VIA AREA Flashcards
Quais são as três vias aéreas avançadas utilizadas em emergências?
- Intubação Orotraqueal (IOT)
- Dispositivos Extraglóticos (ex.: máscara laríngea)
- Via Aérea Cirúrgica (cricotireoidostomia, traqueostomia)
O que caracteriza uma via aérea definitiva ?
Tubo Orotraqueal (TOT) com balonete, para minimizar o risco de broncoaspiração.
Pode ser:
- Nasotraqueal
- Orotraqueal
- Cirúrgico
Quais critérios definem a via aérea falha?
- Hipoxemia durante ou após tentativa malsucedida de laringoscopia.
- Duas tentativas sem sucesso de IOT por um profissional experiente, mesmo com saturação mantida.
- Falha na melhor tentativa na condição “forçado a agir” que levou ao operador a usar SRI para garantir VA rápidamente.
O que é a via aérea cirúrgica e qual o seu principal representante?
É definida pela criação de uma abertura até a traqueia por procedimento cirúrgico, possibilitando ventilação e oxigenação.
Seu principal representante é a cricotireoidostomia.
Quais são os três critérios para indicar a intubação endotraqueal? ABC
ABC
A: Falha em manter a perviedade ou proteção da via aérea.
B: Falha na ventilação ou oxigenação.
C: Antecipação de Curso clínico desfavorável.
Quais aspectos devem ser avaliados para verificar a perviedade da via aérea?
- Capacidade de fonação clara (ex.: paciente responde verbalmente sem dificuldade).
- Sinais de obstrução (estridor, rouquidão ou “voz de batata quente”).
- Oroscopia (verificar edema de língua, tonsilas ou anormalidades anatômicas).
- Inspeção, palpação e ausculta cervical (possíveis alterações que comprometam a patência).
Quais fatores devem ser considerados na avaliação da capacidade de proteção da via aérea?
- Fonação clara: paciente capaz de responder a uma pergunta.
- Capacidade de deglutir: verificar se o paciente engole sem dificuldade.
- Acúmulo de secreção na orofaringe: presença de secreções pode sugerir comprometimento.
- Evitar estímulo ao vômito: avaliar reflexo de vômito é pouco acurado e pode levar à broncoaspiração.
Em quais situações deve-se considerar a intubação orotraqueal antes de uma transferência (intra ou extra-hospitalar)?
- Distúrbios psiquiátricos que requeiram transporte aéreo.
- Transferência intra-hospitalar de paciente com estado neurológico de evolução incerta (ex.: hemorragia intracraniana).
- Transporte prolongado extra-hospitalar.
Quais são as principais indicações para o uso de Dispositivos Extraglóticos (DEG)?
- Cenário de “não intubo e não ventilo”, após otimizar a ventilação com bolsa-válvula-máscara (BVM), como última tentativa antes da cricotireoidostomia.
- Pacientes com preditores de ventilação difícil com BVM (ROMAN), mas sem preditores de ventilação difícil com DEG (RODS).
- Alternativa viável em situações emergenciais em que a intubação endotraqueal ou a ventilação com BVM não são possíveis (especialmente no pré-hospitalar).
- Possibilidade de intubação orotraqueal via máscara laríngea em cenários de “não intubo, mas ventilo”.
Quais são as indicações para a realização de uma via aérea cirúrgica?
- Cenário de “não intubo, não ventilo”: quando todas as tentativas de ventilação e intubação falham.
- Obstrução completa das vias aéreas superiores que não pode ser resolvida por métodos convencionais.
- Trauma facial grave ou outras condições anatômicas que impossibilitem a intubação convencional.
- Situações emergenciais onde não há tempo ou recurso para utilizar outros dispositivos de via aérea avançada.
Quais são os fatores que dificultam a intubação orotraqueal (IOT) em crianças?
- Anatomia craniana: cabeça aumentada e proeminência occipital tornam a laringe mais anteriorizada, dificultando o alinhamento dos eixos da via aérea.
- Boca e orofaringe: abertura bucal menor e tecidos moles maiores que a boca dificultam a inserção do laringoscópio e a visualização.
- Laringe em formato de funil: maior acúmulo de secreções e epiglote mais longa e flexível dificultam a visualização das cordas vocais.
- Traqueia curta: aumenta o risco de intubações seletivas, barotrauma e deslocamento do tubo.
- Estruturas friáveis: maior risco de lesão e sangramento, dificultando a visualização das estruturas.
Em que consiste a avaliação LEMON para laringoscopia difícil?
L - Look externally:
Avaliar fatores externos como trauma facial, incisivos grandes ou mandíbula pequena.
