Arritmias Flashcards

1
Q

Descreva a taquicardia sinusal ao ECG

A

Ritmo sinusal + regular + FC > 100bpm

📌 Lembrando que para definir o ritmo como sinusal, devemos ter 3 achados:

  • P positiva em DI e aVF;
  • P com morfologias semelhantes;
  • P sempre seguida por QRS.

📌 Causas → dor, ansiedade, atividade física, febre, hipovolemia, anemia, tireotoxicose, hipotensão → conduta = tratar causa base.

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2
Q

Descreve a taquicardia atrial ao ECG

A

Ritmo não-sinusal + normalmente regular + FC > 100bpm

📌 Nela, o estímulo advém dos átrios, mas de um lugar diferente do nó sinusal → até será regular mas não preencherá critérios de ritmo sinusal:

  • ❌ P positiva em DI e aVF (como surge de um local distinto, provavelmente traçará um vetor diferente e que fugirá de alguma dessas derivações);
  • ✅ P com morfologias semelhantes;
  • ✅ P sempre seguida por QRS.

Causas → DPOC, CIA, miocardiopatia hipertrófica, estenose mitral, intoxicação digitálica, cardiopatia hipertensiva, PO de cirurgia cardíaca.

Conduta → tratar a causa base e controlar a FC.

📌 Taquicardia atrial NÃO reverte com choque! Guarde essa informação → arritmias relacionadas a hiperautomatismo (ex: taquicardia atrial) não respondem bem ao choque, ao contrário das relacionadas ao mecanismo de reentrada (ex: TPSV, FA e flutter).

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3
Q

Descreve a taquicardia atrial multifocal ao ECG

A
  • Ondas P com ≥ 3 morfologias diferentes;
  • Ritmo irregularmente irregular (quanto mais longe do nó AV for o foco originário da vez, mais demorará o iPR, por exemplo);
  • P sempre seguida por QRS (é o único requisito que preenche de ritmo sinusal).

📌 Principal causa para ter em mente = PNEUMOPATIA DESCOMPENSADA → logo, conduta = tratar pneumopatia e controlar FC (mas cuidado com BB, pois pode gerar broncoespasmo).

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4
Q

Descreva a fibrilação atrial (FA) ao ECG

A

📌 A FA é causada por micro-reentradas no átrio E (perto das veias pulmonares), enquanto o flutter é causado por macro-reentrada no átrio D. Por isso, é gerada principalmente por causas que sobrecarreguem o AE.

Na FA, há uma ativação atrial irregular a uma taxa de 350-700bpm com condução irregular pelo nó AV. Mas, exceto se o coração estiver sob estimulação autonômica excessiva, a frequência ventricular está geralmente entre 80-180bpm (nó AV não consegue conduzir todos os estímulos).

  • Ritmo não-sinusal;
  • Ausência de onda P;
  • iRR irregularmente irregular;
  • Às vezes tem ondas fibrilatórias (f) entre os QRS → “linha de base tremida”.

Quando as ondas f são mais grossas (chamado de “FA de onda grossa”), pode confundir com flutter atrial (FLA). Há algumas dicas para diferenciar tais entidades:

  • A variação de morfologia e de frequência das F é característica da atividade desorganizada da FA e é raramente vista no FLA;
  • Frequência das F > 350 fala a favor de FA;
  • O ritmo dos complexos QRS não ajuda a diferenciar FA de FLA, pois ambos podem ser irregulares.

📌 Assim como os ritmos de origem atrial, habitualmente tem o QRS estreito, exceto se houver algum problema concomitante no sistema de condução intraventricular.

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5
Q

Descreva o flutter atrial (FLA) ao ECG

A

📌 A FA é causada por micro-reentradas no átrio E (perto das veias pulmonares), enquanto o flutter é causado por macro-reentrada no átrio D. Por isso, o FLA é gerado principalmente por causas que sobrecarreguem o AD.

  • Ausência de ondas P (assim como na FA);
  • Normalmente é regular (diferentemente da FA);
  • Ondas F em serrote (correspondem a despolarização atrial) → principalmente nas derivações inferiores (vêem melhor o AD) e com frequência de aproximadamente 300/min (1 quadradão).

📌 Dica → taquicardia de QRS estreito + 150bpm (2 quadradões de iRR) = pensar em FLA (“a arritmia matemática”). Isso ocorre pois a “rotatória” da macro-reentrada gira no AD cerca de 300x/min e só 1/2 consegue passar pelo nó AV.

