4. Doenças Venosas Flashcards

1
Q

Quais as características do sistema venoso superficial dos membros inferiores?

A
  • Composto pelas veias safena magna, parva e suas tributárias.
  • Responsável por 10% da drenagem venosa dos membros inferiores.
  • Se comunicam com o sistema profundo por meio de perfurantes e pela crossa da safena, que desenboca na veia femoral.
  • Próximas da pele e do subcutâneo.
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2
Q

Quais as características do sistema venoso profundo dos membros inferiores?

A
  • Composto pelas veias femorais, poplíteas e tibiais.
  • Responsável por 90% da drenagem venosa dos membros inferiores.
  • Drenam diretamente para as veias ilíacas.
  • Próximos a ossos e tendões.
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3
Q

Quais as características da insuficiência venosa crônica?

A
  • Dilatação e das veias com incompetência de suas válvulas, causando refluxo e congestão.
  • Decorre da perda de elastina das veias e substituição por colágeno.
  • Muito prevalente na população (80%).
  • Mais comum em mulheres em uso de anticoncepcionais.
  • A insuficiência venosa leva a edema, lesões na pele e úlceras (principalmente no maleolo medial).
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4
Q

Quis os fatores de risco da insuficiência venosa crônica?

A
  • Genética (principal).
  • Idade avançada.
  • Sexo feminino.
  • Hiperestrogenismo.
  • Obesidade.
  • Tabagismo.
  • Longos períodos em pé o sentado.
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5
Q

Qual o quadro clínico da insuficiência venosa crônica?

A
  • Dor em peso nos membros inferiores, principalmente no final do dia.
  • Varizes visíveis.
  • Edema e infiltração subcutânea.
  • Dermatite ocre (depósito de hemossiderina).
  • Úlceras (maléolo medial, fundo granulado e bem perfundidas).
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6
Q

Qual a classificação C (clínica) do CEAP da insuficiência venosa crônica?

A
  • C0: sintomas sem varizes aparentes.
  • C1: teleangectasias < 1mm.
  • C2: veias varicosas > 3mm.
  • C3: ed3ma.
  • C4: dermatite ocre (a) e lipodermoesclerose (b).
  • C5: úlcera cicatrizada.
  • C6: úlcera ativa.
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7
Q

Quais os outros ítens da classificação CEAP na insuficiência venosa crônica?

A
  • E (etiologia): congênita (c), primária (p) ou secundária (s) (ex.: trauma, TVP).
  • A (anatomia): superficiais (s), profundas (d) e/ou perfurantes (p).
  • P (patofisiologia): refluxo (r) e/ou obstrução (o).

Obs.: dessa forma, uma classificação CEAP de um paciente com edema, varizes de veias profundas e sem fatores causais é C3 Ep Ad Pr

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8
Q

Quais os achados ultrassonográficos da insuficiência venosa crônica?

A
  • Refluxo > 500ms (se veia superficial ou perfurante) ou > 1000ms (se veia profunda) após manobra de valsalva.
  • Aumento do diâmetro do vaso (menos confiável).
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9
Q

Qual o tratamento da insuficiência venosa crônica?

A
  • C0: clínico (meia elástica, atividade física e perda de peso).
  • C1: escleroterapia (glicose ou polidocanol), CLaCS (criolases), etc.
  • C2, C3, C4 e C5: cirurgia (ressecção das varizes com ou sem safenectomia).
  • C6: cirurgia + tratamento da ferida (ex.: curativo compressivo, bota de Unna).

Obs.: a presença de ulcera ativa não contraindica a cirurgia, mesmo antes do seu fechamento.

Obs.2: isquemia de membros inferiores é CONTRAINDICAÇÃO de cirurgia de varizes e uso de meias compressivas.

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10
Q

Quais as técnicas cirurgicas de safenectomia na insuficiência venosa crônica?

A
  • Termoablação (escolha): melhor resultado estético e menos dor pós-operatória, mas maior custo e recidiva.
  • Fleboextração: pior resultado estético e mais dor pós-operatória, mas menor custo e recidiva.
  • Escleroterapia com polidocanol a 3%: altas taxas de falha e hiperpigmentação cutânea.

Obs.: a fleboextração pode levar a lesão do nervo safeno (parestesia na face medial da perna e tornozelo).

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11
Q

Quais as características da trombose venosa pronfunda?

A
  • Trombose do sistema venoso profundo dos membros inferiores.
  • Ocorre em pacientes com a tríade de Virachow.
  • Pode evoluir com tromboembolismo pulmonar.
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12
Q

Qual o quadro clínico da trombose venosa pronfunda?

A
  • Dor em membro inferior.
  • Edema unilateral.
  • Sinal de Homans (patognomônico): dor a dorsiflexão do pé.
  • Sinal da Bandeira: pouca mobilidade da panturrilha.
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13
Q

Qual o escore de Wells para trombose venosa pronfunda?

