Tuberculose 2 Flashcards
O que ocorre se a lesão da liquefação caseosa atingir um brônquio?
Se a lesão atingir um brônquio, erodindo sua parede e permitindo a comunicação com o espaço aéreo, rico em O2, a proliferação bacilar se exacerbará ainda mais. Surge então a caverna tuberculosa, um ambiente propício ao acúmulo de quantidades absurdas do bacilo de Koch, chegando a mais de 1 milhão por ml. O material liquefeito é despejado na árvore brônquico, levando a disseminação endobrônquica da tuberculose, além de ser expelido ao meio externo, contaminando circunstantes suscetíveis.
Como se caracterizam os 3 tipos de lesões parenquimatosas na tuberculose?
Lesão proliferativa: caracterizada pela formação de granulomas caseosos bem formados, chamados de “tubérculos”, que desenvolvem cápsula fibrosa. A infecção está contida nesses focos inflamatórios.
Lesão exudativa: caracteriza a pneumonia tuberculosa— os alvéolos são preenchidos por macrófagos e neutrófilos, entremeados à necrose caseosa. A resposta exudativa costuma correr nos focos de disseminação broncogênica (fistulização do foco pulmonar liquefeito ou linfonodo hilar infectado para o lúmen de um brônquio lobar ou segmentar). A confluência dessas áreas pode levar a grandes focos caseosos que se liquefazem e viram novas ‘cavernas’.
Misto: o tipo mais comum, presença do dos tipos de lesão no mesmo paciente em diferentes áreas do pulmão.
De um modo geral, pequenos inoculou geram lesões proliferativas, enquanto grandes inoculos geram lesões exudativas.
Qual é o quadro clínico da tuberculose pulmonar?
Classicamente apresenta-se com tosse há mais de 2 semanas, além de outros sintomas respiratórios (dor torácica, dispneia e hemoptise) e sistêmicos (febre vespertina, sudorese noturna, anorexia e emagrecimento).
Qual o quadro clínico das formas extrapulmonares de tuberculose?
As formas extrapulmonares apresentam, além das manifestações sistêmicas, sintomatologias relacionadas com a localização da doença, tais como: linfonodomegalia, derrame pleural e/ou espessamento pleural, rouquidão (laringite), meningite, hematúria e dor lombar (trato urinário), obstrução intestinal, dor óssea e edema peri-articular (ósseo), ocular (conjuntivite ou uveíte) e nódulos de pele.
Como é feito o diagnóstico?
A presença de bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) no escarro ou nos tecidos é sugestivo de tuberculose; no entanto, o padrão de referência de diagnóstico é a cultura com a identificação da micobactéria M. tuberculosis. Em áreas de alta incidência, o exame de pesquisa de BAAR no escarro é o método mais rápido e econômico de detecção de casos novos da doença.
Quando está indicado o tratamento da tuberculose?
Em uma destas situações:
1- duas pesquisas de BAAR positivas no escarro
2- uma cultura positiva, com identificação do Mycobacterium tuberculosis
3- imagem radiológicas sugestiva ou outros exames complementares que, associados aos achados clínicos e epidemiológicos, sugiram a doença.
4- exame histopatologico apresentando processo crônico granulomatoso, com ou sem necrose caseosa. Na ausência de necrose caseosa e/ou confirmação bacteriológica, é fundamental excluir outras causas de doenças granulomatosas, tais como fungos, artrite reumatoide e sarcoidose.
O que é a prova tuberculínica ou PPD?
Ela identifica os indivíduos infectados pelo bacilo de Koch, seja infecção latente (ILTB) ou infecção-doença (TB). O PPD é uma fração proteica purificada a partir da cultura de BK (PPD = purified protein derivative), que contém os principais antígenos do M. tuberculosis.
Pessoas infectadas pelo BK desenvolvem, após 2-10 semanas, uma memória imunológica pela seleção de linfócitos T helper (CD4+) específicos contra o BK. A partir desse momento, ao injetarmos o PPD na derme do paciente, surge uma lesão indurada e eritematosa cerca de 48-72hrs após a injeção. A leitura é feita medindo-se o tamanho da induração e não do eritema.
A tuberculose é uma doença de notificação compulsória?
A tuberculose é uma doença de notificação compulsória e todo caso diagnosticado, assim como a evolução do tratamento (cura, abandono, falência, óbito ou mudança de diagnóstico) deve ser notificado ao Serviço de Vigilância Epidemiológica.
Como é feito o esquema de tratamento da tuberculose, segundo o ministério da saúde?
Esquema I 1ª fase (2 meses): Rifampicina 2ª fase: Rifampicina - 4 meses: Isoniazida - 7 meses: Isoniazida * 6 meses (utilizado apenas nos casos de recidiva ou retorno após abandono) - Etambutol
Esquema II 1ª fase: Estreptomicina - 3 meses: Pirazinamida Etambutol Etionamida 2ª fase: Etambutol - 4 meses: Etionamida
Esquema de tratamento para tuberculose multidões resistente Amicacina (diariamente 2 meses) 2x/ semana 10 meses Quinolona - 18 meses Etambutol - 18 meses Terizodona - 18 meses
Como se dá o mecanismo da doença da tuberculose?
Quando a carga de bacilos é muito grande, a resposta imunológica tende a ser exacerbada, formando focos maiores de granuloma caseoso.
No cáseo os báculos se proliferam com muita dificuldade, devido à baixa tensão de O2 e pH ácido. Se o cáseo for mantido, o processo tem chance maior de se estabilizar. Contudo, se ocorrer a liquefação da necrose caseosa, seu mecanismo de liberação excessiva de enzimas destrutivas pelos macrófagos ativados que circundam o foco caseoso, os produtos da degradação do cáseo aumentam a osmolaridade local ‘puxando’ água do tecido circunjacente e transformando o material num excelente meio de cultura. Dessa forma, pela primeira vez o bacilo poderá se multiplicar no ambiente extracelular.
Como é a forma da tuberculose primária típica?
Forma mais comum nas crianças entre 2-12 anos, cuja resposta imunológica dos linfonodos hilares e mediastinais é exacerbada. Nesse caso, o complexo primário costuma ser representado por uma pequena área de pneumonite, ocupando geralmente o terço médio do pulmão, associada a grande adenomegalia hilar e/ou mediastinal ipsilateral.
Como é a forma da tuberculose primária progressiva?
Ocorre em pacientes que se infecta, com um grande inoculo de bacilos, ou quando as defesas imunológicas estão deprimidas. Neste caso, o foco primário evolui para uma grande área de inflamação granulomatosa e exsudativa, evoluindo para a pneumonia tuberculosa.
Como é a forma da tuberculose miliar?
Mais comum em crianças menores de 2 anos e não vacinadas com BCG, ou então em pacientes com imunodepressão moderada à grave (desnutrição, SIDA…).
Nesta forma de tuberculose, os focos não são contidos e evoluem com progresso da lesão e grande proliferação bacilar.
Como é a forma da tuberculose pós-primária?
É definida como a forma da doença que se desenvolve em pacientes infectados pela tuberculose há mais de 3 anos, ou seja, previamente que já tiveram contato prévio com o BK. Ela pode ocorrer por reativação de um foco latente ou por reinfecção —inalação de um novo inóculo bacilar.
Quais os segmentos mais acometidos na tuberculose pós-primária e qual a explicação para esse fato?
Os segmentos posteriores dos lobos superiores e o segmento superior dos lobos inferiores são os mais acometidos, (1) pela maior tensão de O2 nos alvéolos da porção superior dos pulmões, (2) menor drenagem linfática desses segmentos.