Análise de P e PR Flashcards
Quais as dimensões de uma onda P normal?
Amplitude ≤ 2,5mm;
Duração < 3 quadradinhos (até 0,11s) → ou seja, 3 quadradinhos já está alterado!
📌 Resumindo: se atingiu algo ≥ 3x3mm certamente estará alterado.
Sobrecarga de AD (SAD) no ECG
📌 A “onda” de despolarização do AD vem antes do AE. Logo, diante de uma SAD, essas ondas vão se sobrepor e gerar um aumento da amplitude da onda P, principalmente nas derivações inferiores (que são aquelas que enxergam melhor o vetor de despolarização do AD).
Portanto, o principal critério é uma ONDA P com AMPLITUDE ≥ 2,5mm nas DERIVAÇÕES INFERIORES (DII, DIII e aVF).
Outros achados possíveis:
- Amplitude da P > 1,5mm em V1 e V2;
- Desvio da P para direita (entre +60º e +90º);
- Sinal de PENALOZA-TRANCHESI → aumento importante da amplitude do QRS em V2 em relação ao V1.
📌 Quando o AD está muito hipertrofiado, ele pode ocupar um “espaço geográfico” que seria do VD e ficar logo em frente ao eletrodo V1. Assim, em V1 veríamos mais AD, e, a partir de V2, o VD. Como a massa do AD é bem menor que a do VD, o QRS em V1 será bruscamente menor do que o de V2 (sendo que numa situação normal, a progressão seria gradativa) → essa é a explicação para o sinal de Penãloza-Tranchesi.
Como o AD frequentemente é sobrecarregado “por tabela” diante de uma SVD, os sinais de SVD também são indicativos de SAD. Relembre alguns:
- Desvio do eixo de QRS para frente (QRS positivo em V1) e para a D;
- S V5/V6 ≥ 7mm;
- Ondas T negativas de V1 a V4;
- Sinal de Sodi-Pallares (95% de especificidade para SAD) → onda q inicial em V1.
Sobrecarga de AE (SAE) no ECG
SAE tende a aumentar a DURAÇÃO da ONDA P para ≥ 3 QUADRADINHOS → ou seja, ≥ 0,12s.
📌 Outro achado é a ONDA P BÍFIDA → aspecto em formato de “M”, como se fosse um camelo com duas corcovas.
Porém, o PRINCIPAL CRITÉRIO diagnóstico leva em conta o ÍNDICE DE MORRIS → fase NEGATIVA da ONDA P em V1 > 1MM².
📌 Índice de Morris → em V1, podemos observar uma onda P com morfologia “isodifásica” → uma 1ª porção positiva (correspondente ao AD) e uma 2ª negativa (AE) → é normal que cada uma tenha até 1mm² de área (ou seja, 1 quadradinho de largura e 1 de altura).
📌 FA crônica é um indicativo indireto de SAE → é importante guardarmos isso pois na FA não temos como analisar a onda P, pois ela está ausente.
Qual é a duração normal do iPR? Em que podemos pensar quando variamos do normal?
O intervalo PR dura do início da onda P até o início da onda R. A duração normal é de 3 A 5 QUADRADINHOS → ou seja, 0,12 a 0,2s.
Caso tivermos iPR > 200ms (5 quadradinhos) em todos os batimentos = BAV de 1º GRAU.
📌 Dica → paciente com endocardite evoluindo com alargamento de iPR → pensar em abscesso perivalvular (comprime o sistema de condução).
📌 Em iPR > 240ms (6 quadradinhos) devemos sempre ter cautela em relação aos betabloqueadores!
Já se houver um iPR < 120ms (3 quadradinhos), devemos pensar em PRÉ-EXCITAÇÃO VENTRICULAR (ex: Wolff-P-W) → enquanto o estímulo deveria ficar estagnado temporariamente no nó AV, ele acha uma via acessória que faz surgir a despolarização dos ventrículos antes do esperado.
📌 Pré-excitação ventricular pode causar infraST.
Cite duas causas de infra de segmento PR
📌 O desnivelamento do segmento PR é feito comparando com o nível do segmento TP. É considerado um infra PR significativo quando é ≥ 1mm.
A mais lembrada é a PERICARDITE → cursa com infra PR difuso (exceto em V1 e aVR, que costuma ter supra PR).
Outra causa é o INFARTO ATRIAL → pode ter infra PR nas mesmas derivações do infarto ventricular. Além disso, pode ter supra PR nas derivações em espelho.
📌 O infarto atrial não muda muito a conduta… serve apenas para predizer que há maior risco de arritmias supraventriculares.