📌 Mas nem sempre é 150bpm (ou seja, nem sempre conduz 2:1) e nem sempre será regular (pode revezar no mesmo traçado a condução em 2:1, 3:1, 4:1, etc).

📌 Porém, as ondas F sempre são regulares.

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6
Q

Abordagem da FA e do FLA na emergência

A

PASSO 1) Descobrir se pode cardioverter

Se < 48h de arritmia:

  • CHADSVASc = 0 (ou = 1 em mulheres) → apenas NOAC ou heparina antes da cardioversão (recomendação fraca);
  • CHADSVASc = ≥ 2 (ou ≥ 3 em mulheres) → NOAC ou heparina antes da cardioversão + anticoagulação a longo prazo.

Se > 48h ou indeterminado, temos 2 opções (independentemente do CHADSVASc):

  • Anticoagular por ≥ 3 semanas, cardioverter e anticoagular por ≥ 4 semanas;
    ou
  • Fazer ECOTE e, se não tiver trombo, cardioverter e anticoagular por ≥ 4 semanas.

PASSO 2) Podendo reverter, qual é a escolha? → FA até consegue responder a drogas, mas FLA preferimos diretamente o choque!

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7
Q

Descreva a taquicardia por reentrada nodal (TRN) no ECG

📌 A maioria das TPSV é por TRN.

A

Antes, vamos entender o que causa a TRN → o habitual é o nó AV ter apenas uma via de condução para levar o estímulo aos ventrículos. Porém, algumas pessoas bifurcam o feixe intranodal em duas vias (uma rápida e uma lenta) no nó AV, sendo que cada uma gira num sentido contrário (uma anti-horária e outra horária) para se juntarem novamente e descerem para o ventrículo. Nesses casos, o normal é que o estímulo vindo do nó sinusal pegue a via rápida e, ao chegar no ponto de interseção, bloqueie a via lenta.

Porém, pode haver um problema: pode ser que o estímulo vindo pela via lenta não seja bloqueado. Nesse caso, ele desce e despolariza os ventrículos, mas também sobe pela via rápida na “contramão”. Com isso, ele despolariza os átrios (causando a contração basicamente simultaneamente com a dos ventrículos) mas também pega novamente a via lenta, entrando em um looping que passa a independer do nó sinusal (desce pela lenta, sobe pela rápida e assim sucessivamente).

Esse mecanismo de reentrada nodal é responsável por 60% das taquicardias paroxísticas supraventriculares (TPSV).

📌 A FA e o flutter também são causados por mecanismo de reentrada (mas não nodal). Na FA, temos micro-reentradas perto das veias pulmonares no AE, e, no flutter, uma macro-reentrada que percorre todo o AD.

Enfim, vamos às características de uma TRN:

  • QRS estreito
  • Ritmo regular (diferentemente da FA);
  • Não vamos onda P normalmente (a despolarização atrial é basicamente simultânea à ventricular);
  • Não vemos ondas F em serrote (diferentemente de flutter).

📌 Resumindo→ devemos pensar em taquicardia por reentrada nodal (TRN) quando tivermos uma taquicardia de QRS estreito, regular e com FC diferente de 150bpm.

📌 Pense em TRN quando o paciente relatar palpitação + sensação de pulsação no pescoço (isso ocorre pois, como os átrios e ventrículos estão contraindo quase que juntos, a contração do AD encontrará uma tricúspide fechada e o sangue voltará para as jugulares).

A abordagem do paciente instável é com cardioversão sincronizada. Já nos estáveis, seguimos alguns passos até cessar:

  • 1º = manobra vagal;
  • 2º = adenosina 6mg bolus EV → bolus de 20mL de SF ou ABD → levantar o braço;
  • 3º = sobe a adenosina para 12mg e repete o restante do 2º passo.

📌 Um exemplo de manobra vagal é a compressão circular do seio carotídeo abaixo do ângulo da mandíbula (anteriormente ao ECM). Lembre-se de antes auscultar a carótida para se certificar de que não há sopros (um trombo poderia se soltar com a manobra e causar um AVEi).

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8
Q

Julgue como V ou F:

“Toda taquicardia com QRS estreito é supraventricular e toda com QRS alargado é ventricular”

A

FALSO!

