes (longitudinais e transversais). No caso da segmentação, o músculo longitudinal não participa e o músculo circular sofre contrações rítmicas. Em animais que se alimentam pouco frequentemente, existe uma estrutura chamada papo que permite armazenar alimento antes de ser ingerido. Aqui ocorre fermentação/digestão, sendo também útil para alimentar crias (leite do papo). Durante a incubação dos ovos, o tecido do papo sofre um espessamento. No momento de eclosão, as células epiteliais rompem-se da parede e forma-se o leite do papo. Este é comum em machos e fêmeas mas apenas o leite do papo das fêmeas é semelhante ao colostro dos mamíferos em termos de conteúdo proteico.

38
Q

De uma maneira geral o que é o estômago?

A

O estômago é o local de armazenamento dos alimentos e a contração das suas paredes permite a mistura dos alimentos, da saliva e das secreções gástricas. Este é o local onde se inicia a digestão. Aqui é secretado HCl e pepsinogénio que origina a pepsina cuja função é quebrar as proteínas em péptidos.

39
Q

Quais os dois tipos de mucosa do estômago?

A
  • Mucosa fúndica: contem as glândulas gástricas com as células oxínticas ou parietais que secretam ácido clorídrico e as células peptídicas ou principais que produzem o pepsinogénio e a renina/quimosina em recém-nascidos (digerem as proteínas do leite, formando uma coalhada, isto permite aumentar o tempo de digestão prevenindo
    diarreias, etc).
  • Mucosa pilórica: que secreta muco e gastrina.
    O ácido clorídrico tem como funções:
  • Desnaturação das proteínas;
  • Ativação do pepsinogénio em pepsina;
  • Solubilização de minerais;
  • Efeito bactericida em alimentos contaminados.
40
Q

Quais as funções do HCl?

A

Funções do ácido clorídrico
➢Desnaturação das proteínas
➢Ativação do pepsinogénio em
pepsina
➢Solubilização de sais minerais
➢Efeito bactericida em
alimentos contaminados

41
Q

Como é produzido o HCl?

A

As células parietais produzem H+, com a enzima anidrase carbónica que catalisa a reação de dióxido de carbono com água. O H2CO3 produzido vai se dissociar em H+ e HCO3-, o qual é transportado para o plasma em troca do transporte de Cl- para a célula, o H+ é transportado para o exterior com o transporte de K+ para o interior. Este processo permite que a célula matenha o seu pH dentro de valores aceitáveis, ainda que fora da célula exista um pH muito baixo.

42
Q

Como funcionam as três fases de secreção gástrica?

A

Fase Cefálica:
-Em resposta à visão, cheiro,
sabor ou reflexos condicionados
-Reflexo vagal

Fase Gástrica:
-Em resposta à presença de
alimento no estômago
-Estimula quimiorrecetores e
mecanosrrecetores
-Gastrina (células endócrinas da
mucosa pilórica em resposta à
presença de proteínas) e
histamina (células mastro da
mucosa gástrica)

Fase Intestinal (muito influenciada por hormonas):
-Gastrina
-Secretina
-Péptido intestinal vasoativo
(VIP)
-Péptido inibidor gástrico (GIP)
-Responde à presença de
gorduras e açúcares

43
Q

Qual a particularidade da secreção gástrica dos insetos e nos invertebrados?

A

Existem cecos gástricos que produzem enzimas para a digestão e o resto do sistema apenas recupera água e eletrólitos.

44
Q

Explicita o que é e a função do proventrículo nas aves.

A

As aves têm proventrículo, um órgão secretor que produz suco gástrico e pH ácido, que recebe o bolo alimentar da boca ou do papo (o alimento está pouco tempo aqui). Depois têm a moela que não é secretora, mas como o bolo alimentar está pouco tempo no proventrículo, ele bem infundido com sucos gástricos. A moela é fortemente muscular e vai diminuir o tamanho do alimento através de moagem que é ajudada pelo Grit: pequenas pedras e areias que ajudam a moer o alimento. Há outros animais com estas particularidades, o proventrículo dos insetos e o estômago dos crustáceos contêm estruturas para moer os alimentos.