E - Evaluate 3-3-2 rule: Verifique a abertura da boca (3 dedos), a distância do hióide ao queixo (3 dedos) e a distância da do hioide a borda superior da cartilagem tireoide (2 dedos).
M - Mallampati score: Avalie a visibilidade das estruturas faríngeas para prever a dificuldade.
O - Obstruction:
Verifique se há obstruções como massas, inchaço ou corpos estranhos.
N - Neck mobility:
Avalie o movimento da coluna cervical e a capacidade de alinhar os eixos das vias aéreas.
O que significa cada letra na avaliação ROMAN para dificuldade na ventilação com dispositivo bolsa-válvula-máscara (BVM)?
R - Radiotherapy, restriction:
História de radioterapia ou restrição da mobilidade cervical.
O - Obesity, obstruction, obstructive sleep apnea:
Obstrução das vias aéreas ou obesidade que dificultam a ventilação.
M - Mask Seal, Mallapanti, Male:
Dificuldade para vedar devido a barba, trauma ou deformidades faciais.
A - Age:
Pacientes acima de 55 anos apresentam desafios anatômicos e fisiológicos.
N - No teeth:
Pacientes edêntulos podem ter vedação da máscara comprometida.
O que significa cada letra na avaliação RODS para dificuldade na ventilação com dispositivos extraglóticos?
R - Restricted mouth opening:
Abertura bucal restrita que dificulta a inserção do dispositivo.
O - Obstruction: Obstrução na via aérea que pode impedir a passagem do ar.
D - Disrupted or distorted airway:
Alterações anatômicas ou traumas que comprometem a via aérea.
S - Stiff lungs or cervical spine:
Pulmões rígidos (baixa complacência) ou coluna cervical rígida, dificultando a ventilação.
O que significa cada letra na avaliação SMART para dificuldade na realização da cricotireoidostomia?
S - Surgery/Scars: Presença de cirurgia prévia ou cicatrizes no pescoço que dificultam a identificação anatômica.
M - Mass:
Massa ou hematoma cervical que pode obstruir o acesso à via aérea.
A - Access/Anatomy: Acesso difícil ou alterações anatômicas que complicam o procedimento.
R - Radiation: Radioterapia prévia no pescoço, que pode alterar a anatomia ou a cicatrização.
T - Tumor:
Tumor na região cervical que impede a realização segura da cricotireoidostomia.
O que é o Upper Lip Bite Test (ULBT) e para que serve?
Tem alta especificidade (> 85%) e um alto valor preditivo negativo para predição de via aérea difícil.
Consiste em pedir ao paciente que tente morder o lábio superior com os dentes inferiores.
Classificação:
Classe 1: Dentes inferiores conseguem morder completamente o lábio superior (indica intubação fácil).
Classe 2: Dentes inferiores conseguem morder parcialmente o lábio superior (intubação moderadamente difícil).
Classe 3: Dentes inferiores não conseguem alcançar o lábio superior (intubação difícil).
Em que consiste uma VA fisiologicamente difícil?
Pacientes que não toleram apneia ou que tem risco aumentado de colapso circulatório com o procedimento.
O que significa a sgla CRASH na VAFD?
C - Consumption increase (Aumento do consumo metabólico).
R - Right ventricular failure
(Falência do ventrículo direito).
A - Acidosis
(Acidose metabólica ou respiratória).
S - Saturation
(risco de desaturação ou hipoxemia).
H - Hypotension (Hipotensão ou choque).
Quais são as situações de “forçado a agir” no manejo da via aérea?
- Pacientes em iminência de parada respiratória.
- Obstrução dinâmica e rápida da via aérea, como:
- Queimadura da via aérea com estridor e piora progressiva.
- Anafilaxia com edema de glote.
- Ferimento cervical com hematoma em expansão.
- Trauma de face com desabamento das estruturas da via aérea. - Hipoxemia crítica em rápida piora, apesar da suplementação de oxigênio.
- Êmese maciça associada a rebaixamento do nível de consciência, com iminência ou visualização de broncoaspiração.
Qual a melhor técnica de IOT a ser utilizada no paciente combativo ou agitado?
SPI (sequencia prolongada de intubação).
Como deve ser realizada a SPI?
Sedação leve: Utilizar cetamina (0,5-1 mg/kg, IV, infusão lenta em 60 segundos) para o paciente tolerar a pré-oxigenação.
Pré-oxigenação:
Ventilação Não Invasiva (VNI) por 3-5 minutos com FiO₂ 100%.
Alternativamente, máscara não reinalante com fluxo > 40 L/min.
Em situação de “forçado a agir” que a laringoscopia não é possível qual a melhor conduta?
Cricotireoidostomia.