4. COMPETÊNCIA Flashcards
JUIZ DAS GARANTIAS
1) Implantação do juiz das garantias cuja competência será limitada até o OFERECIMENTO da denúncia, sendo o juiz INVESTIDO na função e cabendo-lhe determinar a realização de diligências suplementares, para o fim de dirimir dúvida relevante no julgamento do mérito, NÃO se aplicando aos processos de
competência originária dos tribunais, tribunal do júri, violência doméstica e infrações de menor potencial ofensivo (art. 3ª-A, 3ºB, 3º-C, art. 3º-E);
2) Controle judicial dos atos praticados pelo Ministério Público, sob pena de nulidade (art. 3º-B), incluindo a submissão do arquivamento à análise da autoridade judicial, que poderá submeter à revisão da instância ministerial em caso de patente ilegalidade (art. 28 e art. 28-A);
3) Videoconferência poderá ser utilizada de forma excepcional para realização da audiência de custódia (art. 3º-B e art. 310);
4) Prorrogação do inquérito policial, mediante decisão judicial, mesmo estando o investigado preso, sendo que a inobservância dos prazos, não implica na revogação automática da prisão (art. 3º-B, §2º);
5) Encaminhamento dos autos ao juiz da instrução (art. 3º-D);
6) NÃO haverá alteração do juiz sentenciante que conheceu de prova declarada inadmissível (art. 157, §5º).
Para o STF, qual a natureza jurídica das imunidades parlamentares?
Para o STF são causas de atipicidade
O que é o estado de relativa incoercibilidade pessoal dos congressistas?
Significa que, após a diplomação, eles só poderão ser presos cautelarmente nas hipóteses de flagrante de crime inafiançável.
Nesse caso, os autos deverão ser encaminhados à Casa Parlamentar respectiva, no prazo de 24h para que, pelo voto (aberto) da maioria absoluta de seus membros, resolva sobre a prisão.
O que são a ciranda de processos ou valsa processual na visão do STF?
São expressões utilizadas por Gilmar Mendes (ciranda dos processos) e por Joaquim Barbosa (valsa processual), e consiste na ida e vinda dos processos criminais, em razão do foro por prerrogativa de função dos investigados ou réus. Dependendo do cargo que o agente ocupe, os processos que respondem mudam de foro
O foro por prerrogativa de função é aplicável a qualquer crime cometido por parlamentar?
Não, o STF firmou o entendimento de que o foro por prerrogativa de função é aplicável somente aos crimes cometidos durante o exercício do cargo de parlamentar e relacionados às funções desempenhadas.
Exceções:
1. Os Desembargadores dos Tribunais de Justiça são julgados pelo STJ mesmo que o crime NÃO esteja relacionado com as suas funções, pois o STJ entendeu que haveria um risco à imparcialidade caso o juiz de 1º instância julgasse um Desembargador.
2. Juízes e Promotores são julgados pelo TJ em todos os crimes, mesmo naqueles que não tem relação com seu cargo
Se o parlamentar federal está respondendo a uma ação penal no STF e, antes de ser julgado, ele deixar de ocupar o cargo (ex.: renunciou ou não se reelegeu), cessa o foro por prerrogativa de função e o processo deverá ser remetido para julgamento em 1ª instância?
1. Se o réu deixou de ocupar o cargo ANTES de a instrução terminar: cessa a competência do STF e o processo deve ser remetido para a 1ª instância.
2. Se o réu deixou de ocupar o cargo DEPOIS de a instrução se encerrar: o STF permanece sendo competente para julgar a ação penal.
Para efeito desse entendimento, considera-se encerrada a instrução com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais.
Ex.: Pedro, Deputado Federal, respondia ação penal no STF; foi publicado despacho intimando o MP para apresentação de alegações finais; uma semana depois, o réu foi diplomado Prefeito; mesmo Pedro tendo deixado de ser Deputado Federal, o STF continuará sendo competente para julgar o processo criminal contra ele.
Qual o juízo competente quando não é conhecido o lugar da infração?
Quando não conhecido o lugar da infração, a competência é definida pelo domicílio ou residência do RÉU.
Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela PREVENÇÃO.
Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o JUIZ QUE PRIMEIRO TOMAR CONHECIMENTO DO FATO.
Discorra sobre a competência para julgamento no caso de desclassificação de crimes de competência do Tribunal do Júri.
- Caso o juiz singular se convença, em discordância com a acusação, da existência de crime diverso daqueles que são de competência do Tribunal do Júri, e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja.
- Por outro lado, caso a desclassificação seja feita pelo próprio Tribunal do Júri, caberá ao seu presidente proferir a sentença, inclusive podendo aplicar as disposições da Lei 9.099 caso o delito resultante da nova tipificação seja de menor potencial ofensivo.
A inobservância de competência penal por prevenção gera nulidade do processo?
Conforme entendimento contido na Súmula nº 706, STF, “É RELATIVA a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção”.
Em quais casos a competência será firmada pela CONEXÃO?
A competência será firmada pela CONEXÃO:
1- se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; (Ex. RIXA)
2- se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; (OCULTAÇÃO DE CADÁVER)
3- quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. (RECEPTAÇÃO)
Súmula nº 235, STJ. A conexão NÃO determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado (não se exige a ocorrência do trânsito em julgado).
Em quais casos a competência será firmada pela CONTINÊNCIA?
1- duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
2- concurso formal;
3- erro na execução - o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa;
4- resultado diverso do pretendido - por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido.
Quais as hipóteses de separação facultativa de processos?
- quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes;
- pelo excessivo número de acusados e para não lhes prolongar a prisão provisória;
- ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente.
Segundo o CPP, quando ocorre prevenção?
Conforme artigo 83 do CPP, a PREVENÇÃO ocorre toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa.
A imunidade parlamentar se estende ao corréu sem prerrogativa de função?
Depende.
A imunidade formal dos parlamentares, que trata da prisão e processo do parlamentar relativamente a crimes cometidos desde a expedição do diploma, NÃO SE ESTENDE ao corréu sem prerrogativa de função. De forma sucinta, essa imunidade prega que os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável, e que após o recebimento da denúncia pelo STF, a Casa respectiva poderá sustar o andamento da ação penal.
Por outro lado, a imunidade material, que é a garantia constitucional da imunidade ao parlamentar em relação à suas opiniões, palavras e votos, SE ESTENDE ao corréu, pois se trata de uma causa excludente da tipicidade da conduta.
De quem é a competência para julgar Prefeito por crime comum?
Súmula nº 702, STF. A competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos restringe-se aos crimes de competência da Justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau.
a) Crime estadual: a competência será do Tribunal de Justiça do Estado onde se localiza o seu Município.
b) Crime federal: a competência será do TRF.
c) Crime eleitoral: a competência será do TRE.
A quem compete o julgamento de Prefeito Municipal por desvio de verba?
Súmula nº 208, STJ. Compete a Justiça Federal processar e julgar Prefeito Municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal.
Súmula nº 209, STJ. Compete a Justiça Estadual processar e julgar Prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.
A jurisdição é exercida exclusivamente pelo Poder Judiciário?
A jurisdição não é exercida exclusivamente pelo Poder Judiciário, pois em determinadas situações excepcionais outros poderes irão exercer, a exemplo do crime de responsabilidade praticado pelo Presidente da República, o qual compete ao Senado Federal apurar e julgar (art. 52, I, CF).