45
Q

Como pode ser classificado o estômago de acordo com o número de compartimentos gástricos?

A

Tendo em conta o número de compartimentos gástricos, os animais podem ser classificados em:
* Monogástricos: típico de carnívoros e omnívoros
* Poligástricos: típico de animais herbívoros.

46
Q

Descreve a compartimentação do estômago dos herbívoros.

A

Os herbívoros de estômago composto ou poligástricos são normalmente ruminantes e pertencem a duas subordens tendo em conta o número de compartimentos que têm: retículo, rúmen, omaso e abomaso. A subordem ruminatia (boi, zebú, carneiro, cabra, veado, alce, girafa, bisonte) têm os 4 compartimentos e a subordem tylopoda (camelo, lama, alpaca) têm apenas 3 compartimentos, sendo que o omaso e o abomaso estão “fundidos”.

47
Q

Aproximadamente, quais os percentis das respetivas partes de divisão do estômago dos herbívoros?

A

O retículo, o rúmen, o omaso e o abomaso constituem cerca de 75% da cavidade abdominal, preenchendo praticamente todo o lado esquerdo do animal e estendendo-se significativamento para o lado direito. Deste espaço que o estômago ocupa, cerca de 84% é retículo-rúmen, 12% é omaso e 4% é abomaso.

48
Q

Descreve o retículo do estômago dos herbívoros.

A

O retículo é um órgão com estrutura em favos de mel que protege o organismo de corpos estranhos e que contêm uma grande população microbiana. O retículo e o rúmen não estão claramente divididos, existindo apenas uma prega chamada prega ruminoreticular que os separa. Como a população microbiana é semelhante no retículo e no rúmen, diz-se que a digestão ocorre no retículo-rúmen.

49
Q

Descreve o rúmen do estômago dos herbívoros.

A

O rúmen é o compartimento maior que contem muitas papilas com um papel importante na absorção. Em conjunto com o retículo, produz ácidos gordos voláteis (acetato, glutirato e propinato) por fermentação microbiana que têm de ser rapidamente absorvidos pelas paredes do rúmen para entrarem em circulação e serem utilizados. Isto porque uma acumulação de ácidos gordos voláteis leva à diminuição do pH (mais ácido), o que afeta a população microbiana.

50
Q

Descreve o omaso do estômago dos herbívoros.

A

O omaso está ligado ao retículo pelo orifício reticulo-omásico. Internamente, o omaso tem várias lâminas que parecem camadas e que aumentam a superfície de absorção. Neste compartimento, são absorvidos água e eletrólitos. Aquando da sua contração, o conteúdo do omaso passa para o abomaso.

51
Q

Descreve o abomaso do estômago dos herbívoros.

A

O abomaso é o único compartimento secretor, sendo referido como o estômago verdadeiro. Tem um pH de cerca de 2-5 e é o local onde ocorre a morte de microrganismos e início da digestão (proteína microbiano) e da proteína alimentar não degradada no rúmen.

52
Q

Explica para que serve e o que é a ruminação

A

Animais ruminantes praticam ruminação e pensa-se que esta é uma adaptação evolutiva. A dieta de uma animal ruminante precisa de fibras (alimento com estrutura física que aumenta a produção de saliva), no entanto, estas fazem com que a mastigação seja mais demorada, o que expõe os animais a predadores. Quando apreende o alimento, o animal faz uma mastigação mínima e deglute-o. Este chega ao reticulo-rúmen e começa a ser fermentado pela população microbiana. De vez em quando, o retículo contrais e envia o alimento para o esófago que depois o encaminha para a boca por movimentos antiperistálticos. Uma vez na boca, o alimento é sujeito a uma mastigação mais intensa, permitindo que este se desfaça em partículas mais pequenas que são novamente enviadas para o retículo. Se estas partículas forem mais pequenas que o orifício retículo-omásico, estas passam diretamente para o omaso. Se forem maiores que o orifício, as partículas passam do retículo para o rúmen e depois para o omaso. A ruminação permite a ingestão de uma grande quantidade de alimento devido à mastigação mínima sem passar muito tempo a comer.
Em suma, a ruminação permite fazer a rotura das paredes celulares vegetais, aumentando a superfície para degradação microbiana e estimula a salivação, com efeito tamponante no rúmen.
Nota: No estomago temos bactérias amidoliticas e fibroliticas. Com a diminuição do pH as bactérias fibroliticas são afetadas e a população de bactérias amilolíticas aumenta. Estas fermentam o amido e produzem ácido láctico que pode ser usado pelas bactérias fibroliticas. Com a diminuição do pH, as fibroliticas diminuem e à acumulação de ácido lático diminuindo mais o pH e provocando acidose (o animal

