3. Enterobacteriaceae (enterobacterlaes) Flashcards

1
Q
  1. Quem faz parte da família das Enterobacteriaceae? (6)
  2. Fazem parte de que ordem?
  3. Que outras famílias (e espécies dessas famílias) fazem parte desta ordem?
A

Ordem: Enterobacterales
Famílias:
- Enterobacteriacea —> Escherichia + Klebsiella + Slamonella + Shigella + Enterobacter + Citrobacter
- Yersiniaceae —> Yersinia + Serratia
- Morganellaceae —> Proteus + Morganella + Providência
- Hafniaceae

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2
Q

Características das enterobacterales (9)

A
  1. > 30 géneros e 130 espécies
  2. Bacilos gram negativos ubíquos (solo, água e plantas)
  3. Não esporulados
  4. Anaeróbios facultativos
  5. São parte da flora intestinal de animas (ex.: Homem)
  6. Móveis ou imóveis
  7. Fermentam a glicose (são todos bactérias fermentativas)
  8. Reduzem nitratos a nitri-los
  9. Oxidase negativos —> teste importante para as distinguir de outras bactérias como as Pseudomonas
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3
Q

Origem das infeções por Enterobacteriaceae (distinção por espécies)

A

Salmonella spp + Yersinia spp = reservatório animal

Slamonella Typhi = portador humano

Escherichia coli + Klebsiella spp + Proteus spp = origem endógena (existem na nossa flora)

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4
Q

Quais as 3 Enterobacteriaceae que estão quase sempre associadas a doença no homem?

A
  1. Salmonella Typhi —> algumas pessoas acabam por ficar com esta bactéria (portadores assintomáticos) depois de terem tido febre tifóide
  2. Shigella spp
  3. Yersinia pestis (habitualmente não somos portadores crónicos)
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5
Q

Quais as 3 Enterobacteriaceae que fazem parte da flora saprófita?

A

INFEÇÕES OPORTUNISTAS
1. Escherichia coli
2. Klebsiella pneumoniae
3. Proteus mirabilis

ADQUIREM FATORES DE VIRULÊNCIA (codificados por genes, plasmídeos, fagos)
1. E. Coli associadas a gastroenterites

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6
Q

Fatores de patogenicidade das Enterobacteriaceae (5)

A
  1. Endotoxina
    • fator mais importante; aquando do choque tóxico
  2. Cápsula
    • nem todas têm
  3. Variação antigénica de fases expressão de Ag K e de Ag H
  4. Sequestro de fatores de crescimento (Fe)
  5. Beta-lactamases de espetro alargado, carbapenemases
    • importante na resistência a antibióticos
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7
Q

Quais os antigénios da parede celular das Enterobacteriaceae e o que são?

A
  1. Somático O - polissacárido da parede
  2. Capsular K - proteico ou polissacárido
  3. Flagelar H - proteico

NOTA: a classificação antigénica das Enterobacteriaceae baseia-se na presença dos Ags O, K e H, que se detetam por aglutinação com soros específicos

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8
Q

Síndromes clínicos causados pela Escherichia Coli
(espécie clinicamente mais frequente)

A
  1. Infeção urinária
    • principal agente (pili e fímbrias-uropatogénicas)
    • as fímbrias vão ajudar a agarrar-se ao epitélio urinário, o que permite aguentar-se com o fluxo de urina
  2. Infeção respiratória - hospitalar
  3. Infeção de ferida operatória
  4. Sépsis
    • causada por bacteriémia
  5. Meningite neonatal (75% possuem antigénico K)
    • as crianças podem contaminar-se com a E.Coli que estava na vagina da mãe
  6. Gastroenterite
    • E.Coli é o anaeróbio mais frequente do sistema digestivo pelo que só as estirpe que não fazem parte da nossa flora normal é que causam gastroenterites
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9
Q

Quais as estirpes de E.Coli que causam gastroenterites?

A
  1. Estirpes enterotoxigénicas (ETEC)
    • doença do viajante, crianças locais,…
    • enterotoxinas LT1, Sta, fatores de colinização
  2. Estirpes enteropatogénicas (EPEC)
    • < 2 anos
    • têm fator de aderência e de colonização
  3. Estirpes enteroinvasivas (EIEC)
    • diarreia aquosa com sangue
    • parecida à Shigella (imóveis e lac negativa)
    • proteína invasiva
  4. Estirpes difusamente aderentes (DAEC)
    • crianças
    • têm adesinas
  5. Estirpes enteroagregativas (EAEC)
    • fímbrias e alfa-hemólise
  6. Estirpes enterohemorrágicas (EHEC)
    • serotipo O157: H7 + conhecido (existem outros)
    • causa colite-hemorrágica, síndrome hemolítica-urémica
    • toxina shiga
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10
Q

Qual é a espécie de Salmonella que é patogénica para o Homem?

A

SALMONELLA ENTÉRICA
- é uma das 6 subespécies de Salmonella e tem vários serotipos patogénicos

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11
Q

O que é o esquema de Kauffman-White?

