4. Rickettsia e Coxiella Flashcards
Rickettsia e Coxiella - morfologia e fisiologia (distinguem-se dos vírus porque…)
Parasitas intracelulares obrigatórios (a bactéria não consegue produzir coenzima A nem NAD+ )—> pequenas dimensões 0.3/1-2um (micro)
Distinguem-se dos vírus pq:
- aeróbias
- gram negativos (cora muito fracamente)
- DNA e RNA
- ribossomas
- divisão binária
- inibição por antibióticos
Rickettsia e Coxiella - colorações (3)
- Giemsa - coloração hematológica
- Gimenez
- Machiavelo - coloração de ácido-resistência (estas bactérias são ligeiramente ácido-resistentes)
O género Rickettsia é composto por 2 grupos (3 - 2):
- Grupo exantemático (exantema = manifestação cutânea de uma doença tipo rashes)
- Rickettsi rickettsi: febre das montanhas; comum nos EUA
- R. Acari: rickettsialpox; rara; transmissão por ácaros; pox (exantemas vesiculares com líquido que têm lá dentro do agente infeccioso)
- R. Conori: febre escaro-nodular (febre da carraça); muito frequente - Grupo do tifo
- R. Prowazekki: tifo epidémico; doença de Brill-Zinsser (tifo esporádico)
- R. Typhi: tifo endémico (murino)
R. Conorii (grupo exantemático)
- o que é
- reservatório e vetor
- quadro clínico
- mortalidade
- transmissão
- frequência
- O que é?
Febre da carraça - Reservatório e vetor?
Carraça (guarda e transmite-nos a doença)
nota: o cão só transporta! - Quadro clínico?
Febre, adenopatia cervical, exantema modular e escara (lesão no local de inoculação da carraça que sofre necrose) - Mortalidade?
Baixa (2,5%)
Mais frequente no Alentejo e em grupos e patologias de risco (idosos, cirrose, alcoolismo, diabetes, insuficiência renal) - Transmissão?
Vertical por contacto próximo com carraças infetadas - Frequência?
+/- 5% da população de carraças está infetada
Prevalência de carraças adultas na primavera (mas tmb há casos no verão - de carraças juvenis)
R. Prowazekii (grupo do tifo)
- reservatório e vetor
- tipos e quadro clínico associado
- Reservatório e vetor?
Reservatório: humano
Vetor: piolho humano (Pediculus humanus humanus) - Tipos e quadro clínico associado?
Tifo epidémico: casos raros em Pt, 1ª e 2ª Guerras Mundiais —> febre, exantema e torpor (adormecimento)
Tifo esporádico (Doença de Brill-Zinsser): episódio recorrente do tifo epidémico por reativação das rickettsias em doentes com antecedentes de tifo epidémico —> febre e exantema (mais ligeiro que o tifo epidémico)
R. Typhi (grupo do tifo)
- o que é
- reservatório e vetor
- quadro clínico
- transmissão
- frequência
- O que é?
Tifo endémico (tifo murino)
nota: murino = subfamília de roedores - Reservatório e vetor?
Reservatório: roedores
Vetor: pulga do rato (Xenopsylla cheopsis) - Quadro clínico?
Febre, cefaleias e exantema (parecido ao do tifo epidémico, mas mais ligeiro) - Transmissão?
Contacto direto ou à distância - Frequência?
Raro em Pt
Alguns casos na Madeira
Como diagnosticar uma infeção por Rickettsia? (3)
- Culturas celulares
Método de referência
Restrita a laboratórios de investigação - PCR
Método recente com colheita do extrato a partir do sangue ou da escara
Resultados positivos surgem entre a 1ª e 2ª semanas
Não tem a sensibilidade desejada - Exame serológico por IFI (imunofluorescência indireta)
Método tradicional
Diagnóstico por comparação de 2 colheitas (1ª à entrada do doente e a 2ª é 2 semanas depois - já vamos ter IgM e IgG)
Coxiella Burnetii
- o que é
- transmissão
- frequência
- reservatório
- quadro clínico (2)
- O que é?
Parasita intracelular obrigatório MAS é capaz de persistir no meio extracelular (aerossóis, superfícies e líquido amniótico) por longos períodos
Antigamente estava incluído no género Rickettsia MAS tem diferenças ao nível da transmissão e resistência - Transmissão?
Via aérea (principal por ser capaz de persistir no meio extracelular)
Entérica/Digestiva (laticínios)
Vetical (transplacentária) - Frequência?
Moderada - Reservatório?
Mamíferos (principal; gado e animais de companhia)
Aves e carraças - Quadro clínico?
Febre Q —> pode ser aguda ou crónica
Coxiella Burnetii: distinção entre Febre Q aguda e crónica
Febre Q aguda
- muito mais frequente, mas muito menos grave
- 3 formas de apresentação, mas tem sempre febre persistente (> 1 semana) e cefaleias:
. alterações da função hepática (aumento das transaminases) em sintomáticos graves
. pericardite e miocardite
. pneumonia
Febre Q crónica
- muito menos frequente, mas mais grave
- manifestações:
. endocardite - manifestação mais conhecida e comum da febre Q crónica; quase sempre mortal em doentes não tratados
. infeções vasculares de enxertos e aneurismas
. hepatite granulomatosa
. encefalite
. osteomielite/osteoartrite
. infeção pulmonar
Como diagnosticar uma infeção por Coxiella Burnetii? (3)
NOTA: idênticos aos utilizados para o género Rickettsia
- Culturas celulares
Método pouco usado em virtude do elevado risco de infeção —> operadores experientes e laboratórios com nível de segurança biológica - PCR
Uso restrito em casos de febre Q crónica (em que há suspeita de endocardite durante uma cirurgia de substituição valvular) - Serologia por IFI
Método de eleição
Diagnóstico diferencia entre febre Q aguda e crónica:
. aguda: presença de anticorpos de fase II
. crónica: presença de anticorpos de fase I,(estimulo antigénico contínuo e repetido, pelo que não se detetam na febre Q aguda)
Rickettsia e Coxiella - tratamento
- distinção entre infeção aguda e crónica
Infeção Aguda: R. Conorii, R. Prowazekii, R. Typhi e C. Burnetii
1. Tetraciclinas (doxiciclina)
2. Fluoroquinolonas
3. Cotrimoxazol - 2ª linha para grávidas e crianças - tetraciclinas são contra-indicadas
Infeção Crónica: C. Burnetii
1. Doxiciclina + Cloroquina (18 a 24 meses)
NOTA: Cloroquina —> atua alterando o pH dos lisossomas, no interior dos quais se encontra a C. Burnetii, permitindo que a doxiciclina exerça o seu efeito