53
Q

Como acontece a realação simbiótica entre a população microbiana e o retículo-rúmen?

A

No reticulo-rúmen encontramos uma população microbiana com a qual o animal tem uma relação simbiótica. Esta só existe porque traz vantagens ao hospedeiro:
* Digestão da celulose e hemicelulose: permite aos ruminantes usar fontes alimentares que os animais monogástricos não conseguem (por exemplo alimentos fibrosos). A população microbiana contém as enzimas que quebram ligações beta destes compostos;
* Proteína microbiana: a população microbiana é lixiviada do rúmen e do reticulo para o abomaso onde o pH é ácido e morrem. Estes corpos microbianos são digeridos e levados para o intestino onde são aproveitadas a proteínas que estes tinham.
* Ácidos gordos voláteis como fonte de energia: o que tem mais é o acetato (alimentação em fibras). O glutirato é maior quando a dieta e rica em açúcar e o butirato quando a dieta é rica em amido. O acetato e o glutirato são precursores de gorduras do corpo. O butirato é o único que pode entrar na gluconeogenese para dar açúcar.
* Vitaminas B: os microrganismos fornecem ao organismo todas as vitaminas do complexo B.
* Detoxificação de compostos tóxicos (em certa medida) como soja (tem substâncias alérgicas, e fatores antitripsina).
Esta relação traz ainda vantagens ao microrganismo:
* Alojamento;
* Nutrientes;
* Condições de crescimento ótimas;
* Remoção dos produtos finais da fermentação.
Um exemplo desta relação é a enzima celulase que é produzida pelos microrganismos simbiontes e apenas alguns animais são capazes de segregar celulase se a ajuda dos simbiontes como as traças.

54
Q

Como é constituída a população microbiana?

A

A população microbiana dos ruminantes é constituída por bactérias, protozoários, fungos e archea e têm algumas características específicas, como:
* Sistema anaeróbio;
* Elevado potencial redutor;
* pH próximo da neutralidade (5,5 – 6,8);
* Ação tamponante da saliva;
* Composição da micropopulação e pH dependente dos alimentos ingeridos.
Assim, para alimentar os ruminantes, há que considerar e atender às necessidades dos microrganismos ruminais. Os nutrientes que chegam ao animal, após a fermentação ruminal, são muito diferentes dos existentes e fornecidos pelos alimentos.

55
Q

Qual a equação geral do processo fermentativo no rúmen?

A

(C6H12O6)n + NH3 =
Microrganismos
AGVs
CH4
CO2
Calor

56
Q

Como é a digestão dos diferentes glúcidos no rúmen?

A
  • Açúcares Solúveis
    • Fermentação completa
  • Amido
    • Fermentação muito elevada (>80%)
    • Variável com a natureza do amido
    • Nível de ingestão
    • Granulometria
  • Celulose e Hemicelulose
    • Fermentação em extensão variável
    • Varia na razão inversa do grau de lenhificação das paredes celulares
  • Pectinas
    • Fermentação completa
57
Q

Quais as equações globais da fermentação dos glúcidos no rúmen:

A

◦1 mole de hexose 2 moles piruvato + 4H + 2 ATP
◦1 mole de pentose 1,67 moles piruvato + 1,67H + 1,67 ATP
◦2 piruvato + 2H2O 2 acetato + 2CO2 + 2H2 + 2ATP
◦2 piruvato + 8H 2 propionato + 2H2O + 2ATP
◦2 piruvato + 4H 2 butirato + 2H2 + 2CO2 + 2ATP
◦Outros AGV com muito menor importância: ácido valérico, capróico, isobutírico, isovalérico e metil-butírico.