A

TROMBOSE

  • Trauma cirúrgico < 4 semanas ou repouso prolongado.
  • Rede colateral superficial visível
  • Outra perna normal (assimetria de membros).
  • Membro doloroso.
  • Batata (panturrilha) inchada > 3cm do que a outra perna.
  • Oncologia (câncer ativo ou tratado < 6 meses).
  • Sensibilidade ou motricidade alterada (paresia e prestesia).
  • Edema em toda a perna.

Obs.: cada item vale 1 ponto.

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14
Q

Qual a conduta de acordo com o escore de Wells na trombose venosa pronfunda?

A
  • Escore > ou = 2 (alta probabilidade): solicitar USG doppler venoso.
  • Escore < 2 (baixa probabilidade): solicitar D-dímero. Se negativo, TVP DESCARTADA (se positivo, solicitar USG doppler venoso).

Obs.: se paciente de alta probabilidade e USG negativo, repetir exame em 24 a 48h.

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15
Q

Quais os achados do USG doppler na trombose venosa pronfunda?

A
  • Perda da compressibilidade da veia (principal).
  • Ausência de fluxo ou fluxo linear (não altera com a respiração).
  • Visualização do trombo no interior do vaso.
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16
Q

Qual o tratamento da trombose venosa pronfunda?

A
  • Anticoagulação por > 3 meses (6 meses se fatores de risco).
  • Se pacientes com quadros recidivantes ou sem causa aparente, anticoagular por tempo indeterminado.
17
Q

Quais as drogas anticoagulantes na trombose venosa pronfunda?

A
  • Rivaroxabana (escolha): 15mg de 12/12h por 21 dias e depois 20mg por dia (não usar se ClCr < 30 ou cirróticos Child B e C).
  • Varfarina: pacientes com válvula cardíaca metálica.
  • HBPM 1mg/kg/dia de 12/12h: gestantes.
  • HNF 5000ui de 12/12h: insuficiência renal, risco de sangramento, obesos ou instabilidade hemodinâmica (acompanhar TTPA).
  • Fondaparinux: insuficiência renal ou HIT.

Obs.: a HNF inibe a antitrombina III, enquanto a HBPM inibe o fator Xa.

18
Q

Quais as indicações de filtro de veia cava inferior na trombose venosa pronfunda?

A
  • Pacientes com contraindicação à anticoagulação (ex.: sangramento ativo).
  • Persistência da TVP na vigência de anticoagulação.
  • AVC hemorrágico prévio.
  • Neurocirurgia recente.
  • Tumor de sistema nervoso central (exceto meningioma).

Obs.: pode causar hematoma no sítio de punção (principal) e trombose do sistema cava.

19
Q

Quais as características da trombocitopenia induzida por heparina (HIT)?

A
  • Ocorre 5 a 10 dias após o início da administração.
  • Mais comum na HNF, mas pode ocorrer também com o uso de HBPM.
  • Causa plaquetopenia, sangramentos e formação de trombos arteriais e venosos por mecanismo auto-imune.
  • Suspender heparina e iniciar fondaparinux.
20
Q

Quais as características da síndrome pós-trombótica?

A
  • Insuficiência venosa crônica secundaria a um episódio de trombose.
  • Mais comum em tromboses extensas, trombos no território iliacofemoral e com tratamento inadequado ou postergado
  • Tratamento clínico (meias de compressão, atividade física, etc).
21
Q

Quais as características da flegmasia cerulea dolens?

A
  • Trombose difusa do segmento iliaco-femoral, levando a edema intenso doloroso COM cianose.
  • Causa aumento da pressão capilar, levando a isquemia.
  • Risco de necrose do membro.
  • Tratar com anticoagulação, trombectomia mecanica ou fibrinólise local.
22
Q

Quais as características da tromboflebite superficial ascendente

A
  • Trombose de uma veia superficial.
  • Causa dor, endurecimento e sinais flogísticos no trajeto da veia acometida.
  • Baixo risco de embolia pulmonar.
  • Tratar com anti-inflamatórios e compressas quentes.
23
Q

Quais as características da síndrome de May-Thurner (Cockett)?

A
  • Compressão da veia ilíaca comum esquerda pela artéria ilíaca comum direita.
  • Causa edema assimétrico crônico e congestão da perna esquerda.
  • Pode causar trombose venosa profunda.
24
Q

Como é o diagnóstico da síndrome de May-Thurner?

A
  • Flebografia.
  • Ultrassom intravascular.
25
Q

Qual o tratamento da síndrome de May-Thurner?

A
  • Tratamento clínico.
  • Angioplastia com stent (se episódio de trombose).
26
Q

Quais as características da síndrome de Nutcracker?