É verdade sim que todo QRS estreito é supraventricular, mas nem todo QRS alargado (≥ 120ms ou 3 quadradinhos) é ventricular!

📌 80% das taquicardias com QRS alargado são ventriculares e 20% são supraventriculares → NA DÚVIDA, TRATE COMO TAQUICARDIA VENTRICULAR (TV), que é potencialmente mais grave.

Um ritmo supraventricular pode ter QRS alargado de 2 formas:

  • 1) Paciente já tinha um bloqueio de ramo prévio (chamamos de “TAQUICARDIA SV COM BLOQUEIO PRÉVIO”) → nesse caso, teria QRS alargado com ou sem a taquicardia;

OU

  • 2) Um bloqueio de ramo pode ser transitoriamente induzido por uma taquicardia (chamamos isso de “TAQUICARDIA SV COM ABERRÂNCIA de condução”) → aqui, fora da taquicardia, o QRS será estreito.

📌 Outras 2 causas de taquicardia SV com QRS largo são MP estimulando ventrículo e condução antidrômica por via acessória.

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9
Q

Diante de uma taquicardia de QRS largo, como diferenciar TV de TSV com aberrância?

A

📌 80% das taquicardias com QRS alargado são ventriculares e 20% são supraventriculares → NA DÚVIDA, TRATE COMO TAQUICARDIA VENTRICULAR (TV), que é potencialmente mais grave.

Existem vários critérios, como, por exemplo, os de Brugada. Mas, para facilitar, vamos para algumas dicas pontuais:

1) EM aVR, presença de ONDA R INICIAL GRANDE (ou seja, a primeira onda do QRS é positiva → não tem onda Q) → é TV.

OBS: não confundir com “QRS positivo”, pois nada adianta se for positivo mas começando com “q”.

📌 Isso ocorre pois na TSV o estímulo de despolarização ventricular (ou seja, o QRS), vai seguir os caminhos “normais” (de cima para baixo). Por outro lado, na TV, em alguns casos, pode surgir em um ponto que fará o QRS tomar um caminho em direção de baixo para cima (positivando em aVR).

2) QRS de DI E/OU aVF TOTALMENTE NEGATIVOS → pensar em TV (só parcialmente negativo não serve).

📌 Segue o mesmo princípio da explicação acima (um estímulo que normalmente iria em direção ao eletrodos está indo para longe).

3) AUSÊNCIA DE “RS” EM TODAS PRECORDIAIS (V1 a V6) → ou seja, QRS’s totalmente polarizados para um lado (positivo ou negativo) → pode misturar no mesmo ECG alguns positivos e alguns negativos, mas nenhum é misto → é TV.

📌 Numa TV pode ficar muito difícil de determinar se o QRS está negativo ou positivo. Guarde que o QRS está na direção da ponta aguda (como se fosse um vértice de triângulo).

4) Critério de Pava → em DII, se o intervalo de tempo entre o início do QRS e a primeira mudança de polaridade (ex: pico da onda R ou da Q) for ≥ 50ms = TV.

📌 Para entender o critério de Pava, pense: numa TSV com aberrância, o início do QRS seria estreito até encontrar um bloqueio de ramo. Já na TV, como o estímulo surge na parede, desde o início será lento.

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10
Q

Como é o ECG da Torsades de Pointes (TdP)?

Qual droga NÃO pode ser usada no tratamento?

A
  • TV → logo, QRS largo;
  • Polimórfica → especificamente, os QRS sucessivamente diminuem e aumentam em amplitude;
  • Associado ao QT longo (normalmente > 500ms).

Relembre as causas de QT largo → HIPOCALEMIA, hipoMg, hipoCa, antiarrítmicos (ex: amiodarona), antifúngicos, macrolídeos, quinolonas, antipsicóticos, antidepressivos, antieméticos, antihistamínicos e antimaláricos (ex: hidroxicloroquina).

Condutas no paciente estável (no instável = desfibrilação):

  • Magnésio EV;
  • Marca-passo provisório para subir a FC (> 100bpm) → isso ocorre pois há um risco maior da TdP surgir diante de bradicardia (quanto menor for a FC, maior é o risco de ter uma extrassístole que deflagre a arritmia);
  • Considerar isoproterenol enquanto não passa o MP;
  • Corrigir a causa do alargamento de QT.

