2 - Acidentes com animais peçonhentos Flashcards

1
Q

O que é um animal peçonhento?

A

Trata-se de um animal venenoso capaz de inocular seu veneno na presa.

TODO ANIMAL PEÇONHENTO É VENENOSO, MAS NEM TODO ANIMAL VENENOSO É PEÇONHENTO.

PEÇONHENTO - inocula
VENENOSO - não inocula

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2
Q

As serpentes peçonhentas são aquelas que apresentam em comum a:

A

Fosseta loreal - que é um órgão sensorial termorreceptor e que fica entre o olho e a narina da serpente.

A seta branca aponta para a fosseta loreal. Todas as serpentes que possuem esse órgão são peçonhentas.
Exceção: cobra coral é peçonhenta, mas não possui fosseta loreal.

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3
Q

Como são divididos os acidentes ofídicos?

A

Cobras peçonhentas (fosseta loreal e presas avantajadas) e cobras não peçonhentas (estranguladoras)

Exceção: Cobra coral não possui fosseta loreal - mas é peçonhenta.

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4
Q

No Brasil, a maioria dos acidentes ofídicos é causada por serpentes do gênero:

A

Bothrops (acidente botrópico), correspondendo a cerca de 90% do total de casos.

Em segundo lugar, é o crotálico, seguido do laquético e elapídico.

O acidente ofídico mais frequente no Brasil é o botrópico. Dica: no alfabeto, a letra B, de botrópico, vem antes das iniciais dos outros acidentes ofídicos ( C, L e E)

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5
Q

Responsável pelo acidente botrópico:

A

JARARACA

é o acidente mais comum no Brasil - 80 a 90% dos casos

Acidente botrópico (jararacas): dor e inchaço no local da picada, às vezes com manchas arroxeadas e sangramento pelos orifícios da picada; sangramentos em gengivas, pele e urina.

Pode evoluir com complicações como infecção e necrose na região da picada.

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6
Q

Responsável pelo acidente crotálico?

A

CASCAVEL

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7
Q

Responsável pelo acidente laquético:

A

SURUCUCU

As ações do veneno laquético consistem em efeitos proteolítico, coagulante, hemorrágico e neurotóxico.

As manifestações locais se assemelham às do acidente botrópico, com reação inflamatória intensa, cursando com eritema, edema, dor, equimoses e bolhas, enquanto os fenômenos hemorrágicos normalmente se limitam ao local da picada.

A neurotoxina é responsável por um quadro de estimulação vagal, apresentando-se com hipotensão arterial, tonturas, escurecimento da visão, bradicardia, cólicas abdominais, vômitos e diarreia, sendo essa sintomatologia o grande fator diferencial para o envenenamento botrópico.

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8
Q

Responsável pelo acidente elapídico:

A

CORAL

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9
Q

Acidentes com ação proteolítica:

A

botrópico (jararaca) - mais comum

laquético (surucucu) - típico de regiões florestais - ação vagal parassimpática - tendência de bradicardia/hipotensão/salivação/diarreia

Acidente laquético (surucucu): quadro semelhante ao acidente botrópico, acompanhado de alterações vagais como vômitos, diarreia, cólicas abdominais e queda da pressão arterial.

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10
Q

A

Acidentes de ação neurotóxica:

A

crotálico (cascavel) - interfere na ação da Ach na junção neuromuscular - fraqueza que evolui de forma crâniocaudal - fáscies miastênica - possui também ação miotóxica (podendo causar rabdomiólise) que evolui com IRA.

elapídico (coral)

IRA - injúria renal aguda

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11
Q

Tratamento indicado para acidentes ofídicos:

A

Lavar com água morna e sabão
profilaxia de tétano
analgesia
soroterapia IV (para cobra, sempre)