A

Serve para distinguir os serotipos (>2500) de Salmonella Entérica consoante antigénios O (parede) e H (flagelares), através da aglutinação com soros específicos

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12
Q

Salmonella spp: géneros e espécies com importância médica

A
  1. Febre tifóide
    • S.enterica serotipo Typhi
    • S.enterica serotipo Paratyphi (A, B e C)
  2. Salmoneloses (>2500)
    • S.enterica serotipo Enteritidis
    • S.enterica serotipo Typhimurium
    • S.enterica serotipo Choleraesuis
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13
Q

Febre tifóide
- que bactéria
- transmissão
- prevenção

A
  1. Que bactéria?
    • Salmonella enterica serotipo Typhi e Paratyphi (A, B e C)
  2. Transmissão?
    • Fecal-oral (associada a baixa higiene)
  3. Prevenção?
    • Medidas de higiene + vacinas
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14
Q

Qual o modo de atuação da Salmonella nas Salmoneloses? (diferença por semanas)

A

1ª semana: está nos gânglios linfáticos mesentéricos (intestino delgado)
- circulação transitória; fagocitose pelos macrófagos

2ª semana: sintomas de invasão/multiplicação nos órgãos do sistema reticulo-endotelial
- circulação sanguínea
- é a 2ª invasão sanguínea que coincide com o inicio da manifestação clínica

3º semana: doença multisistémica
- diarreia + obstipação + perfuração + peritonite + manchas rosadas + nódulos de osler + colonização da vesícula biliar

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15
Q

Género Shigella (família das Enterobacteriaceae da ordem das enterobacterales)
- espécies
- características
- identificação bioquímica

A
  1. Espécies
    • Shigella dysenteriae: exotoxinas shiga-toxin SHU
    • Shigella flexneri: países em desenvolvimento
    • Shigella boydii: rara; Índia
    • Shigella sonnei: países desenvolvidos
  2. Características
    • Disenteria bacilar (diarreia com sangue por invasão da parede intestinal)
    • Transmissão fecal-oral
    • > 50% dos casos em crianças <10 anos

NOTA: Facilmente transmissível (dose infetante baixa)

  1. Identificação bioquímica
    • Não é muito segura pelo que se tem de fazer a confirmação com soros específicos
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16
Q

Quais as espécies do género Yersinia? (família das Yersiniaceae da ordem das enterobacterales)

A

Yersinia Enterocolitica + Yersinia Pestis

  • causam ozonasses em que o homem é hospedeiro acidental
  • são bacilos curtos
  • sobrevivem bem a temperaturas baixas
17
Q

Patogénese da Yersinia Enterocolítica (espécie)

(família das Yersiniaceae da ordem das enterobacterales)

A

Causa:
- Enterocolite —> diarreia, febre e dor abdominal (pode ser causador de gastroenterite)
- Linfadenite mesentérica (“pseudo-apendicite”) —> infeção que apresenta gânglios a nível abdominal cujas queixas são semelhantes a apendicite

Transmissão:
- Ingestão de leite, carne ou água contaminados

18
Q

Patogénese da Yersinia Pestis (espécie)

(família das Yersiniaceae da ordem das enterobacterales)

A

NOTA: tem uma cápsula resistente à fagocitose; associada a bioterrorismo

Causa:
- Peste —> há 2 tipos

Peste bubónica:
- transmitida por vetor (pulga Xenopsylla cheopis - rato)
- febre, gânglios aumentados e até sépsis

Peste pneumónica:
- transmissão inter-humana (respiratória)
- causa grandes epidemias com mortalidades muito elevadas

19
Q

Que tipos de colheita de produto existem?

A

NOTA: a colheita do produto depende da situação clínica

  1. Urina: urinocultura
  2. Fezes: coprocultura
  3. Sangue: hemocultura
  4. Medula Óssea: mielocultura
20
Q

Quais as diferenças entre o exame direto e o exame cultural no diagnóstico laboratorial das Enterobacteriaceae?

A
  1. Exame direto
    • exame ao microscópio
    • coloração de Gram —> NAS FEZES NÃO
  2. Exame cultural
    • crescimento em gelose-sangue
    • isolamento em meio mais seletivo: Meio de Mac Conkey (sais biliares, lactose e vermelho neutro-indicador)

NOTA:
- Salmonella vs. Shigella: meio SS
- Yersinia: meio CIN (48 horas de incubação)

21
Q

Como é o Meio de Mac Conkey?