📌 Muitas vezes, diante de uma TV, usamos amiodarona. Mas aqui, NÃO PODEMOS USAR AMIODARONA pois alargaria ainda mais o QT.

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11
Q

Como é o ECG do RIVA (ritmo idioventricular acelerado)?

A

RIVA ocorre principalmente após trombólise, sendo um indício de reperfusão.

O traçado é de uma TV só que SEM TAQUICARDIA:

  • QRS largo;
  • Possivelmente onda R inicial em aVR;
  • Possivelmente QRS negativo em DI e/ou aVF;
  • FC < 100bpm.
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12
Q

Como é o ECG da fibrilação ventricular (FV)?

A

Vemos um ritmo completamente ANÁRQUICO com FC > 300bpm normalmente →não dá para identificar QRS direito, apesar de sentir um aspecto de ele estar alargado.

Com essa arritmia, o paciente SEMPRE ESTARÁ EM PCR!

Conduta = desfibrilação.

📌 A principal causa de mortalidade em pacientes com IAM com SST são as arritmias ventriculares (FV/TV).

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13
Q

Por que um choque não-sincronizado pode gerar uma FV?

A

Em uma parte da fase de repolarização, mais especificamente na 2ª metade da onda T, temos o chamado “período refratário relativo (PRR)”, no qual a célula já é capaz de despolarizar novamente.

Caso tenhamos um estímulo elétrico durante o PRR (seja por extrassístole ou por choque não-sincronizado), podemos induzir uma arritmia ventricular.

📌 Esse fenômeno pode ser chamado de R/T (lê-se “R sobre T”) → ou seja, surgiu uma onda R (despolarização) ainda durante a onda T (repolarização).

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14
Q

O que são extrassístoles ventriculares (ESV) e como elas são vistas no ECG?

A

As ESV são BATIMENTOS VENTRICULARES PREMATUROS que interrompem o ritmo sinusal → impulsos ventriculares isolados, provocados por reentrada no ventrículo ou automaticidade anormal das células ventriculares.

Ao ECG vemos:

  • QRS largo;
  • Ausência de P precedente;
  • Tipicamente sucedido por pausa totalmente compensatória;
  • Pode ocorrer de modo irregular ou em intervalos previsíveis (ex: a cada 2 batimentos - bigeminismo - ou 3 - trigeminismo).

📌 São muito comuns (70% da população) até em não-cardiopatas, podendo ser assintomáticas ou provocar palpitação. Podem aumentar com estimulantes (ex: ansiedade, estresse, álcool, cafeína e fármacos simpaticomiméticos), hipóxia ou alterações eletrolíticas.

📌 Podem ser percebidas como falha do batimento → a ESV não é percebida, mas sim o batimento sinusal seguinte exacerbado (como o batimento da ESV é precoce, ejeta pouco sangue e deixa maior carga para o seguinte).

O TRATAMENTO é indicado apenas para três grupos de pacientes:

  • Sintomáticos;
  • Alta densidade de ESV no Holter de 24h;
  • Cardiopatia estrutural.

📌 Também existem extrassístoles atriais (menos comuns). Nelas, também veremos um batimento precoce com pausa pós-sistólica compensatória. As diferenças são duas em relação às ESV:

  • Haverá onda P antes do QRS (e sua morfologia será atípica, por ser de um foco ectópico);
  • O QRS será estreito.
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15
Q

Como conduzir uma taquiarritmia na emergência?

A

1º PASSO → MOV:

  • Monitor;
  • Oxigênio (se necessário);
  • Veia.

2º PASSO → procurar sinais de INSTABILIDADE hemodinâmica (“CHIA”):

  • Alteração de CONSCIÊNCIA (conta síncope recente);
  • HIPOTENSÃO (usualmente PAS < 90, mas com cuidado em pacientes com PA basal mais baixa);
  • INSUFICIÊNCIA CARDÍACA (ex: EAP);
  • ANGINA.

📌 A partir daqui, considerarei apenas o manejo na presença de instabilidade.

3º PASSO → a taquiarritmia é a causa ou consequência da instabilidade?

📌 Cuidado! Nem toda taquiarritmia + sinal de instabilidade deve ser cardiovertida, pois a causa da instabilidade pode ser outra coisa → ex: idosa sabidamente com FA controlada desenvolve sepse por ITU alta → nesse caso, tanto a taquicardia quanto o sinal de instabilidade (ex: hipotensão ou Glasgow < 15) podem ser por causa da sepse → por isso, guarde a seguinte dica: exceto em cardiopatas extremos, uma TAQUIARRITMIA NÃO COSTUMA CAUSAR INSTABILIDADE HEMODINÂMICA COM FC < 150 BPM!

