Anamnese Flashcards

1
Q

Quais os tópicos da anamnese?

A

identificação, queixa principal, história de doença atual (HDA), interrogatório sintomatológico (IS), (caso paciente do sexo feminino considerar história ginecológica, sexual e obstétrica antes dos AP) antecedentes pessoais e familiares, hábitos e estilo de vida, condições socioeconômicas e culturais

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2
Q

Caracterize a identificação

A

Nome completo, idade, sexo, cor/etnia, estado civil, religião, escolaridade, profissão e local de trabalho, naturalidade, residência, procedência, nome da mãe ou responsável, planos de saúde.

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3
Q

Caracterize a queixa principal

A

Queixa principal (motivo principal que levou à consulta, que pode ser apenas para exame ginecológico de rotina ou pré-natal, (com as palavras do paciente, em aspas e há quanto tempo está sentindo). Se o paciente falar várias coisas, pergunta o que está incomodando mais. É importante ressaltar a importância de traduzir termos vagos trazidos pelo paciente em termos técnicos. “Fraqueza” pode ser: astenia (moleza ou prostração), diminuição da força muscular ou disfunção erétil. Dispneia (falta de ar) pode ser referida como “cansaço” ou “falta de fôlego”. Fastio (anorexia); Ansiedade (nervoso)

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4
Q

Caracterize a História da Moléstia Atual

A

É um registro cronológico e detalhado do motivo que levou o paciente a procurar assistência médica (QP) e os sintomas associados, desde o seu início até a data atual. Os elementos indispensáveis para uma boa análise dos sintomas incluem:

■ Início
■ Características do sintoma (duração, frequência, intensidade, evolução)
■ Fatores de melhora ou piora
■ Relação com outras queixas/ sintomas associados.
■ Situação atual.
A HMA precisa ser bem esmiuçada e redigida cronologicamente para facilitar o raciocínio clínico.

Dicas para a construção de uma boa HMA:
-> Deixe que o paciente fale sobre sua doença;
-> Não induza respostas;
-> Resuma a história que obteve para o paciente, a fim de ele possa confirmar ou corrigir algum dado ou acrescentar alguma informação esquecida;
-> Encontre o sintoma-guia: não existe uma regra fixa para determinar o sintoma­-guia, o estudante deve escolher como sintoma­-guia a queixa de mais longa duração, o sintoma mais salientado pelo paciente ou tomar como sintoma­-guia a “queixa principal”;
-> Apesar das dificuldades iniciais, o estudante deve esforçar­-se para fazer uma história que tenha o sintoma­-guia como espinha dorsal, enquanto os outros sintomas se articulam com ele para formar um conjunto compreensível e lógico.
-> A análise do sintoma­-guia e dos outros sintomas (suas características, evolução e inter-relações) termina com a obtenção de informações sobre como eles estão no presente momento. Visto em conjunto esse esquema básico para a confecção da anamnese, verifica­-se que a meta almejada é obter uma história que tenha início, meio e fim.

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5
Q

Caracterize o interrogatório sistemático:

A

O interrogatório sintomatológico documenta a existência ou ausência de sintomas comuns relacionados com cada um dos principais sistemas corporais.
-> A principal utilidade prática do interrogatório sintomatológico reside no fato de permitir ao médico levantar possibilidades e reconhecer enfermidades que não guardam relação com o quadro sintomatológico registrado na HDA. Por exemplo: o relato de um paciente conduziu ao diagnóstico de gastrite e, no IS, houve referência a edema dos membros inferiores. Esse sintoma pode despertar uma nova hipótese diagnóstica que vai culminar no encontro de uma cirrose;
-> Em outras ocasiões, é no interrogatório sintomatológico que se origina a suspeita diagnóstica mais importante. Essa possibilidade pode ser ilustrada com o caso de um paciente que procurou o médico concentrando a sua preocupação em uma impotência sexual. Ao ser feita a revisão dos sistemas, vieram à tona os sintomas polidipsia, poliúria e emagrecimento, queixas às quais o paciente não havia dado importância. No entanto, a partir delas o médico levantou a suspeita da enfermidade principal daquele paciente – o diabetes melito.

