Urgências urológicas não traumáticas Flashcards
Quais os tipos de priapismo? Como diferenciá-los (clínica e exames)?
Priapismo de baixo fluxo (Isquêmico):
- Ereção vigorosa, rígida e dolorosa.
- Doença de base ou uso de medicação.
Priapismo de alto fluxo (Arterial):
- Ereção menos rigorosa, apenas tumescência e não causa dor.
- Antecedente de trauma.
Priapismo recorrente: variante do priapismo de alto fluxo.
- Ereções prolongadas recorrentes não relacionadas a estímulo sexual, geralmente pela manhã ou ao dormir.
- Discrasia sanguínea (anemia falciforme).
Exames: Gasometria do sangue puncionado do corpo cavernoso, hemograma completo, eletroforese de hemoglobina.
Qual a fisiopatologia e etiologia dos tipos de priapismo?
Priapismo de baixo fluxo:
- Disfunção da musculatura lisa do corpo cavernoso causada por medicamentos que relaxam a musculatura lisa.
- Aumento da viscosidade sanguínea causada por doenças hematológicas (anemia falciforme).
Pode levar à necrose e fibrose dos corpos cavernosos.
Priapismo de alto fluxo: geralmente associado a trauma perineal que provoca formação de fístula na artéria cavernosa, drenando diretamente no corpo cavernoso.
Pode permanecer indefinidamente.
Qual o tratamento para cada tipo de priapismo?
Priapismo de baixo fluxo: deve ser tratado o mais precocemente possível.
- Inserção de escalpe 19 num dos corpos cavernosos e extração do sangue para análise e gasometria.
- Esvaziamento dos corpos cavernosos e lavagem exaustiva com soro fisiológico.
- Tratar doença de base.
- Fenilefrina
Priapismo de alto fluxo: não é urgente, observa-se inicialmente.
- Embolização da fístula com coágulo autólogo ou gelfoam.
Priapismo recorrente: utilizar alfa-adrenérgicos (fenilefrina ou etilefrina) por injeção intracavernosa.
O que é priapismo?
Ereção prolongada, persistente e por mais de 4 horas, geralmente dolorosa e sem estímulo sexual.
Diagnóstico diferencial de escroto agudo:
- Torção testicular (cordão espermático): torção do cordão espermático, comprometendo a irrigação sanguínea testicular, com isquemia e até necrose.
- Orquiepididimite: processo inflamatório do epidídimo e testículo, podendo ser viral ou bacteriano.
Qual a epidemiologia da torção testicular e da orquiepididimite?
A incidência estimada é de 1:4000 homens. 3,8 casos a cada 100 mil homens menores de 18 anos.
Como é a história clínica da torção testicular?
Dor escrotal súbita e intensa, unilateral, frequentemente com náuseas e vômitos. Há ainda alteração do reflexo cremastérico (ausente) e elevação do testículo. Urina tipo 1 normal.
Como é a história clínica da orquiepididimite?
Dor de início gradual, podendo apresentar disúria ou outros sintomas miccionais, com sinais inflamatórios evidentes (edema, eritema e sensibilidade) e reflexo cremastérico presente, pode ter febre e a elevação do testículo pode aliviar a dor. Leucocitúria no urina 1.
Algum exame deve ser feito na suspeita de torção testicular?
Ultrassonografia escrotal com Doppler.
(revela redução ou parada do fluxo sanguíneo para o testículo afetado)
Qual o tratamento da torção testicular? Correlacione tempo de dor e viabilidade testicular.
O diagnóstico diferencial deve ser feito rapidamente, uma vez que o prognóstico da gônada nos casos de torção depende diretamente do tempo de isquemia (tempo de dor).
- Isquemia por torção < 6 horas: grande chance de preservação testicular.
- Isquemia por torção > 12 horas: pequena chance de preservação.
O tratamento é cirúrgico:
- testículo viável - orquidopexia bilateral (distorção do testículo) e fixação do testículo contralateral.
- testículo inviável (necrose) - orquiectomia e fixação do testículo contralateral.
Quais exames podem ser realizados em um quadro típico de orquiepididimite?
- USG com Doppler: grande aumento do fluxo intratesticular e epididimário
- Urina EAS: Leucocitúria
- Urocultura com antibiograma: para isolamento do agente infeccioso e estabelecimento de terapêutica
Qual o tratamento da orquiepididimite?
Infecção viral: tratar com sintomáticos
Infecções bacterianas:
- Crianças c/ febre, queda do estado geral e internação: Cefalosporinas de 3º geração.
- Crianças sem febre ou queda do estado geral: Cefalosporina de 2º geração ou Quinolonas.
- Adultos: Levofloxacino, analgésicos e anti-inflamatórios não hormonais p/ dor, manter repouso com suspensório escrotal por 72h.