34 Flashcards
Quais lesões devem ser identificadas e tratadas durante a avaliação primária de um trauma torácico?
- Obstrução da via aérea - Pneumotórax hipertensivo - Pneumotórax aberto - Tórax instável (retalho costal móvel) e contusão pulmonar - Hemotórax maciço - Tamponamento cardíaco
Quais lesões devem ser identificadas e tratadas durante a avaliação secundária de um trauma torácico?
- Pnuemotórax simples - Hemotórax- Contusão pulmonar - Lesão traqueobrônquica - Contusão cardíaca - Ruptura traumática de aorta - Ruptura traumática de diafragma - Ruptura esofágica por trauma fechado
O que deve ser avaliado e pesquisado na avaliação primária das vias aéreas?
A permeabilidade da via aérea e a troca de ar devem ser avaliadas ouvindo-se os movimentos do ar no nível do nariz, boca e campos pulmonares, inspecionando-se a orofaringe à procura de corpos estranhos e observando-se as contrações musculares intercostais e supraclaviculares. Grandes traumas de tórax podem ser acompanhados por lesões na laringe. O trauma de laringe pode ter um quadro clínico sutil, porém pode levar a obstrução da via área (situação potencialmente fatal).
Como podem ser identificadas lesões traumáticas na parte superior do tórax?
Elas podem criar um defeito palpável na região da articulação esternoclavicular com luxação posterior da cabeça da clavícula, causando obstrução da via aérea superior. Reconhece-se essa lesão observando a obstrução da via aérea superior (estridor) ou pela modificação acentuada na qualidade da voz (se o doente for capaz de falar).
Como é avaliada a ventilação do paciente e o que pode indicar possíveis traumas torácicos?
O tórax e o pescoço do doente devem ser expostos para que se possa avaliar a ventilação e as veias do pescoço. As características dos movimentos respiratórios e da ventilação como um todo podem ser avaliadas pela inspeção, palpação e ausculta. O aumento da frequência respiratória e a mudança no padrão dos movimentos da caixa torácica, especialmente a ocorrência de movimentos respiratórios cada vez mais superficiais constituem-se em evidências de lesões torácicas ou de hipoxia.
A cianose é um bom sinal para identificar hipóxia?
A cianose é um sinal tardio de hipóxia no doente traumatizado. A ausência de cianose, portanto, não significa que a oxigenação tecidual esteja adequada ou via aérea permeável.
Após a intubação, qual é uma das causas comuns de perda do murmúrio vesicular no hemotórax esquerdo?
Uma das causas comuns no hemotórax esquerdo é a intubação do brônquio principal direito. Durante a reavaliação, certificar-se da posição do tubo endotraqueal antes de assumir que a alteração no exame físico seja resultante de pneumotórax.
O que é um pneumotórax hipertensivo?
É quando ocorre vazamento de ar, tanto do pulmão como através da parede torácica, para o espaço pleural por um sistema de “válvula unidirecional”. O ar entra para a cavidade pleural sem possibilidade de sair, colapsando completamente o pulmão.
Quais as consequências no tórax do pneumotórax hipertensivo quais as alterações hemodinamicas que podem ocorrer?
O mediastino é deslocado para o lado oposto, diminuindo o retorno venoso e comprimindo o pulmão contralateral. O choque decorrente dessa situação é consequente à acentuada diminuição do retorno venoso, determinando uma queda do débito cardíaco e é denominado choque obstrutivo.
Qual a causa mais comum de pneumotórax hipertensivo e quais outras causas?
A causa mais comum é a ventilação mecânica com pressão positiva em doentes com lesão da pleura visceral. No entanto, o pneumotórax hipertensivo pode ser uma complicação de um pneumotórax simples devido a um trauma penetrante ou fechado do tórax no qual não ocorreu o fechamento da lesão do parênquima pulmonar ou após tentativas mal direcionadas de inserção de cateter venoso central, seja por via subclávia ou jugular externa. Ocasionalmente ele pode resultar de lesões traumáticas da parede torácica, seja porque a lesão constitui um mecanismo valvar unidirecional ou porque foi recoberta, incorretamente, por um curativo oclusivo. Ele também pode resultar de fraturas com grande desvio da coluna torácica.
Quais os sinais e sintomas que acompanham um pneumotórax hipertensivo?
- dor torácica- dispneia importante- desconforto respiratório - taquicardia- hipotensão- desvio da traqueia para o lado contrário à lesão- ausência unilateral de murmúrio vesicular - elevação do hemitórax sem movimento respiratório - distensão das veias do pescoço- cianose como manifestação tardia
Pela semelhança dos sintomas, um pneumotórax hipertensivo pode ser confundido inicialmente com um tamponamento cardíaco. Como pode ser feita essa diferenciação?
A diferenciação pode ser feita por timpanismo notado à percussão, desvio da traqueia e ausência de murmúrio vesicular no hemitórax afetado, que são os sinais de pneumotórax hipertensivo.
Qual o tratamento do pneumotórax hipertensivo?
O pneumotórax hipertensivo exige descompressão imediata e pode ser tratado inicialmente pela rápida inserção de uma agulha de grosso calibre no segundo espaço intercostal, na linha medioclavocular do hemitórax fechado.
Quais as complicações que podem impossibilitar o sucesso da descompressão torácica com agulha?
Em virtude da variabilidade da espessura da parede torácica, dobramento do cateter e outras complicações técnicas ou anatômicas, essa manobra pode não ser bem sucedida. Evidências sugerem que uma agulha de 5cm atinge o espaço pleural em mais de 50% das vezes e uma de 8cm em mais de 90%. No entanto o tratamento definitivo requer a inserção de um dreno torácico no quinto espaço intercostal (normalmente no nível do mamilo), imediatamente anterior à linha axilar média.
O que pode causar um pneumotórax aberto e o que ocorre nessa condição?
Grandes ferimentos da parede torácica, que permanecem abertos resultam em pneumotórax aberto, também denominado ferida torácica aspirativa. Nessas condições, o equilíbrio entre as pressões intratorácicos e atmosférica é imediato. O ar tende a passar pelo local de menor resistência, por isso, se a abertura da parede torácica é de aproximadamente dois terços do diâmetro da traqueia ou maior, nos esforços ventilatórios o ar passa preferencialmente pela lesão da parede. Por isso a ventilação efetiva é prejudicada, resultando em hipóxia e hipercapnia.