Analgésicos e Anti-inflamatórios

Question 1

Por que a inflamação piora a dor?

Answer 1

Porque gera diversos mediadores químicos, como prostaglandinas, leucotrienos, interleucinas, que aumentam a permeabilidade dos nociceptores - mais íons entram na célula –> hiperalgesia

Question 2

Em resumo, em quais situações ocorre dor na clínica odontológica?

Answer 2

1. Lesão tecidual pelo próprio procedimento (implante, dano ao osso*, corte…) - a dor aguda dura em torno de 1-2 dias, no máximo
2. Urgência - paciente que já tem dor - primeira coisa é procedimento clínico

Question 3

Critérios para escolha de analgésicos ou anti-inflamatórios

Answer 3

1. Tipo de procedimento
2. Perfil do paciente
3. Mecanismo de ação da droga

De forma bem simples, analgésicos usamos para dor leve a moderada - procedimentos simples, já os anti-inflamatórios, para procedimentos mais complexos e dores fortes

Question 4

Quando usar analgésicos e anti-inflamatórios?

Answer 4

1. Quando houver expectativa de dor ou inchaço

2. Quando se quer controlar dor já instalada

Question 5

Quais são os analgésicos de ação periférica mais empregados na odontologia?

Answer 5

Os de ação periférica:

1. Antiálgicos (previnem hiperalgesia): AINEs, corticosteroides
2. Analgésicos (dor já instalada): Dipirona, Paracetamol, Diclofenaco

Question 6

Mecanismo de ação da Dipirona

Answer 6

1. Inibe a entrada de cálcio nos nociceptores, diminuindo os níveis de cAMP –> após dor já instalada
2. Inibe a produção de prostaglandina no SNC (COX-1 ou COX-3)

Efeito analgésico, antipirético e espasmolítico

Question 7

Mecanismo de ação do Diclofenaco

Answer 7

1. Inibe a entrada de cálcio nos nociceptores, diminuindo os níveis de cAMP –> após dor já instalada
2. Inibe a cicloxigenase

Question 8

Toxicidade da Dipirona

Answer 8

Pouco tóxica desde que usada por períodos curtos - toxicidade aumenta com o uso prolongado

Question 9

Contraindicações para o uso de dipirona

Answer 9

1. Hipersensibilidade
2. Porfiria hepática intermitente
3. Deficiência congênita GLI-6-fosfato-desidrogenase
4. Distúrbios hematopoiéticos
5. Insuficiência hepática

Pode gerar hipotensão se for IV

Question 10

Interação medicamentosa conhecida da dipirona

Answer 10

Ciclosporina (imunodepressor) - pode reduzir os níveis plasmáticos deste fármaco

Question 11

Mecanismo de ação do Paracetamol

Answer 11

Analgésico: diminui a entrada de cálcio nos nociceptores (ação periférica)

Question 12

Existe interação entre Paracetamol e anticoagulantes?

Answer 12

Sim, Paracetamol aumenta o efeito anticoagulante (Cumarina e Indandiona)

Question 13

Contraindicações do Paracetamol

Answer 13

1. Alérgicos
2. Insuficiência hepática (por exemplo, em alcoólatras)
3. Insuficiência renal não tratada

Question 14

Existe interação entre Paracetamol e analgésicos/AAS e outras AINEs saliciatos?

Answer 14

Sim, há aumento do risco de nefropatia

Question 15

Analgésicos de ação central

Answer 15

Opioides (ex: Codeína)

Question 16

Mecanismo de ação e efeitos terapêuticos dos anti-inflamatórios não esteroidais

Answer 16

Inibidores seletivos e reversíveis da COX –> diminuem níveis de PG/PC/TX

Efeitos terapêuticos: anti-inflamatórios, antiálgicos e antipiréticos

Question 17

O que explica os efeitos adversos dos AINEs, como dor no TGI, náuseas, ulcerações, insuficiência renal e hemorragias?

Answer 17

Pois os AINEs (com exceção dos seletivos para COX2) agem também na COX1, que é a fisiológica, cujas funções são: gastroproteção, controle da circulação renal, filtração e no equilíbrio eletrolítico, hemostasia, tônus da musculatura lisa

Por isso, quanto menor a relação COX1/COX2, menor é a capacidade de gerar ulceração gástrica (ex: AAS = 116; Nimesulida = 0,1)

Question 18

Verdadeiro ou falso

“Na escolha do anti-inflamatório não esteroidal, deve-se optar por aquele que apresenta melhor ação anti-inflamatória”

Answer 18

Falso. Qualquer um dos AINEs tem potencial para diminuir a inflamação. Portanto, deve-se optar por aquele que possui menor toxicidade para o paciente

Question 19

Verdadeiro ou falso

“Os inibidores seletivos de COX2 são menos tóxicos que os não seletivos”

Answer 19

Falso. Na teoria era para ser isso, mas na prática verifica-se que a classe dos coxibes (seletivos para COX2) são mais tóxicos por outros mecanismos, podendo aumentar o risco de infarto do miocárdio e danos ao fígado e rins, se usados cronicamente

Question 20

Os AINEs são indicados para pacientes asmáticos?

Answer 20

Não, pois aumentam o potencial de causar alergias, visto que não inibem a LOX, que gera leucotrienos. Neste caso são indicados os corticoesteroides

Question 21

Verdadeiro ou falso

“Os AINEs são menos potentes que os corticoesteroides”

Answer 21

Verdadeiro. Os corticoesteroides agem (suas proteínas efetoras) no início da via do ácido aracdônico, diminuindo PG/PC/TX/LT

Question 22

Mecanismo de ação dos corticoesteroides

Answer 22

Possuem receptor intracelular –> fator de transcrição para proteínas efetoras:

Anexinas - inibe fosfolipase A2 - diminui metabólitos do ácido aracdônico

Cinase II/ACE - redução da bradicinina; aumento de angiotensina II - vasoconstrição

Question 23

Contraindicações dos corticoesteroides

Answer 23

1. Doenças fúngicas sistêmicas
2. Tuberculose
3. Hipersensibilidade

*Não são válidas para dose única ou por tempo curto

Question 24

Contraindicações e cuidados dos AINEs

Answer 24

1. Hipersensibilidade
2. Úlcera péptica ativa
3. Insuficiência hepática ou renal
4. Asma/pólipos nasais, urticária ou rinite aguda
5. Retenção de fluidos, hipertensão ou doença cardíaca
6. Gestantes e lactantes - cuidado

Question 25

Interações medicamentosas com AINEs

Answer 25

Anticoagulantes, diuréticos, beta-bloqueadores, lítio/digoxina, metotrexato