58
Q

Como é que o H2 é eliminado?

A

Durante a fermentação, ocorre a libertação/produção de H que aumenta o poder redutor do reticulo-rúmen. Este H tem de ser eliminado e esta eliminação é feita por produção de metano, bioidrogenação dos AG insaturados e redução das sulfatos e nitratos. O mais importante é a produção de metano. O metano provoca efeito de estufa e tem impactos negativos. No caso dos animais, ele está a usar o H para produção de metano e não por outras coisas, sendo que parte da energia que poderia ser usada é perdida. A diminuição da produção de metano sem alterar a produção animal é desejável para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e como meio de aumentar a eficiência de conversão alimenar. Para diminuir a produção de metano, devemos:
* Diminuir a produção de H2 e para isso devemos estimular a produção de proprionato aumentando a quantidade de amido na dieta.
* Desviar a utilização do H para outras vias.
* Inibir as archaea metanogénicas (nº e/ou atividade).
Temos como exemplos destes métodos:
* Reduzir a metanogénese, orientando a fermentação;
* Ácidos gordos insaturados;
* Manipulação da fermentação - uso de antibióticos (monensina e avoparcina): redução da produção de C2, aumento da produção de C3, redução da atividade proteolítica e de desaminação dos microrganismos.

59
Q

Para que queremos reduzir a diminuição do metano?

A

A diminuição da produção de metano sem alterar a produção animal é desejável para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e como meio de aumentar a eficiência de conversão alimenar. Para diminuir a produção de metano, devemos:
* Diminuir a produção de H2 e para isso devemos estimular a produção de proprionato aumentando a quantidade de amido na dieta.
* Desviar a utilização do H para outras vias.
* Inibir as archaea metanogénicas (nº e/ou atividade).
Temos como exemplos destes métodos:
* Reduzir a metanogénese, orientando a fermentação;
* Ácidos gordos insaturados;
* Manipulação da fermentação - uso de antibióticos (monensina e avoparcina): redução da produção de C2, aumento da produção de C3, redução da atividade proteolítica e de desaminação dos microrganismos.

60
Q

Que acontece aos glúcidos que escapam à fermentação no rúmen?

A

O amido não é fermentado, ele é hidrolisado no intestino delgado tal como em animais não-ruminantes. Os glúcidos estruturais (ou hidratos de carbono) podem ser fermentados no intestino grosso de forma idêntica à fermentação no rúmen. Desta forma, a quantidade de glucose absorvida é muito pequena e o processo da gluconeogénese assume uma importância chave nos ruminantes (única forma de obter as quantidades de glucose que precisam).

61
Q

O que acontece às proteínas e azoto não proteico nos ruminantes?

A

Um animal ruminante ingere na sua dieta proteína e azoto não proteico (NNP). Quando chegam ao reticulo-rúmen, o NNP é transformado em NH3 e as proteínas passam a péptidos e depois a aminoácidos. Os microrganismos usam NH3 e aminoácidos (e em menor quantidade péptidos) e formam proteínas microbianas. A certa altura, os microrganismos são levados para o abomaso e a proteína microbiana é aproveitada pelo hospedeiro. A proteína que escapa à fermentação vai para o intestino delgado e é digerida em aminoácidos que são absorvidos. Se não for digerida no intestino delgado, vai para o intestino grosso e são fermentadas. Parte do NH3 não é usado pelos microrganismos e vai para o fígado sendo transformado em ureia para ser excretada. Parte da ureia é reciclada para o rúmen onde se transforma em NH3 e volte para o ciclo anterior.