4º PASSO → sendo a taquiarritmia a causa da instabilidade, como proceder?

a) Sedação pré-cardioversão → idealmente devemos sedar… mas em alguns casos o paciente pode estar tão instável que nem compensa o benefício da sedação. Logo, reservamos a sedação principalmente para aqueles conscientes e não tão instáveis.

📌 Uma opção é o midazolam (ampola 5mg/5mL) → fazer 1 a 5mg para deixar o paciente um pouco adormecido (ou seja, é uma dose menor do que a usada na IOT) → sempre ter cuidado pois o sedativo pode piorar a instabilidade. Inclusive, não podemos usar o propofol, que é hipotensor.

b) Cardioversão elétrica:

  • Monitorar pelo carrinho de parada (só pelo monitor inicial avulso não adianta pois não serve para sincronizar o choque);
  • Separar material para reanimação (pode ser necessária IOT, p. ex);
  • SINCRONIZAR!!! PUTA QUE PARIU NUNCA ESQUEÇA DISSO!
  • Escolher o nível de energia;
  • Colocar pás na posição anterolateral (no peitoral D e um palmo abaixo da axila E);
  • Comprimir bem o tórax (faz exalar o ar do paciente, que é mal condutor);
  • Mandar todos se afastarem;
  • Chocar;
  • Se não funcionar, pode aumentar a carga progressivamente.

📌 Qual carga usar?

  • QRS estreito e regular (ex: FLA, TRN) →50-100J;
  • QRS estreito e irregular (ex: FA) → 120-200J (bifásico) ou 200J (monofásico);
  • QRS largo e regular (ex: TVmono) → 100J;
  • QRS largo e irregular (ex: TVpoli, TdP, FV) → DESFIBRILAR (carga máxima) sem sincronização.

📌 TVSP (TV sem pulso), apesar de não ser irregular, se enquadra em PCR chocável e também já cai direto na desfibrilação (afinal, não há nada mais que o choque não-sincronizado possa piorar).

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16
Q

Descreva a bradicardia sinusal ao ECG

A

Ritmo sinusal + regular + FC < 50bpm

📌 Lembrando que para definir o ritmo como sinusal, devemos ter 3 achados:

  • P positiva em DI e aVF;
  • P com morfologias semelhantes;
  • P sempre seguida por QRS.

📌 Causas → medicações (ex: BB, BCC não-DHP, ivabradina, digital, amiodarona), degeneração com a idade do nó sinusal (“doença do nó sinusal”) e atletas de alto rendimento.

17
Q

Descreva os graus de BAV ao ECG

A

1º grau → iPR > 200ms (5 quadradinhos) + QRS sempre seguindo a P.

2º grau Mobitz I → iPR vai alargando progressivamente até não conduzir um QRS.

📌 Esses dois acima são benignos → tem origem supra-hissiana e respondem bem à atropina.

2º grau Mobitz II → iPR é constante e de repente não conduz um QRS.

3º grau (BAVT) → ondas P e QRS completamente dissociados, cada um seguindo uma frequência regular diferente.

📌 Esses dois acima são malignos → tem origem infra-hissiana e não respondem bem à atropina → conduta imediata = MP.

18
Q

Por que é frequente o aparecimento de BAV em um IAM de parede inferior?

A

Pois muitas vezes a parede inferior é irrigada pela CD, que normalmente também irriga o nó sinusal e o nó AV.

19
Q

Julgue como V ou F: “uma FA pode se apresentar bradicárdica”.

A

VERDADEIRO! Se um paciente com FA desenvolver BAVT, ela tende a ficar REGULAR e BRADICÁRDICA!

Isso ocorre pois nenhum dos estímulos atriais passará para o ventrículo. Assim, o ventrículo assumirá a sua própria função de “marca-passo” → irá gerar QRS largo e regular com uma FC bradicárdica.

📌 Continuaremos com ausência de onda P no ECG!

Então guarde → ECG mostrando ritmo regular + bradicardia + QRS largo + ausência de onda P em paciente conhecidamente com FA → pensar em desenvolvimento de BAVT.