LEMBRAR DE REALIZAR NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA

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12
Q

CASO CLÍNICO

Pedro, 42 anos, sem comorbidades prévias, trabalhador rural, chega ao pronto-socorro com história de ter sido picado por uma cobra durante trabalho no milharal. Refere não ter visto o animal, nem antes, nem depois do acidente. Ao exame, apresenta orifícios de inoculação em membro inferior direito, com reação inflamatória discreta, além de ptose palpebral, turvação visual, diplopia e mialgia generalizada. Os exames laboratoriais mostravam:

Glicose e 94 mg/dl, Ureia = 60 mg/dl, Creatinina = 1,6 mg/dl; INR = 1,0 e PTT relação = 1,0; Bilirrubina total = 2,0 mg/dl, TGO(AST) = 190 U/L e TGP (ALT) = 70 U/L, lactato = 60 mg/dl, CK = 1200 U/l, aldolase = 21 UI/l, LDH = 720 U/l.

Durante a evolução do quadro, Pedro começou a apresentar escurecimento da urina e o EAS detectou hemoglobina, sem hemácias.

1) Qual é o provável gênero do ofídio envolvido neste acidente?
2) Quais são os mecanismos de ação do seu veneno?
3) O que pode ser feito para evitar a perda de função renal?
4) Caso o paciente pudesse descrever o animal que o atacou, o que diria?

A

1) Crotalus. O paciente não apresenta sinais locais evidentes, mas apresenta lesão muscular e lesão neurológica, característicos do acidente crotálico.

2) Efeitos neurotóxico, miotóxico e coagulante. O paciente apresenta fácies miastênica e visão turva ou dupla pelo efeito neurotóxico, além de dores musculares generalizadas e urina escura pela rabdomiólise. O efeito coagulante é muito discreto, mas existe.

3) Hidratação vigorosa com salina isotônica, visando um débito urinário em torno de 300 ml/h (pode-se iniciar com reposição de 1,5 L/h). Após o alcance da diurese adequada, pode-se acrescentar o manitol, objetivando manter um alto fluxo urinário, e o bicarbonato para alcalinizar a urina (pH urinário > 6,5), reduzindo a toxicidade do pigmento mioglobínico.

4) A fosseta loreal estaria presente, os dentes inoculadores seriam bem desenvolvidos e a cauda terminaria em guizo ou chocalho.

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13
Q

Como se dá a análise das caudas?

A

Causa lisa
Guizo ou chocalho
Escamas eriçadas

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14
Q

Mecanismo de ação do veneno botrópico:

A

necrose - risco de amputação / não se faz garrote
O veneno botrópico possui três ações diferentes: proteolítica, coagulante (com consumo dos fatores de coagulação) e hemorrágica. O primeiro é responsável pelas lesões de destruição local; enquanto os dois últimos, pelos distúrbios da coagulação

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15
Q

Manifestações locais do acidente botrópico:

A

Inchou? Pensar em jararaca (botrópico)
Orientar sobre deixar o membro lesado elevado - caso contrário - Sd Compartimental

As manifestações locais ocorrem precocemente e são caracterizadas por dor e edema endurado no local da picada, de intensidade variável, podendo ocorrer equimoses e sangramentos locais.

Entre as complicações locais estão bolhas, necrose, abscesso, chegando até síndrome compartimental e amputação.

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16
Q

Manifestações sistêmicas do acidente botrópico:

A

Náusea e Vômitos
Hipotensão
Sudorese
Choque

Os efeitos sistêmicos manifestam-se com fenômenos hemorrágicos caracterizados por gengivorragia, epistaxe, hematêmese e hematúria. Hipotensão pode ser decorrente de sequestro de líquido ou hipovolemia por sangramentos, o que pode contribuir para a instalação de insuficiência renal aguda.

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17
Q

Quais os exames devem ser solicitados em casos de acidentes botrópicos?