-> Além disso, é comum o paciente não relatar um ou vários sintomas durante a elaboração da história da doença atual. Simples esquecimento ou medo inconsciente de determinados diagnósticos podem levar o paciente a não se referir a padecimentos de valor crucial para chegar a um diagnóstico.

-> Pensando no paciente como um ser mutável e em desenvolvimento, é necessário que se registre o estado atual de todo o seu organismo, para se ter um parâmetro no caso de futuras queixas e adoecimento. Por exemplo: se, na primeira consulta, o paciente não relatou nenhum sintoma referente ao sistema respiratório e, ao retornar após 2 meses, refere­se a tosse com escarros amarelados e dispneia, o médico pode ter uma ideia clara do aparecimento súbito de uma nova doença;

-> Muitas vezes, o adoecimento de um sistema corporal tem correlação com outro sistema, e há necessidade de tal conhecimento para adequar a proposta terapêutica. Um exemplo clássico é a hipertensão arterial, em que pode existir comprometimento dos sistemas cardiovascular, renal, neurológico, metabólico e endocrinológico.

-> o estudante deve registrar os sintomas presentes e os negados pelo paciente bem como todos os elementos da análise de um sintoma

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6
Q

Quais os tópicos do interrogatório sistemático?

A

■ Sintomas gerais ■ Pele e fâneros ■ Cabeça e pescoço ■ Tórax (respiratório e cardio) ■ Abdome (digestório) ■ Sistemas urinário e genital ■ Sistema hemolinfopoético ■ Sistema endócrino ■ Coluna vertebral, ossos, articulações e extremidades ■ Músculos ■ Artérias, veias, linfáticos e microcirculação ■ Sistema nervoso ■ Exame psíquico e avaliação das condições emocionais.

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7
Q

O que se pergunta em sintomas gerais?

A

Febre
Astenia (sensação de fraqueza)
Alterações do peso (especificar perda ou ganho de peso, quantos quilos, intervalo de tempo e motivo (dieta, estresse, outras condições)
Sudorese (eliminação abundante de suor. Generalizada ou predominante nas mãos e pés)
Calafrios

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8
Q

O que se pergunta em pele e fâneros?

A

Feridas, coceira, manchas, queda de cabelo, unhas

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9
Q

O que se pergunta em cabeça, pescoço e sistema nervoso?

A

Cefaleia, tontura, síncope, qualidade e horas dormidas, insônia inicial ou terminal, sonolência durante o dia…

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10
Q

O que se pergunta em sistema cardiovascular?

A

Dor precordial, palpitações

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11
Q

O que se pergunta em sistema respiratório?

A
  • Dispneia;
  • Tosse (seca ou produtiva; relação com esforço e decúbito; tipo de expectoração (serosa, serossanguinolenta) (horário da tosse, etc);
  • Hemoptise (diferenciar de epistaxe e hematêmese)
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12
Q

O que perguntar no sistema digestório?

A

Dor, náuseas, vômitos, azia, evacuações (frequência e características - diarreia, obstipação, gases), distensão abdominal, apetite.

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13
Q

O que se perguntar no sistema genito-urinário?

A

Disúria, polidpsia, poliúria, oligúria, polaciúria, noctúria, corrimentos, feridas…

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14
Q

O que perguntar no sistema hemolinfopoiético?

A

Hemorragias, gengivorragia, hematúria, petéquias, equimoses, hematomas, eritemas, máculas, pápulas, linfadenomegalias (sinais flogísticos).

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15
Q

Quais são os pontos chaves para o interrogatório sistemático?

A

Antes de iniciar o interrogatório sintomatológico (IS), explique ao paciente que você irá fazer questionamentos sobre todos os sistemas corporais (revisão “da cabeça aos pés”), mesmo não tendo relação com o sistema que o motivou a procurá­lo. Assim, você terá preparado o paciente para a série de perguntas que compõe o IS.

■ Inicie a avaliação de cada sistema corporal com essas perguntas gerais. Exemplos: “Como estão seus olhos e visão?”, “Como anda sua digestão?” ou “Seu intestino funciona regularmente?”. A resposta permitirá que você, se necessário, passe para perguntas mais específicas, e, assim, detalhe a queixa.