20
Q

Como conduzir uma bradiarritmia na emergência?

A

1º PASSO → MOV:

  • Monitor;
  • Oxigênio (se necessário);
  • Veia.

2º PASSO → procurar sinais de INSTABILIDADE hemodinâmica (“CHIA”):

  • Alteração de CONSCIÊNCIA (conta síncope recente);
  • HIPOTENSÃO (usualmente PAS < 90, mas com cuidado em pacientes com PA basal mais baixa);
  • INSUFICIÊNCIA CARDÍACA (ex: EAP);
  • ANGINA.

📌 A partir daqui, considerarei apenas o manejo na presença de instabilidade. Se for estável, bastaria observar e consultar o especialista.

3º PASSO → a bradiarritmia é a causa ou consequência da instabilidade?

📌 Cuidado! Nem toda bradiarritmia + instabilidade deve ser revertida, pois a causa da instabilidade pode ser outra coisa além da bradicardia → ex: idosa evoluiu com uma sepse tão bruta que já está comprometendo até o coração → nesse caso, a bradicardia é uma consequência e não a causa da instabilidade.

4º PASSO → sendo a bradiarritmia a causa da instabilidade, como proceder?

a) Atropina EV (ampola de 0,25 ou 0,5mg) → fazer 0,5mg por vez → pode repetir a cada 3-5min → dose máxima = 3mg.
b) Atropina não foi eficaz → MP transcutâneo, ou dopamina, ou adrenalina;
- Dopamina (ampola = 50mg/10mL) → diluir 5 ampolas em SG 5% 200mL → concentração obtida = 1.000mcg/mL → dose = 2-10mcg/kg/min;
- Adrenalina (ampola = 1mg/mL) → diluir 10 ampolas + SG 5% 90mL → concentração obtida = 100mcg/mL → dose = 2-10mcg/min (independe do kg).

📌 Como usar o MP transcutâneo?

  • Monitorar pelo carrinho de parada (só pelo monitor inicial avulso não adianta pois não serve para programar o MP);
  • Separar material para reanimação (pode ser necessária IOT, p. ex);
  • Colar pás na posição anterolateral (pá positiva no peitoral D e pá negativa no ictus - um palmo abaixo da axila E);
  • Colocar na função “MP sob demanda” (aqui, o MP só é ativado se a FC está abaixo da determinada no carrinho);
  • Aumentar a amperagem para um pouco além (10 a 20%) do limiar de estimulação, que é o ponto em que ela passa a ser suficiente para a FC do paciente passar para a estabelecida no MP;
  • Sedar o paciente (ver à frente);
  • Não se esqueça de que o MP transcutâneo é apenas provisório até colocarmos o transvenoso.

📌 Uma opção de sedação é o midazolam (ampola 5mg/5mL) → fazer 1 a 5mg para deixar o paciente um pouco adormecido (ou seja, é uma dose menor do que a usada na IOT) → sempre ter cuidado pois o sedativo pode piorar a instabilidade. Inclusive, não podemos usar o propofol, que é hipotensor.

c) Último passo não foi eficaz → MP transvenoso e/ou consultar especialista.

21
Q

Qual é o significado do termo RIVA?

A

Quando um ritmo é gerado pelo ventrículo, as nomenclaturas extremas são:

  • Ritmo idioventricular se < 50bpm;
  • Taquicardia ventricular se > 100bpm.

📌 Habitualmente, o cronotropismo gerado pelos ventrículos gira na casa dos 30bpm. Isso caracteriza o ritmo idioventricular (que significa “próprio dos ventrículos”) e ele ocorre quando as células de marca-passo dos tecidos especializados não funcionam corretamente, fazendo os ventrículos assumirem tal função. Quando o ritmo está entre 50-100bpm, na faixa intermediária, chamamos de RITMO IDIOVENTRICULAR ACELERADO (RIVA) → ou seja, é parecido com o idioventricular puro (< 50bpm), só que está mais rápido.

São causas de RIVA (mnemômio RIVA para ajudar):

  • R = Reperfusão;
  • I = Idiopático (ex: em atletas);
  • V = Várias cardiopatias (ex: Chagas, miocardiopatia hipertrófica, cardiopatias congênitas);
  • A = Amiodarona e outras drogas cronotrópico-negativas (ex: digital).

📌 RIVA costuma ser bem tolerada.