A

Coagulograma, hemograma, urina tipo l, lesão e função hepática, função renal, eletrólitos e CPK

CPK elevada induz lesão muscular - o que pode ser evidenciado pelo aumento da concentração de creatinina sanguínea - evolução para lesão renal

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18
Q

Tratamento para acidentes botrópicos:

A

alivio da dor - analgesia/morfina
hidratação - proteção renal
checar vacinação para tétano - por mordedura de qualquer animal

19
Q

Classificação (avaliação inicial) do acidente botrópico:

A
20
Q

Mecanismo de ação do veneno crotálico:

A

Efeito miotóxico - lesão muscular - lesão renal subsequente

21
Q

Manifestações locais do acidente crotálico:

A
22
Q

Manifestações sistêmicas do acidente crotálico:

A

## Footnote

Tem ptose? pensar em cascavel
CPK acima de 1000 já pode ter lesão renal.

23
Q

Quais os exames devem ser solicitados em casos de acidentes crotálicos?

A

Coagulograma, hemograma, urina tipo l, lesão e função hepática, função renal, eletrólitos e CPK

CPK elevada induz lesão muscular - o que pode ser evidenciado pelo aumento da concentração de creatinina sanguínea - evolução para lesão renal

24
Q

Tratamento para acidentes crotálicos:

A

Fazer antibioticoterapia é bem raro

25
Q

Classificação (avaliação inicial) do acidente crotálico:

A
26
Q

Sobre o acidente elapídico (Micrurus):

A

Acidentes raros

27
Q

Tratamento para acidentes elapídicos:

A

Acidentes raros - pelo risco de Insuf. Resp. Aguda, devem ser considerados como potencialmente graves –> se faz 10 ampolas de SAE via intravenosa.

28
Q

O que preciso saber sobre os venenos?

A
29
Q

ESCORPIONISMO

Escorpiões de importância médica no Brasil:

A

Amarelo - o mais venenoso
Marrom - venenoso
Negro - sua picada é equivalente a de uma cascavel

30
Q

Quadro clínico sugestivo de escorpionismo:

A

Adultos - dor local
Criança ou animal pequeno menores ou iguais a 30 kg - correm risco de vida
Crianças devem ser internadas se quadros de choque, EAP e coma
Sempre pedir RX de tórax para checagem de EAP.

31
Q

Quais os exames devem ser solicitados em casos de escorpionismo?

A

Coagulograma, hemograma, urina tipo 1, lesão e função hepática, função renal, eletrólitos, CPK

Eletrocardiograma
RX TÓRAX

  • Se adulto com sintomas e sinais de alarme, pede os exames.
  • Se adulto com sintomas sistêmicos –> SOROTERAPIA
  • Se criança com apenas dor local (faz controle da dor), desconfie sempre e considere-a como alto risco –> encaminhar para internação
32
Q

Tratamento para escorpionismo:

A
33
Q

Classificação (avaliação inicial) para escorpionismo:

A
34
Q

ARANEÍSMO

Aranhas de importância médica no Brasil:

A

Armadeira - a mais comum

35
Q

Quadro clínico sugestivo de araneísmo:

A

Há sintomas sistêmicos? SOROTERAPIA

36
Q

Quais os exames devem ser solicitados em casos de araneísmo?

A

Coagulograma, hemograma, urina tipo 1, lesão e função hepática, função renal, eletrólitos, CPK

CPK elevada induz lesão muscular - o que pode ser evidenciado pelo aumento da concentração de creatinina sanguínea - evolução para lesão renal

37
Q

Tratamento para casos de araneísmo:

A
38
Q

Classificação (avaliação inicial) para casos de araneísmo por foneutrismo:

A
39
Q

Classificação (avaliação inicial) para casos de araneísmo por loxoscelismo:

A
40
Q

Classificação (avaliação inicial) para casos de araneísmo por latrodectismo:

A
41
Q

Qual é o acidente ofídico mais letal?

A

Crotálico

42
Q

Qual é o acidente ofídico com mais sequelas?

A

Botrópico.

43
Q

Como reconhecer a serpente relacionada?

A

■ Reconhecimento físico.
■ Dados epidemiológicos.
■ Quadro clínico causado pelo veneno (mais importante).