7. Febre reumática Flashcards
O que é febre reumática?
É uma complicação não supurativa da faringoamigdalite
É uma infecção causada pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A (S. pyogenes)
Como e quando geralmente ela ocorre?
Ocorre por uma resposta imune tardia, de 2 a 3 semanas após a infecção
No contexto da febre reumática, geralmente há lesões na faringe?
É comum não encontrar mais lesões na faringe
Tem alguma relação genética?
Acomete populações geneticamente predispostas
Qual a média de idade da população mais acometida?
5 a 18 anos
Como ocorre a resposta imune da doença reumática?
Ac e linfócitos T dirigidos contra Ag estreptocócicos reconhecem estruturas do hospedeiro > mimetismo molecular entre o tecido cardíaco e o estreptococo leva à ativação de linfócitos T CD4 com agressão do tecido cardíaco
Quais os métodos diagnósticos?
Clínico
Critérios de Jones
Evidência da infecção estreptocócica
Quais são os critérios de JONES?
CRITÉRIOS MAIORES:
-cardite
-poliartrite
-coréia de sydenham
-eritema marginado
-nódulos subcutâneos
CRITÉRIOS MENORES
-febre
-artralgia
-elevação dos reagente de fase aguda: PCR e/ou VHS
-intervalo PR prolongado no ECG
Quais as evidências da infecção estreptocócica anterior?
Cultura de orofaringe: PADRÃO OURO
Teste rápido para EBGA
Elevação dos títulos de anticorpos (ASLO e anti-DNase): ASLO indica infecção prévia
Como fechar o diagnóstico?
EVIDÊNCIA DE INFECÇÃO ESTREPTOCÓCIA ANTERIOR
+
2 critérios MAIORES OU 1 critério MAIOR + 2 menores
Qual os critério MAIOR revisados pela AHA 2015?
POLIARTRITE
-critério para população de baixo risco
- critério para população de moderado/alto risco: mono ou poliartrite ou poliartraliga
Quais os critérios MENORES revisados pela AHA 2015?
ARTRALGIA
-população de baixo risco: poliartralgia
-população de moderado/alto risco: monoartralgia
PROVAS DE ATIVIDADE INFLAMATÓRIA
-população de baixo risco: VHS ≥ 60 e/ou PCR ≥ 3
-população de alto risco: VHS ≥ 30 e/ou PCR ≥ 3
Categorias diagnósticas de FR
-primeiro episódio de FR
-recorrência de FR em pacientes SEM doença cardíaca reumática estabelecida
-recorrência de FR em paciente COM doença cardíaca reumática estabelecida
-coreia de sydenham
-cardite reumática de início insidioso
-lesões valvares crônicas da CRC
Dos critérios maiores, qual a manifestação mais comum?
ARTRITE
(sem sequelas)
Associação da artrite com a cardite
Correlação INVERSA com a gravidade das duas
Quanto mais grave a artrite, mais leve a cardite
Vice-versa
Dos critérios maiores, qual a manifestação mais grave?
CARDITE
- responsável pela maior parte das sequelas / pode levar ao óbito
- pode evoluir para a pancardite
Quais lesões valvares a cardite causa?
Valva mitral
Valva aórtica
Raramente: valva pulmonar
Manifestações da cardite na fase aguda e tardia
Fase aguda: insuficiência mitral e/ou aórtica
Fase tardia: estenoses
Cardite pode apresentar sopros?
SIM, tanto sistólico quanto diastólico
Ausência de sopro afasta a cardite?
NÃO, podemos ter a cardite subclínica ou alterações de pancardite
Quais os subtipos de cardite?
-Cardite subclínica (em pacientes com artrite isolada ou coreia pura)
-Cardite leve (taquicardia desproporcional à febre com área cardíaca/RX/ECG normal)
-Cardite moderada (dados clínicos evidentes, leve aumento da área cardíaca, extrassístoles, insuficiência mitral/aórtica, aumento das câmaras esquerdas
-Cardite grave (sinais/sintomas clássicos de IC, arritmias, pericardite, sopros intensos, cardiomegalia, câmaras esquerdas consideravelmente aumentadas)
Coreia de Sydenham
Início insidioso
Movimentos rápidos e involuntários incoordenados
Desaparecem durante o sono
Surto dura 2-3 meses
BASTANTE associada à cardite
Eritema marginado
Manifestação rara
Eritema com bordas nítidas, centro claro, contornos arredondados ou irregulares
Lesões múltiplas, indolores, não pruriginosas
Localização: tronco, abdome e face interna dos MMII e MMSS
Associação com a cardite
Nódulos subcutâneos
RAROS
Associados à cardite GRAVE
Múltiplos, arredondados, firmes, móveis, indolores
Localização: cotovelos, joelhos, tendão de aquiles, coluna vertebral
Regride rápido com o tto da cardite
Critérios menores, artralgia
-acomete grandes articulações
-padrão poliarticular migratório: ALTAMENTE SUGESTIVO DE FR (também associado à cardite)
Se artrite for critério maior, NÃO INCLUIR artralgia como menor
Critérios menores, febre
-frequente no início do quadro
-cede espontaneamente em poucos dias
Critérios menores, intervalo PR
Aumentado
Critérios menores, reagentes de fase aguda
VHS
-eleva nas primeiras semanas
-subestimada na IC
PCR
-eleva no início da fase aguda
Tratamento FR
Hospitalização em casos mais graves
Repouso: 2-4 semanas
Controle de temperatura
Erradicação do estreptococo: importante em qualquer fase da doença
Tratamento da artrite
AINE
AAS
Tratamento da cardite
Corticoide: cardite grave ou moderada
Prednisona
Metilprednisolona (cardite grave, refratária, que necessita de cirurgia urgente)
Controle da IC:
-Leve ou moderada: diuréticos e restrição hídrica
-Furosemida e espironolactona
-IECA
CIRURGIA se tiver lesão valvar grave
Tratamento da coreia
Forma leve: repouso
Forma grave: hospitalização
Haloperidol
Ácido valpróico
Carbamazepina
Profilaxia primária
-tratamento das infecções estreptocócicas
-prevenir o 1o surto
-1ª opção: penicilina G benzatina (IM - dose única)
*Escore de Centor Modificado: tratamento indicado se ≥ 3 ou 4
Profilaxia secundária
Prevenir novos episódios da doença
Penicilina G benzatina IM (21/21 dias)
Duração da profilaxia secundária
-FR sem cardite prévia: até 21 anos OU mínimo de 5 anos após o último surto
-FR com cardite prévia leve: até 25 anos OU mínimo de 10 anos após o último surto
-Lesão valvar residual moderada a grave: até 40 anos OU a vida toda
-Após cirurgia valvar: por toda vida