■ Não induza respostas com perguntas que afirmem ou neguem o sintoma, como por exemplo: “O senhor está com falta de ar, não é?” ou “O senhor não está com falta de ar, não é mesmo?” Nesse caso, o correto é apenas questionar: “O senhor sente falta de ar?”.

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16
Q

O que perguntar nos antecedentes pessoais fisiológicos e patológicos?

A

Fisiológicos:
- desenvolvimento psicomotor e neural:
*andou com quantos anos?
*com quantos anos começou a falar?
*como era na escola?
- Orientação sexual: atualmente, usam­se siglas como HSM; HSH; HSMH; MSH; MSM; MSHM, em que: H, homem; M, mulher e S, faz sexo com;

  • Patológicos:
  • Hipertensão arterial sistêmica; - Diabetes mellitus; - Trombose; - Cardiopatias, inclusive doença de Chagas, IAM, AVE; - Doenças renais crônicas; - Anemias e deficiências de nutrientes específicos; - Epilepsia; - Doenças da tireoide e outras endocrinopatias; - Viroses (rubéola, hepatites); - Hanseníase, tuberculose, pneumonia, sífilis ou outras doenças infecciosas; - Portadora de infecção pelo HIV (deve-se anotar se a paciente está em uso de antirretrovirais e especificar o esquema utilizado); - Infecção do trato urinário, Doencas neoplásicas;
  • Viroses da infância: sarampo, caramba, rubéola, varicela, etc..
  • Alergia (alimentos ou medicamentos, asma, rinite);
  • Uso de medicamentos (nome, posologia, motivo, e quem prescreveu);
  • Cirurgia, transfusão de sangue (anotar número de transfusões, quando ocorreu, onde e por quê), internamento, traumatismo;
  • Radioterapia, hormonoterapia, cauterizações, curetagens
  • Tipo sanguíneo, assim como o do pai.
  • Vacinação
17
Q

O que perguntar em antecedentes familiares?

A
  • Hipertensão arterial;
  • Diabetes mellitus;
  • Infarto;
  • AVC;
  • Trombose;
  • Câncer de mama (principalmente mãe, irmã ou filha), ovário ou útero, intestino, próstata;
  • Doenças psiquiátricas;
  • Malformações congênitas e anomalias genéticas;
  • Gemelaridade;
  • Anemia;
  • Hanseníase; - Tuberculose e outros contatos domiciliares (deve-se anotar a doença e o grau de parentesco);
  • Doença de Chagas;
  • Doenças autoimunes;
    Sempre perguntar o grau de parentesco e idade.
18
Q

O que perguntar em hábitos de vida?

A
  • O que você come durante o dia?
  • Qual a quantidade de água que você bebe?
  • Faz exercício físico? (Tipo, frequência, duração e há quanto tempo faz)
  • Faz uso de bebida alcoólica? (tipo de bebida, quantidade habitualmente ingerida, bem como frequência, duração do vício). + CAGE: Você já sentiu a necessidade de diminuir a quantidade de bebida ou parar de beber? ■ Você já se sentiu aborrecido ao ser criticado por beber?■ Você já se sentiu culpado em relação a beber? ■ Alguma vez já bebeu logo ao acordar pela manhã para diminuir o nervosismo ou a ressaca? Duas respostas positivas identificam 75% dos etilistas com uma especificidade de 95%.
  • Fuma? tipo (cigarro, cachimbo, charuto e cigarro de palha), quantidade, frequência, duração do vício e abstinência (já tentou parar de fumar?) Carga tabágica: O cálculo da carga tabágica é realizado pela multiplicação do número de maços fumados por dia pelo número de anos de tabagismo.
  • Faz uso maconha, cocaína ou outras drogas? (quantidade, frequência, duração)
  • Faz uso de anabolizante, anfetaminas? (quantidade, frequência, duração)
  • Passa por estresse no dia a dia?
  • O que gosta de fazer como lazer?
  • Faz uso de preservativo?
19
Q

O que perguntar na história biopsicossocial/condições socioeconômicas e culturais?

A
  • Relações interpessoais (família, trabalho, amigos);
  • Se mora em casa ou apartamento;
  • Acesso à rede de esgoto, coleta de lixo, água tratada;
  • A sua renda e das pessoas que moram com você é suficiente?