62
Q

Destino dos AGVs absorvidos:

A

❖Energia: 50% C2, 65% C4, 25% C3
❖Gordura: 50% C2, 35% C4
❖Glucose: 75% C3

63
Q

O que acontece aos lípidos nos ruminantes?

A

No caso dos lípidos, os triglicerídeos sofrem lipólise formando glicerol e ácidos gordos. Se forem saturados, vão ser armazenados. Se forem insaturados, vão ser atacados e saturados por adição de H. Os ratos alimentados com dieta suplementada com CLA exibiram 57% e 60% menos gordura corporal e 5% e 14% aumentaram a massa corporal magra em relação aos controles (P<0,05)
O ácido linoleico conjugado da dieta reduz as lipoproteínas plasmáticas e a aterosclerose aórtica precoce em hamsters hipercolesterolêmicos. O ácido linoleico conjugado (CLA) demonstrou ser um complemento eficaz para reduzir a massa gorda em animais.
Os lípidos podem afetar o organismo do ruminante:
* Interferência com o metabolismo microbiano;
* Redução da fermentação da fibra;
* Diminuição da produção de metano;

64
Q

Enumera características do abomaso

A

O abomaso, ou o verdadeiro estomago, é onde enzimas e ácidos digerem mais os alimentos. É a primeira parte glandular do estomago, onde há secreção de enzimas. A presença de comida no abomaso vai estimular a libertação de ácido clorídrico, o qual converte pepsinogénio em pepsina → vai digerir proteínas em péptidos mais pequenos. O abomaso possui um pH de 2 a 4.

65
Q

Descreve a mucosa do intestino dos ruminantes

TU CONSEGUES!! <33

A

Mucosa
Epitélio intestinal
Pregas Circulares ou Pregas de Kerckring

Aumentam área de absorção

Atrasam trânsito intestinal
Vilosidades: Altamente vascularizadas

66
Q

Descreve as secreções após o estômago:

A

Gladulas de brunners localizadas na primeira parte do duodeno secretam um fluido viscoso, sem enzima e alcalino. As criptas de lieberkuhn libertam um fluido alcalino rico em enzimas. O suco intestinal é regulado por enzimas, como secretina, gastric inihibitory peptide e gastrina. O pâncreas produz nas ilhas de langerhans enzimas digestivas que entram no intestino delgado, incluindo alfa-amilase, tripsina, quimotrisina, elastase, carboxypeptidases, aminopeptidase, lípases e nucelases, envolvidas por um liquido alcalino rico em bicarbonato. O quimo acídico quando entra no duodeno estimula a libertação de secretina, VIP, gastrina e CCK (células epetiliais por presença de aminoácidos e ácidos gordos) que estimulam a produção pelo pâncreas.

67
Q

Intestino Posterior:

A

Região de armazenamento, absorção de água e iões
Iões e excesso de água são reabsorvidos;

Vertebrados: sobretudo na porção final do intestino delgado e no intestino grosso (cólon)
Condução do material não digerido (com microrganismos)
para o exterior;

Fezes passam pela cloaca ou reto e são excretadas (defecação)
Nos herbívoros (répteis e mamíferos) e aves este é o
principal local de fermentação bacteriana

68
Q

O que é a cecotrofia?

A

Os coelhos praticam a cecotrofia (ingestão de fezes moles os cecotrofoles). Quando o conteúdo do sangue passa para o colón há uma separação em termos de tamanho de partículas. As mais pequenas são humedecidas e são ingeridas pelo animal quando são a sair para o exterior (são estes os cecotrofoles). As fezes duras são partículas maiores que são desidratadas e excretadas. Ao intestino grosso segue-se a cloaca ou ânus e depois a defecação.
Importância nutricional da
cecotrofia:
◦5 – 18% da MS ingerida/dia
◦10 – 30% do N total ingerido
◦Proteína de elevada digestibilidade
◦Fonte de AA essenciais, embora não cubra as necessidades atuais
◦Cobertura de parte das necessidades vitamínicas
◦Recuperação de água e de elementos minerais

69
Q
A