A
  • Compressão da veia renal esquerda pela aorta e mesentérica superior.
  • Mais comum em pacientes magros e longilineos.
  • Causa varizes pélvicas, varicocele e hematúria (principalmente aos esforços)
27
Q

Como é o diagnóstico da síndrome de Nutcracker?

A
  • Flebografia.
  • Ultrassom intravascular.
28
Q

Qual o tratamento da síndrome de Nutcracker?

A
  • Angioplastia da veia renal esquerda.
  • Embolização ou derivação da veia gonadal esquerda.
29
Q

Qual a conduda no acidente cumarínico?

A
  • INR < 5: reduzir dose da varfarina.
  • INR > 5: suspender varfarina.
  • INR > 10: suspender varfarina + vitamina K (fitometadiona) oral.

Obs.: na presença de sangramento ou cirurgia de urgência, susperder varfarina + vitamina K parenteral + plasma fresco congelado ou criopreciptado.

30
Q

Qual as características da flegmasia alba dolens

A
  • Trombose venosa extensa do territorio iliaco-femoral.
  • Causa edema doloroso SEM cianose do membro afetado.
  • Pode causar redução do fluxo arterial por vasoespasmo.
  • Tratar com heparinização plena, posição de Trendelenburg e analgesia.
31
Q

Quais as indicações de anticoagulação na tromboflebite superficia ascensente?

A
  • Proximidade do sistema venoso profundo (ex.: crossa da safena e da cefálica).
  • Terço proximal das veias safena magna e parva.
  • Trombo > 5cm de extensão e fatores de risco (idade > 65 anos, neoplasia, TVP prévio, etc).
32
Q

Quais as características da síndrome de Lemierre?

A
  • Tromboflebite séptica da veia jugular interna decorrente de infecçõess na orofaringe.
  • Ocorre pela bactéria anaeróbia gram-negativa Fusobacterium necrophorum, que invade o espaço faríngeo e a veia.
  • Pode causar febre, cervivalgia, trismo, dispneia (embolia septica pulmonar) e mediastinite.
  • Diagnosticada por exames de imagem com trombo na veia jugular externa.
  • Tratar com antibióticos e drenagem de coleções.
33
Q

Quais as principais drogas antiagregantes?

A
  • Inibidores da COX-1: AAS.
  • Inibidores do receptor ADP: clopidogrel e prasugrel.
  • Triazolopirimidina: ticagrelor.
  • Inibidor da glicoproteina IIb/IIIa: abciximab.
34
Q

Quais as características do tromboembolismo pulmonar (TEP)?

A
  • Obstrução de ramos da artéria pulmonar por êmbolos.
  • Terceira causa de morte por evento cardiovascular.
  • O principal de origem dos trombos venosos são os MEMBROS INFERIORES.

Obs.: doppler de membros inferiores negativo para TVP NÃO descarta TEP (o embolo pode ter vindo de outro lugar).

35
Q

Qual o quadro clínico do tromboembolismo pulmonar (TEP)?

A
  • Dispneia.
  • Dor torácica.
  • Hemoptise.
  • Sinais de TVP.
  • Hipotensão (TEP maciço).

Obs.: se suspeita de TEP e TVP visualizada no doppler de membros inferiores, o tratamento está autorizado.

36
Q

Quais os ítens do score de Wells no tromboembolismo pulmonar (TEP)?

A

EMBOLIA

  • Evento prévio de TVP/TEP (1,5).
  • Malignidade ativa (1,0)
  • Batata inchada/TVP (3,0)
  • Outro diagnóstico improvável (3,0).
  • Lung bleeding/hemoptise (1,5).
  • Imobilização nas últimas 4 semanas (1,5).
  • Alta FC > 100 (1,0).
37
Q

Qual a conduta de acordo com score de Wells no tromboembolismo pulmonar (TEP)?

A
  • Baixo risco (0-1): solicitar D-dímero.
  • Médio e alto risco (> 2) OU D-dímero > 1000: solicitar exames de imagem.

Obs.: D-dímero < 1000 em pacientes de baixo risco DESCARTA TEP (médio e alto risco NÃO)!

38
Q

Quais os exames de imagem no tromboembolismo pulmonar (TEP)?

A
  • Angio-TC: visualização dos trombos.
  • Cintilografia pulmonar: área de infarto pulmonar.
  • Arteriografia pulmonar (padrão-ouro): falha de enchimento.

Obs.: caso qualquer um desses exames der negativo, o diagnostico de TEP está DESCARTADO.

39
Q

Qual a conduta no tromboembolismo pulmonar (TEP)?

A
  • Paciente estável: anticoagulação ou filtro de veia cava (se contraindicação).
  • Paciente instável: trombólise ou trombectomia.