A

Meio de isolamento seletivo
- só deixa crescer bacilos gram-negativos e os que estão habituados ao intestino (habituados aos sais biliares)

Meio indicador de Enterobacteriaceae
- as bactérias que crescem neste meio têm comportamentos distintos sobre fermentar a lactose
- vermelho: ocorre fermentação e consequentemente a acidificação do meio
- incolor: não ocorre fermentação

22
Q

Como se identifica as Enterobacteriaceae no diagnóstico laboratorial? (4)

A
  1. Estudo bioquímico: através de galerias comerciais
    • são catalase positiva e oxidase negativa
  2. MALDI-TOF (alternativa ao estudo bioquímico que estuda a estrutura das proteínas): aquele dos comprimidos coloridos (aula prática)

NOTA: Normalmente basta um dos estudo acima para fazer a identificação da Enterobacteriaceae

  1. Classificação serológica (só se justifica em algumas situações)
    • faz-se algutinação com soros específicos
  2. Estudo da sensibilidade aos antibióticos (TSA)

NOTA 2: O tratamento de infeções causadas por Enterobacteriaceae deverá ser sempre orientado pelo antibiograma

NOTA 3: Situações em que não se justifica terapêutica antibiótica (são poucas) —> ex.: gastroenterites por Salmonella

23
Q

Quais os diagnósticos laboratoriais utilizados para a Escherichia Coli? (2)

A
  1. Cultura:
    • Meio de Mac Conkey
    • MALDI-TOF: glu + lac + gás + H2S -
  2. Classificação serológica nas diarreias
    • são utilizados anticorpos específicos para os grupos de E.Coli que não fazem parte da nossa flora instestinal (são esses que causam diarreia)
24
Q

Quais os diagnósticos clínicos mais comuns de Slamonella e como os identificamos? (3)

A
  1. Gastroenterite
    • isolamento do agente nas fezes
  2. Bacteriémia
    • isolamento do agente em hemocultura
  3. Febre tifóide
    • isolamento do agente, de preferência, em hemocultura

NOTA: Podemos ter de fazer o isolamento do agente em órgão (habitualmente a medula óssea - mielocultura) quando nao se consegue isolar a bactéria através a hemocultura

25
Q

Quais os diagnósticos culturais utilizados para a Salmonella? (4)

A
  1. Meio de Mac Conkey
  2. Meio SS
    • semelhante ao de Mac Conkey, mas com sais de ferro
    • quando as bactérias produzem H2S, este conjuga-se com o ferro e as colónias ficam com um centro negro
  3. Identificação bioquímica (MALDI-TOF)
    • Salmonella Typhi: glu + lac - gás - H2S ±
    • Outras Salmonellas: glu + lac - gás + H2S +
  4. Aglutinações em lâmina:
    • saber o serótipo da Salmonella

NOTA: Tem de se fazer a separação entre as Salmonellas, pois a Typhi causa febre tifóide e as outras não (abordagem clinica diferente)

26
Q

Como é a evolução serológica da febre tifóide?

A

Primeiras 2 semanas: bacteriémia positiva (hemoculturas +)

A partir da 2ª semana: aparecem anticorpos

27
Q

O que é a Reação de Widal?

A
  • Utilizado para o diagnóstico serológico de Salmonella (especialmente a Salmonella Typhi em casos de febre tifóide)
  • Faz-se pesquisa dos anticorpos
  • As serologias devem ser repetidas após 2 semanas (visto que aos anticorpos na febre tifóide, por exemplo, aparecem mais a partir da 2ª semana)
  • Uma pessoa com febre tifóide apresenta anticorpos contra estes dois antigénios:
    1. Anticorpos contra o antigénio O —> soro do doente + antigénio O = aglutinação granular
    2. Anticorpos contra o antigénio H —> soro do doente + antigénio H = aglutinação flocular
28
Q

Klebsiella (família das enterobacteriaceae)
- espécies clinicamente mais importantes
- características
- síndromes clínicos/patogénese
- diagnóstico laboratorial

A
  1. Espécies clinicamente mais importantes?
    • Klebsiella pneumoniae
    • Klebsiella oxytoca
  2. Características?
    • Imóveis (sem antigénios H)
    • Cápsula —> confere um aspeto mucoide
    • Relativamente frequentes
  3. Síndromes clínicos/patogénese?
    • Infeção nosocomial (+ frequente)
    • Pneumonia
    • Infeção urinária
    • Bacteriémia
    • Infeção de ferida operatória
  4. Diagnóstico laboratorial?
    • Meio de Mac Conkey
    • Identificação bioquímica (MALDI-TOF): glu + lac + gás - H2S - (IDÊNTICA À E.COLI)
29
Q

Proteus (família das Morganellaceae da ordem das enterobacterales)
- espécies clinicamente mais importantes
- características
- síndromes clínicos/patogénese
- diagnóstico laboratorial

A
  1. Espécies clinicamente mais importantes?
    • Proteus mirabilis (o mais vulgar)
    • Proteus vulgaris
  2. Características?
    • Mobilidade —> swarming (comportamento invasivo que tem em placas - não é possível obter colónias MAS isto não acontece no meio de Mac Conkey)
    • Urease positivo (desdobram a ureia com produção de amónia que alcaliniza o meio)
  3. Síndromes clínicos mais frequentes?
    • Infeção urinária (por vezes com a formação de cálculos - devido à urease que alcaliniza o meio)
    • Infeções nosocomiais
  4. Diagnóstico laboratorial?
    • Meio de Mac Conkey
    • Identificação bioquímica (MALDI-TOF): glu + lac - gás + H2S +
    • Teste da urease +

NOTA: Por produzirem H2S se se colocasse no meio SS, a colónia também ficaria escura